Fica claro que o candidato não conseguirá visitar nem a metade das cidades. E imagine você o dinheiro que ele precisa gastar nisso. São milhões de reais: carro, combustível, assessores, eventos, cartazes, banners, etc., etc., etc. E quem é que tem milhões de reais? Quase ninguém. Então, o que fazem os candidatos? Têm de encontrar alguém para “bancar” toda essa despesa. Então, procuram uma multinacional, uma igreja, um sindicato, uma corporação da sociedade, um empresário rico, etc.
Bem, no caso de ser eleito, será que
este candidato eleito vai trabalhar para o bem do povo, do “bem comum”,
ou do bem de quem bancou a sua campanha? É claro, de quem bancou sua
campanha, pois certamente assumiu um compromisso com ele. Ai surge os
“lobbies” nas Assembleias legislativas e no Congresso Nacional, e assim,
são os interesses individuais e corporativistas que conduzem as
discussões dos assuntos a serem votados. E o povo, na verdade, fica sem
os devidos representantes. Por aqui você pode entender um pouco porque o
povo anda tão insatisfeito com os eleitos. Qual a solução para isso?
Parecem-me duas. Uma, evidentemente, é que os eleitores não podem dar
o seu voto a esse tipo de candidato, bancado por uma instituição para a
qual depois vai fazer “lobbie”; embora seja difícil saber quem são.
Outra solução urgente é se implantar no país o VOTO DISTRITAL. Como ele
funciona?No voto distrital você vota por Distrito. Cada Estado é dividido em distritos – que podem variar de 100 mil a 300 mil, por exemplo – e cada um de nós vota em deputados apenas do seu distrito. E cada candidato só faz campanha no distrito. Isso gera muitas vantagens:
1 – Escolher fica mais fácil – cada eleitor conhece o candidato e o fiscaliza depois de eleito, sabe onde ele mora, etc..
2 – A campanha fica mais barata- o candidato só faz campanha na sua região e não precisa andar muito e gastar muito.
3 – Acaba o “efeito Tiririca” – o voto de um candidato não elege outro.
4 – O gasto público diminui – acaba o toma lá da cá no Congresso.
5 – Os corporativistas perdem espaço, porque a eleição é por região. É
claro que os politiqueiros e interesseiros não querem. As oligarquias
se enfraquecem – dissolvem-se os currais eleitorais dos “coronéis”.6 – Aumenta a força das capitais – que hoje elege poucos representantes.
7 – O Congresso é fortalecido, porque fica mais difícil fazer falcatruas e enganar o povo.
8 - A corrupção diminui, fica mais difícil comprar as pessoas.
Em 2010, foram eleitos com os próprios méritos só 7% dos deputados
federais. Se o voto distrital tivesse sido adotado em 2010 não teriam
chegado à Câmara Federal 35 Sindicalistas, 21 religiosos, 28 familiares
de políticos. (VEJA – 2233 – ano 44 – 36 7/9/1, pgs. 78-841).
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