Não
se ama o que não se conhece. Podemos dizer que esta acaba sendo uma
verdade dificilmente contestada, especialmente em relação ao assunto que
estamos tratando: a Sagrada Liturgia. Só poderemos amar,
verdadeiramente, a Santa Liturgia se a conhecermos.
Quando vamos a Santa Missa, devemos lembrar-nos que não estamos apenas em uma reunião fraterna que acontece uma vez na semana. Por mais que este quesito esteja incluído na Liturgia, ela o ultrapassa de forma exponencial.
O Catecismo da Igreja Católica é bastante claro ao definir a Liturgia Eucarística como algo sublime e divino: “A Eucaristia é ‘fonte e ápice de toda a vida cristã’; ‘Os demais sacramentos, assim como todos os mistérios eclesiásticos e tarefas apostólicas se ligam à sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Pois a santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa’”. Quando participamos da Santa Missa estamos aos pés do Calvário, com Maria Santíssima, participando ativamente do Único Sacrifício Redentor de Cristo. Da mesma forma, na Santa Missa estamos juntos ao Senhor Ressuscitado, vencedor da morte, que reconciliou o mundo com Deus e nos concedeu a vida plena e em abundância. É na Santa Missa que nos apresentamos frente ao Emanuel (Cf. Is 7, 14 e Mt 1, 23), o Deus Conosco, que antes de partir para os Céus deu-se em alimento para seus Discípulos mandando que repetissem sempre o mesmo gesto “em memória de mim” (Lc 22, 19).
A Santa Missa é Banquete, porque comungamos do Corpo e Sangue do Senhor, mas é também o mesmo Sacrifício da Cruz onde nosso Senhor entregou-se em remissão dos pecados da humanidade como o cordeiro sem mancha que deveria ser oferecido na Páscoa judaica (cf. At 8, 32-33 e Is 53, 7s). Portanto, a Santa Missa é um grande Banquete Sacrifical, onde nos deparamos frente aos Santos Mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, onde nos encontramos com o Deus Vivo e Verdadeiro. Na Santa Eucaristia o Senhor Ressuscitado está verdadeiramente presente em Corpo, Sangue, Alma e Divindade! O pão e vinho são transubstanciados em Corpo e Sangue do Senhor! “É o Senhor” (cf. Jo 21, 7) entre nós! Na Santa Missa, vivenciamos os Santos Mistérios (Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor) e que grande Mistério vivemos na Santa Missa!
Quanto amor devemos ter a Santa Missa! Quanto amor devemos ter pela Santa Eucaristia! Se soubéssemos o quanto é grande o Mistério que se celebra, o tamanho da Obra Salvífica do Senhor, deveríamos arder de amor pelo Sacramento do Altar como os próprios Serafins! Por isso, com mais certeza ainda, devemos lembrar que o centro da Celebração não é o homem, mas o próprio Deus. Devemos proclamar sempre: a Igreja vive da Eucaristia! E isso implica em vários pontos.
Quis o Concílio Vaticano II que na Reforma Litúrgica: “As cerimônias resplandeçam de nobre simplicidade, sejam transparentes por sua brevidade e evitem as repetições inúteis, sejam acomodadas à compreensão dos fiéis e, em geral, não careçam de muitas explicações”. Assim, vemos a primeira e grande preocupação do Concílio: que os ritos falem por si mesmo, sem necessidade de muitas explicações.
Aqueles que estão envolvidos com a Liturgia, seja da forma que for, devem aprender a amá-la. Talvez esse deva ser o primeiro passo para ter-se uma Liturgia bem celebrada em nossas comunidades. Como amamos a Liturgia? Inicialmente conhecendo-a. Seguindo o que disse o então Cardeal Ratzinger, conhecer a Liturgia seria conhecer a Tradição viva e, se pensarmos assim, veremos que todos os ritos que existem na Liturgia têm raízes na mesma Tradição, uma raiz na História da Igreja, no desenvolvimento orgânico, logo gradual e crescente, da própria Liturgia. Devemos saber que raiz é essa e assim, mesmo os menores ritos, começarão a desdobrar-se em uma sequência de significados que, sem seu contexto histórico ou descolado da Tradição, não nos pareceria compreensível.
Diz-nos, de forma bastante inteligente, o conhecido autor americano Scott Hahn, aqui famoso pelo livro “O Banquete do Cordeiro”, prefaciando um livro de Mike Aquilina: “A Igreja possui sua memória e ela é chamada Liturgia. A Liturgia é a memória da Igreja. A Missa é o lugar onde a Tradição vive. (…) Na Missa, os cristãos são trazidos até aquele Único Sacrifício, que é eterno. (…) Na Missa, a Igreja conhece sua identidade e ensina-nos de modo mais concreto que em qualquer solene documento papal. O papa Pio XI declarou que a Liturgia é o órgão primário do Magistério ordinário da Igreja”.
Devemos lembrar que a Igreja é universal e a Liturgia deve demonstrar essa universalidade da fé católica. Celebrar de modo uniforme, como pede a Igreja, não é uma forma de tornar o sacerdote uma máquina de celebrar, ou os Mestres de Cerimônias apenas mestres na arte de pesquisarem normas litúrgicas em livros que poucos conhecem e estão escondidos em escuros corredores de bibliotecas, ao contrário! Celebrar como pede a Igreja é demonstrar respeito a nossas raízes cristãs, as gerações que vieram antes de nós e a união que temos com todos os católicos do mundo inteiro.
FONTE: ENTRAREI NO ALTAR DE DEUS – Cerimonial da Sagrada Liturgia (Volume I) – Michel Pagiossi Silva – Editora Vivens
Quando vamos a Santa Missa, devemos lembrar-nos que não estamos apenas em uma reunião fraterna que acontece uma vez na semana. Por mais que este quesito esteja incluído na Liturgia, ela o ultrapassa de forma exponencial.
O Catecismo da Igreja Católica é bastante claro ao definir a Liturgia Eucarística como algo sublime e divino: “A Eucaristia é ‘fonte e ápice de toda a vida cristã’; ‘Os demais sacramentos, assim como todos os mistérios eclesiásticos e tarefas apostólicas se ligam à sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Pois a santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa’”. Quando participamos da Santa Missa estamos aos pés do Calvário, com Maria Santíssima, participando ativamente do Único Sacrifício Redentor de Cristo. Da mesma forma, na Santa Missa estamos juntos ao Senhor Ressuscitado, vencedor da morte, que reconciliou o mundo com Deus e nos concedeu a vida plena e em abundância. É na Santa Missa que nos apresentamos frente ao Emanuel (Cf. Is 7, 14 e Mt 1, 23), o Deus Conosco, que antes de partir para os Céus deu-se em alimento para seus Discípulos mandando que repetissem sempre o mesmo gesto “em memória de mim” (Lc 22, 19).
A Santa Missa é Banquete, porque comungamos do Corpo e Sangue do Senhor, mas é também o mesmo Sacrifício da Cruz onde nosso Senhor entregou-se em remissão dos pecados da humanidade como o cordeiro sem mancha que deveria ser oferecido na Páscoa judaica (cf. At 8, 32-33 e Is 53, 7s). Portanto, a Santa Missa é um grande Banquete Sacrifical, onde nos deparamos frente aos Santos Mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, onde nos encontramos com o Deus Vivo e Verdadeiro. Na Santa Eucaristia o Senhor Ressuscitado está verdadeiramente presente em Corpo, Sangue, Alma e Divindade! O pão e vinho são transubstanciados em Corpo e Sangue do Senhor! “É o Senhor” (cf. Jo 21, 7) entre nós! Na Santa Missa, vivenciamos os Santos Mistérios (Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor) e que grande Mistério vivemos na Santa Missa!
Quanto amor devemos ter a Santa Missa! Quanto amor devemos ter pela Santa Eucaristia! Se soubéssemos o quanto é grande o Mistério que se celebra, o tamanho da Obra Salvífica do Senhor, deveríamos arder de amor pelo Sacramento do Altar como os próprios Serafins! Por isso, com mais certeza ainda, devemos lembrar que o centro da Celebração não é o homem, mas o próprio Deus. Devemos proclamar sempre: a Igreja vive da Eucaristia! E isso implica em vários pontos.
Quis o Concílio Vaticano II que na Reforma Litúrgica: “As cerimônias resplandeçam de nobre simplicidade, sejam transparentes por sua brevidade e evitem as repetições inúteis, sejam acomodadas à compreensão dos fiéis e, em geral, não careçam de muitas explicações”. Assim, vemos a primeira e grande preocupação do Concílio: que os ritos falem por si mesmo, sem necessidade de muitas explicações.
Aqueles que estão envolvidos com a Liturgia, seja da forma que for, devem aprender a amá-la. Talvez esse deva ser o primeiro passo para ter-se uma Liturgia bem celebrada em nossas comunidades. Como amamos a Liturgia? Inicialmente conhecendo-a. Seguindo o que disse o então Cardeal Ratzinger, conhecer a Liturgia seria conhecer a Tradição viva e, se pensarmos assim, veremos que todos os ritos que existem na Liturgia têm raízes na mesma Tradição, uma raiz na História da Igreja, no desenvolvimento orgânico, logo gradual e crescente, da própria Liturgia. Devemos saber que raiz é essa e assim, mesmo os menores ritos, começarão a desdobrar-se em uma sequência de significados que, sem seu contexto histórico ou descolado da Tradição, não nos pareceria compreensível.
Diz-nos, de forma bastante inteligente, o conhecido autor americano Scott Hahn, aqui famoso pelo livro “O Banquete do Cordeiro”, prefaciando um livro de Mike Aquilina: “A Igreja possui sua memória e ela é chamada Liturgia. A Liturgia é a memória da Igreja. A Missa é o lugar onde a Tradição vive. (…) Na Missa, os cristãos são trazidos até aquele Único Sacrifício, que é eterno. (…) Na Missa, a Igreja conhece sua identidade e ensina-nos de modo mais concreto que em qualquer solene documento papal. O papa Pio XI declarou que a Liturgia é o órgão primário do Magistério ordinário da Igreja”.
Devemos lembrar que a Igreja é universal e a Liturgia deve demonstrar essa universalidade da fé católica. Celebrar de modo uniforme, como pede a Igreja, não é uma forma de tornar o sacerdote uma máquina de celebrar, ou os Mestres de Cerimônias apenas mestres na arte de pesquisarem normas litúrgicas em livros que poucos conhecem e estão escondidos em escuros corredores de bibliotecas, ao contrário! Celebrar como pede a Igreja é demonstrar respeito a nossas raízes cristãs, as gerações que vieram antes de nós e a união que temos com todos os católicos do mundo inteiro.
FONTE: ENTRAREI NO ALTAR DE DEUS – Cerimonial da Sagrada Liturgia (Volume I) – Michel Pagiossi Silva – Editora Vivens
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