Há
vários tipos de temor: o temor da covardia ou do interesse (do
mercenário); o temor do castigo (do escravo); e o temor do amor (do
filho). Este último é o que vem do Espírito Santo e que consiste na
rejeição que o cristão experimenta diante da possibilidade de poder se
afastar de Deus; brota das próprias entranhas do amor. Não há verdadeiro
amor sem este tipo de temor. Medo de ofender o amado.
As virtudes nos afastam do pecado,
porém, se dá através de lutas, hesitações. Pelo dom do temor de Deus a
vitória é rápida e perfeita, pois então é o Espírito que move o cristão a
dizer Não à tentação. O dom do temor de Deus se prende à virtude da
humildade. Esta nos faz conhecer nossa miséria; impede a presunção e a
vanglória, e assim nos torna conscientes de que podemos ofender a Deus;
daí surge o santo temor de Deus. O mesmo dom também se liga à virtude da
temperança; combate a concupiscência e os impulsos desordenados do
coração, para não ofender e magoar a Deus.
O jovem São Luís de Gonzaga derramou
muitas lágrimas certa vez quando teve que confessar suas faltas leves…
Para o santo, essas pequeninas faltas eram sinais do perigo de poder um
dia afastar-se de Deus. Para quem ama, qualquer perigo de afastar-se do
amado tem grande importância.
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