terça-feira, 15 de outubro de 2013

O Repouso no Espírito Santo (Parte 1)

195_festa_do_divino_espirito_santo_de_pirenopolisRobert De Grandis, S.S.J.
No momento em que iniciamos nossa busca da revelação de Deus sobre o “repouso no Espírito”, peço ao leitor que também participe dos “Seminários de Deus” e faça algumas perguntas ao Senhor. Ele diz em Jeremias 33,3: “Invoca-me e eu te responderei e te anunciarei coisas grandes e inacessíveis, que tu não conheces”.
Introdução
O “repouso no Espírito” é um assunto de grande interesse em nossos dias e relacionado com a Renovação Carismática. Tal como o dom de línguas, a experiência de cair no chão durante uma oração tem despertado a atenção das pessoas. Pouco se tem escrito sobre ele e muito ainda é desconhecido. É como um território virgem, especialmente na comunidade católica.
E justamente porque esse assunto está começando a se destacar e a ter os seus efeitos, quero abrir a comunicação e iniciar o diálogo a respeito. Desejo examinar o que acredito ser mais uma moção do Espírito Santo em nossos dias.
O repouso no Espírito é, provavelmente, mais um dom carismático, pelo menos em parte. Parece haver um duplo carisma: o carisma de algumas pessoas, em quem o poder é tão forte que a maior parte dos que recebem suas orações cai; e o carisma daqueles que recebem a oração e que ficam tão abertos para receber que caem sob o poder quando alguém ora.
A Constituição Dogmática sobre a Igreja, Lumen gentium, do Concílio Vaticano II, n°12, ao falar dos dons carismáticos diz:
“Estes carismas, quer eminentes, quer mais simples e mais amplamente difundidos, devem ser recebidos com gratidão e consolação, pois que são perfeitamente acomodados e úteis às necessidades da Igreja”.
Desse modo, o que queremos fazer aqui é começar a explorar a “adequação e a utilidade” deste dom, e “recebê-lo com gratidão”.
Minha primeira experiência pessoal com o repouso no Espírito aconteceu durante uma reunião de oração com Kathryn Kuhlman, em 1971. Lembro-me de ter ficado deitado no chão, sentindo uma paz profunda e a consciência do enorme poder de Deus. Desde aquela ocasião, acredito que já repousei pelo menos 25 vezes. Se eu contar todas as vezes em que repousei no Espírito enquanto recebia uma oração, sentado em uma cadeira, creio que seriam de 75 a 100 vezes. Quase todas as vezes que recebo cura interior, repouso no Espírito.
Uma das melhores experiências que já tive foi no Brasil, após um longo e cansativo dia de pregação. Estava exausto e alguém se ofereceu para me fazer repousar no Espírito. Após alguns momentos de repouso com o Senhor, levantei-me totalmente reanimado e renovado. Foi fantástico! Algumas vezes, quando estou tenso, antes de um seminário, peço a alguém que me faça repousar no Espírito. Posso repousar cerca de vinte minutos e, então, estarei pronto para ir, mais sensível, aberto e apto a perceber a direção que o Senhor quer que eu siga naquela pregação.
Em 1972, quando fui chamado para orar em uma equipe com Francis MacNutt, na universidade de Notre Dame, tive minha primeira experiência de ser utilizado como instrumento para o repouso no Espírito de outra pessoa. Surpreso, chamei Bárbara Schlemon para que examinasse a pessoa que tinha caído. Ela me assegurou que o indivíduo estava “simplesmente repousando no Espírito”. Era algo que eu nunca tinha visto.
O tempo passou e comecei a me dedicar inteiramente ao ministério de cura na Renovação Carismática, e o repouso no Espírito se tornou uma via poderosa de cura, especialmente com grandes grupos, onde não havia tempo para a oração individual prolongada. Comecei a ouvir histórias de que o Senhor realizara curas profundas em espaços de tempo incrivelmente curtos, enquanto as pessoas repousavam calmamente em seus lugares ou no chão, durante as orações de cura. Pessoas que haviam se submetido a aconselhamento por muitos anos, sem conseguirem melhora significativa, obtinham profunda cura e rápido crescimento enquanto repousavam no Espírito por breve espaço de tempo.
Tenho experiência de que uma das maneiras mais poderosas de ajudar a cura e o crescimento das pessoas na oração é através do repouso no Espírito. Eu costumava dar cursos sobre a oração e, atualmente, com esses cursos também ajudo as pessoas a se abrirem à experiência do repouso no Espírito. Algumas vezes, em seminários de um dia, ou em retiros de fim de semana, oro para que os participantes repousem no Espírito no começo, antes de iniciar a palestra, no meio e no fim do retiro ou do dia. Essa experiência os abre para receber o Senhor e é mais eficiente do que qualquer outro método que eu já tenha descoberto. Algumas das curas mais profundas ocorrem em retiros nos quais as pessoas repousam no Espírito.
Hoje, quando viajo pelos Estados Unidos e por diversos países, coordenando treinamentos de líderes e orações de cura, em meu ministério de tempo integral, vejo participantes sem-conta repousarem no Espírito – até mesmo bispos!
Um dos comentários mais comuns que ouço quando estou pregando é: “Padre, o senhor é o primeiro a nos dar uma explicação detalhada sobre o repouso no Espírito”. Lembro-me que já em 1974, algumas pessoas em grupos de oração ficavam sob o poder do Espírito enquanto estavam louvando o Senhor. Muitos não sabiam do que se tratava e ficavam com muito medo. A falta de compreensão provoca confusão, interpretações equivocadas e abusos. O assunto precisa ser aberto à discussão. Não podemos simplesmente dar as costas ou reprimi-lo.
Não quero negar que haja problemas pastorais. Creio que o que devemos fazer é obter umas respostas pastorais para os problemas pastorais, sem extinguir o Espírito. João diz nas epístolas: “Examinai os espíritos” (I Jo 4,1) e é isto que estamos tentando fazer: examiná-los em sua autenticidade e praticidade.
De acordo com minha pesquisa, alguns críticos do repouso no Espírito nunca viveram a experiência. Não creio que seja correto alguém que não tenha tido uma experiência tão subjetiva como o repouso no Espírito se posicione contra ela com simples argumentos intelectuais. Seria a mesma coisa que fazer um homem escrever um livro sobre a alegria de dar a luz uma criança. Nenhum homem poderia descrever adequadamente essa sensação, porque é uma experiência subjetiva da mulher.
Entretanto, somos gratos àqueles que questionaram negativamente este dom, porque nos forçaram, a nós que damos valor positivo a essa experiência, a dar a razão da nossa fé. O negativismo que encontrei levou-me a examinar mais profunda e cuidadosamente a posição que eu e outros, que também se dedicam inteiramente ao ministério de cura, defendemos a respeito desse assunto, ao mesmo tempo tão poderoso e delicado.
Em todos os lugares aonde vou, ouço sacerdotes dizendo: “Precisamos de alguma coisa… o povo tem fome… o povo está buscando”. Eles se confrontam com as necessidades do povo tomados por uma sensação de incapacidade de realizar qualquer mudança.
Em um artigo para a revista New Covenant, Pe. James Hughes fala da necessidade de formação espiritual dos jovens de sua paróquia e a solução que Deus lhe deu:
“Comecei com um pequeno grupo de jovens que concordou em fazer um retiro. Durante o rito penitencial, a presença de Deus se tornou tão forte que quase todos foram dominados pelo Espirito Santo e chamados a uma profunda conversão. Muitos foram batizados no Espirito e começaram a falar em línguas… Na verdade, surgiram problemas quando tivemos de fazer algumas mudanças… mas continuamos. Logo fui confrontado com um desafio formidável – uma classe numerosa de crisma com cerca de 100 jovens. Abandonei os manuais e resolvi fazer um Seminário de Vida no Espirito, confiando na orientação do Espirito Santo para me conduzir pelo caminho certo.. A classe correspondeu… A partir do momento em que decidimos correr o risco, Deus respondeu imediatamente … O programa gira em torno da conversão. Enfatizo os dons carismáticos e o batismo no Espirito Santo porque são eles que levam à conversão – à mudança da mente e do coração. Esses jovens precisam de Jesus. A experiência carismática faz com que Seu amor e poder se tornem evidentes… Qual o segredo da mudança? O Senhor se encarrega disso. Os corações dos jovens são transformados quando nos retiramos e deixamos o Senhor agir”.
A necessidade de conversão é a mesma tanto para uma pessoa de 80 anos como para uma criança de oito. Conversão significa mudança, e mudança frequentemente significa risco, medo e problema.
Em cada história que se houve, encontra-se a semente da conversão sendo regada nos corações do povo. Cada história é um exemplo de entrega ao ministério do Espírito Santo.
Paulo VI, na Evangelii nuntiandi, n° 75., afirma:
“Repleta do ‘conforto do Espirito Santo’, a Igreja ‘ia crescendo’ (cf. At 9,31) . Ele é a alma desta mesma Igreja. É Ele quem faz com que os fiéis possam entender os ensinamentos de Jesus e o seu mistério. Ele é aquele que, hoje ainda, como nos inícios da Igreja, age em cada um dos evangelizadores que se deixa possuir e conduzir por Ele…”.
Certa vez, Pe. Matthew Linn fez uma observação interessante de que há um aspecto de “pré-evangelização” e de “pós-evangelização” no repouso no Espírito. Para os não-cristãos, ou para os cristãos indiferentes que não prestam obediência ao Senhor, o repouso geralmente abre seus corações para ouvir a palavra de Deus. O aspecto de pós-evangelização do repouso é para aqueles que aceitaram o Senhor e estão produzindo frutos. O repouso os atrai para a oração profunda, intensificando o dom da contemplação. A necessidade de conversão é constante para todos nós.
Em 1967, alguns católicos carismáticos da Universidade de Duquesne permitiram que o Espírito Santo os possuísse e conduzisse. Após receberem o batismo no Espírito e começarem a orar em línguas, puseram em risco a própria reputação ao narrar a história extraordinária a uma Igreja que não aceitava o dom de línguas. O Espírito de Deus, ao conferir dons de impacto, certamente atrai a atenção dos católicos, frios ou quentes. Ele parece estar cativando tanto os fiéis como os infiéis com uma nova espécie de amor.
Definições
Creio que seja útil começar de um ponto elementar, definindo primeiramente o que é “experiência religiosa”. E para os leitores que estão se iniciando no assunto do repouso no Espírito, daremos algumas definições sobre a experiência a partir de diversas perspectivas. Em seguida, abordaremos a diferença entre o repouso “espontâneo” e “ministrado”
Experiência Religosa: consciência de Deus em “nível de sensação e emoção” que gera uma resposta espontânea. É, freqüentemente, acompanhada por revelação, inspiração, vozes, visões e conversão.
Repouso no Espírito: experiência que consiste em cair de costas no chão durante uma oração, também algumas vezes chamada de “Dominado no Espírito”, “Cair sob o poder”, “Dormição”, “Morrer no Espírito” ou simplesmente “A bênção”. Ainda que eu prefira chamar essa experiência de “Repouso no Espírito”, haverá uma série de citações que se referem a ele como “Morte ou morrer” no Espírito. Esses termos para nós serão sinônimos.
Não parece haver uma descrição simples do que essa experiência abrange. Em meu livro, Ministério de cura para leigos (4.a ed.) afirmo:
“Parece que enquanto repousamos no Espírito, as nossas funções físicas e psicológicas se desaceleram e a sensibilidade se intensifíca no relacionamento com o Senhor…”
Nas definições a seguir, existe certa concordância quanto à submissão, entrega, renúncia ou repouso da atividade e dos sentidos do corpo físico para que Deus possa Se manifestar mais claramente ao íntimo do homem.
Francis MacNutt, em O poder de curar, afirma: “Tanto quanto posso ver, é o poder do Espírito enchendo de tal forma a pessoa com uma consciência íntima muito elevada, que a energia do corpo desfalece a ponto de não poder ficar de pé”.
Pe. George Montague afirma, na revista Catholic Charismatic: ” …a pessoa é dominada por uma profunda sensação de bem-estar que lhe causa um relaxamento momentâneo, a tal ponto que ela cede o controle de seu sistema motor e desmaia ou cai flácida”.
Pe. Ralph DiOrio comenta: “Ele é parte do dom de cura, um toque direto, no mais íntimo do ser, da plenitude do amor e da paz de Deus”.
Morton Kelsey comenta em Discernment: “…geralmente descrevem uma sensação de poder divino ou energia que flui interiormente, que os faz relaxar e cair…”.
Gosto também da descrição simples feita por um pediatra: “Parece ser a evidência exterior da entrega interior que se faz ao Senhor”.
Pe. Ted Dobson prefere separar totalmente o ato de cair da avaliação da causa da queda, e simplesmente se refere à experiência como “o fenômeno da queda”. Referindo-se às variadas descrições, ele afirma: “… Esses nomes só começam a nos dar uma pista do que realmente está acontecendo… faremos referência a ele como ‘o fenômeno da queda’ não só porque a queda no chão é o aspecto comum a todas as diversas formas da experiência, mas também porque é um termo isento de avaliação, pois não pressupõe uma causa para a experiência”.
Pe. Thomas Keating em Open mind, open heart afirma: “… sente-se uma leve interrupção no funcionamento normal dos sentidos e escorrega-se para o chão. Se as pessoas não experimentaram este tipo de oração anteriormente, caem com uma sensação de bem-estar e permanecem deitadas todo o tempo que podem”.
Uma analogia que uso algumas vezes é com o banho de sol. As pessoas simplesmente se estendem ao sol, deixam que ele venha e relaxam. O repouso no Espírito é como deixar que o sol do Espírito Santo penetre no íntimo. Enquanto repousam, terão, em muitos casos um encontro direto com o Senhor. Então, o Senhor realizará muitas curas. Elas sentem o Seu amor, ouvem o Senhor falando com elas e simplesmente repousam em Sua presença.
Mons. Vincent Walsh se refere a essa experiência como uma “dormição”, palavra que sugere “sono” e aponta para certa semelhança com a experiência de êxtase narrada nos escritos dos santos. Mas não se trata de sono. Durante o repouso, permanece a consciência dos outros agindo e falando ao redor; o sono é diferente. A pessoa pode ouvir o que está acontecendo, mas não se importa com nada. Sua energia parece estar canalizada para o Senhor. É como estar completamente absorvido por um programa de televisão em uma sala barulhenta e cheia de gente. A pessoa se concentra na televisão e desliga-se totalmente dos outros. No repouso no Espírito, ela também está profundamente concentrada no Senhor.
Repouso espontâneo e ministrado
Outra definição que poderá ser útil é a que distingue o repouso “espontâneo” do repouso “ministrado”.
Repouso Espontâneo: consiste em cair sob o poder do Espírito Santo sem nenhum intermediário.
Repouso Ministrado (também citado como repouso induzido ou cooperativo): é o repouso que pode acontecer como resultado ou de orações para a remoção de barreiras ao Espírito Santo, ou de música, ensinamento, movimento físico como levantar os braços num gesto de entrega, ou desejo explícito de repousar.
“O Deus, relembraremos a vossa misericórdia, no interior do vosso Templo!” (Sl 47,10).
Fundamentação Bíblica
À medida que entramos em contato com o’ fenômeno do repouso no Espírito, uma das primeiras perguntas é: “Onde podemos encontrá-lo na Escritura?” Há situações paralelas ou semelhantes na Bíblia? Norton Kelsey afirma:
“É óbvio que nos tempos bíblicos não havia nada exatamente similar à uma cerimônia moderna em que as pessoas se dirigem para a frente, são tocadas e caem; por outro lado, há muitas referências no Antigo e no Novo Testamentos a pessoas que caíram diante de Deus e parecem ter sido atingidas pelo Seu Espírito”.
Há referências bíblicas a quedas ante a presença de Deus, tanto voluntárias como involuntárias, em contextos positivos é negativos.
1. Prostração voluntária

a. Em ação de graças. Prostrar-se diante do Deus em adoração e gratidão. Lc 17,15-16, onde o leproso foi curado, é um exemplo. “Um dentre eles; vendo-se curado, voltou atrás, glorificando a Deus em alta voz, e lançou-se aos pés de Jesus com o rosto por terra, agradecendo-lhe.”
b. Em um ímpeto de profunda oração. “Por essa razão eu dobro os joelhos diante do Pai – de quem toma o nome toda família no céu e na terra -, para pedir-lhe que ele conceda, segundo a riqueza da sua glória, que vós sejais fortalecidos em poder pelo seu Espírito no homem interior…” (Ef 3,14-16).
Também em Mt 26,39 , Jesus no Getsêmani “… prostrou-se com o rosto em terra e orou: ‘Meu pai, se é possível, que passe de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas como tu queres’ “.
2. Prostração involuntária

a. Conflito espiritual
“No caminho, pelo meio-dia, eu vi, ó rei, vinda do céu e mais brilhante que o sol, uma luz resplandecente ao redor de mim e daqueles que me acompanhavam. Caímos todos por terra, e ouvi uma voz que me dizia em língua hebraica: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues? …’ ” (At 26,13-14).
Jr 46,15: “Por que o teu Touro não resistiu? Porque lahweh o derrubou!”
Quando Jesus foi preso, Judas levou os soldados ao Getsêmani:
(Jo 18,4-6) “…Sabendo Jesus tudo o que lhe aconteceria, adiantou-se e lhes disse: ‘A quem procurais?’ Responderam: ‘Jesus o Nazoreu’. Disse-lhes: ‘Sou eu’ … Quando Jesus lhes disse: ‘Sou eu’, recuaram e caíram por terra.”
b. Dominado pela presença de Deus em posição estática
No Antigo Testamento, na dedicação do templo de Salomão (2 Cr 5,13-14): “Cada um dos que tocavam a trombeta ou cantavam, louvavam e celebravam lahweh a uma só voz; elevando a voz ao som das trombetas, dos címbalos e dos instrumentos de acompanhamento, louvavam a lahweh… a Casa se encheu com a Nuvem da glória de Iahweh. Os sacerdotes não puderam continuar o seu serviço por causa da nuvem, pois a glória de lahweh enchia a Casa de Deus’.
Dn 10,8-9: “Fiquei sozinho, pois, a contemplar esta grande visão: não restou força alguma em mim, a bela cor do meu rosto mudou-se em lividez, perdi todo o vigor. Ouvi, então, o som de suas palavras. Ao ouvir o som de suas palavras, desfaleci sobre o meu rosto, meu rosto contra a terra”.
Ez 1,28: “…Tal era o brilho em torno, isto é, uma aparência semelhante à Glória de lahweh. Ao vê-la, caí com o rosto em terra e ouvi a voz de alguém que falava comigo”.
Ez 43,3: “A aparência que vi era igual à aparência que eu vira quando vim para a destruição da cidade e igual à aparência que eu vira junto ao rio Cobar. Então, prostrei-me com o rosto em terra”.
Ap 1,17: João, em Patmos, foi arrebatado em êxtase, quando viu “alguém semelhante a um filho de Homem”. “Ao vê-lo, caí como morto a seus pés…”
Quando Deus faz com que um homem caia de bruços (ou de costas), por que o faz? Pe. John Hampsch sugere algumas razões prováveis:
“Com Pedro e Paulo, o objetivo era assegurar que aquele que estava recebendo a revelação tivesse um impacto ao perceber o seu envolvimento direto com Deus… Com Daniel, foi para convencê-lo de que a visão e a profecia eram verdadeiras… Em Patmos, João foi dominado quando recebeu a revelação que resultou em um livro completo, o livro do Apocalipse. Com os soldados no sepulcro, Deus demonstra Seu poder dominador. Deus pode fazer com que Seus amigos e Seus inimigos caiam por terra, com diferentes propósitos para cada caso. Em uma oportunidade, demonstra que o poder do homem não sobrepuja o poder de Deus; em outra, com os amigos, é para que o poder de Deus os fortaleça. A ênfase principal deste fenômeno especial está no poder de Deus. At 1,8 diz: ‘Mas o Espírito Santo descerá sobre vós e dele recebereis força’. O poder também foi manifestado através do domínio de Deus, como quando os soldados foram dominados pela presença de Jesus e caíram por terra, no momento em que tentaram prendê-lo. Em outras situações, o poder talvez tenha possibilitado um fortalecimento ao se tomar consciência da natureza e da bondade de Deus… “
“…Jesus, aproximando-se deles, falou: ‘Toda a autoridade Sobre o céu e sobre a terra me foi entregue…’ ” (Mt 28,18).
O objetivo do que se segue é dar uma visão geral e acessível do repouso no Espírito, qual a aparência exterior e qual a sensação de repousar – uma visão externa e interna.

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