É o profeta que, durante os tempos difíceis do exílio do povo eleito, levava a consolação e a esperança. Na segunda parte do seu livro, dos capítulos 40 a 55 (Livro da Consolação), anuncia a libertação, fala de um novo e glorioso êxodo e da criação de uma nova Jerusalém, reanimando assim, os exilados.
As principais passagens desse livro são proclamadas durante o tempo do Advento num anúncio perene de esperança para os homens de todos os tempos.
João Batista
É o último dos profetas e segundo o próprio Jesus, “mais que um profeta”, “o maior entre os que nasceram de mulher”, o mensageiro que veio antes d’Ele a fim de lhe preparar o caminho, anunciando a sua vinda (conf. Lc 7, 26-28), pregando aos povos a conversão, pelo conhecimento da salvação e perdão dos pecados (Lc 1, 76s).
A figura de João Batista ao ser o precursor do Senhor e apontá-Lo como presença já estabelecida no meio do povo, encarna todo o espírito do Advento; por isso ele ocupa um grande espaço na liturgia desse tempo, em especial no segundo e no terceiro domingo.
João Batista é o modelo dos que são consagrados a Deus e que, no mundo de hoje, são chamados a serem profetas e as próprias profecias do reino, bem como as vozes no deserto e caminho que sinaliza para o Senhor, permitindo, na própria vida, o crescimento de Jesus e a diminuição de si mesmo, levando, por sua vez os homens a se despertarem do torpor do pecado.
Maria
Não há melhor maneira de se viver o Advento do que se unindo à Maria como mãe, grávida de Jesus, esperando o seu nascimento.
Assim como Deus precisou do sim de Maria, hoje, Ele também quer precisar do nosso sim- para poder nascer em nós e se manifestar no mundo; assim como Maria se “preparou” para o nascimento de Jesus, a começar pela renúncia e mudança de seus planos pessoais para sua vida inteira, nós precisamos nos preparar para vivenciar o nascimento d’Ele em nós mesmos e no mundo, em uma mesma disposição mariana: “Faça-se em mim segundo a sua Palavra” (Lc 1, 38). Permitindo-nos, assim, uma conversão do nosso modo de pensar, da nossa mentalidade, do nosso modo de viver, agir, etc. Em Maria encontramos a realização e a expectativa messiânica de todo o Antigo Testamento.
José
Nos textos bíblicos do Advento, se destaca José, esposo de Maria, o homem justo e humilde que aceita a missão de ser o pai adotivo de Jesus. Sendo da descendência de Davi e pai legal de Jesus, José tem um lugar especial na encarnação, colaborando para que se cumpra em Jesus o título messiânico de “Filho de Davi”. José é justo por causa de sua fé, modelo de fé dos que querem entrar em diálogo e em comunhão com Deus.
E como celebrar o Advento?
O Advento deve ser celebrado com sobriedade e com discreta alegria. Não se canta o Glória, para que na festa do Natal, nós nos juntemos aos anjos e entoemos este hino como algo novo, dando glória a Deus pela salvação que realiza no meio de nós.
Pelo mesmo motivo, o diretório litúrgico da CNBB orienta que flores e instrumentos sejam usados com moderação, para que não seja antecipada a plena alegria do Natal de Jesus. As vestes litúrgicas (casula, estola etc) são de cor roxa, bem como o pano que recobre o ambão, como sinal de conversão em preparação para a festa do Natal- com exceção do terceiro domingo do Advento, ‘Domingo da Alegria’ ou ‘Domingo Gaudete’, cuja cor tradicionalmente usada é a rósea, em substituição ao roxo, para revelar a alegria da vinda do libertador que está bem próxima, referindo-se à segunda leitura que diz:
‘Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito, alegrai-vos, pois o Senhor está perto’. (Fl 4, 4)
Vários símbolos do Advento nos ajudam a mergulhar no mistério da encarnação e vivenciar melhor esse tempo.
Entre eles, há a coroa ou grinalda do Advento.
Ela é feita de galhos sempre verdes entrelaçados, formando um círculo, no qual são colocadas 4 grandes velas representando as 4 semanas do Advento.
A coroa pode ser pendurada no prebistério, colocada no canto do altar ou em qualquer outro lugar visível.
A cada domingo uma vela é acesa; no 1° domingo uma, no segundo duas e assim por diante até serem acesas as 4 velas no 4° domingo. A luz nascente indica a proximidade do Natal, quando Cristo salvador e luz do mundo brilhará para toda a humanidade, e representa também, nossa fé e nossa alegria pelo Deus que vem.
O círculo sem começo e sem fim simboliza a eternidade; os ramos sempre verdes são sinais de esperança e da vida nova que Cristo trará e que não passa.
A fita vermelha que enfeita a coroa representa o amor de Deus que nos envolve e a manifestação do nosso amor que espera ansioso o nascimento do Filho de Deus.
A cor roxa das velas nos convida a purificar nossos corações em preparação para acolher o Cristo que vem.
A vela de cor rosa, nos chama a alegria, pois o Senhor está próximo.
Os detalhes dourados prefiguram a glória do Reino que virá.
Podemos também, em nossas casas, com as nossas famílias, mergulhar no espírito do Advento – celebrando-o com a ajuda da coroa do Advento que pode ser colocada ao lado da mesa de refeição.
Bibliografia:
BERGAMINI, Augusto. Cristo, festa da Igreja: história, teologia e pastoral do ano litúrgico. Paulinas, São Paulo, p. 177-194, 1994. CNBB, Diretório Litúrgico 2002.
Texto elaborado por: Mônica Furtado
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