Atualmente
a Igreja Católica evita as palavras obrigação e proibição. Ela apenas
aconselha a abstinência de carne vermelha como gesto de conversão. O
jejum é uma tradição que surgiu na Idade Antiga e se consolidou na Idade
Média, época em que pessoas humildes raramente provavam carne.
Na época, o povo vivia em terras alheias
e a carne vermelha era consumida só em banquetes, nas cortes e nas
residências dos nobres. Ela tornou-se, então, símbolo da gula, associado
ao pecado. Dessa forma, a Igreja orientava os fiéis a comerem carne à
vontade antes da quaresma – o que deu origem aos banquetes chamados
“carnevale” e ao nosso carnaval – e depois se absterem de carne, durante
os 40 dias que antecediam a Páscoa. O peixe não chegou a entrar na
lista da abstinência porque sua presença era irrelevante nos banquetes
medievais.
Com o passar dos séculos, a carne deixou
de estar presente somente nos banquetes e perdeu seu caráter simbólico
de pecado. A orientação atual é que os católicos que desejarem se
abstenham na Quarta-Feira de Cinzas e na Sexta-Feira Santa. Pessoas
enfermas, idosas e crianças são isentas dessa orientação.
Fonte: Irmã Maria Inês Carniato, da Editora Paulinas
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