Para tirar essas dúvidas sugiro a leitura do nosso livro “Intercessão dos Santos – imagens e relíquias“
No livro do Êxodo (20,4-5) Deus parece
proibir o uso de imagens. Mas porquê essa proibição? Porque podia ser
ocasião a que o povo de Israel as adorassem, como faziam os povos
vizinhos dados à idolatria. Os israelitas tendiam a imitar gestos
religiosos pagãos e, por isso, muitas vezes caíram na idolatria. Deus
queria incutir o conceito de Javé, mostrando que o Senhor era diferente
dos deuses dos outros povos.
Tomadas as cautelas contra o perigo da
idolatria, Deus não somente permitiu, mas até mandou que se fizessem
imagens sagradas. Veja:
* Ex 25,17-22 – Deus manda Moisés colocar 2 querubins de ouro na Arca da Aliança, onde Javé falava com seu povo.
* 1Rs 6,23-28 – No Templo construído por
Salomão foram colocados querubins de madeira junto à Arca da Aliança. E
as paredes do templo tinha imagens de querubins. Tudo feito com ordem
de Deus, conforme vemos em 1Crônicas (22,6-13), e em Êxodo (31,1-11).
* 1Rs 7,25.29 – No Templo de Salomão havia também bois de metal, leões, touros e querubins.
* Nm 21,8-9 – Deus ordenou a Moisés que fizesse uma serpente de bronze, e quem olhasse para ela seria salvo.
No século III, encontramos sinagogas da
Palestina com pinturas e figuras humanas. A sinagoga de Dura-Europos, na
Babilônia, tinha a representação de Moisés, Abraão e outros.
As antigas catacumbas cristãs
apresentavam imagens bíblicas. Noé salvo do dilúvio, Daniel na cova dos
leões, o peixe que simbolizava o Cristo e muitas outras.
A veneração que a Igreja presta às
imagens, só é válida na medida em que é oferecida indiretamente àqueles
que as imagens representam.
Veja alguns depoimentos sobre o uso das imagens:
- “Uma coisa é adorar uma imagem, outra
coisa é aprender, por essa imagem, a quem se dirige às tuas preces. O
que a Escritura é para aqueles que sabem ler, a imagem o é para os
iletrados. Por essas imagens, aprendem o caminho a seguir. A imagem é o
livro daqueles que não sabem ler” (Papa São Gregório Magno).
- “Quanto mais os fiéis contemplarem
essas representações, mais serão levados a recordar-se dos modelos
originais. Uma veneração respeitosa sem que isto seja adoração, pois
esta só convém, segundo a nossa fé, a Deus.” (Concílio de Niceia II).
- “Ninguém há tão simples e iletrado que
possa desculpar-se de não saber como viver retamente, quando tem diante
de si na imagem do Crucificado, um livro ilustrado, escrito, de forma
clara e legível, em que todas as virtudes são aprovadas e todos os
vícios reprovados.” (Jean Gerson).
- “Outrora Deus invisível, nunca era
representado. Mas agora que Deus se manifestou na carne e habitou entre
os homens, eu represento o “visível” de Deus. Não adoro a matéria, mas o
Criador da matéria.” (ib I. 16).
Prof. Felipe Aquino
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