Se não tivermos uma fé firme e a certeza de que
o próprio Filho de Deus, Jesus Cristo, veio em pessoa nos dar garantia do que
Ele pregou, nós não conseguiremos alcançar o pensamento de Deus, pois o que o
mundo ensina agrada muito mais à nossa humanidade. Com efeito, a Palavra de
Deus nos confunde, pois fala justamente o contrário do que todos apregoam.
Se, colocarmos de um lado, as instruções de
Jesus neste Evangelho, e do outro lado, as concepções que o mundo prega, com
certeza, nós perceberemos que existe um fosso enorme separando as duas
vertentes. Por isso, quando nós ouvimos Jesus falar coisas como: amar os nossos
inimigos, fazer o bem aos que nos odeiam ou bendizer aos que nos amaldiçoam;
rezar pelos que nos caluniam e dar a outra face depois de tomar uma bofetada;
entregar a túnica quando alguém já nos tomou o manto, etc., nós nos apavoramos
e achamos que Ele nos propõe andarmos na contra mão do mundo. Jesus veio
desbaratar a teia do inimigo que tenta nos infligir uma doutrina de morte que
nos instrui a nos posicionar uns contra os outros lançando fora a virtude da
caridade que Deus nos conferiu. A chave para que possamos compreender o que
Jesus veio nos ensinar está justamente, nessa expressão: “O que vós desejais
que os outros vos façam, fazei-o também vós a eles.” Quando nos colocamos no
lugar do outro, quando nos envolvemos com o outro indivíduo, nós podemos
compreender as suas motivações e assim, também, perdoar, compreender, acolher.
Depois também Jesus nos faz outras indagações para a nossa reflexão: qual a
recompensa que nós teremos se fizermos o bem só a quem nos fizer o bem? Quais
os méritos que teremos se amarmos somente a quem nos ama? Se emprestarmos
dinheiro, somente a quem nos pode pagar nós não estaremos fazendo por amor, mas
sim, por conveniência; Jesus ainda nos adverte: “sereis filhos do Altíssimo,
porque Deus é bondoso também para com os ingratos e os maus”. Finalmente, Ele
nos dá a dica para que sejamos misericordiosos como o Pai é misericordioso: não
julgar, porque assim também não seremos julgados; não condenar, para que também
não sejamos condenados; perdoar para que sejamos perdoados; dar para poder
então, receber. Em fim, com a mesma medida com que nós medimos os outros - isto
é, da mesma forma, na mesma proporção, do mesmo jeito, - nós seremos também
medidos. - Você tem dificuldade em acolher essa Palavra? - Qual das orientações
de Jesus lhe é mais difícil de viver? - Como você costuma julgar as pessoas que
erram? - Você costuma fazer o bem sem olhar a quem, ou você só ajuda a quem
você conhece?- Você acha que tem necessidade de amar as pessoas que estão fora
do seu círculo de amizade?
Helena Serpa
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