quarta-feira, 26 de agosto de 2015

As provas da Ressurreição de Jesus

Fig. 10A Igreja não tem dúvida em afirmar que a Ressurreição de Jesus foi um evento histórico e transcendente. No §639 o Catecismo afirma: “O mistério da Ressurreição de Cristo é um acontecimento real que teve manifestações historicamente constatadas, como atesta o Novo Testamento. Já S. Paulo escrevia aos Coríntios pelo ano de 56: Eu vos transmiti… o que eu mesmo recebi: Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras. Foi sepultado, ressuscitado ao terceiro dia, segundo as Escrituras. Apareceu a Cefas, e depois aos Doze” (1Cor 15,3-4). O apóstolo fala aqui da viva tradição da Ressurreição, que ficou conhecendo após sua conversão às portas de Damasco.
O primeiro acontecimento da manhã do Domingo de Páscoa foi a descoberta do sepulcro vazio (cf. Mc 16, 1-8). Ele foi a base de toda a ação e pregação dos Apóstolos e foi muito bem registrada por eles. São João afirma: “O que vimos, ouvimos e as nossas mãos apalparam isto atestamos” (1 Jo 1,1-2). Jesus ressuscitado apareceu a Madalena (Jo 20, 19-23); aos discípulos de Emaús (Lc 24,13-25), aos Apóstolos no Cenáculo, com Tomé ausente (Jo 20,19-23); e depois, com Tomé presente (Jo 20,24-29); no Lago de Genezaré (Jo 21,1-24); no Monte na Galiléia (Mt 28,16-20); segundo S. Paulo “apareceu a mais de 500 pessoas” (1 Cor 15,6) e a Tiago (1 Cor 15,7).
S. Paulo atesta que Ele “… ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e foi visto por Cefas, e depois pelos Onze; depois foi visto por mais de quinhentos irmãos duma só vez, dos quais a maioria vive ainda hoje e alguns já adormeceram; depois foi visto por Tiago e, em seguida, por todos os Apóstolos; e, por último, depois de todos foi também visto por mim como por um aborto” (1 Cor 15, 3-8).floresmenor
“Deus ressuscitou esse Jesus, e disto nós todos somos testemunhas” (At 2, 32), disse São Pedro no dia de Pentecostes. “Saiba com certeza toda a Casa de Israel: Deus o constituiu Senhor (Kýrios) e Cristo, este Jesus a quem vós crucificastes” (At 2, 36). “Cristo morreu e reviveu para ser o Senhor dos mortos e dos vivos”.(Rm 14, 9). No Apocalipse, João arremata: “Eu sou o Primeiro e o Último, o Vivente; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos, e tenho as chaves da Morte e da região dos mortos” (Ap 1, 17s).
Toda a pregação dos Discípulos estava centrada na Ressurreição de Jesus. Diante do Sinédrio Pedro dá testemunho da Ressurreição de Jesus (At 4,8-12). Em At 5,30-32 repete. Na casa do centurião romano Cornélio (At 10,34-43), Pedro faz uma síntese do plano de Deus, apresentando a morte e a ressurreição de Jesus como ponto central. S. Paulo em Antioquia da Pisídia faz o mesmo (At 13,17-41).
A presença de Jesus ressuscitado era a manifestação salvífica definitiva de Deus, inaugurando uma nova era na História humana; era a força do Apóstolos. Jesus ressuscitado caminhou com eles ainda quarenta dias e criou a fé dos discípulos e não estes que criaram a fé no Ressuscitado.
A primeira experiência dos Apóstolos com Jesus ressuscitado, foi marcante e inesquecível: “Jesus se apresentou no meio dos Apóstolos e disse: “A paz esteja convosco!” Tomados de espanto e temor, imaginavam ver um espírito. Mas ele disse: “Por que estais perturbados e por que surgem tais dúvidas em vossos corações? Vede minhas mãos e meus pés: sou eu! “Apalpai-me e entendei que um espírito não tem carne nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E, como, por causa da alegria, não podiam acreditar ainda e permaneciam surpresos, disse-lhes: “Tendes o que comer?” Apresentaram-lhe um pedaço de peixe assado. Tomou-o então e comeu-o diante deles”. (Lc 24, 34ss)
Os Apóstolos não acreditavam a principio na Ressurreição do Mestre. Amedrontados, julgavam ver um fantasma, Jesus pede que o apalpem e verifiquem que tem carne e ossos. Nada disto foi uma alucinação, nem miragem, nem delírio, nem mentira, e nem fraude dos Apóstolos, pessoas muito realistas que duvidaram a principio da Ressurreição do Mestre. A custo se convenceram. O próprio Cristo teve que falar a Tomé: “Apalpai e vede: os fantasmas não têm carne e osso como me vedes possuir” (Lc 24,39). Os discípulos de Emaús estavam decepcionados porque “nós esperávamos que fosse Ele quem restaurasse Israel” (Lc 24, 21).
Estes depoimentos “de primeira hora”, concebidos e transmitidos pelos discípulos imediatos do Senhor, são argumentos suficientes para dissolver qualquer teoria que quisesse negar a ressurreição corporal de Cristo, ou falar dela como fraude. Esta fé não surgiu “mais tarde”, como querem alguns, na história das primeiras comunidades cristãs, mas é o resultado da missão de Cristo acompanhada dia a dia pelos Apóstolos.
Com os Apóstolos aconteceu o processo exatamente inverso do que se dá com os visionários. Estes, no começo, ficam muito convencidos e são entusiastas, e pouco a pouco começam a duvidar da visão. Já com os discípulos de Jesus, ao contrário, no princípio duvidam. Não creem em seguida na Ressurreição. Tomé duvida de tudo e de todos e quer tocar o corpo de Cristo ressuscitado. Assim eram aqueles homens: simples, concretos, realistas. A maioria era pescador, não eram nem visionários nem místicos. Um grupo de pessoas abatidas, aterrorizadas após a morte de Jesus. Nunca chegariam por eles mesmos a um auto-convencimento da Ressurreição de Jesus. Na verdade, renderam-se a uma experiência concreta e inequívoca.
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As provas da Ressurreição de Jesus
É verdadeira a ressurreição de Jesus?
Impressiona também o fato de que os Evangelhos narram que as primeiras pessoas que viram Cristo ressuscitado são as mulheres que correram ao sepulcro. Isto é uma mostra clara da historicidade da Ressurreição de Jesus; pois as mulheres, na sociedade judaica da época, eram consideradas testemunhas sem credibilidade já que não podiam apresentar-se ante um tribunal. Ora, se os Apóstolos, como afirmam alguns, queriam inventar uma nova religião, por que, então, teriam escolhido testemunhas tão pouco confiáveis pelos judeus? Se os evangelistas estivessem preocupados em “provar” ao mundo a Ressurreição de Jesus, jamais teriam colocado mulheres como testemunhas.
Os chefes dos judeus tomaram consciência do significado da Ressurreição de Jesus, e, por isso, resolveram apaga-la: “Deram aos soldados uma vultosa quantia de dinheiro, recomendando: “Dizei que os seus discípulos vieram de noite, enquanto dormíeis, e roubaram o cadáver de Jesus. Se isto chegar aos ouvidos do Governador, nós o convenceremos, e vos deixaremos sem complicação”. Eles tomaram o dinheiro e agiram de acordo com as instruções recebidas. E espalhou-se esta história entre os judeus até o dia de hoje” (Mt 28, 12-15). A ressurreição corporal de Jesus era professada tranquilamente pela Igreja nascente, sem que os judeus ou outros adversários a pudessem apontar como fraude ou alucinação.
Os Apóstolos só podiam acreditar na Ressurreição de Jesus pela evidência dos fatos, pois não estavam predispostos a admiti-la; ao contrário, haviam perdido todo ânimo quando viram o Mestre preso e condenado; também para eles a ressurreição foi uma surpresa.
Eles não tinham disposições psicológicas para “inventar” a notícia da ressurreição de Jesus ou para forjar tal evento. Eles ainda estavam impregnados das concepções de um messianismo nacionalista e político, e caíram quando viram o Mestre preso e aparentemente fracassado; fugiram para não ser presos eles mesmos (Cf. Mt 26, 31s); Pedro renegou o Senhor (cf. Mt 26, 33-35). O conceito de um Deus morto e ressuscitado na carne humana era totalmente alheio à mentalidade dos judeus.
E a pregação dos Apóstolos era severamente controlada pelos judeus, de tal modo que qualquer mentira deles seria imediatamente denunciada pelos membros do Sinédrio (tribunal dos judeus). Se a ressurreição de Jesus, pregada pelos Apóstolos não fosse real, se fosse fraude, os judeus a teriam desmentido, mas eles nunca puderam fazer isto.
Jesus morreu de verdade, inclusive com o lado perfurado pela lança do soldado. É ridícula a teoria de que Jesus estivesse apenas adormecido na Cruz.
Os vinte longos séculos do Cristianismo, repletos de êxito e de glória, foram baseados na verdade da Ressurreição de Jesus. Afirmar que o Cristianismo nasceu e cresceu em cima de uma mentira e fraude seria supor um milagre ainda maior do que a própria Ressurreição do Senhor.apaixodecristo
Será que em nome de uma fantasia, de um mito, de uma miragem, milhares de fiéis enfrentariam a morte diante da perseguição romana? É claro que não. Será que em nome de um mito, multidões iriam para o deserto para viver uma vida de penitência e oração? Será que em nome de um mito, durante já dois mil anos, multidões de homens e mulheres abdicaram de construir família para servir ao Senhor ressuscitado? Será que uma alucinação poderia transformar o mundo? Será que uma fantasia poderia fazer esta Igreja sobreviver por 2000 anos, vencendo todas as perseguições (Império Romano, heresias, nazismo, comunismo, racionalismo, positivismo, iluminismo, ateísmo, etc.)? Será que uma alucinação poderia ser a base da religião que hoje tem mais adeptos no mundo (2 bilhões de cristãos)? Será que uma alucinação poderia ter salvado e construído a civilização ocidental depois da queda de Roma? Isto mostra que o testemunho dos Apóstolos sobre a Ressurreição de Jesus era convincente e arrastava, como hoje.
Na verdade, a grandeza do Cristianismo requer uma base mais sólida do que a fraude ou a debilidade mental. É muito mais lógico crer na Ressurreição de Jesus do que explicar a potência do Cristianismo por uma fantasia de gente desonesta ou alucinada. Como pode uma fantasia atravessar dois mil anos de história, com 266 Papas, 21 Concílios Ecumênicos, e hoje com cerca de 4 mil bispos e 416 mil sacerdotes? E não se trata de gente ignorante ou alienada; muito ao contrário, são universitários, mestres, doutores.
Prof. Felipe Aquino

O coração e o braço (ct 8,6)

digitalizar0004Neste ano, tive a oportunidade de conhecer a cidade de Ávila, na Espanha, cidade de Santa Teresa de Jesus.
Ávila está celebrando um momento histórico: o jubileu de 500 anos do nascimento de Santa Teresa.
Nesta pequena cidade, fui visitar o que eu mais queria: o primeiro Carmelo que Santa Teresa reformou; o de São José. Começou em uma simples casa de pedra. Ela deixou seu Carmelo original porque havia falta de espiritualidade, e eram divididos em duas classes, pois as irmãs que eram de famílias nobres viviam no luxo, enquanto as mais simples eram renegadas.
Pude ver esse primeiro Carmelo, a sua Igreja, e as irmãs enclausuradas que vivem ali. É incrível como parece que Santa Teresa vive naquele lugar. Deus me deu a graça de ali estar no dia de Nossa Senhora do Carmo, a protetora do Carmelo (16/07/15). E para completar esse dia de tanta graça, pude chegar bem próximo de duas relíquias desta grande santa – seu coração e seu braço – eles estão incorruptos. Essas relíquias estão dentro de belos relicários muito bem protegidas à sete chaves devido a tentativa de roubos anteriores.naescoladossantos
O braço que restou de seu corpo certamente significa que Deus quis deixar uma lembrança do grande trabalho que santa Teresa realizou para a reforma dos carmelos femininos dos seus tempos que estavam relaxados nos costumes. Por toda a Espanha ela estabeleceu conventos carmelitas reformados.
Por tudo o que conhecemos de sua vida, podemos dizer que a relíquia do coração pode significar o grande amor que ela tinha por Deus, pela Igreja, pela salvação das almas e pelo reino de Deus que a levou a trabalhar durante toda a sua vida pela renovação dos carmelos.
O coração e o braço tiveram um significado especial na vida de Santa Teresa, e também devem ter na nossa. E é justamente sobre isso que iremos meditar.
São Tomás de Aquino disse que “a obra principal do cristianismo” é a união da vida contemplativa com a vida ativa (S.Th. 3º p. 67, a. 2.ad Ium).
Mas o mais importante é a vida interior, a contemplação. Podemos compará-las, respectivamente, com o coração e os braços. Ambas são fundamentais, mas o coração é mais importante porque ele vive sem os braços, mas os braços não vivem sem ele.
É o coração que manda o sangue para o braço; sem isso ele morre. Assim a ação, sem a contemplação ela morre, ou então não produz. São Tomás dizia que: pela contemplação a alma se alimenta; pelo apostolado, dá-se (S. Th. 2º 2al, q188, a.6).
Os momentos diante do Sacrário e as comunhões espirituais frequentes, são a verdadeira causa da fecundidade da ação das pessoas que desempenham cargos, diz o Pe. Jean Baptiste Chautard. Ao mesmo tempo essa prática é a salva guarda das suas almas e a causa dos seus progressos na virtude.
É o que nos garante nada querer realizar além das nossas forças, habitua-nos a ver, em tudo, a vontade de Deus; só trabalhar nas obras que Deus deseja de nós, e só por amor d’Ele; oferecer a Deus o nosso trabalho renovando o propósito de trabalhar só para Ele e por Ele. É isso que São Paulo disse aos Colossenses:
“Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por Ele graças a Deus Pai” (Col 3,17).
“Tudo o que fizerdes, fazei de bom coração, como para o Senhor e não para os homens, certos de que recebereis como recompensa, a herança das mãos do Senhor. Servi a Cristo Senhor” (Col 3,23).
Isto se chama “reta intenção”, sem a qual, o que nós fazemos não tem valor para Deus. Muitas vezes nossas de boas ações praticadas perdem os méritos porque falta esta “reta intenção”. Só agiremos assim se tivermos muita contemplação e vida interior, porque somos vaidosos e queremos aparecer, se exibir, e se destacar.ensinamentodossantos
A ação para ser fecunda, carece da contemplação, porque, é por meio dela que a alma colhe no Coração de Jesus as graças que vai distribuir na ação. Sem a contemplação, vamos à ação de mãos vazias, como um bombeiro que vai apagar um incêndio, mas percebe que está sem água.
É na medida em que a alma se alimenta do amor de Jesus que ela é também capaz de inflamar as outras almas nesse mesmo amor. Por isso, os santos levaram tantas almas a Cristo, porque viviam a contemplação na ação, como Santa Teresa.
“Deus só abençoa as obras que pela prática da vida interior, aproximam os homens de Deus”, diz J. B. Chautard.
Que a exemplo de Santa Teresa de Ávila e por meio de sua intercessão possamos alcançar sempre alimento para a nossa vida espiritual na doutrina Celeste e sentir em nós o desejo da verdadeira santidade.
Prof. Felipe Aquino

A orientação sexual na adolescência

205Ensinemos aos jovens o autocontrole de suas paixões
A orientação sexual na adolescência ganha cada vez mais importância. Mais do que transmitir que sexo por sexo é fuga e sexo com consciência é amor, discutir as formas de relacionamento entre adolescentes é também uma das grandes preocupações da sociedade. Causa estranheza observar o descaso e o desrespeito com que o assunto ainda é tratado. Nem é preciso ser um especialista para perceber a discrepância das atitudes.obrilhodacastidade
A sociedade vem se preocupando em proporcionar segurança e liberdade sexual para os adolescentes, mas não consegue orientar adequadamente os representantes do futuro da nação sobre o assunto. Isso sem contar a forma com que o tema é tratado na mídia, principalmente em novelas, filmes nacionais e em programas de auditório. Sem contar que, associada à distribuição gratuita dos preservativos e da abortiva “pílula do dia seguinte”, a liberdade de atos sexuais entre adolescentes torna-se cada vez mais normal, como um incentivo à promiscuidade.
O ser humano não deve ser considerado apenas como um corpo. Sua alma necessita de afago. A simples promoção de sexo acintoso, sem responsabilidade e sem compromisso, também incita consequências trágicas como milhões de meninas gerando filhos, sendo violentadas, prostituindo-se à beira das estradas, crianças abandonadas por pais e mães despreparados para formar uma família e postadas em faróis à procura do sustento de cada dia. É claro, quem planta vento colhe tempestades.
Leia também: Namoro e Sexo
A moral e a ética exigem que ensinemos aos jovens o autocontrole de suas paixões intensas. Que devem vencer a Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis com atos responsáveis e não pelo uso da camisinha. João Paulo II assim se expressou sobre a camisinha: “Além de o uso de preservativos não ser 100% seguro, liberar o seu uso convida a um comportamento sexual incompatível com a dignidade humana […]. O uso da chamada camisinha acaba estimulando, queiramos ou não, uma prática desenfreada do sexo […]. O preservativo oferece uma falsa ideia de segurança e não preserva o fundamental”.
cpa_namoroDevemos incentivar a formação de famílias com conceitos, raízes e sentimentos puros e morais. Conservadora ou não, a família é o sustento do espírito e a fonte de conforto nos anseios individuais.
A sociedade, de maneira geral, deve ter mais cuidado com o que simplesmente “controla a transmissão de doenças e evita filhos indesejados”. Ela deve transmitir princípios e valores por intermédio da orientação, em busca do resgate das origens e do respeito à moral e à ética.
A satisfação do sexo não está restrita ao corpo, ela deve estar atrelada ao coração, espírito e mente.
Prof. Felipe Aquino

A Força da Moral Católica

A m10-justicaoral católica é a base do comportamento do cristão, segundo a fé que ele professa recebida de Cristo e dos Apóstolos. No Sermão da Montanha Jesus estabeleceu a “Constituição” do Reino de Deus, e em todo o Evangelho nos ensina a viver conforme a vontade de Deus.
Para quem vive pela fé, a moral cristã não é uma cadeia, antes, um caminho de vida plena e de felicidade. Deus não nos teria deixado um Código de Moral se isto não fosse imprescindível para servos felizes. As leis morais podem ser comparadas às setas de trânsito que guiam os motoristas, especialmente em estradas perigosas, de muitas curvas, neblinas e lombadas. Se o motorista as desrespeitar, poderá pagar com a própria vida e com as dos outros.
Mas para crer nisto e viver com alegria a Moral é preciso ter fé; acreditar em Deus e no seu amor por nós; e acreditar na Igreja católica como porta voz de Jesus Cristo. É preciso ser guiado pelo Espírito Santo.
Cristo nos fala pelo Evangelho e pela Igreja. Ele a instituiu sobre Pedro e os Apóstolos para ser a nossa Mãe, guia e mestra. Jesus disse aos Apóstolos: “Quem vos ouve, a Mim ouve; quem vos rejeita, a Mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita Aquele que me enviou” (Lc 10,16).
Cristo concedeu à Igreja parte de sua infalibilidade em matéria de doutrina: fé e moral, porque isto é necessário para a nossa salvação, e instituiu a Igreja para nos levar à salvação. Por isso, Cristo não pode deixar que a Igreja erre em coisas essenciais à nossa salvação. O Concílio Vaticano II disse que “a Igreja é o sacramento universal da salvação” (LG,4).
É por Ela que Jesus continua a salvar os homens de todos os tempos e lugares, através dos Sacramentos e da Verdade que ensina. São Paulo disse à S. Timóteo que “a Igreja é a coluna e o fundamento (alicerce) da verdade” (1Tm 3,15) e que “Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da Verdade” (1Tm2, 4). Essa “verdade que salva” Deus confiou à Igreja para guardar cuidadosamente, e ela faz isto há vinte séculos. Enfrentou muitas heresias e cismas, muitas críticas dos homens e mulheres sem fé, especialmente em nossos dias, mas a Igreja não trai Jesus Cristo.
Cristo está permanentemente na Igreja – “Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28,20) – e ela sabe que embora os seus filhos sejam pecadores, ela não pode errar o caminho da salvação e da verdade.
Na última Ceia o Senhor prometeu à Igreja (Cristo e os Apóstolos) no Cenáculo, na última Ceia, que ela conheceria a verdade plena. “Ainda tenho muitas coisas para lhes dizer, mas vocês não estão preparados para ouvir agora; mas quando vier o Espírito Santo, ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16,12-13).
Ao longo dos vinte séculos o Espírito Santo foi ensinando à Igreja esta verdade, através dos santos, dos papas, dos Santos Padres…
Se Cristo não concedesse à Igreja a infalibilidade em termos de doutrina (fé e moral) de nada valeria ter-lhe confiado o Evangelho, pois os homens o interpretam de muitas maneiras diferentes, e criaram muitas outras “igrejas”, sem o Seu consentimento, para aplicarem a verdade conforme o “seu” entendimento, e não conforme o entendimento da Igreja deixada por Cristo. A multiplicação das milhares de igrejas cristãs e de seitas, é a conseqüência do esfacelamento da única Verdade que Jesus confiou ao Sagrado Magistério da Igreja (Papa e Bispos em comunhão com ele) para guardar e ensinar a todos os povos.
Além de confiar à Igreja a Verdade eterna, Cristo lhe garantiu a Vitória contra todos os seus inimigos. Disse a Pedro: “As portas do inferno jamais a vencerão” (Mt 16,17).
Já se passaram vinte séculos, inúmeras perseguições (império romano, nazismo, comunismo, fascismo, ateísmo,… ) e a Igreja continua mais firme e forte do que nunca. Quanto mais é perseguida, mais corajosa se torna, quanto mais apanha, tanto mais se fortalece; quanto mais é caluniada, mais sábia se torna.
Tertuliano de Cartago (†220), um dos apologetas da Igreja, escreveu ao imperador romano da época, Antonino Pio, que perseguia os cristãos, dizendo que não adiantava persegui-los e matá-los, porque “o sangue dos mártires é semente de novos cristãos”.
O império romano desabou, o comunismo sucumbiu, o nazismo acabou… mas a Igreja continua mais firme do que nunca. Nenhum chefe de Estado têm tantos embaixadores (Núncios Apostólicos) em outros países como o Vaticano; são cerca de 180.
O mundo chama hoje a Igreja Católica de obscurantista, retrógrada, etc, por ela ser fiel a Jesus; mas ela não se curva diante do pecado do mundo moderno, da mesma forma que não se curvou diante dos carrascos dos seus mártires.
A Igreja não busca a glória dos homens, mas somente a glória de Deus, por isso não se intimida e não desanima diante das ameaças dos infiéis. Ainda que ela fique sozinha, não negará a verdade do seu Senhor.
A moral católica não muda ao sabor da vontade dos homens e nem com o passar do tempo, porque a Verdade não muda, seja ela qual for. O teorema de Pitágoras e o princípio do empuxo, de Arquimedes, são os mesmos que esses gregos descobriram vários séculos antes de Cristo. A verdade que foi revogada, nunca foi verdade; pois a verdade de fato não pode mudar. Cristo não nos deixou uma moral transitória, passageira, provisória; não, Ele nos deixou uma Verdade eterna. Ele mesmo é a Verdade.
As questões morais não dependem da “opinião da maioria” e nem se altera com os “avanços” científicos. A moral é que deve dizer quais descobertas da Ciência são válidas para o progresso do homem, e não o contrário. Uma lei moral não se torna lícita só porque é aprovada pelo Governo ou pelo Parlamento.amoralcatolica
Muitas vezes a confusão moral e os erros são cometidos por causa de uma incompreensão insuficiente dessas questões. A Igreja, de sua parte, examina com profundidade as questões morais, olhando não apenas o conforto do homem, mas, principalmente a sua dignidade humana.
Diante das leis que não estão de acordo com a Moral católica, os fiéis precisam se manifestar com viva voz; porque se ficarmos calados e submissos, em breve poderemos ter em nosso país muitas leis imorais. O Papa Leão XIII disse que a audácia dos maus se alimenta da covardia e omissão dos bons. Não podemos mais viver um catolicismo de sacristia; a maioria do povo brasileiro é católica (cerca de 73%) e tem direito de viver em um país com leis católicas; mas isto só acontecerá se fizermos isto acontecer. Jesus já tinha avisado que “os filhos das trevas são mais espertos que os filhos da luz”.
Prof. Felipe Aquino

Como fazer um bom exame de consciência?


homem-sentado-na-praia“Para estar com Deus” é preciso caminhar na sua graça. Isso exige de nós paciência, confiança e perseverança.
Confira alguma dicas para repensar sua vida todos os dias:
Vigiar e orar
Você se lembra de que, no Horto das Oliveiras, Jesus fez um intervalo na sua oração, foi ver se os Apóstolos o acompanhavam e os achou dormindo. Com pena, disse a Pedro: Não pudeste vigiar uma hora comigo? E a todos: Vigiai e orai, para não entrardes em tentação (Mt 26,40-41)?
Uma das melhores maneiras de “vigiar”, como Jesus nos pede, é fazer todos os dias o exame de consciência: um balanço do nosso dia diante de Deus, cheio de sinceridade, que se pode resumir nas três perguntas que São Josemaria às vezes aconselhava: “O que fiz bem? O que fiz mal? O que poderia fazer melhor amanhã?”
Talvez você me diga: “Eu já tentei fazer esse exame, mas é complicado. Não sei por onde começar e, além disso, à noite estou cansado e não consigo pensar”.
Tem razão. Não é fácil. Por isso, talvez possam ajuda-lo algumas sugestões práticas. Vamos ver.
Algumas sugestões
Para começar, três ideias claras:
Primeira: o exame deve ser simples e breve (podem bastar três ou quatro minutos), nunca complicado.
Segunda: o exame será bom se nos ajudar a enxergar algumas falhas daquele dia e a pedir perdão a Deus por elas, e a ver também como perseveramos nas resoluções boas.
Terceira: o exame será completo se terminar com alguma resolução, muito prática, de melhorarmos em algum ponto no dia seguinte (por exemplo, sermos mais pontuais no trabalho, ou falar mais com a família).
É importante ter em conta que – embora seja aconselhável – não é “obrigatório” fazer o exame à noite, à última hora do dia, se estamos caindo de sono. Convém fazê-lo num momento em que a cabeça esteja ainda lúcida: por exemplo, antes do jantar, em lugar isolado (e antes de mergulhar na tv!); ou antes de nos deitarmos, mas estando ainda em pé, sentados numa poltrona; ou no local de trabalho, concentrando-nos um momento antes de encerrar o expediente; ou até mesmo no início do dia seguinte, fazendo – junto com as orações da manhã -, um breve balanço do dia anterior. Cada qual tem que achar o seu “bom momento” para o exame.
Deve-se evitar fazer o exame na cama, já deitado. Esse mesmo conselho – lembra? – dávamos ao falar da oração mental. Quem tiver suficiente autocontrole da sonolência ou padecer de falta de sono, pode-se arriscar a ler, a orar mentalmente, a rezar o terço, a fazer o exame na cama… Mas não se engane. Você já se conhece. Se tiver o cochilo fácil, sabe muito bem o que acontecerá: vai adormecer sem fazer nada.
Leia também: Exame de Consciência
Sacramentos: Exame de Consciência – Parte 1
Sacramentos: Exame de Consciência – Parte 2
Ainda uma sugestão dirigida às pessoas que quiserem fazer o exame com o máximo proveito: não faça o exame sem ter à mão uma agenda (ou um caderninho) e a caneta. Daqui a pouco veremos o que é bom anotar (e desculpe as repetidas recomendações que faço sobre a agenda; não é mania, é experiência).
Em que assuntos nos convém pensar?
Antes de responder a essa pergunta, quero deixar muito clara uma ideia: não pretendo aconselhar nenhum “método rígido” de exame. É uma matéria em que deve haver muita liberdade e cada qual tem que achar o seu modo de fazer um bom exame. Portanto, tudo o que disser a seguir são apenas sugestões, meras sugestões que têm sido úteis para outras pessoas. Vamos a elas.
Comece pedindo luz ao Espírito Santo, para fazer um bom exame: “Vinde, Espírito Santo!”, “Que eu veja!”.
Pode ser útil, inicialmente, dar uma olhada rápida ao dia, procurando lembrar alguma coisa negativa que cutuque na consciência: “Tive uma briga feia em casa”, “Tive preguiça de cumprir tal dever”, “Deixei-me dominar pela ira naquele momento”, “Abusei da comida ao jantar”, “Falei palavras ofensivas a tal colega”, “Cedi à imoralidade na Internet”… São faltas fáceis de lembrar, sem necessidade de uma análise demorada. Uma vez recordadas, peça sinceramente perdão a Deus: “Senhor Jesus, Filho de Deus, tem piedade de mim, que sou um pecador”. E proponha-se lutar.
Mas é bom não reduzirmos o exame diário a uma espécie de preparação para uma confissão (ainda que o exame diário facilite preparar boas confissões). Muitas vezes, além de nos determos brevemente nas “faltas”, será bom determo-nos um pouco mais nas “coisas boas”.
Concretamente, todos deveríamos ter um pequeno programa das melhoras que desejaríamos alcançar (de preferência listadas na agenda). Por exemplo:
– um plano de vida diário de orações, de recitação do terço, de leituras espirituais, com seus horários previstos;
– duas ou três mortificações (sacrifícios), que nos ajudem a ter, por exemplo, mais ordem, ou a segurar a língua, ou a controlar a gula de chocolate ou de cerveja, etc.
– um pequeno programa de ajuda aos outros, também de ajuda espiritual e apoio moral: “Vou conversar mais com Fulano”, “Procurarei ajudar essa outra pessoa nisso ou naquilo”…
Se revisarmos diariamente essas listas, veremos os pontos positivos que houve e aqueles em que estivpara_estar_menoremos mais falhos, e poderemos então fazer um ou dois propósitos de luta para o dia seguinte. O ideal seria abrir uma folha na agenda, ou uma página no computador, para nela ir listando esses propósitos. Por exemplo:
– 3 de maio: amanhã, ser mais otimista nos comentários quando estiver à mesa lá em casa, no jantar;
– 4 de maio: amanhã, levantar na hora certa, sem ceder nem cinco minutos à preguiça, e fazer com calma e oração;
– 5 de maio: amanhã, não deixar de dedicar, a tal hora, pelo menos 10 minutos à leitura do Evangelho ou de outro bom livro;
– 6 de maio: amanhã, ligar para esse parente que tem a esposa doente, e marcar uma visita ou, pelo menos, mostrar-lhe que estou interessado e rezando.
Como dizia acima, são apenas algumas sugestões. Veja você qual seria, no seu caso, a melhor maneira de fazer esse breve exame, de modo que o ajude a retificar as falhas e a ir subindo, dia após dia, pela escada do amor e da perfeição cristã.
Padre Francisco Faus
Retirado do livro: Para estar com Deus, Editora Cléofas.

Santa Teresa de Jesus Jornet



santa teresa jornet e ibarsMais uma santa fundadora de um instituto femenino florescente, pequenas irmãs dos anciãos abandonados, que em 1983  possuía 212 casas e 2.750 irmãos. Nasceu Teresa em Aytona, na Catalunha em 9-1-1843. Passou a adolecência na terra natal e em Lérida, completando os estudos em Fraga, onde obteve o diploma de professora. Depois de um tempo dedicado ao ensino, associou-se às terceiras camelitas, reunidas por um seu tio sacerdote. Foi diretora da escola, mas desejando maior perfeição entrou em 1868 para as clarissas, de onde saiu dois anos depois por causa de sua pouca saúde. Voltou para as terceiras camelitas, assumindo de novo a direção da escola. Quando da morte do tio (1872), a instituição esteve a ponto de dissolver-se, e Teresa voltou para cidade natal. No mesmo ano encontrou o Pe.Satumino López Novoa, que tinha fundado uma congregação para a assistência de anciãos pobres e fez parte do 1º grupo de 28 companheiras com as quais se iniciou essa obra. No ano seguinte abriam sua primeira casa em Valência. Em 1874, aprovado o instituto pelo bispo dessa cidade, fez a sua profissão temporária e se fundava outra casa em Saragoza. Em 12 anos se fundaram 47 casas para os velhos pobres. A congregação cresceu e foi aprovada pela Santa Sé. Expandiram-se Cuba e toda a América Latina. Mas tiveram de lutar contra outra congregação religiosa francesa, que queria a fusão com obra de Teresa ou ao menos que sua obra mudasse de nome. Em 1882 chegou-se a um acordo e a obra de Teresa assumiu nome. Com saúde fraca, Teresa morreu ainda jovem em 1897, no dia 26 de agosto. A congregação não se preocupou em mover a causa de beatificação da fundadora, que foi levada a termo por iniciativa da autoridade da Igreja.
Santa Teresa de Jesus Jornet, Rogai por nós!
Outros Santos do mesmo dia: Santo Zeferino, Santo Melquisedec, Seato Alexandre de Bergamo, Santo Bonifácio, Santo Justo, Santo Gunufort, Santa Joana Isabel Bichier de Ages, Beato Ambrósio de Benaguacil, Beato Félix Vivet Trabal, Beato Tiago de Bevagna, Beato Herluino, Beata Maria de Jesus Crucificado, Beata Maria dos Anjos Ginard Mari, Beato João de Caramola.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Reflexão de hoje - Mt 23, 23-26

Reflexão - Mt 23, 23-26

O Evangelho de hoje é a continuação do de ontem, de modo que a nossa reflexão também é uma continuidade da de ontem. Um dos meios através dos quais tornamos a nossa religião superficial e unilateral é o formalismo religioso, que faz com que sejamos capazes de cumprir até mesmo os menores preceitos, mas tiram da nossa vida o mais importante que são os ensinamentos fundamentais para a nossa vida como a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Ser verdadeiramente cristão significa ser capaz de viver os valores do Reino e não simplesmente o cumprimento de rituais e a capacidade de falar coisas bonitas e poéticas a respeito de Deus.