O
poder de atração deste santo foi extraordinário. Nascido em 1090 no
Castelo de Fontaine, próximo de Dijon, o terceiro de seis irmãos, ainda
muito jovem decidiu fazer-se monge em Cister. Tescelino, o bom pai de
Bernardo, ficou consternado: um após outro, os filhos abandonavam os
confortos do castelo para seguir Bernardo: Guido, o primogênito, deixou
até a esposa, que também se fez monja. Nissardo, o caçula, também
despediu-se do mundo, seguido pela única irmã, Umbelina e pelo tio
Gaudry, que despiu a pesada armadura para vestir o hábito branco. Por
último também Tescelino pediu para entrar no mosteiro onde estava
praticamente toda a família. Um êxodo tão completo como este não se
verificou talvez nunca na história da Igreja. E como outros numerosos
jovens pedissem para entrar entre os cistercienses, foi necessário
fundar outros mosteiros. Disso foi encarregado Bernardo, que deixou
Citeaux abraçando uma pesada cruz de madeira e seguido de doze
religiosos que cantavam hinos e louvores ao Senhor. O pequeno grupo,
após uma longa marcha, fez uma parada num vale bem protegido. O lugar
era bom e decidiram se estabelecer aí, após tê-lo batizado com o nome de
Claraval. Experientes trabalhadores, como todos os beneditinos, os
monges logo levantaram aí cabanas para rezar, para dormir e para comer. A
antiga regra beneditina era aí observada com todo o rigor: oração e
trabalho, sob a obediência absoluta ao abade. Mas Bernardo preferia os
caminhos do coração à rígida norma fixa. “Amemos – ele dizia a seus
filhos – e seremos amados. Naqueles que amamos encontraremos repouso, e o
mesmo repouso oferecemos a todos os que amamos. Amar em Deus é ter
caridade; procurar ser amado por Deus é servir à caridade.” De Claraval,
Bernardo expandia a sua luz sobre toda a cristandade. Embora frágil e
nunca em ótima saúde, percorreu meia Europa, orientou concílios, pregou
uma cruzada à Terra Santa. E depois de laboriosas jornadas retirava-se à
cela para escrever obras cheias de otimismo e de doçura, como o Tratado
do amor de Deus e o Comentário ao Cântico dos Cânticos que é uma
declaração de amor a Maria, pela qual tornou-se até autor e compositor,
compondo palavras e música, do belíssimo hino Ave Maris Stella. É sua a
invocação: “Ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria” da Salve-rainha.
Poucos instantes antes da morte, acontecida a 20 de agosto de 1153,
assim consolava os seus monges: “Não sei a quem escutar, se o amor dos
meus filhos que me querem reter aqui em baixo, ou ao amor do meu Deus
que me atrai lá para cima.” Foi chamado por Pio XII “o último dos Padres
da Igreja, e não o menor.”
Outros Santos do mesmo dia:
São Bernardo de Claraval, Santo Amador, Santo Osvino, São Felisberto,
Santa Maria de Matias, Beato Ladislau Maczkowski, Beata Maria Climent
Mateu e Santo Samuel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário