Por exemplo: São Luiz IX rei da França,
Santo Olavo da Noruega, Santo Henrique II, imperador alemão, santa
Isabel da Hungria, santa Isabel de Portugal, São Venceslau da Hungria, e
muitos outros. Isso mostra que a santidade pode ser vivida mesmo nos
palácios e no âmbito do poder, em qualquer lugar, depende de cada um.
Um belo Santo foi Santo Estevão da
Hungria. Um dos reis e santo que marcou essa sua época, o difícil século
X. Era filho do duque dos terríveis húngaros magiares, tribo bárbara e
guerreira que veio do mar Cáspio para as margens do rio Danúbio, nas
ricas províncias da Panônia e Morávia (Hungria).
Aos 17 anos, Voik era seu nome, se
converteu devido a pregação de Santo Adalberto, bispo de Praga, e tomou o
nome do primeiro mártir cristão. Segundo uma tradição, o primeiro
mártir da Igreja teria aparecido a sua mãe Sarolta, e tinha-lhe
profetizado que o filho dela seria o primeiro a usar a coroa real na
Hungria. Aos 18 anos, Estevão foi proclamado duque dos húngaros. Desde o
começo do governo, tomou como fundamental a conversão total do seu povo
ao Cristianismo. Seu pai se fez cristão, mas sem muita convicção.
Estevão entregava-se a oração tanto na
paz quanto na guerra. Era um santo que lutava por seu povo. Ele dizia a
seu filho que “a prática da oração é a garantia da saúde do reino”.
Fundou hospedarias em Roma, Constantinopla e Jerusalém, para os húngaros
peregrinos. Sua grande obra foi a conversão do seu povo. Foi o primeiro
apóstolo dos Húngaros. Deu ao reino uma legislação cristã, que é
preservada ainda hoje. Criou várias sedes episcopais, levantou mosteiros
e edificou instituições beneficentes.
Leia também: Qual o valor da intercessão dos santos?
Ele concebia o reino como um templo
sustentado por dez colunas: a solidez da fé, o esplendor da Igreja, a
pureza e sabedoria dos eclesiásticos, a fidelidade e fortaleza dos
barões e cavaleiros, a generosidade com os estrangeiros, a reta
administração da justiça, a sábia organização do conselho, o respeito às
tradições dos maiores, o auxílio da oração e a piedade e misericórdia.
Ele deixou escrito ao filho: “O rei que
não atende a voz da misericórdia, é tirano. Por isso meu filho, muito
amado – doçura do meu coração, esperança da geração futura –
recomendo-te que tenha entranhas de mãe, não só com os teus parentes,
não só para com os chefes do exército e os potentados, mas para com todo
o povo. As obras de piedade serão a base da tua felicidade. Sê paciente
não só com os ricos, mas também com os necessitados. Sê forte, de
maneira que nem a fortuna te levante, nem te desanime a adversidade. Sê
humilde que Deus se encarregará de exaltar-te. Sê doce, sem esquecer a
justiça e sem castigar irrefletidamente. Sê casto e evita os estímulos
da concupiscência como latidos de morte. Estas são as pedras preciosas
de uma coroa real. Sem elas perderás o reino da terra e também não
conseguirás aquele que não acaba”. (Leite, José, Santos de cada dia,
Editorial A. O. Braga, Portugal, p. 548).
Sua humildade era grande; não quis usar a
coroa real até que o Papa Silvestre II o autorizasse, enviando-lhe uma
coroa de ouro com uma cruz riquíssima. Sete anos antes de sua morte,
Santo Estevão perdeu seu filho Santo Emerico, que Deus glorificou com
milagres e prodígios. Por fim morreu em 15 de agosto de 1038. Sua festa
foi fixada por Inocêncio IX a 2 de setembro, como recordação da vitória
que nesse dia obtiveram as armas cristãs contra os turcos em Budapeste.
Por ser o primeiro rei que consagrou sua nação a Nossa Senhora, tem uma
estátua na Basílica de Nossa Senhora de Fátima e um vitral na capela do
Calvário húngaro.
Prof. Felipe Aquino
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