Um dos grandes legados que o Papa João Paulo II nos deixou foram as suas Catequeses sobre o que ele chamou de “Teologia do Corpo”, que dá um sentido profundo à sexualidade da vida humana. É um ensinamento que aos poucos vai sendo mais bem entendido, amado e propagado.
É uma coleção de 129 pequenos discursos do Papa, que na verdade já marcaram o início de uma “contra-revolução sexual”, que está mudando vidas e que está se espalhando por todo o mundo. É uma mensagem de “salvação sexual” oferecida para nós hoje com o objetivo de resgatar a ética sexual que o século XX destruiu com a lamentável “revolução sexual”.
Antes de ser eleito Papa, João Paulo II estudou sobre São João da Cruz e se aprofundou na questão do amor humano. Trabalhava com casais na Polônia e escreveu alguns livros, dentre eles “Amor e Responsabilidade”. Essas catequeses foram de 1979 a 1984, chamadas de “O amor humano no plano divino”, ou “Teologia do Corpo”.
O Papa ensinou que a teologia do corpo é um chamado a experimentar a redenção de nossos corpos, um chamado para redescobrir naquilo que é erótico o significado original da sexualidade, que é o próprio significado da vida. E esse é o primeiro passo a se tomar para renovar o mundo.
A combinação de secularismo, materialismo e hedonismo levou o mundo a uma mudança social perturbadora. A revolução sexual, iniciada nos anos 60, afastou a sociedade do autêntico significado da vida humana e do amor matrimonial. Por causa do pecado e seus efeitos, o sentido do corpo humano foi colocado sob suspeita. O sentido da vida humana foi reduzido tristemente à mera satisfação de apetites e desejos.
De maneira nova, o Papa mostrou com maestria a grandeza, o significado teológico e a dignidade do corpo humano. Ele ensina que, sendo criaturas físicas, corporais, não podemos ver Deus, porque Ele é puro espírito e invisível. Mas Deus quis tornar visível para nós seu mistério, e para isso estampou em nossos corpos um sinal Dele, criando-nos homem e mulher em sua própria imagem (Gen 1, 27). A grandeza do corpo está então nessa função de refletir a Trindade, “uma comunhão inexplicável de [três] Pessoas” (14/11/1979). O Papa disse:
“É ilusão pensar que se pode construir uma verdadeira cultura da vida humana se não… compreendermos e vivermos a sexualidade, o amor e toda a existência de acordo com seu verdadeiro sentido e na sua íntima correlação” (O Evangelho da Vida, n. 97).
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