quarta-feira, 26 de agosto de 2015

As provas da Ressurreição de Jesus

Fig. 10A Igreja não tem dúvida em afirmar que a Ressurreição de Jesus foi um evento histórico e transcendente. No §639 o Catecismo afirma: “O mistério da Ressurreição de Cristo é um acontecimento real que teve manifestações historicamente constatadas, como atesta o Novo Testamento. Já S. Paulo escrevia aos Coríntios pelo ano de 56: Eu vos transmiti… o que eu mesmo recebi: Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras. Foi sepultado, ressuscitado ao terceiro dia, segundo as Escrituras. Apareceu a Cefas, e depois aos Doze” (1Cor 15,3-4). O apóstolo fala aqui da viva tradição da Ressurreição, que ficou conhecendo após sua conversão às portas de Damasco.
O primeiro acontecimento da manhã do Domingo de Páscoa foi a descoberta do sepulcro vazio (cf. Mc 16, 1-8). Ele foi a base de toda a ação e pregação dos Apóstolos e foi muito bem registrada por eles. São João afirma: “O que vimos, ouvimos e as nossas mãos apalparam isto atestamos” (1 Jo 1,1-2). Jesus ressuscitado apareceu a Madalena (Jo 20, 19-23); aos discípulos de Emaús (Lc 24,13-25), aos Apóstolos no Cenáculo, com Tomé ausente (Jo 20,19-23); e depois, com Tomé presente (Jo 20,24-29); no Lago de Genezaré (Jo 21,1-24); no Monte na Galiléia (Mt 28,16-20); segundo S. Paulo “apareceu a mais de 500 pessoas” (1 Cor 15,6) e a Tiago (1 Cor 15,7).
S. Paulo atesta que Ele “… ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e foi visto por Cefas, e depois pelos Onze; depois foi visto por mais de quinhentos irmãos duma só vez, dos quais a maioria vive ainda hoje e alguns já adormeceram; depois foi visto por Tiago e, em seguida, por todos os Apóstolos; e, por último, depois de todos foi também visto por mim como por um aborto” (1 Cor 15, 3-8).floresmenor
“Deus ressuscitou esse Jesus, e disto nós todos somos testemunhas” (At 2, 32), disse São Pedro no dia de Pentecostes. “Saiba com certeza toda a Casa de Israel: Deus o constituiu Senhor (Kýrios) e Cristo, este Jesus a quem vós crucificastes” (At 2, 36). “Cristo morreu e reviveu para ser o Senhor dos mortos e dos vivos”.(Rm 14, 9). No Apocalipse, João arremata: “Eu sou o Primeiro e o Último, o Vivente; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos, e tenho as chaves da Morte e da região dos mortos” (Ap 1, 17s).
Toda a pregação dos Discípulos estava centrada na Ressurreição de Jesus. Diante do Sinédrio Pedro dá testemunho da Ressurreição de Jesus (At 4,8-12). Em At 5,30-32 repete. Na casa do centurião romano Cornélio (At 10,34-43), Pedro faz uma síntese do plano de Deus, apresentando a morte e a ressurreição de Jesus como ponto central. S. Paulo em Antioquia da Pisídia faz o mesmo (At 13,17-41).
A presença de Jesus ressuscitado era a manifestação salvífica definitiva de Deus, inaugurando uma nova era na História humana; era a força do Apóstolos. Jesus ressuscitado caminhou com eles ainda quarenta dias e criou a fé dos discípulos e não estes que criaram a fé no Ressuscitado.
A primeira experiência dos Apóstolos com Jesus ressuscitado, foi marcante e inesquecível: “Jesus se apresentou no meio dos Apóstolos e disse: “A paz esteja convosco!” Tomados de espanto e temor, imaginavam ver um espírito. Mas ele disse: “Por que estais perturbados e por que surgem tais dúvidas em vossos corações? Vede minhas mãos e meus pés: sou eu! “Apalpai-me e entendei que um espírito não tem carne nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E, como, por causa da alegria, não podiam acreditar ainda e permaneciam surpresos, disse-lhes: “Tendes o que comer?” Apresentaram-lhe um pedaço de peixe assado. Tomou-o então e comeu-o diante deles”. (Lc 24, 34ss)
Os Apóstolos não acreditavam a principio na Ressurreição do Mestre. Amedrontados, julgavam ver um fantasma, Jesus pede que o apalpem e verifiquem que tem carne e ossos. Nada disto foi uma alucinação, nem miragem, nem delírio, nem mentira, e nem fraude dos Apóstolos, pessoas muito realistas que duvidaram a principio da Ressurreição do Mestre. A custo se convenceram. O próprio Cristo teve que falar a Tomé: “Apalpai e vede: os fantasmas não têm carne e osso como me vedes possuir” (Lc 24,39). Os discípulos de Emaús estavam decepcionados porque “nós esperávamos que fosse Ele quem restaurasse Israel” (Lc 24, 21).
Estes depoimentos “de primeira hora”, concebidos e transmitidos pelos discípulos imediatos do Senhor, são argumentos suficientes para dissolver qualquer teoria que quisesse negar a ressurreição corporal de Cristo, ou falar dela como fraude. Esta fé não surgiu “mais tarde”, como querem alguns, na história das primeiras comunidades cristãs, mas é o resultado da missão de Cristo acompanhada dia a dia pelos Apóstolos.
Com os Apóstolos aconteceu o processo exatamente inverso do que se dá com os visionários. Estes, no começo, ficam muito convencidos e são entusiastas, e pouco a pouco começam a duvidar da visão. Já com os discípulos de Jesus, ao contrário, no princípio duvidam. Não creem em seguida na Ressurreição. Tomé duvida de tudo e de todos e quer tocar o corpo de Cristo ressuscitado. Assim eram aqueles homens: simples, concretos, realistas. A maioria era pescador, não eram nem visionários nem místicos. Um grupo de pessoas abatidas, aterrorizadas após a morte de Jesus. Nunca chegariam por eles mesmos a um auto-convencimento da Ressurreição de Jesus. Na verdade, renderam-se a uma experiência concreta e inequívoca.
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As provas da Ressurreição de Jesus
É verdadeira a ressurreição de Jesus?
Impressiona também o fato de que os Evangelhos narram que as primeiras pessoas que viram Cristo ressuscitado são as mulheres que correram ao sepulcro. Isto é uma mostra clara da historicidade da Ressurreição de Jesus; pois as mulheres, na sociedade judaica da época, eram consideradas testemunhas sem credibilidade já que não podiam apresentar-se ante um tribunal. Ora, se os Apóstolos, como afirmam alguns, queriam inventar uma nova religião, por que, então, teriam escolhido testemunhas tão pouco confiáveis pelos judeus? Se os evangelistas estivessem preocupados em “provar” ao mundo a Ressurreição de Jesus, jamais teriam colocado mulheres como testemunhas.
Os chefes dos judeus tomaram consciência do significado da Ressurreição de Jesus, e, por isso, resolveram apaga-la: “Deram aos soldados uma vultosa quantia de dinheiro, recomendando: “Dizei que os seus discípulos vieram de noite, enquanto dormíeis, e roubaram o cadáver de Jesus. Se isto chegar aos ouvidos do Governador, nós o convenceremos, e vos deixaremos sem complicação”. Eles tomaram o dinheiro e agiram de acordo com as instruções recebidas. E espalhou-se esta história entre os judeus até o dia de hoje” (Mt 28, 12-15). A ressurreição corporal de Jesus era professada tranquilamente pela Igreja nascente, sem que os judeus ou outros adversários a pudessem apontar como fraude ou alucinação.
Os Apóstolos só podiam acreditar na Ressurreição de Jesus pela evidência dos fatos, pois não estavam predispostos a admiti-la; ao contrário, haviam perdido todo ânimo quando viram o Mestre preso e condenado; também para eles a ressurreição foi uma surpresa.
Eles não tinham disposições psicológicas para “inventar” a notícia da ressurreição de Jesus ou para forjar tal evento. Eles ainda estavam impregnados das concepções de um messianismo nacionalista e político, e caíram quando viram o Mestre preso e aparentemente fracassado; fugiram para não ser presos eles mesmos (Cf. Mt 26, 31s); Pedro renegou o Senhor (cf. Mt 26, 33-35). O conceito de um Deus morto e ressuscitado na carne humana era totalmente alheio à mentalidade dos judeus.
E a pregação dos Apóstolos era severamente controlada pelos judeus, de tal modo que qualquer mentira deles seria imediatamente denunciada pelos membros do Sinédrio (tribunal dos judeus). Se a ressurreição de Jesus, pregada pelos Apóstolos não fosse real, se fosse fraude, os judeus a teriam desmentido, mas eles nunca puderam fazer isto.
Jesus morreu de verdade, inclusive com o lado perfurado pela lança do soldado. É ridícula a teoria de que Jesus estivesse apenas adormecido na Cruz.
Os vinte longos séculos do Cristianismo, repletos de êxito e de glória, foram baseados na verdade da Ressurreição de Jesus. Afirmar que o Cristianismo nasceu e cresceu em cima de uma mentira e fraude seria supor um milagre ainda maior do que a própria Ressurreição do Senhor.apaixodecristo
Será que em nome de uma fantasia, de um mito, de uma miragem, milhares de fiéis enfrentariam a morte diante da perseguição romana? É claro que não. Será que em nome de um mito, multidões iriam para o deserto para viver uma vida de penitência e oração? Será que em nome de um mito, durante já dois mil anos, multidões de homens e mulheres abdicaram de construir família para servir ao Senhor ressuscitado? Será que uma alucinação poderia transformar o mundo? Será que uma fantasia poderia fazer esta Igreja sobreviver por 2000 anos, vencendo todas as perseguições (Império Romano, heresias, nazismo, comunismo, racionalismo, positivismo, iluminismo, ateísmo, etc.)? Será que uma alucinação poderia ser a base da religião que hoje tem mais adeptos no mundo (2 bilhões de cristãos)? Será que uma alucinação poderia ter salvado e construído a civilização ocidental depois da queda de Roma? Isto mostra que o testemunho dos Apóstolos sobre a Ressurreição de Jesus era convincente e arrastava, como hoje.
Na verdade, a grandeza do Cristianismo requer uma base mais sólida do que a fraude ou a debilidade mental. É muito mais lógico crer na Ressurreição de Jesus do que explicar a potência do Cristianismo por uma fantasia de gente desonesta ou alucinada. Como pode uma fantasia atravessar dois mil anos de história, com 266 Papas, 21 Concílios Ecumênicos, e hoje com cerca de 4 mil bispos e 416 mil sacerdotes? E não se trata de gente ignorante ou alienada; muito ao contrário, são universitários, mestres, doutores.
Prof. Felipe Aquino

O coração e o braço (ct 8,6)

digitalizar0004Neste ano, tive a oportunidade de conhecer a cidade de Ávila, na Espanha, cidade de Santa Teresa de Jesus.
Ávila está celebrando um momento histórico: o jubileu de 500 anos do nascimento de Santa Teresa.
Nesta pequena cidade, fui visitar o que eu mais queria: o primeiro Carmelo que Santa Teresa reformou; o de São José. Começou em uma simples casa de pedra. Ela deixou seu Carmelo original porque havia falta de espiritualidade, e eram divididos em duas classes, pois as irmãs que eram de famílias nobres viviam no luxo, enquanto as mais simples eram renegadas.
Pude ver esse primeiro Carmelo, a sua Igreja, e as irmãs enclausuradas que vivem ali. É incrível como parece que Santa Teresa vive naquele lugar. Deus me deu a graça de ali estar no dia de Nossa Senhora do Carmo, a protetora do Carmelo (16/07/15). E para completar esse dia de tanta graça, pude chegar bem próximo de duas relíquias desta grande santa – seu coração e seu braço – eles estão incorruptos. Essas relíquias estão dentro de belos relicários muito bem protegidas à sete chaves devido a tentativa de roubos anteriores.naescoladossantos
O braço que restou de seu corpo certamente significa que Deus quis deixar uma lembrança do grande trabalho que santa Teresa realizou para a reforma dos carmelos femininos dos seus tempos que estavam relaxados nos costumes. Por toda a Espanha ela estabeleceu conventos carmelitas reformados.
Por tudo o que conhecemos de sua vida, podemos dizer que a relíquia do coração pode significar o grande amor que ela tinha por Deus, pela Igreja, pela salvação das almas e pelo reino de Deus que a levou a trabalhar durante toda a sua vida pela renovação dos carmelos.
O coração e o braço tiveram um significado especial na vida de Santa Teresa, e também devem ter na nossa. E é justamente sobre isso que iremos meditar.
São Tomás de Aquino disse que “a obra principal do cristianismo” é a união da vida contemplativa com a vida ativa (S.Th. 3º p. 67, a. 2.ad Ium).
Mas o mais importante é a vida interior, a contemplação. Podemos compará-las, respectivamente, com o coração e os braços. Ambas são fundamentais, mas o coração é mais importante porque ele vive sem os braços, mas os braços não vivem sem ele.
É o coração que manda o sangue para o braço; sem isso ele morre. Assim a ação, sem a contemplação ela morre, ou então não produz. São Tomás dizia que: pela contemplação a alma se alimenta; pelo apostolado, dá-se (S. Th. 2º 2al, q188, a.6).
Os momentos diante do Sacrário e as comunhões espirituais frequentes, são a verdadeira causa da fecundidade da ação das pessoas que desempenham cargos, diz o Pe. Jean Baptiste Chautard. Ao mesmo tempo essa prática é a salva guarda das suas almas e a causa dos seus progressos na virtude.
É o que nos garante nada querer realizar além das nossas forças, habitua-nos a ver, em tudo, a vontade de Deus; só trabalhar nas obras que Deus deseja de nós, e só por amor d’Ele; oferecer a Deus o nosso trabalho renovando o propósito de trabalhar só para Ele e por Ele. É isso que São Paulo disse aos Colossenses:
“Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por Ele graças a Deus Pai” (Col 3,17).
“Tudo o que fizerdes, fazei de bom coração, como para o Senhor e não para os homens, certos de que recebereis como recompensa, a herança das mãos do Senhor. Servi a Cristo Senhor” (Col 3,23).
Isto se chama “reta intenção”, sem a qual, o que nós fazemos não tem valor para Deus. Muitas vezes nossas de boas ações praticadas perdem os méritos porque falta esta “reta intenção”. Só agiremos assim se tivermos muita contemplação e vida interior, porque somos vaidosos e queremos aparecer, se exibir, e se destacar.ensinamentodossantos
A ação para ser fecunda, carece da contemplação, porque, é por meio dela que a alma colhe no Coração de Jesus as graças que vai distribuir na ação. Sem a contemplação, vamos à ação de mãos vazias, como um bombeiro que vai apagar um incêndio, mas percebe que está sem água.
É na medida em que a alma se alimenta do amor de Jesus que ela é também capaz de inflamar as outras almas nesse mesmo amor. Por isso, os santos levaram tantas almas a Cristo, porque viviam a contemplação na ação, como Santa Teresa.
“Deus só abençoa as obras que pela prática da vida interior, aproximam os homens de Deus”, diz J. B. Chautard.
Que a exemplo de Santa Teresa de Ávila e por meio de sua intercessão possamos alcançar sempre alimento para a nossa vida espiritual na doutrina Celeste e sentir em nós o desejo da verdadeira santidade.
Prof. Felipe Aquino

A orientação sexual na adolescência

205Ensinemos aos jovens o autocontrole de suas paixões
A orientação sexual na adolescência ganha cada vez mais importância. Mais do que transmitir que sexo por sexo é fuga e sexo com consciência é amor, discutir as formas de relacionamento entre adolescentes é também uma das grandes preocupações da sociedade. Causa estranheza observar o descaso e o desrespeito com que o assunto ainda é tratado. Nem é preciso ser um especialista para perceber a discrepância das atitudes.obrilhodacastidade
A sociedade vem se preocupando em proporcionar segurança e liberdade sexual para os adolescentes, mas não consegue orientar adequadamente os representantes do futuro da nação sobre o assunto. Isso sem contar a forma com que o tema é tratado na mídia, principalmente em novelas, filmes nacionais e em programas de auditório. Sem contar que, associada à distribuição gratuita dos preservativos e da abortiva “pílula do dia seguinte”, a liberdade de atos sexuais entre adolescentes torna-se cada vez mais normal, como um incentivo à promiscuidade.
O ser humano não deve ser considerado apenas como um corpo. Sua alma necessita de afago. A simples promoção de sexo acintoso, sem responsabilidade e sem compromisso, também incita consequências trágicas como milhões de meninas gerando filhos, sendo violentadas, prostituindo-se à beira das estradas, crianças abandonadas por pais e mães despreparados para formar uma família e postadas em faróis à procura do sustento de cada dia. É claro, quem planta vento colhe tempestades.
Leia também: Namoro e Sexo
A moral e a ética exigem que ensinemos aos jovens o autocontrole de suas paixões intensas. Que devem vencer a Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis com atos responsáveis e não pelo uso da camisinha. João Paulo II assim se expressou sobre a camisinha: “Além de o uso de preservativos não ser 100% seguro, liberar o seu uso convida a um comportamento sexual incompatível com a dignidade humana […]. O uso da chamada camisinha acaba estimulando, queiramos ou não, uma prática desenfreada do sexo […]. O preservativo oferece uma falsa ideia de segurança e não preserva o fundamental”.
cpa_namoroDevemos incentivar a formação de famílias com conceitos, raízes e sentimentos puros e morais. Conservadora ou não, a família é o sustento do espírito e a fonte de conforto nos anseios individuais.
A sociedade, de maneira geral, deve ter mais cuidado com o que simplesmente “controla a transmissão de doenças e evita filhos indesejados”. Ela deve transmitir princípios e valores por intermédio da orientação, em busca do resgate das origens e do respeito à moral e à ética.
A satisfação do sexo não está restrita ao corpo, ela deve estar atrelada ao coração, espírito e mente.
Prof. Felipe Aquino

A Força da Moral Católica

A m10-justicaoral católica é a base do comportamento do cristão, segundo a fé que ele professa recebida de Cristo e dos Apóstolos. No Sermão da Montanha Jesus estabeleceu a “Constituição” do Reino de Deus, e em todo o Evangelho nos ensina a viver conforme a vontade de Deus.
Para quem vive pela fé, a moral cristã não é uma cadeia, antes, um caminho de vida plena e de felicidade. Deus não nos teria deixado um Código de Moral se isto não fosse imprescindível para servos felizes. As leis morais podem ser comparadas às setas de trânsito que guiam os motoristas, especialmente em estradas perigosas, de muitas curvas, neblinas e lombadas. Se o motorista as desrespeitar, poderá pagar com a própria vida e com as dos outros.
Mas para crer nisto e viver com alegria a Moral é preciso ter fé; acreditar em Deus e no seu amor por nós; e acreditar na Igreja católica como porta voz de Jesus Cristo. É preciso ser guiado pelo Espírito Santo.
Cristo nos fala pelo Evangelho e pela Igreja. Ele a instituiu sobre Pedro e os Apóstolos para ser a nossa Mãe, guia e mestra. Jesus disse aos Apóstolos: “Quem vos ouve, a Mim ouve; quem vos rejeita, a Mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita Aquele que me enviou” (Lc 10,16).
Cristo concedeu à Igreja parte de sua infalibilidade em matéria de doutrina: fé e moral, porque isto é necessário para a nossa salvação, e instituiu a Igreja para nos levar à salvação. Por isso, Cristo não pode deixar que a Igreja erre em coisas essenciais à nossa salvação. O Concílio Vaticano II disse que “a Igreja é o sacramento universal da salvação” (LG,4).
É por Ela que Jesus continua a salvar os homens de todos os tempos e lugares, através dos Sacramentos e da Verdade que ensina. São Paulo disse à S. Timóteo que “a Igreja é a coluna e o fundamento (alicerce) da verdade” (1Tm 3,15) e que “Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da Verdade” (1Tm2, 4). Essa “verdade que salva” Deus confiou à Igreja para guardar cuidadosamente, e ela faz isto há vinte séculos. Enfrentou muitas heresias e cismas, muitas críticas dos homens e mulheres sem fé, especialmente em nossos dias, mas a Igreja não trai Jesus Cristo.
Cristo está permanentemente na Igreja – “Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28,20) – e ela sabe que embora os seus filhos sejam pecadores, ela não pode errar o caminho da salvação e da verdade.
Na última Ceia o Senhor prometeu à Igreja (Cristo e os Apóstolos) no Cenáculo, na última Ceia, que ela conheceria a verdade plena. “Ainda tenho muitas coisas para lhes dizer, mas vocês não estão preparados para ouvir agora; mas quando vier o Espírito Santo, ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16,12-13).
Ao longo dos vinte séculos o Espírito Santo foi ensinando à Igreja esta verdade, através dos santos, dos papas, dos Santos Padres…
Se Cristo não concedesse à Igreja a infalibilidade em termos de doutrina (fé e moral) de nada valeria ter-lhe confiado o Evangelho, pois os homens o interpretam de muitas maneiras diferentes, e criaram muitas outras “igrejas”, sem o Seu consentimento, para aplicarem a verdade conforme o “seu” entendimento, e não conforme o entendimento da Igreja deixada por Cristo. A multiplicação das milhares de igrejas cristãs e de seitas, é a conseqüência do esfacelamento da única Verdade que Jesus confiou ao Sagrado Magistério da Igreja (Papa e Bispos em comunhão com ele) para guardar e ensinar a todos os povos.
Além de confiar à Igreja a Verdade eterna, Cristo lhe garantiu a Vitória contra todos os seus inimigos. Disse a Pedro: “As portas do inferno jamais a vencerão” (Mt 16,17).
Já se passaram vinte séculos, inúmeras perseguições (império romano, nazismo, comunismo, fascismo, ateísmo,… ) e a Igreja continua mais firme e forte do que nunca. Quanto mais é perseguida, mais corajosa se torna, quanto mais apanha, tanto mais se fortalece; quanto mais é caluniada, mais sábia se torna.
Tertuliano de Cartago (†220), um dos apologetas da Igreja, escreveu ao imperador romano da época, Antonino Pio, que perseguia os cristãos, dizendo que não adiantava persegui-los e matá-los, porque “o sangue dos mártires é semente de novos cristãos”.
O império romano desabou, o comunismo sucumbiu, o nazismo acabou… mas a Igreja continua mais firme do que nunca. Nenhum chefe de Estado têm tantos embaixadores (Núncios Apostólicos) em outros países como o Vaticano; são cerca de 180.
O mundo chama hoje a Igreja Católica de obscurantista, retrógrada, etc, por ela ser fiel a Jesus; mas ela não se curva diante do pecado do mundo moderno, da mesma forma que não se curvou diante dos carrascos dos seus mártires.
A Igreja não busca a glória dos homens, mas somente a glória de Deus, por isso não se intimida e não desanima diante das ameaças dos infiéis. Ainda que ela fique sozinha, não negará a verdade do seu Senhor.
A moral católica não muda ao sabor da vontade dos homens e nem com o passar do tempo, porque a Verdade não muda, seja ela qual for. O teorema de Pitágoras e o princípio do empuxo, de Arquimedes, são os mesmos que esses gregos descobriram vários séculos antes de Cristo. A verdade que foi revogada, nunca foi verdade; pois a verdade de fato não pode mudar. Cristo não nos deixou uma moral transitória, passageira, provisória; não, Ele nos deixou uma Verdade eterna. Ele mesmo é a Verdade.
As questões morais não dependem da “opinião da maioria” e nem se altera com os “avanços” científicos. A moral é que deve dizer quais descobertas da Ciência são válidas para o progresso do homem, e não o contrário. Uma lei moral não se torna lícita só porque é aprovada pelo Governo ou pelo Parlamento.amoralcatolica
Muitas vezes a confusão moral e os erros são cometidos por causa de uma incompreensão insuficiente dessas questões. A Igreja, de sua parte, examina com profundidade as questões morais, olhando não apenas o conforto do homem, mas, principalmente a sua dignidade humana.
Diante das leis que não estão de acordo com a Moral católica, os fiéis precisam se manifestar com viva voz; porque se ficarmos calados e submissos, em breve poderemos ter em nosso país muitas leis imorais. O Papa Leão XIII disse que a audácia dos maus se alimenta da covardia e omissão dos bons. Não podemos mais viver um catolicismo de sacristia; a maioria do povo brasileiro é católica (cerca de 73%) e tem direito de viver em um país com leis católicas; mas isto só acontecerá se fizermos isto acontecer. Jesus já tinha avisado que “os filhos das trevas são mais espertos que os filhos da luz”.
Prof. Felipe Aquino

Como fazer um bom exame de consciência?


homem-sentado-na-praia“Para estar com Deus” é preciso caminhar na sua graça. Isso exige de nós paciência, confiança e perseverança.
Confira alguma dicas para repensar sua vida todos os dias:
Vigiar e orar
Você se lembra de que, no Horto das Oliveiras, Jesus fez um intervalo na sua oração, foi ver se os Apóstolos o acompanhavam e os achou dormindo. Com pena, disse a Pedro: Não pudeste vigiar uma hora comigo? E a todos: Vigiai e orai, para não entrardes em tentação (Mt 26,40-41)?
Uma das melhores maneiras de “vigiar”, como Jesus nos pede, é fazer todos os dias o exame de consciência: um balanço do nosso dia diante de Deus, cheio de sinceridade, que se pode resumir nas três perguntas que São Josemaria às vezes aconselhava: “O que fiz bem? O que fiz mal? O que poderia fazer melhor amanhã?”
Talvez você me diga: “Eu já tentei fazer esse exame, mas é complicado. Não sei por onde começar e, além disso, à noite estou cansado e não consigo pensar”.
Tem razão. Não é fácil. Por isso, talvez possam ajuda-lo algumas sugestões práticas. Vamos ver.
Algumas sugestões
Para começar, três ideias claras:
Primeira: o exame deve ser simples e breve (podem bastar três ou quatro minutos), nunca complicado.
Segunda: o exame será bom se nos ajudar a enxergar algumas falhas daquele dia e a pedir perdão a Deus por elas, e a ver também como perseveramos nas resoluções boas.
Terceira: o exame será completo se terminar com alguma resolução, muito prática, de melhorarmos em algum ponto no dia seguinte (por exemplo, sermos mais pontuais no trabalho, ou falar mais com a família).
É importante ter em conta que – embora seja aconselhável – não é “obrigatório” fazer o exame à noite, à última hora do dia, se estamos caindo de sono. Convém fazê-lo num momento em que a cabeça esteja ainda lúcida: por exemplo, antes do jantar, em lugar isolado (e antes de mergulhar na tv!); ou antes de nos deitarmos, mas estando ainda em pé, sentados numa poltrona; ou no local de trabalho, concentrando-nos um momento antes de encerrar o expediente; ou até mesmo no início do dia seguinte, fazendo – junto com as orações da manhã -, um breve balanço do dia anterior. Cada qual tem que achar o seu “bom momento” para o exame.
Deve-se evitar fazer o exame na cama, já deitado. Esse mesmo conselho – lembra? – dávamos ao falar da oração mental. Quem tiver suficiente autocontrole da sonolência ou padecer de falta de sono, pode-se arriscar a ler, a orar mentalmente, a rezar o terço, a fazer o exame na cama… Mas não se engane. Você já se conhece. Se tiver o cochilo fácil, sabe muito bem o que acontecerá: vai adormecer sem fazer nada.
Leia também: Exame de Consciência
Sacramentos: Exame de Consciência – Parte 1
Sacramentos: Exame de Consciência – Parte 2
Ainda uma sugestão dirigida às pessoas que quiserem fazer o exame com o máximo proveito: não faça o exame sem ter à mão uma agenda (ou um caderninho) e a caneta. Daqui a pouco veremos o que é bom anotar (e desculpe as repetidas recomendações que faço sobre a agenda; não é mania, é experiência).
Em que assuntos nos convém pensar?
Antes de responder a essa pergunta, quero deixar muito clara uma ideia: não pretendo aconselhar nenhum “método rígido” de exame. É uma matéria em que deve haver muita liberdade e cada qual tem que achar o seu modo de fazer um bom exame. Portanto, tudo o que disser a seguir são apenas sugestões, meras sugestões que têm sido úteis para outras pessoas. Vamos a elas.
Comece pedindo luz ao Espírito Santo, para fazer um bom exame: “Vinde, Espírito Santo!”, “Que eu veja!”.
Pode ser útil, inicialmente, dar uma olhada rápida ao dia, procurando lembrar alguma coisa negativa que cutuque na consciência: “Tive uma briga feia em casa”, “Tive preguiça de cumprir tal dever”, “Deixei-me dominar pela ira naquele momento”, “Abusei da comida ao jantar”, “Falei palavras ofensivas a tal colega”, “Cedi à imoralidade na Internet”… São faltas fáceis de lembrar, sem necessidade de uma análise demorada. Uma vez recordadas, peça sinceramente perdão a Deus: “Senhor Jesus, Filho de Deus, tem piedade de mim, que sou um pecador”. E proponha-se lutar.
Mas é bom não reduzirmos o exame diário a uma espécie de preparação para uma confissão (ainda que o exame diário facilite preparar boas confissões). Muitas vezes, além de nos determos brevemente nas “faltas”, será bom determo-nos um pouco mais nas “coisas boas”.
Concretamente, todos deveríamos ter um pequeno programa das melhoras que desejaríamos alcançar (de preferência listadas na agenda). Por exemplo:
– um plano de vida diário de orações, de recitação do terço, de leituras espirituais, com seus horários previstos;
– duas ou três mortificações (sacrifícios), que nos ajudem a ter, por exemplo, mais ordem, ou a segurar a língua, ou a controlar a gula de chocolate ou de cerveja, etc.
– um pequeno programa de ajuda aos outros, também de ajuda espiritual e apoio moral: “Vou conversar mais com Fulano”, “Procurarei ajudar essa outra pessoa nisso ou naquilo”…
Se revisarmos diariamente essas listas, veremos os pontos positivos que houve e aqueles em que estivpara_estar_menoremos mais falhos, e poderemos então fazer um ou dois propósitos de luta para o dia seguinte. O ideal seria abrir uma folha na agenda, ou uma página no computador, para nela ir listando esses propósitos. Por exemplo:
– 3 de maio: amanhã, ser mais otimista nos comentários quando estiver à mesa lá em casa, no jantar;
– 4 de maio: amanhã, levantar na hora certa, sem ceder nem cinco minutos à preguiça, e fazer com calma e oração;
– 5 de maio: amanhã, não deixar de dedicar, a tal hora, pelo menos 10 minutos à leitura do Evangelho ou de outro bom livro;
– 6 de maio: amanhã, ligar para esse parente que tem a esposa doente, e marcar uma visita ou, pelo menos, mostrar-lhe que estou interessado e rezando.
Como dizia acima, são apenas algumas sugestões. Veja você qual seria, no seu caso, a melhor maneira de fazer esse breve exame, de modo que o ajude a retificar as falhas e a ir subindo, dia após dia, pela escada do amor e da perfeição cristã.
Padre Francisco Faus
Retirado do livro: Para estar com Deus, Editora Cléofas.

Santa Teresa de Jesus Jornet



santa teresa jornet e ibarsMais uma santa fundadora de um instituto femenino florescente, pequenas irmãs dos anciãos abandonados, que em 1983  possuía 212 casas e 2.750 irmãos. Nasceu Teresa em Aytona, na Catalunha em 9-1-1843. Passou a adolecência na terra natal e em Lérida, completando os estudos em Fraga, onde obteve o diploma de professora. Depois de um tempo dedicado ao ensino, associou-se às terceiras camelitas, reunidas por um seu tio sacerdote. Foi diretora da escola, mas desejando maior perfeição entrou em 1868 para as clarissas, de onde saiu dois anos depois por causa de sua pouca saúde. Voltou para as terceiras camelitas, assumindo de novo a direção da escola. Quando da morte do tio (1872), a instituição esteve a ponto de dissolver-se, e Teresa voltou para cidade natal. No mesmo ano encontrou o Pe.Satumino López Novoa, que tinha fundado uma congregação para a assistência de anciãos pobres e fez parte do 1º grupo de 28 companheiras com as quais se iniciou essa obra. No ano seguinte abriam sua primeira casa em Valência. Em 1874, aprovado o instituto pelo bispo dessa cidade, fez a sua profissão temporária e se fundava outra casa em Saragoza. Em 12 anos se fundaram 47 casas para os velhos pobres. A congregação cresceu e foi aprovada pela Santa Sé. Expandiram-se Cuba e toda a América Latina. Mas tiveram de lutar contra outra congregação religiosa francesa, que queria a fusão com obra de Teresa ou ao menos que sua obra mudasse de nome. Em 1882 chegou-se a um acordo e a obra de Teresa assumiu nome. Com saúde fraca, Teresa morreu ainda jovem em 1897, no dia 26 de agosto. A congregação não se preocupou em mover a causa de beatificação da fundadora, que foi levada a termo por iniciativa da autoridade da Igreja.
Santa Teresa de Jesus Jornet, Rogai por nós!
Outros Santos do mesmo dia: Santo Zeferino, Santo Melquisedec, Seato Alexandre de Bergamo, Santo Bonifácio, Santo Justo, Santo Gunufort, Santa Joana Isabel Bichier de Ages, Beato Ambrósio de Benaguacil, Beato Félix Vivet Trabal, Beato Tiago de Bevagna, Beato Herluino, Beata Maria de Jesus Crucificado, Beata Maria dos Anjos Ginard Mari, Beato João de Caramola.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Reflexão de hoje - Mt 23, 23-26

Reflexão - Mt 23, 23-26

O Evangelho de hoje é a continuação do de ontem, de modo que a nossa reflexão também é uma continuidade da de ontem. Um dos meios através dos quais tornamos a nossa religião superficial e unilateral é o formalismo religioso, que faz com que sejamos capazes de cumprir até mesmo os menores preceitos, mas tiram da nossa vida o mais importante que são os ensinamentos fundamentais para a nossa vida como a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Ser verdadeiramente cristão significa ser capaz de viver os valores do Reino e não simplesmente o cumprimento de rituais e a capacidade de falar coisas bonitas e poéticas a respeito de Deus.

Evangelho de hoje - Mt 23,23-26

Evangelho - Mt 23,23-26

Vós deveríeis praticar isto, sem contudo deixar aquilo.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 23,23-26
Naquele tempo, disse Jesus:
23Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas!
Vós pagais o dízimo da hortelã, da erva-doce e do cominho,
e deixais de lado os ensinamentos mais importantes da Lei,
como a justiça, a misericórdia e a fidelidade.
Vós deveríeis praticar isto, sem contudo deixar aquilo.
24Guias cegos!
Vós filtrais o mosquito, mas engolis o camelo.
25Aí de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas!
Vós limpais o copo e o prato por fora,
mas, por dentro, estais cheios de roubo e cobiça.
26Fariseu cego!
Limpa primeiro o copo por dentro,
para que também por fora fique limpo.
Palavra da Salvação.

Salmo - Sl 138 (139),1-3. 4-6 (R. 1)

Salmo - Sl 138 (139),1-3. 4-6 (R. 1)

R. Senhor, vós me sondais e conheceis.

1Senhor, vós me sondais e conheceis, *
2sabeis quando me sento ou me levanto;
de longe penetrais meus pensamentos, +
3percebeis quando me deito e quando eu ando, *
os meus caminhos vos são todos conhecidos.R.

4A palavra nem chegou à minha língua, *
e já, Senhor, a conheceis inteiramente.
5Por detrás e pela frente me envolveis; *
pusestes sobre mim a vossa mão.
6Esta Verdade é por demais maravilhosa, *
é tão sublime que não posso compreendê-la.R.

1ª Leitura - 1Ts 2,1-8

1ª Leitura - 1Ts 2,1-8

Desejávamos dar-vos não somente o evangelho de Deus,
mas até, a própria vida.
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses 2,1-8
1Bem sabeis, irmãos,
que nossa vinda até vós não foi em vão.
2Apesar de maltratados e ultrajados em Filipos,
como sabeis, encontramos em Deus a coragem
de vos anunciar o evangelho, em meio a grandes lutas.
3A nossa exortação não se baseia no erro,
na ambigüidade ou no desejo de enganar.
4Ao contrário, uma vez que Deus
nos achou dignos para que nos confiasse o evangelho,
falamos não para agradar aos homens, mas a Deus,
que examina os nossos corações.
5Bem sabeis que nunca usamos palavras de adulação,
nem procedemos movidos por disfarçada ganância.
Deus é testemunha disso.
6E também não procuramos elogios humanos,
nem da parte de vós, nem de outros,
7embora pudéssemos fazer valer
a nossa autoridade de apóstolos de Cristo.
Foi com muita ternura que nos apresentamos a vós,
como uma mãe que acalenta os seus filhinhos.
8Tanto bem vos queríamos,
que desejávamos dar-vos não somente o evangelho de Deus,
mas até, a própria vida;
a tal ponto chegou a nossa afeição por vós.
Palavra do Senhor.

São José Calasanz

san_jo1Nasceu em Peralta de la Sal, diocese de Urgel, em Aragão, no ano de 1557. Ordenado sacerdote aos 28 anos, manifestou logo uma grande inclinação para a vida eremítica. Os seus superiores, para curá-lo, lançaram-no no meio do povo, nomeando-o vigário geral da diocese. E como a cura não parecesse eficaz, mandaram-no a Roma na qualidade de teólogo em companhia do cardeal Marco Antônio Colonna. Porém, mais que aos cuidados do cardeal, que saiba cuidar por si mesmo da sua própria cultura, dedicou-se com espírito de apóstolo à instrução dos meninos do Trastevere, na paróquia de Santa Dorotéia, onde era vigário cooperador. Naquele tempo não existiam problemas escolares sobre a mesa do prefeito de Roma, pela simples razão de que as escolas eram um negócio privado. Quem tinha dinheiro suficiente pagava o professor para dar aulas em casa, ou mandava os filhos aos célebres Studi (Universidades), ou às escolas comunais, instituídas pelos municípios livres, em muitas cidades do norte. Estas últimas faltavam em Roma e nisso pensou José Calasanz. Feita com as poucas economias de que dispunha a primeira escola gratuita aberta aos filhos dos pobres, viu-se encorajado a fazer mais pela afluência de tantos voluntários, que se ofereceram para lecionar gratuitamente aos meninos. Fundou assim a Congregação dos Clérigos Regulares das Pias Escolas, vinculados não só pelos votos de pobreza, castidade e obediência, mas também por um quarto voto, que os compromete com a instrução dos jovens. Esta esperada e benéfica instituição teve imediatamente a notoriedade que bem merecia: a Congregação se espalhou em todos os países europeus, trazendo no entanto mais dores que alegrias ao santo fundador. As provas, às quais Deus submete os seus santos, para separar a boa semente da do joio, não demoraram a afligir José: acusado de incapacidade pelos seus próprios filhos, após a imposição de um visitador desonesto o santo foi destituído do seu cargo e a Congregação desceu ao nível de uma simples confraria, quer dizer, praticamente ficou suprimida. Com admirável paciência e serenidade, José Calasanz arregaçou as mangas e com a obstinação dos pioneiros reergueu o edifício que havia desabado. A Congregação ressurgiu das cinzas, mas com os mesmos programas sociais: de cultivar as jovens inteligências dos meninos de periferia. José morreu na bonita idade de noventa anos, a 25 de agosto de 1648 e foi canonizado em 1757.
São José Calasanz, Rogai por nós!
Outros Santos do mesmo dia: Santo Luis de França, Santo Genésio o Comediante, Santa Patrícia, Santa Mena, Santa Eba, Santo Gregório de Utrecht, Santa Ermínia, Santo Eusébio de Roma, Santo Genésio, Santo Pelegrino, São Aredio, Beato Miguel Carvalho, Beato Luis Urbano Lanaspa, Beata Maria do Trânsito de Jesus Sacramentado, Beato Paulo João Charles.

Pode-se comungar de joelhos?


Portugal Pope VisitSão vários os pronunciamentos oficiais da Santa Sé, não só autorizando os fiéis a Comungar de joelhos, como até incentivando, como fez o próprio Papa Bento XVI.
“Como se pode depreender, a Congregação para o Culto Divino considera grave falta a recusa da Comunhão Eucarística a quem a queira receber de joelhos” (Dom Estevão Bettencourt; Revista PERGUNTE E RESPONDEREMOS, Nº 493 – Ano : 2003 – Pág. 330)
Vamos ver esses documentos:
1 – REDEMPTIONIS SACRAMENTUM – CONGREGAÇÃO DO CULTO DIVINO E DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS:
91. Na distribuição da sagrada Comunhão se deve recordar que «os ministros sagrados não podem negar os sacramentos a quem os pedem de modo oportuno, e estejam bem dispostos e que não lhes seja proibido o direito de receber».[177] Por conseguinte, qualquer batizado católico, a quem o direito não o proíba, deve ser admitido à sagrada Comunhão. Assim pois, não é lícito negar a sagrada Comunhão a um fiel, por exemplo, só pelo fato de querer receber a Eucaristia ajoelhado ou de pé.
92. Todo fiel tem sempre direito a escolher se deseja receber a sagrada Comunhão na boca[178] ou se, o que vai comungar, quer receber na mão o Sacramento. Nos lugares aonde Conferência de Bispos o haja permitido, com a confirmação da Sé apostólica, deve-se lhe administrar a sagrada hóstia. Sem dúvida, ponha-se especial cuidado em que o comungante consuma imediatamente a hóstia, na frente do ministro, e ninguém se desloque (retorne) tendo na mão as espécies eucarísticas. Se existe perigo de profanação, não se distribua aos fiéis a Comunhão na mão.[179]
2 – CONGREGAÇÃO DO CULTO DIVINO E DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS:
“A Santa Sé autoriza os fiéis receberem a Sagrada Comunhão na mão e, se quiserem, de joelhos. Alguns sacerdotes têm obrigado os fiéis a receber a S. Comunhão na mão (e em pé). Daí resultaram queixas levadas à “Congregação para o Culto Divino”, que reiterou o caráter facultativo da nova modalidade de comungar, mediante um documento de 2002. Em 1975 a Santa Sé concedeu ao clero do Brasil a faculdade de ministrar a S. Comunhão aos fiéis, postos em pé com a mão estendida, sendo que o novo rito não seria ser imposto aos fiéis; estes, se quisessem, poderiam continuar a comungar na boca e de joelhos. Transcrevo parte do que diz a norma do Vaticano:
CONGREGAÇÃO DO CULTO DIVINO E DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS:
Protocolo nº 1322/02/L – Roma, 1º de julho de 2002.
“Esta Congregação está realmente preocupada com o grande número de queixas recebidas de várias partes nos últimos meses. Ela considera que a recusa da Comunhão a um fiel que esteja ajoelhado, é grave violação de um dos direitos básicos dos fiéis cristãos, a saber: o de ser ajudado por seus Pastores por meio dos sacramentos (Código de Direito Canônico cânon 213).
Mesmo naqueles países em que esta Congregação adotou a legislação local que reconhece o permanecer em pé como postura normal para receber a Sagrada Comunhão… ela o fez com a condição de que aos comungantes desejosos de se ajoelhar não seria recusada a Sagrada Eucaristia.
Com efeito, como o Cardeal Joseph Ratzinger enfatizou recentemente, o costume de ajoelhar-se para receber a Sagrada Comunhão tem em seu favor uma tradição multissecular, e é sinal particularmente expressivo de adoração, que corresponde à verdadeira real e substancial presença de Jesus Cristo Nosso Senhor sob as espécies eucarísticas.
Os sacerdotes devem entender que a Congregação considerará qualquer queixa desse tipo com muita seriedade, e, caso sejam procedentes, atuará no plano disciplinar de acordo com muita seriedade, e, caso sejam procedentes, atuará no plano disciplinar de acordo com a gravidade do abuso pastoral.
Agradeço a V. Excia. a atenção dispensada a este assunto e conto com a sua amável colaboração.
Sinceramente seu em Cristo
Jorge A. Cardeal Medina Estévez – Prefeito
Francisco Pio Tamburrino – Secretário
3 – PALAVRA DO PREFEITO DA CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS NO VATICANO, CARDEAL ANTONIO CAÑIZARES LLOVERA, ASSINALOU QUE É RECOMENDÁVEL QUE OS CATÓLICOS COMUNGUEM NA BOCA E DE JOELHOS.comocomungar
O Cardeal espanhol, ao responder se considerava recomendável que os fiéis comunguem ou não na mão: A resposta do Cardeal foi breve e singela: “é recomendável que os fiéis comunguem na boca e de joelhos”.
Do mesmo modo, ao responder à pergunta da ACI Prensa sobre o costume promovido pelo Papa Bento XVI de fazer que os fiéis que recebam dele a Eucaristia o façam na boca e de joelhos, o Cardeal Cañizares disse que isso se deve “ao sentido que deve ter a comunhão, que é de adoração, de reconhecimento de Deus”.
“Trata-se simplesmente de saber que estamos diante de Deus mesmo e que Ele veio a nós e que nós não o merecemos”, afirmou.
O Cardeal disse também que comungar desta forma “é o sinal de adoração que necessitamos recuperar. Eu acredito que seja necessário para toda a Igreja que a comunhão se faça de joelhos”.
“De fato –acrescentou– se se comunga de pé, é preciso fazer genuflexão, ou fazer uma inclinação profunda, coisa que não se faz”.

Palavras de um pai ao filho

paiefilhopescandoDEUS MANDA QUE OS FILHOS ouçam os conselhos dos seus pais.
“Ouvi, meus filhos, os conselhos de vosso pai, segui-os de tal modo que sejais salvos.” (Eclo 3, 2).
Há na Bíblia uma bela página que apresenta os conselhos de um velho pai (Tobit), antes de morrer, a seu filho jovem (Tobias). Vamos meditar nestas sábias palavras. É um exemplo para todos, pais e filhos:
“Ouve, meu filho, as palavras que te vou dizer, e faze que elas sejam em teu coração um sólido fundamento. Quando Deus tiver recebido a minha alma, darás sepultura ai meu corpo. Honrarás tua mãe todos os dias da tua vida, porque te deves lembrar de quantos perigos ela passou por tua causa (Quando te trazia em seu seio). Quando ela, par sua vez, tiver cessado de viver, tu a enterrarás junto de mim.”
“Quanto a ti, conversa sempre em teu coração o pensamento de Deus; guarda-te de consentir jamais no pecado e de negligenciar os preceitos do Senhor, nosso Deus. Pratica a justiça em todos os dias da tua vida, e nunca andes pelos caminhos da iniquidade. Porque os homens retos triunfam em todos os seus trabalhos, assim como as pessoas honestas.”
“Dá esmolas dos teus bens, e não te desvies de nenhum pobre, pois assim fazendo, Deus tampouco se desviará de ti. Sê misericordioso segundo as tuas posses. Se tiveres muito dá abundantemente; se tiveres pouco, dá desse pouco de bom coração. Assim acumularás uma boa recompensa para o dia da necessidade: porque a esmola livra do o pecado e da morte, e preserva a alma de cair nas trevas. A esmola será para todos os que a praticam um motivo de grande confiança diante do Deus Altíssimo.”
“Guarda-te meu filho de toda a fornicação: fora de tua mulher não autorizes jamais um comércio criminoso. Sobretudo, escolhe para ti uma mulher de tua tribo; não tomes uma mulher estranha à tua raça, porque somos filhos dos profetas (…).”
“Nunca permita que o orgulho domine o teu espírito ou tuas palavras, porque ele é a origem de todo o mal.”
“A todo o que fizer para ti um trabalho, paga o seu salário na mesma hora: que a paga do teu operário não fique um instante em teu poder.”
“Não bebas jamais vinho até a embriaguez e que esta nunca seja tua companheira de caminho. Reparte o teu pão com os famintos e cobre com as tuas próprias vestes os que estiverem nus. Dá esmola do que te sobra, e o que assim deres, não o lamentes.”
“Guarda-te de jamais fazer a outrem, o que não quererias que te fosse feito. Come o teu pão em companhia dos pobres e dos indigentes; cobre com as tuas próprias vestes os que estiverem desprovidos delas.”
“Busca sempre conselhos junto ao sábio. Bendize a Deus em todo o tempo, e pede-lhe que dirija os teus passos, de modo que os teus planos estejam sempre de acordo com a sua vontade. Porque não há homem que seja perspicaz: É só Deus quem lhe dá uma boa decisão. E o Senhor exalta a quem ele quer, humilha também até aos infernos a – quem ele quer. Logo, meu filho, lembra-te desses conselhos: que eles não se apaguem do teu coração.”
“Procura viver sem cuidados, meu filho. Levemos, é certo, uma vida pobre, mas se tememos a Deus, se evitamos todo o pecado e vivemos honestamente, grande será a nossa riqueza.” (Tobias 4,1-23)
Talvez essas sejam as palavras mais sábias que um pai pode dizer a seu filho, e que o enche de belos ensinamentos segundo a vontade de Deus, pois estão de acordo com os seus Mandamentos.
Começa recomendando ao filho que, após a sua morte: “honrarás tua mãe todos os dias de tua vida”. Deus deu este mandamento a Moisés:
“Honra teu pai e tua mãe, como te mandou o Senhor, para que se prolonguem teus dias, e prosperes na terra que te deu o Senhor teu Deus.”
A maneira melhor de educar os nossos filhos será ensiná-los a obedecer os mandamentos da Lei de Deus. Ele que nos criou, é quem sabe como devemos viver para ser felizes.
Quando aquele jovem perguntou a Jesus o que devia fazer para ganhar a vida eterna, ouviu esta resposta:
“Conheces os mandamentos: não mates; não cometas adultério; não furtes; não digas falso testemunho; não cometas fraudes, honra pai e mãe (…).” (Mc 10,19).
Ao dar os Mandamentos a Moisés Deus lhe disse:
“(…) uso de misericórdia até a milésima geração com aqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.” (Dt 5,10).
“Ah, se tivessem sempre esse mesmo coração, para me temer e guardar os meus mandamentos! Seriam então felizes para sempre, eles e seus filhos.” (Dt 5,29).
É impressionante notar com que insistência Deus exige do seu povo eleito a observância dos seus mandamentos, e manda que os pais os ensinem aos filhos:
“Quando teu filho te perguntar mais tarde: Que são esses manda- mentos, estas leis e estes preceitos que o Senhor, nosso Deus, vos prescreveu? Tu lhe responderás: (…). O Senhor ordenou-nos que observássemos todas essas leis e temêssemos o Senhor, nosso Deus, para sermos sempre felizes e para que nos conservasse a vida (…).” (Dt 6,20s).
“Os mandamentos que hoje te dou serão gravados no teu coração. Tu os inculcarás em teus filhos, e deles falarás seja sentado em tua casa, seja andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares. Atá-lo-ás à tua mão como sinal, e os levarás como uma faixa frontal diante dos teus olhos. Tu os escreverás nos umbrais e nas portas da tua casa.” (Dt 6,6-9).
É na vivência dos mandamentos que provamos a Deus o nosso amor por Ele, de verdade, não apenas por palavras. Jesus disse aos Apóstolos na última Ceia:
“Se me amais, guardareis os meus mandamentos.” (Jo 14,15).
Sabemos que Jesus não revogou os mandamentos de Deus, mas “levou-os à perfeição” (Mt 5,17). Ele é o legislador divino que no Sermão da Montanha nos dá a lei perfeita. Os capítulos 5,6 e 7, do Evangelho de São Mateus, contêm a “lei perfeita”, que os teólogos chamam de Carta Magna do Reino de Deus, ou sua Constituição. Esses três capítulos contêm certamente tudo que um pai deve ensinar a seus filhos.
Leia também: “Honrar Pai e Mãe”
Quando o Catecismo da Igreja fala dos Dez Mandamentos, diz que são as “Dez Palavras” (Decálogo) que Deus revelou a seu povo no monte sagrado (Ex 34,28; Dt 4,13; 10,4), escritas “com seu dedo” (Ex 31,18; Dt 5,22). São palavras de Deus de modo eminente, mais do que os outros preceitos escritos por Moisés (CIC, §2056).
As “Dez palavras” indicam as condições de uma vida liberta da escravidão do pecado e se constituem em um caminho de vida:
“Se amares teu Deus, se andares em seus caminhos, se observares os seus mandamentos, suas leis e seus costumes, viverás e multiplicarás.” (Dt 30,16).
Os dez Mandamentos resumem a lei de Deus, e toda a Moral católica que os nossos filhos devem aprender:
“Tais foram as palavras que, em alta voz, o Senhor dirigiu a toda a assembleia no monte do meio do fogo, em meio a trevas, nuvens e escuridão. Sem nada acrescentar, escreveu-as sobre duas tábuas de pedras e as entregou a mim [Moisés].” (Dt 5,22).
Essas “duas pedras” são chamadas “O Testemunho” (Ex 25,16), pois contêm as cláusulas da Aliança entre Deus e o seu povo (Ex 31,18; 32,15; 34,19) e por isso foram colocadas “na Arca” (Ex 25,16;40,1-2).
O Catecismo afirma que:
“As ‘dez palavras’ (…) pertencem à revelação que Deus faz de si mesmo e da sua glória. O dom dos mandamentos é dom do próprio Deus e de sua santa vontade.” (CIC, §2059).
Daí a importância enorme dos Mandamentos na vida da Igreja, e que ela recomenda aos pais que transmitam aos filhos. Se a sociedade vivesse-os, não precisaríamos de tantos códigos de direito, milhares de leis, exércitos, polícias, etc. Tudo isto existe porque os homens não querem viver “dez palavras” de Deus.
Os Mandamentos indicam o agir moral do homem segundo a vontade de Deus. Vivê-los é a resposta de amor que o homem dá a Deus, demonstração de sua submissão à Ele como filho fiel, culto de ação de graças e cooperação com o Seu plano para a humanidade.
Santo Ireneu (+202) assim se expressou, ao se referir aos Mandamentos:
“Pelo Decálogo, Deus preparou o homem para se tomar seu amigo e ter um só coração para com o próximo (…). Da mesma maneira, as palavras do Decálogo continuam válidas entre nós [cristãos]. Longe de serem abolidas, elas foram levadas à plenitude do próprio significado e desenvolvimento, pelo fato da vinda do Senhor na carne.” (Contra as heresias 4,16; 3-4).
O Concílio de Trento (1545-1563) ensinou que os dez mandamentos obrigam os cristãos, e que o homem justificado está obrigado a observá-los. E o Concílio Vaticano II ensina que é “pela fé, pelo Batismo e pelo cumprimento dos mandamentos” que alcançamos a salvação (LG,24).
O Catecismo ensina que “o Decálogo forma um todo inseparável (…) que unifica a vida teologal e a vida social do homem” (CIC, §2069). “Iluminam os deveres essenciais” (CIC, §2070).
“Visto que exprimem os deveres fundamentais do homem para com Deus e para com o próximo, os dez mandamentos revelam, em seu conteúdo primordial, obrigações graves. São essencialmente imutáveis, e sua obrigação vale sempre e em toda parte. Ninguém pode dispensar-se deles. Os dez mandamentos estão gravados por Deus no coração do ser humano.” (CIC, §2071).
Por tudo o que foi dito, vemos a importância de viver e de ensinar os mandamentos aos filhos. E a Igreja nos diz que:
“O que Deus manda, torna-o possível pela sua graça” (CIC, §2082). “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5). É pela força do Senhor que vivemos os seus mandamentos.
É por faltar a muitos a graça de Deus, que o mundo acha difícil e pesado viver suas leis. Na verdade estão enganados. Ao terminar de dar os seus mandamentos a seu povo, ele disse:
“O mandamento que hoje te dou não está acima de tuas forças, nem fora de teu alcance (…) esta palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração: e tu a podes cumprir.” (Dt 30,11-14).familiasantuariodavida
“Tom ai sobre vós o meu jugo e recebei minha doutrina (…). Porque meu jugo é suave e meu peso é leve.” (Mt 11,28-29).
Quando o Catecismo da Igreja fala da educação dos filhos, destaca algo interessante:
“Os filhos, por sua vez, contribuem para o crescimento de seus pais em santidade (GS 48,§ 4).” (CIC, §2227).
Educando os filhos, os pais educam a si mesmos e crescem em santidade; que é o objetivo último de todos na família. Assim, a família se apresenta aos nossos olhos como uma escola de santificação para pais e filhos.
“Todos e cada um se darão generosamente e sem se cansarem o perdão mútuo exigido pelas ofensas, as rixas, as injustiças e os abandonos. Sugere-o a mútua afeição. Exige-o a caridade de Cristo.” (CIC, §2227).
A Igreja tem no catálogo dos seus santos, muitos que foram pais e mães, e que nos deixaram belos ensinamentos sobre a família. Entre eles encontramos São Luiz, rei da França, que nasceu em 1214 e subiu ao trono da França aos 22 anos de idade.
Teve onze filhos a quem deu excelente educação. Distinguiu-se pelo seu espírito de penitência (mesmo sendo rei), de oração e de amor aos pobres. Realizou duas Cruzadas para libertar o sepulcro de Cristo, e morreu perto de Cartago em 1270. Deixou este belo testamento espiritual ao seu filho herdeiro do trono. (Acta Sanctorum Augusti 5 [1868 ],546).
TESTAMENTO DE SÃO LUIZ, REI DA FRANÇA, A SEU FILHO
Filho dileto, começo por querer ensinar-te a amar o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com todas as tuas forças; pois sem isto não há salvação.
Filho, deves evitar tudo quanto sabes desagradar a Deus, quer dizer, todo pecado mortal, de tal forma que prefiras ser atormentado por toda sorte de martírios a cometer um pecado mortal.
Ademais, se o Senhor permitir que te advenha alguma tribulação, deves suportá-la com serenidade e ação de graças. Considera suceder tal coisa em teu proveito e que talvez a tenhas merecido. Além disto, se o Senhor te conceder a prosperidade, tens de agradecer-lhe humildemente, tomando cuidado para que nesta circunstância não te tornes pior, por vanglória ou outro modo qualquer, porque não deves ir contra Deus ou ofendê-lo valendo-te dos seus dons.
Ouve com boa disposição e piedade o oficio da Igreja e enquanto estiveres no templo, cuides de não vagueares os olhos ao redor, de não falar sem necessidade; mas roga ao Senhor devotamente, quer pelos lábios, quer pela meditação do coração.
Guarda o coração compassivo para com os pobres, infelizes e aflitos, e quando puderes, auxilia-os e consola-os. Por todos os benefícios que te foram dados por Deus, rende-lhe graças para te tornares digno de receber maiores. Em relação a teus súditos, sê justo até o extremo da justiça, sem te desviares nem para a direita nem para a esquerda; põe-te sempre de preferência da parte do pobre mais do que do rico, até estares bem certo da verdade. Procura com empenho que todos os teus súditos sejam protegidos pela justiça e pela paz, principalmente as pessoas eclesiásticas e religiosas.
Sê dedicado e obediente à nossa mãe, a Igreja Romana, ao Sumo Pontífice como pai espiritual. Esforça-te por remover de teu país todo pecado, sobretudo o de blasfêmia e a heresia.
Ó filho muito amado, dou-te enfim toda a bênção que um pai pode dar ao filho; e toda a Trindade e todos os santos te guardem do mal. Que o Senhor te conceda a graça de fazer sua vontade de forma a ser servido e honrado por ti. E assim, depois desta vida, iremos juntos vê-lo, amá-lo e louvá-lo sem fim. Amém.

Rainha do Céu, Senhora do Mundo

coroaçãoAbaixo de Deus todo poder foi dado à Virgem Maria; no céu, na terra e nos infernos. Elevada ao céu de corpo e alma, Nossa Senhora ali recebeu sua justa e merecida glorificação. Foi coroada pela Santíssima Trindade como Rainha do céu e da terra, dos anjos e dos santos, dos homens e de toda a criação de Deus.
A coroação de Nossa Senhora no céu não é um ato apenas simbólico ou mero cerimonial. Não. É um acontecimento de grande profundidade, por meio do qual Deus fez de Maria a Rainha de todas Suas criaturas. Ela é elevada à glória de Rainha do Universo.amulherdoapocalipse
Quando São João viu surgir no céu “um grande sinal (Ap 12,1) lhe era revelado por Deus toda a glorificação que os próprios elementos prestavam a Maria. Ela apareceu “revestida” de sol; isto é, o sol servir-lhe de vestimenta gloriosa, a lua veio pôr-se sob seus p[es, como um rico pedestal, e as estrelas se ajuntaram em torno de sua cabeça, formando uma coroa, com o numeral 12, que significa o símbolo da plenitude e da perfeição. Os astros do universo glorificam sua Rainha!
Maria é Rainha desde o momento em que foi escolhida e aceitou ser a Mãe do Rei do Universo. Filho e Mãe participam da mesma monarquia. A Mãe do Rei é rainha, dizem os santos.salverainha
Diz São Bernardino de Sena:
“Desde o momento em que Maria aceitou ser Mãe do Verbo Eterno, mereceu tornar-se Rainha do mundo e de todas as criaturas. Quantas são as criaturas que servem a Deus, tantas também devem servir a Maria. Por conseguinte estão sujeitas ao domínio de Maria os anjos, os homens e todas as coisas do céu e da terra, porque tudo está sujeito ao império de Deus” (Glória de Maria).
É por isso que Santo Agostinho ensinava que “a Mãe de Deus tem mais poder junto da Majestade divina que as preces e intercessões de todos os anjos e santos do céu e da terra”.tratadomenor
São Luís de Montfort, baseado em São Boaventura, garante:
“No céu, Maria dá ordem aos anjos e aos bem-aventurados. Para compensar sua profunda humildade, Deus lhe deu o poder e a missão de povoar de santos os tronos vazios, que os anjos apóstatas abandonaram e perderam por orgulho. É a vontade do Altíssimo, que exalta os humildes (Lc 1,52), e que o céu, a terra e o inferno se curvem, de bom ou mal grado, às ordens da humilde Maria, pois Ele a fez soberana do céu e da terra, general de Seus exércitos, tesoureira de Suas riquezas dispensadora de Suas graças, artífice de Suas grandes maravilhas, reparado do gênero, mediadora para os homens, exterminadora dos inimigos de Deus e a fiel companheira de suas grandezas e de seus triunfos” (Tratado, nº28).
É por isso que a Ladainha Lauretana nos leva a rezar: Rainha dos anjos, rogai por nós. Rainha dos patriarcas, rogai por nós. Rainha dos profetas, rogai por nós. Ranha dos apóstolos, rogai por oficioimaculadanós. Rainha dos mártires, rogai por nós. Rainha dos confessores, rogai por nós. Rainha das virgens, rogai por nós. Rainha de todos os Santos, rogai por nós. Rainha concebida sem pecado original, rogai por nós. Rainha da Assunção, rogai por nós. Rainha do Santo Rosário, rogai por nós. Rainha da paz, rogai por nós.
Prof. Felipe Aquino
Trecho retirado do livro: Para Entender o Ofício da Imaculada, Ed. Cléofas

Pode Jesus ter desprezado a sua Mãe?

Coração de Jesus e de MariaCausa estranheza a maneira quase ríspida a que Jesus referiu-se à sua mãe, na passagem narrada no Evangelho de Mateus, capítulo 12, versículos 46-50. Seria possível Ele ter desprezado a sua própria mãe?
Enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. Alguém lhe disse: «olha! Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem falar contigo». Ele respondeu àquele que lhe falou: ‘Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?’ E, estendo a mão para os discípulos. acrescentou: ‘Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.
Este evento foi narrado também no Evangelho de São Marcos, no capítulo 3, versículos 31 a 35:salverainha
Nisso chegaram a mãe os irmãos de Jesus. Ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. Ao seu redor estava sentada muita gente. Disseram-lhe: «Tua mãe e teus irmãos e irmãs estão lá fora e te procuram». Ele respondeu: «Quem é minha mãe? Quem são meus irmãos?» E passando o olhar sobre os que estavam sentados ao seu redor, disse: «Eis minha mãe e meus irmãos! Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe».
E, finalmente, no Evangelho de São Lucas, capítulo 8, versículos 19 a 21:
Sua mãe e seus irmãos vieram ter com ele, mas não podiam se aproximar, por causa da multidão. Alguém lhe comunicou: «Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem te ver». Ele respondeu: «Minha mãe e meus irmãos são estes: os que ouvem a Palavra de Deus e a põe em prática».
Ora, se a primeira comunidade cristã fez questão de narrar este fato em três dos quatro Evangelhos é porque realmente se trata de um acontecimento histórico. Mas, então, o que quis dizer Nosso Senhor Jesus Cristo?
Não parece possível que Ele tenha realmente desprezado ou feito pouco caso de sua mãe. Basta recordar a passagem referente ao jovem rico, quando Ele diz que, para entrar no Reino do Céu é preciso honrar pai e mãe:
Alguém aproximou-se de Jesus e disse: «Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna?» Ele respondeu: «Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos». – «Quais», perguntou ele. Jesus respondeu: «Não cometerás homicídio, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, honra pai e mãe, ama teu próximo como a ti mesmo».11 11 Mt 19,16-19
Mais plausível seria pensar que Jesus deseja mostrar, nessa passagem, que a salvação não estaria mais ligada ao sangue do povo judeu e ensinando, sim, que o novo povo de Deus será baseado em uma nova realidade: na fé e na obediência à vontade de Deus.
No Antigo Testamento, para uma pessoa ser inseri da no ‘povo de Deus’ bastava o nascimento, não era preciso fazer nada, poder-se-ia dizer que as pessoas eram salvas pela genética. É evidente que, por causa disso, os judeus desprezavam aqueles que não faziam parte da ‘raça eleita’, os goym, os gentios. Jesus, então, quer quebrar o paradigma dos laços sanguíneos. Alguns versículos antes do episódio com sua mãe, Ele havia sinalizado esse novo modo de ser povo de Deus quando disse:
Então, alguns escribas e fariseus disseram a Jesus: ‘Mestre, queremos ver um sinal da tua parte.’ Ele respondeu-lhe: ‘Uma geração perversa e adúltera busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal do profeta Jonas. De fato, assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim também o Filho do Homem estará três dias e três noites no ventre da terra. No dia do Juízo, os habitantes de Nínive se levantarão juntamente com esta geração e a condenação, pois eles mostraram arrependimento com a pregação de Jonas. No dia do Juízo, a rainha do Sul se levantará juntamente com esta geração e a condenará; pois ela veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão, e aqui está quem é mais do que Salomão.12 12 Mt 12,38-42
Ora, a ‘geração perversa e adúltera’ a que Jesus referiu-se são os judeus, a raça eleita. Jonas não queria pregar em Nínive, como é sabido, porque lá eram todos gentios, no entanto, ele prega e os ninivitas se convertem. Da mesma forma, a rainha do Sul, de Sabá, é uma mulher negra, etíope, portanto, não pertencia ao povo de Israel, mas ela ouve a mensagem de Salomão.
Logo, o que Jesus está fazendo é escandalizar os judeus que estavam ao seu redor, dizendo que o que passa a valer é a conversão, ou seja, fazer a vontade de Deus, obedecer os mandamentos e não mais os laços sanguíneos. A «nova» família de Jesus é formada por aqueles que fazem a vontade de Deus que está no céu. O novo povo de Deus está baseado, portanto, na fé.
Nesse viés, Maria Santíssima passa a ser honrada não tanto por ter dado a carne ao Salvador, mas por tê-lo concebido na obediência:cpa_resposta_cat_lica
Faça-se em mim segundo a Tua vontade.13 13 Lc 1,38
É por isso que justamente esta passagem controversa dos Evangelhos é usada pela Igreja para as missas em honra à Nossa Senhora. No missal de Pio V, utilizado até o ano de 1969, nas missas votivas de Nossa Senhora, o Evangelho proclamado era sempre e se. Portanto, Jesus não desprezou sua mãe com essas palavras. A mãe de Jesus é aquela que faz a vontade do Pai.
A graça maior de Maria Santíssima foi ter crido e feito a vontade de Deus em sua vida.
Fonte: A RESPOSTA CATÓLICA – Padre Paulo Ricardo

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Santa Clara de Assis: “Um clarão luminoso que brilhou na Idade Média"

 

santaclara“Clara de nome, mais clara de vida e claríssima de virtudes!”
Sem dúvida ela é uma das santas mais amadas; nasceu em 1193 e morreu em 1253, contemporânea de São Francisco. Sua vida mostra-nos o quanto a Igreja deve a mulheres corajosas e ricas na fé como ela, que fizeram a renovação da Igreja numa época difícil, onde a heresia cátara imperava. Havia luxo e pecado na vida de muitos filhos da Igreja; Francisco e Clara apresentaram o antídoto a essa triste moléstia espiritual.
Tomás de Celano apresenta uma biografia segura da Santa, bem como os autos do processo de canonização promovido Papa Alexandre IV (1254-1261), apenas dois anos após a morte de Santa Clara.
Clara pertencia a uma família aristocrática e rica. Renunciou à nobreza e à riqueza para viver pobre e humilde, adotando a forma de vida de Francisco de Assis. Seus pais queriam que ela se casasse com algum jovem da nobreza, mas Clara, aos 18 anos, com um gesto audaz, decide seguir a Cristo, e pela admiração por Francisco, deixou a casa paterna e, em companhia de uma amiga sua, Bona di Guelfuccio, uniu-se secretamente aos frades menores junto da pequena igreja da Porciúncula, na tarde do Domingo de Ramos de 1211: enquanto seus companheiros tinham nas mãos tochas acesas, Francisco cortou-lhe os cabelos e Clara vestiu o hábito penitencial. A partir daquele momento, tornava-se “virgem esposa de Cristo”, humilde e pobre, e a Ele totalmente se consagrava. Milhares de mulheres ao longo da história seguiram o exemplo de Clara: Esposa bela e pura de Cristo.
Santa Clara mostra sua espiritualidade na Carta que enviou a Santa Inês de Praga, filha do rei da Bohemia, que queria seguir seus passos; ela fala de Cristo, seu amado esposo, com expressões nupciais comoventes:
“Amando-o, és casta, tocando-o, serás mais pura, deixando-se possuir por ele, és virgem. Seu poder é mais forte, sua generosidade, mais elevada, seu aspecto, mais belo, o amor mais suave e toda graça. Agora tu estás acolhida em seu abraço, que ornou teu peito com pedras preciosas… e te coroou com uma coroa de ouro gravada com o selo da santidade” (Lettera prima: FF, 2862).
E convida sua amiga de Praga a se olhar no “espelho da perfeição de toda virtude”, que é o próprio Senhor. Escreve: “Feliz certamente aquela a quem se lhe concede gozar desta sagrada união, para aderir com o profundo do coração [a Cristo], àquele cuja beleza admiram incessantemente todas as beatas multidões dos céus, cujo afeto apaixona, cuja contemplação restaura, cuja benignidade sacia, cuja suavidade preenche, cuja recordação resplandece suavemente, a cujo perfume os mortos voltarão à vida e cuja visão gloriosa fará bem-aventurados todos os cidadãos da Jerusalém celeste. E dado que ele é esplendor da glória, candura da luz eterna e espelho sem mancha, olhe cada dia para este espelho, ó rainha esposa de Jesus Cristo, e perscruta nele continuamente teu rosto, para que possas te adornar assim toda por dentro e por fora… neste espelho resplandecem a bem-aventurada pobreza, a santa humildade e a inefável caridade” (Quarta carta: FF, 2901-2903).
Leia também: Oração de Santa Clara: Minha alma, Vossa Morada
O Papa Alexandre IV, na Canonização da Santa em 1255, apenas dois anos após sua morte, disse: “Quão vívida é a força desta luz e quão forte é a claridade desta fonte luminosa. Na verdade, esta luz estava fechada no esconderijo da vida de clausura, e fora irradiava esplendores luminosos; recolhia-se em um pequeno monastério, e fora se expandia por todo vasto mundo. Guardava-se dentro e se difundia fora. Clara, de fato, se escondia; mas sua vida se revelava a todos. Clara calava, mas sua fama gritava” (FF, 3284).
Santa Clara compôs uma Bênção para as Clarissas: “Bendigo-vos em minha vida e depois de minha morte, como posso e mais de quanto posso, com todas as bênçãos com as que o Pai de misericórdias abençoa e abençoará no céu e na terra seus filhos e filhas, e com as quais um pai e uma mãe espiritual abençoa e abençoará seus filhos e filhas espirituais. Amém” (FF, 2856).
Esta santa viveu 40 anos em um pequeno mosteiro ao lado da igrejinha de São Damião, na pobreza, e sob a Providência divina, sem nada possuir. Foi a primeira mulher a escrever uma Regra às consagradas. Recebeu do Papa Inocêncio III o chamado Privilegium Paupertatis (Privilégio da pobreza; cf. FF, 3279), que garantia a Clara e suas companheiras de São Damião não possuir nenhuma propriedade material. Ela viveu virtudes heroicas: a humildade, piedade, penitência e caridade. Bento XVI disse “Clara de Assis foi um verdadeiro clarão luminoso que brilhou na Idade Média”.
Seu amor a Eucaristia era exponencial. Só com a exposição do Santíssimo Sacramento, afastou os soldados mercenários sarracenos (muçulmanos), que estavam a ponto de agredir o convento de São Damião e de devastar a cidade de Assis. Foi um facho de luz a iluminar a Igreja.
Prof. Felipe Aquino