sábado, 28 de junho de 2014

Reflexão do Evangelho de hoje “na casa do Pai”

Não podemos ter uma alma acomodada. Temos que buscar a sabedoria do Senhor. Jesus, jovem ainda, nos deu o exemplo e, aos doze anos faz ao mundo a primeira revelação da Sua verdadeira missão: “ocupar-se com as coisas do Pai”. Assim foi que Ele buscou na casa do Pai o conhecimento para alimentar o Seu espírito. A casa do Pai para nós deve ser a Palavra de Deus. No coração de Maria, sua Mãe, deve ter havido muita inquietação e preocupação, no entanto, por ser ela uma “mulher de Deus”, obediente e atenta aos sinais do céu, conseguiu guardar “todas estas coisas” confiando em que a vontade do Senhor teria que acontecer. Jesus mostrou a cada um de nós, que antes de sermos cidadãos (ãs) da terra, nós o somos do céu e, por isso mesmo, temos uma missão que começou desde o momento em que nós nascemos. O plano de Deus para a nossa vida está delineado no mais profundo de nós e, se soubermos “guardar no coração” os sinais que o Espírito Santo nos dá, nós poderemos também, como Jesus, dizer com autoridade para aquelas pessoas que se admiram com o nosso proceder e nos questionam: “Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai? A casa do Pai significa também a vivência dos Seus mandamentos, a submissão à Sua Palavra, a obediência à Igreja. – Você já consegue perceber os sinais da sua missão aqui na terra? – Dentro do seu coração existe algum anseio, algum desejo que você ainda não conseguiu distinguir? – Você tem cuidado das coisas do Pai? – Você é obediente?

Helena Serpa

Evangelho de hoje - Lc 2,41-51

Evangelho - Lc 2,41-51
Sua mãe conservava no coração todas estas coisas.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 2,41-51

41Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. 42Quando ele completou doze anos, subiram para a festa, como de costume. 43Passados os dias da Páscoa, começaram a viagem de volta, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. 44Pensando que ele estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. 45Não o tendo encontrado, voltaram para Jerusalém à sua procura. 46Três dias depois, o encontraram no Templo. Estava sentado no meio dos mestres, escutando e fazendo perguntas. 47Todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. 48Ao vê-lo, seus pais ficaram muito admirados e sua mãe lhe disse: "Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura". 49Jesus respondeu: "Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?" 50Eles, porém, não compreenderam as palavras que lhes dissera. 51Jesus desceu então com seus pais para Nazaré, e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, conservava no coração todas estas coisas. Palavra da Salvação.

Santo do dia Santo Irineu



Irineu-de-LyonSanto Irineu nasceu por volta do ano 130/135, provavelmente em Esmirna, na Ásia Menor. Pacificador de nome e de fato, pois o nome “Ireneu” vem do grego e significa pacífico e pacificador, como também significa “paz”. Era chamado: Zelador do Testamento de Cristo, tendo vivido na época dilacerada por heresias que colocavam em risco a unidade da Igreja na fé. Ele aconselhou ao Papa Vítor, respeitosamente a não excomungar as Igrejas da Ásia que não queriam celebrar a Páscoa na mesma data das outras comunidades cristãs. Este homem ponderado se aproximou dos bispos das outras comunidades cristãs para o triunfo da concórdia e da unidade, sobretudo exortando que se mantivessem ancorados na tradição apostólica para combater o racionalismo gnóstico. Foi discípulo de São Policarpo – que havia conhecido pessoalmente o Aposto São João e outras testemunhas oculares de Jesus – Santo Ireneu foi sem dúvida o escritor cristão mais importante do século II. De seus escritos nos restam intactos os cinco livros do Contra os hereges, nos quais Ireneu aparece não só como o teólogo equilibrado e penetrante da Encarnação redentora, mas também como um dos pastores mais completos que serviram a Igreja. Foi para Lião onde sucedeu no ano 118, ao nonagenário bispo e mártir, São Fotino, e governou a Igreja de Lião até a morte. Foi uma verdadeira testemunha de fé num período de dura perseguição para a Igreja; seu campo de ação foi muito vasto. Sua morte ocorreu no ano 200.
Outros Santos do mesmo dia: Santos Plutarco, Potamiena e companheiros, São Paulo I, Santo Heimerado, Santos Sergio e Germano, São João Southwort, Santa Ada, Beato Eimerado, Beata Maria Pia Mastena, Beatos Severiano Baranyk e Joaquim Senkivskyj.

Você conhece a mensagem do Quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro?

Hoje Nossa Igreja celebra o dia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, uma devoção universal, conhecida e venerada em todos os continentes do mundo, talvez a mais ampla e conhecida devoção de Nossa Senhora, especialmente no Oriente. No mundo todo são realizadas as famosas Novenas Perpétuas em honra de Nossa Senhora Mãe do Perpétuo Socorro.
Pensando nisso, achamos interessante divulgar um artigo do site Gaudium Press que explicará o significado do quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
A Mensagem do Quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Aparentemente é um simples quadro de mais uma das inúmeras devoções à Santa Mãe de Deus, mas se nos determos em seus detalhes, veremos que a imagem de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é cheia de simbolismos e significados.
Medindo 53 por 41,5 centímetros o ícone foi produzido no estilo bizantino em madeira sobre um fundo dourado.
Na época em que a obra foi executada, durante o Império Romano, os artistas utilizavam o ouro ou simplesmente sua cor para retratar apenas as grandes personalidades.
Segundo a tradição o quadro foi pintado por um artista até hoje desconhecido que, por sua vez, inspirou-se em uma pintura atribuída a São Lucas.
O ícone é rico em detalhes e a cada um deles é atribuído um significado, uma simbologia, uma mensagem.

Eis alguns desses detalhes:
1 – Abreviação grega de “Mãe de Deus”.
2 – Estrela no véu de Maria, a Estrela que nos guia no mar da vida até o porto da salvação.
3 – Abreviatura de “Arcanjo São Miguel”.

4 – Coroa de Ouro – O quadro original foi coroado em 1867 em agradecimento dos muitos milagres feitos por Nossa Senhora em se título preferido “Perpétuo Socorro”.
5 – Abreviatura de “Arcanjo São Gabriel”.
6 – São Miguel apresenta a lança, a vara com a esponja e o cálice das amarguras.
7 – A boca de Maria é pequenina, para guardar silêncio, e evitar as palavras inúteis.
8 – São Gabriel com a cruz e os cravos, instrumentos da morte de Jesus.
9 – Os olhos de Maria, grandes, voltados sempre para nós, a fim de ver todas as nossas necessidades.
10 – Túnica vermelha, distintivo das virgens no tempo de Nossa Senhora.
11 – Abreviação de “Jesus Cristo”.
12 – As mãos de Jesus apoiadas na mão de Maria, significando que por elas nos vêm todas as graças.

13 – Manto azul, emblema das mães naquela época. Maria é a Virgem – Mãe de Deus.
14 – A mão esquerda de Maria sustentando Jesus – a mão do consolo que Maria estende a todos que a ela recorrem nas lutas da vida.
15 – A sandália desatada – símbolo talvez de um pecador preso ainda a Jesus por um fio – o último – a devoção a Nossa Senhora.
O fundo do quadro é de ouro, dele esplendem reflexos cambiantes, matizando as roupas e simbolizando a glória do paraíso para onde iremos, levados pelo perpétuo socorro de Maria.
Assustado pela aparição dos dois anjos, mostrando-lhe os instrumentos de sua morte, Jesus corre para os braços de sua Mãe, e com tanta pressa que desamarrou-se o cordão da sandália… Nossa Senhora abriga-o com ternura e o Menino Jesus sente-se seguro nos braços de sua Mãe. O olhar de Nossa Senhora não se dirige ao menino, mas a nós – apelando para os homens evitarem o pecado, causa do susto e da morte de Jesus. As mãos de Jesus estão na mão de Maria para lembrar que Ela é a Medianeira de todas as graças.

Por Emílio Portugal Coutinho
Fonte: http://www.gaudiumpress.org/content/38073

As consequências da fé



rosario_maria2Crer em Deus, e amá-lo com todo o coração, tem consequências para toda a nossa vida.
A fé nos leva a conhecer a grandeza e a majestade de Deus.
“Deus é grande demais para que o possamos conhecer” (Jó 36,26). É por isso que Deus deve ser o primeiro a ser amado e servido. Amar a Deus sobre todas as coisas, manda o Primeiro Mandamento.
A fé nos leva a viver em ação de graças. Se Deus é o Único, tudo o que somos e possuímos vem dele:
“Que é que possuis, que não tenhas recebido?” (1 Cor 4,7).
“Como retribuirei ao Senhor todo o bem que me fez?”(Sl 115,3).
A fé nos leva também a conhecer a unidade e a dignidade de todos os homens. Todos eles foram criados “à imagem e semelhança de Deus” (Gn 1,27), são filhos do mesmo Deus e irmãos.

A fé nos leva a usar corretamente das coisas criadas. Nos leva a usar de tudo na medida em que isso nos aproxima de Deus, e a desapegar-nos das coisas, na medida em que nos desviam dele. Dizia São Nicolau de Flue:
“Meu Senhor e meu Deus, tirai-me tudo o que me afasta de vós.
Meu Senhor e meu Deus, dai-me tudo o que me aproxima de vós.
Meu Senhor e meu Deus, desprendei-me de mim mesmo
para doar-me por inteiro a vós” (Oração).
A fé nos leva a confiar em Deus em qualquer circunstância, mesmo na adversidade. Santa Teresa de Jesus exprime-o de maneira admirável nesta oração:
“Nada te perturbe, nada te assuste. Tudo passa, Deus não muda. A paciência tudo alcança. Quem a Deus tem nada lhe falta. Só Deus basta.”
Prof. Felipe Aquino

Por que a Igreja católica é chamada Romana?



Foto-SEGREDO-Vaticano-em-RomaSer romana não faz parte da identidade da Igreja. O nosso Credo diz que ela é “Santa, Una, Católica e Apostólica”. Vários papas viveram fora de Roma. No século 14 sete papas franceses ficaram em Avignon na França por setenta anos; foi o chamado “Cativeiro dos Papas na França”, num gigantesco palácio ali construído. Várias vezes os papas tiveram de fugir de Roma e se refugiaram em Ravena, Pizza, Bolonha, Orvieto e outras cidades italianas que pertenciam ao Estado Pontifício. Então, por que a palavra “Romana”?
Há boas razões para isso. Primeiro, penso eu, que Cristo quis deixar um grande sinal, de que a Sua Igreja é invencível. O Império Romano, como sabemos, foi o maior Império que a humanidade já conheceu. Nunca houve outro que dominasse todo o mundo; tomou toda a volta do Mar Mediterrâneo, que hoje é circundado por muitos países. Os romanos o chamavam de “mare nostrum”. Os navios precisavam ter o alvará do porto romano de Óstia, próximo de Roma, para navegar no Mediterrâneo. Roma dominou tudo, desde Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha Ocidental, Itália, Grécia, Macedônia, Turquia, Síria, Líbano, Palestina, Egito, Cartago e todo o Norte da África. Quem não era cidadão romano era chamado de “bárbaro”.
No entanto, esse maior Império que o mundo conheceu, não conseguiu destruir o Cristianismo, e, acabou se tornando cristão. São Pedro chegou a Roma por volta do ano 50 e São Paulo por volta de 60. Ali implantaram a fé católica e ali foram martirizados por Nero. Os cristãos derramaram sangue abundante sob os imperadores Nero, Trajano, Domiciano, Décio, Vespasiano, Aureliano, e, principalmente Diocleciano, até o ano 311, quando o imperador Constantino o Grande, se converteu ao cristianismo, e pelo Decreto de Milão,  proibiu a perseguição aos cristãos.
Um outro imperador, Juliano, o Apóstata (361-363), ainda tentou restabelecer o paganismo em Roma, mas já era tarde. E na batalha contra os persas morreu com uma flecha no peito, exclamando: “Tu venceste ó Galileu!” Finalmente, em 385, Teodósio o Grande, pelo Decreto de Tessalônica, oficializou o cristianismo como a religião do Império.
Cristo e os cristãos venceram o grande Império, cuja capital era Roma. Não seria este um grande motivo para a Igreja ter a sua sede em Roma? Sim. E no mesmo jardim onde Nero martirizava os cristãos, incendiando-os com piche para iluminar suas orgias com animais, Cristo colocou a sua Sede, a Santa Sé, o Vaticano; exatamente sobre o túmulo de São Pedro. Não é este um grande sinal para o mundo de que a Igreja é invencível? Nem mesmo o mais poderoso Império de que a história teve noticia, conseguiu eliminar o cristianismo.
“A espada romana se curvou diante da cruz de Cristo” (Daniel Rops). A soberba águia romana fechou suas asas diante de Cristo. Por isso, a Igreja há dois mil anos tem a sua Sede ali onde o maior Império do mundo se dobrou diante da Igreja de Jesus Cristo. Por isso ela é chamada de Romana. E assim será até o Senhor voltar na sua glória.
Prof. Felipe Aquino

Qual a origem da devoção ao Sagrado Coração de Jesus?



33SCJ2A devoção ao Sagrado Coração de Jesus é muito antiga; os Padres da Igreja já falavam dela; tudo brota daquele Coração “manso e humilde” que por nós foi transpassado pela lança do soldado Longuinho, na Cruz do Calvário. Dele saiu sangue e água, símbolos do batismo e da Eucaristia, e também da Igreja, Esposa de Cristo, que nasce do lado aberto do novo Adão, como Eva nasceu do lado aberto do primeiro.
Após uma fase de eclipse, esta devoção ganhou novo impulso após as visões de Santa Margarida Maria Alacoque (1647-1690), difundidas por seu confessor São Claude de la Colombière (1673-1675). Era uma época difícil, onde havia uma heresia chamada Jansenismo, de Jansen, que pregava um cristianismo triste, onde poucos se salvavam, onde se disseminava um medo de receber Jesus eucarístico, etc.
Para eliminar essa tristeza Jesus mostrou seu Coração humano e misericordioso a Santa Margarida, como tábua de salvação para todos os pecadores que nele confiassem.
Santa Margarida Maria Alacoque foi uma  freira que nunca transpôs os muros do seu convento das visitandinas de Paray-le-Monial da Ordem da Visitação de Santa Maria, instituição religiosa fundada por São Francisco   de Sales (1567-1622) e Santa Joana de Chantal (1572-1641), morrendo antes de completar 45 anos, em 17 de outubro de 1690, sendo  canonizada em 1920, pelo papa Bento XV. Recolhida, em profunda oração, pela porta do tabernáculo saiu uma espécie de vapor que foi se transformando na figura de homem que se encaminhou até ela e ali na sua presença abriu a túnica que lhe cobria o peito,  lhe mostrando o coração  em chamas inextinguível e lhe disse:
“Eis aqui o coração que tanto amou os homens e pelos quais e tão mal correspondido pelo menos tu, filha minha, chora pelos que me ofendem, geme pelos que não querem orar, imola-te pelos que renegam e blasfemam contra o meu santo nome. Prometo-te na grandeza do meu amor que abençoarei os lares que neles me hospedem, que os que comungarem durante nove primeiras sextas-feiras seguidas, não morrerão sem receber os sacramentos da penitência e da Eucaristia.”
Depois de 150 anos de enormes dificuldades impostas especialmente pelos jansenistas e o terror da Revolução Francesa, em 1856, Pio IX instituiu a festa litúrgica do Sagrado Coração de Jesus, propondo, segundo a recomendação dos santos, a consagração do mundo ao Coração de Jesus. Duzentos anos depois que Santa Margarida pediu ao Rei Luís XIV a consagração da França ao Coração de Jesus, o grande presidente do Equador, Gabriel Garcia Moreno, consagrou seu país em 1873, ao Coração de Jesus.
Vários Papas incentivarem esta devoção através de encíclicas. Atualmente a festa do Sagrado Coração na sexta-feira após a festa de Corpus Cristi.  Leão XIII na “Annum Sacrum” (1899), deixou-nos a Oração para consagração ao Sagrado Coração. Pio XI na “Miserentissimus Redemptor” (1928); Pio XII na “Haurietis aquas” (1956); João Paulo II na “Redemptor Hominis” (1979) e Bento XVI em carta ao Pe. Kolvenbach Geral da Comapanhia de Jesus, falaram da importância dessa devoção. Em 1872, Pio IX concedeu indulgências especiais aos que portassem o escapulário com a imagem do Sagrado Coração.
A piedade ligada ao Coração de Jesus está em  união com a devoção ao Imaculado Coração de Maria. Muitos santos recomendaram esta devoção: São João Eudes, Santa Margarida Maria Alacoque, São Luís Grignion de Montfort, Santa Catarina Labouré e São Maximiliano Kolbe.
Numerosas foram às promessas do Sagrado Coração de Jesus sendo as mais admiráveis  as seguintes:
1 – Eu lhes darei todas as graças necessárias ao seu estado de vida.
2 – Eu farei reinar a paz em suas famílias.
3 – Eu os consolarei em todas as suas aflições.
4 – Serei seu refúgio seguro durante a vida e sobretudo na morte.
5 – Derramarei muitíssimas bênçãos sobre todas as suas empresas.
6 – Os pecadores encontrão em meu Coração a fonte e o mar infinito da misericórdia.
7 – As almas tíbias se tornarão fervorosas.
8 – As almas fervorosas elevar-se-ão rapidamente a grande perfeição.
9 – Abençoarei Eu mesmo as casas onde a imagem do meu Coração estiver exposta e venerada.
10 – Darei aos sacerdotes o dom de abrandar os corações mais endurecidos.
11 – As pessoas que propagarem esta devoção terão os seus nomes escritos no meu Coração e dele nunca  serão apagados.
12 – No excesso da misericórdia do meu amor todo poderoso darei a graça da perseverança final aos que comungarem na primeira sexta feira de nove meses seguidos.
Prof. Felipe Aquino

A devoção ao Imaculado Coração de Maria



marys-symbol13ihNo sábado seguinte à sexta feira da festa do Sagrado Coração de Jesus, a Igreja celebra a festa do Imaculado Coração de Maria. Jesus e Maria nunca se separaram. Disse o Papa João Paulo II que Maria foi a que mais cooperou com a Redenção. Ela gerou o Verbo humanado e aos pés da Cruz o oferecia em sacrifício pela nossa salvação. Os dois corações estão entrelaçados.
Nas aparições de Nossa Senhora, tanto em Fátima como na França a santa Catarina Labourè, ela mostra seu coração cheio de compaixão pela humanidade. À Irmã Lucia, em Fátima ela falou, por exemplo da devoção dos CINCO PRIMEIROS SÁBADOS, no dia 10 de dezembro de 1925:
“Olha,  minha filha,  o meu coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos me cravam com blasfêmias e ingratidões. Tu,  ao menos,  procura consolar-me e diz que prometo assistir na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação, a todos os que, no primeiro sábado de cinco meses seguidos, se confessarem, receberem a Sagrada Comunhão,  rezarem um terço e me fizerem companhia durante quinze minutos, meditando nos 15 mistérios do Rosário, com o fim de me desagravar”.
Nossa Senhora mostrou o seu coração rodeado de espinhos, que significam os nossos pecados. Pediu que fizéssemos atos de desagravo para tirá-los, com devoção reparadora dos cinco primeiros sábados. Em recompensa prometeu-nos “todas as graças necessárias para a salvação”.
São cinco os primeiros sábados,  segundo revelou Jesus,  por serem “cinco as espécies de ofensas e blasfêmias proferidas contra o Imaculado Coração de Maria”.
1 – As blasfêmias contra a Imaculada Conceição;
2 – Contra a sua Virgindade;
3 – Contra a Maternidade Divina recusando ao mesmo tempo recebê-la como Mãe dos homens;
4 – Os que procuram infundir nos corações das crianças a indiferença, o desprezo e até o ódio contra esta Imaculada Mãe;
5 – Os que A ultrajam diretamente nas suas sagradas imagens.
Em 27 de novembro de 1830, na Capela das Filhas da Caridade de S. Vicente de Paulo, em Paris, a Santíssima Virgem, se manifestou à humilde noviça Catarina Labouré. A Virgem apareceu sobre um globo, pisando uma serpente e segurando nas mãos um globo menor,  oferecendo-o a Deus,  num gesto de súplica. E disse:
“Este globo representa o mundo inteiro… e cada pessoa em particular”. De repente, o globo desapareceu e suas mãos se estenderam suavemente, derramando sobre o globo brilhantes raios de luz. Formou-se assim um quadro oval, rodeado pelas palavras: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos à Vós”. Virou-se então o quadro, aparecendo no reverso,  um “M” encimado por uma Cruz e, em baixo, os corações de Jesus e de Maria. E a Santíssima Virgem lhe pede: “Faça cunhar uma medalha,  conforme este modelo”. E promete: “as pessoas que a trouxerem, com fé e confiança,  receberão graças especiais.”
E assim foi cunhada, em Paris, esta medalha, que logo se espalhou pelo mundo inteiro, derramando graças tão numerosas e extraordinárias que o povo, espontaneamente,  passou a chamá-la : “A Medalha Milagrosa”.
Por tudo isso, e muito mais, a Igreja celebra a solene Festa do Sagrado Coração de Maria no dia seguinte à Festa do Sagrado Coração de Jesus. São dias de muitas graças e salvação.
Prof. Felipe Aquino

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Reflexão do Evangelho de hoje O jugo de Jesus é suave

Aos olhos de Deus os simples e pequeninos são todos aqueles (as) que não complicam as coisas espirituais e se deixam governar pela Sua voz. Jesus louvou ao Pai pela Sua sabedoria em revelar-se aos simples e pequeninos e não, aos “sábios” e “entendidos “. Somos pequeninos quando reconhecemos as nossas limitações e nos rendemos a Jesus o Filho de Deus que recebeu do Pai a instrução para nos conduzir segundo os Seus desígnios. Jesus e o Pai têm o entendimento perfeito das nossas necessidades e nos convidam a trocar o nosso fardo pesado pelo jugo suave e leve do Seu amor. Muitas vezes nós queremos ser fortes e seguros (as) em nós mesmos (as), queremos carregar a nossa carga sozinhos (as) para mostrar que temos força e capacidade. O resultado disso é a depressão ou outras doenças espirituais que terminam atingindo também o nosso físico. Para nos livrarmos destes males precisamos somente atender ao convite do Filho: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos e eu vos darei descanso.” Assim, rendidos ao Seu Amor, nos tornaríamos as criancinhas submissas de quem o Pai se agrada. – Você admite e reconhece quando o fardo está pesado? – A quem você recorre? – Você tem vergonha de demonstrar sua fraqueza? – Como você tem vivido ultimamente? – Você está cansado (a)? – Você aceita o jugo suave de Jesus? - Leia mais uma vez o convite de Jesus!

Helena Serpa

Evangelho de hoje - Mt 11,25-30

Evangelho - Mt 11,25-30
Eu sou manso e humilde de coração.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 11,25-30
Naquele tempo, Jesus pôs-se a dizer:25'Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra,porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidose as revelaste aos pequeninos.26Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado.27Tudo me foi entregue por meu Pai,e ninguém conhece o Filho, senão o Pai,e ninguém conhece o Pai, senão o Filhoe aquele a quem o Filho o quiser revelar.28Vinde a mim todos vós que estais cansadose fatigados sob o peso dos vossos fardos,e eu vos darei descanso.29Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim,porque sou manso e humilde de coração,e vós encontrareis descanso.30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.Palavra da Salvação.

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro


nossa-senhora-do-perpetuo-socorroHoje nossa Igreja festeja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, cuja devoção foi e continua sendo difundida pelos padres da Congregação do Santíssimo Redentor ou Padres Redentoristas. No Brasil, a devoção alcançou uma grande popularidade. Foi no ano de 1870 que a devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro começou a ser propagada e espalhou-se por todo o mundo. A pintura do quadro é do século XIII, no estilo bizantino. Desde o ano de 1499 é venerada na Igreja de São Mateus, que segundo contam, veio de Creta, Grécia, pelas mãos de um negociante. O quadro foi levado num oratório dos padres Agostinianos em 1812, quando o velho Santuário foi totalmente demolido. No ano de 1866, os Redentoristas obtiveram das mãos do Papa Pio IX o quadro da imagem milagrosa. O quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi colocado na Igreja de Santo Afonso, em Roma. Ela é a Senhora da morte e a Rainha da Vida, o Auxílio de nós cristãos, nosso porto seguro quando invocamos seu auxílio com amor filial. Com um semblante melancólico, Nossa Senhora traz no braço esquerdo o Menino Jesus, ao qual o Arcanjo Gabriel apresenta quatro cravos e uma cruz. Não desprezeis as minhas súplicas, és Mãe do Filho de Deus humanado, mas dignai-vos de as ouvir propícia, e de me alcançar o que vos rogo. Amém! Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, socorrei-nos! Amém.
Outros Santos do mesmo dia: São Cirilo de Alexandria, Santos Zoilo e companheiros, São João de Chinon, São Jorge Mtasmindeli, Santo Ladislau da Hungria, Beato Benvindo de Gúbio e São Adeodato de Nápoles.

A diferença de Cristo na hóstia e sua Segunda Vinda


hostiaA presença Eucarística de Jesus é diferente da Segunda Vinda, onde Ele virá glorioso, para derrotar todos os inimigos do Reino, colocar fim na História e julgar para sempre os vivos e os mortos.
A sua presença na Hóstia Sagrada ainda é a sua presença no plano misericordioso do Pai para nos salvar; e não no plano da Justiça, como na Segunda Vinda. No sacrário e no altar Ele está escondido, submisso, preso, para nos salvar…
Sugiro que leia o livro: ”O Segredo da Sagrada Eucaristia”
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Prof. Felipe Aquino

Como educar os filhos?


tumblr_liky1aq8vF1qhptjno1_500_largePara educar os filhos é preciso “conquistá-los”. Quando a gente conquista alguém, essa pessoa segue-nos sem resistências. Mas como se conquista os filhos? Não é certamente com dinheiro, roupa da moda, tênis de marca, etc., mas com “aquilo que você é” para eles; isto é, a sua conduta, a sua moral, a sua vida honrada e responsável, seu bom exemplo; e, principalmente, o tempo gasto com eles: brincando, passeando, jogando, pescando, pedalando, contando estorinhas… O filho precisa ter “orgulho” do seu pai, ter “admiração” pela sua mãe, ter prazer de estar com eles, ser seus amigos, estar apaixonado pelos pais. Só assim ele os ouvirá. Você o levará para onde quiser, inclusive para Deus. Não se pode levar o filho para a fé na marra.
Para conquistar o teu filho você não precisa gastar muito dinheiro mas terá de “gastar muito” tempo e dedicação. Li certa vez uma frase, em um adesivo de automóvel, que dizia: “Conquiste o seu filho, antes que o traficante o faça”. É preciso que cada lar seja acolhedor para o jovem, para que ele não busque consolo na rua, na droga, na violência… fora de casa. Um casal que vive brigando não conquista os filhos.
Sobretudo é primordial o respeito para com o filho; levá-lo a sério, respeitar os seus amigos, as suas iniciativas boas, etc. Se você quer ser amigo do seu filho, então deve ser “amigo dos amigos do seu filho”, e nunca rejeitá-los. Acolha-os em sua casa. Deixe que o seu filho traga os seus amigos para a sua casa; então, você os poderá conhecer.
cpa_educar_pela_conquista
Diante dos filhos os pais não devem ser super-heróis, que nunca erram. Ao contrário, os filhos devem saber que os seus pais também erram e que também têm o direito de serem perdoados.
Os pais têm que corrigir os filhos, mas sem humilhá-los. Não se pode bater no filho, não se pode repreendê-lo com nervosismo, ofendê-lo na frente dos seus amigos e irmãos. Isso tudo humilha o filho e o faz odiar os pais. Como este pai, ou esta mãe, poderá dar um bom conselho a este filho? Ele se negará a segui-lo. “Pais, não deis a vossos filhos motivo de revolta contra vós, mas criai-os na disciplina e correção do Senhor” (Ef 6,4).
Prof. Felipe Aquino
Retirado do livro EDUCAR PELA CONQUISTA E PELA FÉ

Tudo que vem de Deus é bom


1497450_410994935697250_8903877_nHá muito tempo, num reino distante, havia um Rei que não acreditava na bondade de Deus. Tinha, porém, um súdito que sempre lhe lembrava dessa verdade. Em todas as situações dizia:
— Meu Rei, não desanime, porque Deus é bom!
Um dia, o Rei saiu para caçar juntamente com seu súdito, e uma fera da floresta atacou o Rei. O súdito conseguiu matar o animal, porém não evitou que sua Majestade perdesse o dedo mínimo da mão direita. O Rei, furioso pelo que havia acontecido, e sem mostrar agradecimento por ter sua vida salva pelos esforços de seu servo, perguntou a este:
— E agora, o que você me diz? Deus é bom? Se Deus fosse bom eu não teria sido atacado, e não teria perdido o meu dedo.
O servo respondeu:
— Meu Rei, apesar de todas essas coisas, somente posso dizer-lhe que Deus é bom, e que mesmo isso, perder um dedo, é para seu bem!
O Rei, indignado com a resposta do súdito, mandou que fosse preso na cela mais escura e mais fétida do calabouço.
Após algum tempo, o Rei saiu novamente para caçar e aconteceu dele ser atacado, desta vez por uma tribo de índios que vivia na selva. Estes índios eram temidos por todos, pois sabia-se que faziam sacrifícios humanos para seus deuses.
Mal prenderam o Rei, passaram a preparar, cheios de júbilo, o ritual do sacrifício. Quando já estava tudo pronto, e o Rei já estava diante do altar, o sacerdote indígena, ao examinar a vítima, observou furioso:
— “Este homem não pode ser sacrificado, pois é defeituoso!Falta-lhe um dedo!”cpa_sabedoria_em_par_bolas
E o Rei foi libertado. Ao voltar para o palácio, muito alegre e aliviado, libertou seu súdito e pediu que viesse em sua presença.
Ao ver o servo, abraçou-o afetuosamente dizendo-lhe:
— Meu Caro, Deus foi realmente bom comigo! Você já deve estar sabendo que escapei da morte justamente porque não tinha um dos dedos. Mas ainda tenho em meu coração uma grande dúvida: Se Deus é tão bom, por que permitiu que você fosse preso da maneira como foi? Logo você, que tanto o defendeu!?
O servo sorriu e disse:
— Meu Rei, se eu estivesse junto contigo nessa caçada, certamente seria sacrificado em teu lugar, pois não me falta dedo algum! Portanto, lembre-se sempre: “tudo o que Deus faz é bom.”

Quem foi São Josemaria Escrivá de Balaguer?


san-josemaria-escriva-de-balaguerSão Josemaría Escrivá de Balaguer nasceu em 1902, em Barbastro, Espanha. Em 1918, entendeu que Deus queria algo dele: entregar-se por inteiro a Deus e ser sacerdote. Em 1925, recebeu o sacramento da Ordem.
Em 1927, mudou-se para Madrid para obter o doutorado em Direito. Aí, em 2 de outubro de 1928, durante um retiro espiritual foi fundado o “Opus Dei”. Sua finalidade específica é recordar a todos os batizados que a vocação cristã é vocação á santidade e ao apostolado. Em 1930 começou o trabalho da Opus Dei entre as mulheres.
A prelazia segue uma via de conduta que passa pela santificação do trabalho, nas palavras do fundador “o trabalho é santo, santifica-nos e santifica os outros”. Assim, todo e cada um, homem ou mulher, é chamado à santificação pelo trabalho que exerce, encontrando Deus nas coisas ordinárias da Terra, por menores que sejam. Segundo o fundador do Opus Dei, São Josemaria Escrivá de Balaguer, “o Opus Dei tem por fim promover entre pessoas de todas as classes da sociedade o desejo da plenitude da vida cristã no meio do mundo. Quer dizer, o Opus Dei pretende ajudar as pessoas que vivem no mundo — o homem vulgar, o homem da rua — a levar uma vida plenamente cristã, sem modificar seu modo normal de vida, nem seu trabalho ordinário, nem suas aspirações e anseios.”
“Por isso se pode dizer, como escrevi há muitos anos, que o Opus Dei é velho como o Evangelho e, como o Evangelho, novo. É lembrar aos cristãos as maravilhosas palavras que se leem no Gênesis: Deus criou o homem para trabalhar. Detivemo-nos no exemplo de Cristo, que passou quase toda a vida na terra trabalhando como artesão numa aldeia. O trabalho não é apenas um dos mais altos valores humanos e meio com que os homens devem contribuir para o progresso da sociedade; é também caminho de santificação.”
“O Opus Dei é uma organização internacional de leigos, a que também pertencem sacerdotes seculares (uma exígua minoria em comparação com o total de sócios). Seus sócios são pessoas que vivem no mundo e nele exercem a sua profissão ou ofício. Não entram no Opus Dei para abandonar esse trabalho, antes, pelo contrário, para encontrar uma ajuda espiritual que os leve a santificar o seu trabalho ordinário e a convertê-lo também em meio de santificar-se e de ajudar os outros a santificar-se”.
Não mudam de estado — continuam a ser solteiros, casados, viúvos ou sacerdotes —, mas procuram servir a Deus e aos outros homens dentro do seu próprio estado. O Opus Dei não está interessado em votos ou promessas; o que pede aos seus sócios é que, no meio das deficiências e erros próprios de toda a vida humana, se esforcem por praticar as virtudes humanas e cristãs, sabendo-se filhos de Deus.” O Opus Dei tem como lema “encontrar Deus no trabalho e na vida cotidiana”.
A maioria dos fiéis da Opus Dei é composta pelos membros supernumerários: são geralmente homens ou mulheres casados, que seguem carreiras convencionais e para quem a santificação dos deveres profissionais e familiares é parte principal da sua vida cristã. Os supernumerários constituem atualmente cerca de 70% do total dos membros do Opus Dei.
Os demais fiéis do Opus Dei são homens e mulheres que se comprometem a viver em celibato, por motivos apostólicos. Alguns moram com as suas famílias ou onde lhes for mais conveniente por motivos profissionais: são os adscritos da prelatura. Outros, pelas suas circunstâncias, podem permanecer plenamente disponíveis para cuidar das atividades apostólicas e da formação dos demais fiéis da prelatura: são os numerários, que ordinariamente podem viver em centros do Opus Dei, sem que isto impeça que desenvolvam sua carreira profissional.
Os Cooperadores do Opus Dei não pertencem à prelazia, mas colaboram com ela de alguma forma: orações, contribuições financeiras ou provendo algum outro tipo de assistência. Os cooperadores não precisam aderir a qualquer requisito especial, são apenas pessoas que apoiam o trabalho da Opus Dei, com o qual partilham ideais. Podem ser cristãos ou não.
Em 1934, São Josemaria publicou sua primeira obra CAMINHO,  a mais difundida de todas as suas obras, hoje com 4 milhões de exemplares. Escreveu outras obras espirituais: Santo Rosário, É Cristo que Passa, Amigos de Deus, Via Crucis, Sulco, Forja, o Amor a Igreja.
Em 1946, foi para Roma. Entre 1945 e 1975, começou o trabalho apostólico do Opus Dei em trinta países. Entre os anos 1946-1950 a obra recebeu todas as aprovações pontifícias.
Teve participação ativa no Concílio Vaticano II.
Entre 1970 e 1975 fez viagens de catequese pela Europa e América. Faleceu em Roma em 26 de junho de 1975.
Em 17 de maio de 1992 foi beatificado pelo papa João Paulo II. Foi também canonizado pelo Papa  João Paulo II.
Prof. Felipe Aquino

Você conhece a Igreja?

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Muitos católicos têm uma visão errada da Igreja; pensam que ela seja algo secundário na vida religiosa. Alguns dizem: “Amo a Deus, amo Jesus Cristo, mas não quero a Igreja”. Às vezes decepcionados com os pecados dos filhos, rejeitam a Mãe, que é Santa, como diz o nosso Credo: una, santa, católica e apostólica. Os pecados dos seus filhos não a mancham. A Sua cabeça é o próprio Cristo e Sua alma é o divino Espírito Santo.
Cristo a instituiu como o Seu Corpo, “Sacramento universal da Salvação”; pois é através dela que Cristo faz a Redenção chegar a todos os homens de todos os tempos e lugares. Disse o Concílio Vaticano II que ela é “o germe e o início do Reino de Deus” (LG ,5). Logo, sem a Igreja não há, portanto, Reino de Deus. Santo Agostinho escreveu que:
“A Igreja recebeu as chaves do Reino dos Céus para que se opere nela a remissão dos pecados pelo sangue de Cristo e pela ação do Espírito Santo. É nesta Igreja que a alma revive, ela que estava morta pelos pecados”.
O Catecismo mostra toda a realidade, beleza, missão e identidade da Igreja, ao ensinar com muitas figuras, o que ela é:
-“Um projeto nascido no coração do Pai” (§759)
-“Prefigurada desde a origem do mundo”(§ 760)
-“Preparada na Antiga Aliança” (§761)
-“Instituída por Jesus Cristo” (§ 763)
-“Manifestada pelo Espírito Santo” (§767)
-”A  ser consumada na glória” (§769)
-“ Mistério da união dos homens com Deus” (§772)cpa_no_cora_o_da_igreja_1
-“Sacramento universal da salvação” (§774)
-“Comunhão com Jesus” (§787)
-“Corpo de Cristo” (§787)
-“Esposa de Cristo” (§796)
-“Templo do Espírito Santo” (§797)
-“Povo de Deus” (§781)
Foi o próprio Jesus quem quis a Igreja como prolongamento de sua presença salvadora no meio dos homens. “Sobre ti Pedro edificarei a MINHA Igreja” (Mt 16,18). A Igreja é antes de tudo Dele, a Sua Esposa amada, com a qual Ele vai celebrar na eternidade as “núpcias do Cordeiro” (Ap 22,17).
Quem pergunta: “Por que a Igreja?”, incorre no mesmo erro de quem pergunta: “Por que Cristo?”  Cristo veio do Pai e deixou a Igreja. O Pai enviou Jesus para a salvação do mundo, e Cristo enviou a Igreja.
Alguns hoje querem a Igreja na forma de uma “democracia moderna”, onde tudo se decida pela vontade da maioria. Ela seria então como “um grande Clube religioso”, de normas “flexíveis”, mais assimiláveis. A consequência disso – e o grande engano – é que neste caso o homem seria guiado unicamente por si mesmo, e não por Deus. Não seria mais “a Igreja de Deus” (1Tm 3,15). E não levaria a salvação ao mundo.
Prof. Felipe Aquino

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Reflexão do Evangelho de hoje Firmados na Rocha

Jesus nos adverte: para que possamos entrar no reino dos céus precisamos estar firmes no seguimento da vontade de Deus que se nos apresenta por meio da sua Palavra. A nossa entrada no reino dos céus não acontece em vista de “palavras pronunciadas, orações recitadas e pregações bem elaboradas. Não nos adiantará nada clamar e chamar Senhor, Senhor, e não pôr em prática a Sua vontade para a nossa vida. As nossas ações têm mais eficácia do que as nossas palavras, portanto, se não praticarmos o que dissermos tudo será igual a nada. Praticar o mal é não fazer conforme nos direciona a Palavra de Deus e agir conforme os nossos próprios pensamentos humanos seguindo a nossa vontade. Por isso, Jesus nos mostra no Evangelho que ouvir a Palavra e praticá-la é como construir a casa na rocha. A casa construída sobre a rocha é a vida do homem que caminha à luz da Palavra de Deus seguindo os Seus ensinamentos para enfrentar os desafios do dia a dia. A Rocha é Deus! A Rocha é o Seu Amor! A Rocha é a vontade de Deus! Assim sendo, todos aqueles que se ajustam à Sua vontade, terão uma vida firme, confiante e as tempestades, os terremotos, os ventos não os abalarão. As dificuldades da nossa vida são momentos preciosos para percebermos se estamos ou não firmes sobre a R0CHA. Quando passamos pelas dificuldades, mas não perdemos o rumo, é sinal de que estamos fundados e protegidos sob a guarda de Deus. - Como você está construindo a casa da sua vida: na rocha ou na areia? – Você já experimentou alguma tempestade na sua vida? Como ficou a sua casa? –- Você sente firmeza nos seus pés nas horas das dificuldades? - Você acha que a sua vida está firmada sobre a Rocha ou você é um “homem sem juízo”? - Em que a Palavra de Deus tem o (a) instruído.

Helena Serpa, 
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho

Evangelho de hoje - Mt 7,21-29

Evangelho - Mt 7,21-29
A casa construída sobre a rocha e
a casa construída sobre a areia.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 7,21-29
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
2lNem todo aquele que me diz: 'Senhor, Senhor',
entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática
a vontade de meu Pai que está nos céus.
22Naquele dia, muitos vão me dizer:
'Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizamos?
Não foi em teu nome que expulsamos demônios?
E não foi em teu nome que fizemos muitos milagres?'
23Então eu lhes direi publicamente:
'Jamais vos conheci.
Afastai-vos de mim, vós que praticais o mal.
24Portanto, quem ouve estas minhas palavras
e as põe em prática,
é como um homem prudente,
que construiu sua casa sobre a rocha.
25Caiu a chuva, vieram as enchentes,
os ventos deram contra a casa,
mas a casa não caiu,
porque estava construída sobre a rocha.
26Por outro lado,
quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática,
é como um homem sem juízo,
que construiu sua casa sobre a areia.
27Caiu a chuva, vieram as enchentes,
os ventos sopraram e deram contra a casa,
e a casa caiu, e sua ruína foi completa!'
28Quando Jesus acabou de dizer estas palavras,
as multidões ficaram admiradas com seu ensinamento.
29De fato, ele as ensinava como quem tem autoridade
e não como os mestres da lei.
Palavra da Salvação.

O que significa dizer que o justo viverá pela fé?



A fé em Deus é que guia o cristão; isso o faz acreditar em Deus, na Igreja de Cristo, nos Evangelhos, e ter uma vida moral e espiritual. ”Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11,6).
Prof. Felipe Aquino

A Cruz Trocada



1545688_409128269217250_1025890775_nHá uma poesia chamada “A Cruz Trocada”, que fala de uma mulher que, muito cansada, achou que a sua cruz era mais pesada do que a das pessoas à sua volta, e desejou trocá-la por outra.
Certa vez sonhou que tinha sido levada a um lugar onde havia muitas cruzes, de diversos formatos e tamanhos.
Havia uma bem pequena e linda, cravejada de ouro e pedras preciosas.
“Ah, esta eu posso carregar facilmente”, disse ela. Então tomou-a; mas seu corpo frágil estremeceu sob o peso daquela cruz. As pedras e o ouro eram lindos, mas o peso era demais para ela.
A seguir viu uma bonita cruz, com flores entrelaçadas ao redor de seu tronco e braços. Esta seria a cruz ideal, pensou. Então tomou-a; mas sob as flores haviam espinhos, que lhe feriram os ombros.
Finalmente, mais adiante, viu uma cruz simples, sem joias, sem entalhes, tendo apenas algumas palavras de amor inscritas nela.
Pegou-a, e viu que era a melhor de todas, a mais fácil de carregar. E enquanto a contemplava banhada pela luz que vinha do céu, reconheceu que era a sua própria cruz. Ela a havia encontrado de novo, e era a melhor de todas, e a que lhe pareceu bem mais leve.
Deus sabe melhor qual é a cruz que devemos levar. Nós não sabemos o peso da cruz dos outros. Invejamos uma pessoa que é rica; a sua cruz é de ouro e pedras preciosas, mas não sabemos o peso que tem. Ali também está outra pessoa cuja vida parece muito agradável. Sua cruz está ornada de flores.
Se pudéssemos experimentar todas as outras cruzes que julgamos mais leves do que a nossa, descobriríamos por fim que nenhuma delas é tão certa para nós como a nossa.
“Disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me.” (Mateus 16,24)
Deus sabe a cruz que cada um precisa e pode carregar, pois, como dizem os santos, “é da cruz que se vê a luz”. São Francisco de Sales, doutor da Igreja do século XVI, disse que a melhor forma de penitência é aceitar e carregar com resignação a cruz de cada dia, melhor do que escolher qualquer outra penitência para se santificar.


Deus sempre nos fala



Bom-de-Bíblia-01-600x369Vamos começar as nossas reflexões sobre a vida interior dedicando algumas meditações à oração, que é respiração da alma, o bater do coração cristão, uma necessidade vital para os filhos de Deus.
Para início de conversa, lembremos que fazer oração é falar com Deus. A bíblia diz que Deus e Moisés conversavam como um homem fala com seu amigo (Ex 33,11). Jesus, que é Deus feito homem, conversava com os apóstolos, com Marta e Maria…, e os chamou de “amigos” (Jo 15,15).
Os verdadeiros amigos (que não são muitos) falam com confiança, de alma aberta. Sabem escutar um ao outro, contam-se o que trazem no coração, abrem-se com plena sinceridade. Assim deveria ser a nossa oração, ou seja, a nossa conversa com Deus.
Mas você talvez me diga: “Eu falo, eu digo coisas a Deus, melhor ou pior, mas falo. Falo – em voz alta ou mentalmente – sempre rezo: Pau nosso! Jesus, eu te amo!, etc. Não digo que seja fácil rezar de verdade, mas o que não sei mesmo é como posso ouvir a Deus. Em que consiste ouvir a Deus?”
Boa pergunta e, além disso, muito importante. Porque a oração deve ser diálogo e não monólogo: eu não converso com Deus se só eu fico falando e me escuto apenas a mim mesmo.
Sobre o modo de ouvir a Deus, sobre as condições do coração para ouvir a Deus, a maneira de ter certeza de que o escutamos a Ele, e não a nós mesmos, há muitas coisas interessantes a dizer, coisas que procuraremos comentar em outras páginas deste livro. Mas, para começo de conversa, vale a pena adiantar algumas dicas:
Primeiro, só escutar quem quer escutar, ou seja, a primeira condição é desejar que Deus nos fale ao coração; não há pior surdo eu o que não quer ouvir.
Em segundo lugar, não se trata de pedir milagres: não vamos pretender que Deus apareça e nos fale ao ouvido com palavras sonoras. Deus, como diz o profeta Oséias, fala ao coração (Os 2,14).
Mas, mesmo sem o som das palavras, Deus, que sempre nos vê, nos ouve e nos ama, tem muitos modos de nos falar ao coração. Lembraremos agora só alguns, tendo em conta que esses modos serviram a muitos santos para ouvir coisas decisivas para a vida, que Deus lhes comunicava.
Como diz a Carta aos Hebreus, Deus que, ao longo da história, falou muitas vezes e de muitos modos, pelos profetas, nestes dias (que duram desde que Cristo nasceu até que o mundo acabe) nos falou por meio do Filho, Jesus (Hb 1,1-2). Onde é que ouviremos o que Jesus nos diz, a você, a mim? Nas páginas dos quatro Evangelhos. Leia-os devagar, leia um pouco todos os dias, leia com toda a atenção, e pense: é uma carta íntima, confidencial, que Deus escreveu para mim; sempre me dirá alguma coisa.
Deus diz-nos muitas coisas por meio dos bons livros espirituais cristãos. Sugiro, por exemplo, começar a ler, sem pressa, o livro Caminho, de São Josemaria Escrivá, ou outro livro de espiritualidade cristã.
Deus nos fala também, e de modo muito especial, por meio das inspirações do Espírito Santo: bons pensamentos que nos sugere, bons sentimentos, luzes espirituais que de repente mostram soluções para problemas, ou alertas interiores – como sinais vermelhos que se acendem – sobre os nossos caminhos errados, ou apelos para servir os outros e assumir tarefas de apostolado. São inspirações que captamos claramente e que, para serem autênticas, devem ter quatro características:
- Não sejam contrárias à santa Lei de Deus;
- Sempre nos impulsionem a amar mais a Deus e aos outros;
- Ajudem-nos a cumprir com amor os nossos deveres;
- Deixem a alma cheia de paz.
Finalmente, Deus se utiliza, para nos falar, dos conselhos de pessoas boas, de bons cristãos bem formados, que têm doutrina e trato íntimo com Deus. Lá no fundo da alma, nós percebemos quando é que esses conselhos estão “na linha de Deus” e não na linha egoísta do que “nós gostaríamos de ouvir”. Especial destaque merecem os conselhos do diretor espiritual, se o tivermos.
Por ora, fiquemos com estas reflexões, que são apenas um esboço de muitas outro as que iremos fazendo mais amplamente nos próximos capítulos.
FAUS, Francisco. Para estar com Deus, Conselhos de Vida Interior. 2ª ed. Editora Cultor de Livros: São Paulo, SP,2012.p.10

Por que a Igreja é Apostólica?



o-vaticano_46514O que garantiu a unidade da Igreja católica e sua continuidade até hoje, conservando intacto o “depósito da fé”, que recebeu do Senhor, é a sua apostolicidade; isto é, a sucessão apostólica. Muito cedo a Igreja tomou consciência de que a sua “identidade e missão” estava ligada ao colégio dos Doze Apóstolos, e seus sucessores, os bispos.
Quando nos primeiros séculos surgia uma doutrina nova, às vezes uma heresia, o critério do discernimento era o da apostolicidade: “esta doutrina está de acordo com o que ensinaram os Apóstolos?” Está em conformidade com o que ensina a Igreja de Roma, onde foram martirizados Pedro e Paulo? Essas eram as perguntas mais importantes para se chegar ao discernimento.
A Igreja é a sucessora de Israel. O povo de Israel era a posteridade das Doze tribos de Jacó, que Deus chamou de Israel. Dá mesma forma a Igreja é a posteridade dos Doze Apóstolos. Jesus mesmo relacionou a escolha dos Doze com as Doze tribos de Israel, que prefiguravam a Igreja.
“Em verdade vos declaro: no dia da renovação do mundo, quando o  Filho  do homem estiver sentado no trono da glória, vós, que me haveis  seguido, estareis  sentados em doze tronos para julgar as  doze tribos de Israel” (Mt 19,28).
O livro do Apocalipse revela a Igreja como a Jerusalém celeste construída sobre Doze pedras fundamentais, nas quais “estão escritos os nomes dos Doze Apóstolos do Cordeiro”. “A muralha da cidade tinha doze fundamentos com os nomes dos doze Apóstolos do Cordeiro” (Ap 21,12-14).
Disse São Paulo: “Consequentemente, já não sois hóspedes nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos Apóstolos…” (Ef 2,20).
Os Bispos são os sucessores dos Apóstolos, que foram testemunhas dos ensinamentos e da Ressurreição de Jesus. Eles estabeleceram os princípios básicos para toda a vida da Igreja, o Credo e a Tradição apostólica. Cada um deles tinha jurisdição sobre as comunidades cristãs fundadas. Vemos São Pedro na Capadócia, na Bitínia, no Ponto, na Samaria, em Antioquia e, por fim, em Roma. São Paulo em Filipos, Éfeso, Corinto, Atenas, Tessalônica, Chipre, Creta, Roma…
Leia também: Por que a Igreja é Una?
Por que a Igreja é Santa?
Por que é Igreja é Católica?
Os Apóstolos ordenaram Bispos, seus sucessores, para que a Igreja cumprisse até o fim dos tempos a missão que Jesus lhe confiou:
“Ide pelo mundo inteiro, pregai o Evangelho a toda criatura…”(Mt 28,18).
Os Bispos da Igreja, que hoje são mais de quatro mil, pela “sucessão apostólica”, participam do Colégio dos Apóstolos. Ao Colégio dos Doze, Jesus disse: “Em verdade eu vos digo: tudo o que ligares na terra será ligado no céu, e tudo o que desligares na terra será desligado no céu” (Mt 18,18). É com esta autoridade, recebida diretamente de Jesus, que o Colégio episcopal se reúne em Concílios e Sínodos para “ligar na terra” o que é para o bem e a salvação dos fiéis.
Jesus disse que aquele que se recusa a ouvir a Igreja, “seja para ti como um pagão e um publicano” (Mt 18,17). Jesus deixou muito claro para os Apóstolos que é a Igreja que tem a palavra final nas decisões das coisas do Reino de Deus. Aquele que recusar a ouvir e obedecer à Igreja, deve ser considerado como um “pagão e um publicano”, isto é, ateu e pecador.
E além disso garantiu aos Apóstolos que ouvi-los é ouvir a Ele mesmo e ao Pai. “Quem vos ouve, a Mim ouve; e quem vos rejeita a Mim rejeita; e quem Me rejeita, rejeita Aquele que Me enviou” (Lc 10,26).
Para que a transmissão da Boa-Nova chegasse então aos confins da terra e dos tempos, os Apóstolos foram preparando os pastores das comunidades, seus sucessores. Vejamos alguns casos: São Paulo deixa Timóteo como Bispo de Éfeso: “Torno a lembrar-te a recomendação que te dei, quando parti  para a Macedônia: devias permanecer em Éfeso para impedir que certas pessoas andassem a ensinar doutrinas extravagantes” (1Tm 1,3).
Paulo Também escolheu Tito para bispo de Creta: “Eu te deixei em Creta para acabares de organizar tudo e estabeleceres anciãos (sacerdotes) em cada cidade, de acordo com as normas que te tracei” (Tt 1,5).
Essa passagem mostra que os Apóstolos iam definindo as “normas” da Igreja, que foram formando a sagrada Tradição Apostólica, tão importante e legitima quanto a própria Bíblia. Para a comunidade de Filipos, São Paulo envia Epafrodito: “Julguei necessário enviar-vos nosso irmão Epafrodito, meu companheiro de labor e de lutas…” (Fil 2,25).
O autor da Carta aos Hebreus, provavelmente algum dos discípulos de S. Paulo, recomenda os fiéis aos seus dirigentes: “Sede  submissos e  obedecei aos que vos  guiam (pois eles velam por vossas almas e delas devem dar contas)” (Hb 13,17).
Foi aos Apóstolos que Jesus deu o poder de, em Seu Nome, ministrar os sacramentos da salvação, curar os doentes, expulsar demônios e ressuscitar mortos. A eles o Senhor enviou a batizar: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19). A eles o Senhor delegou o mandato de ensinar.  “Ensinai-os a observar tudo o que vos prescrevi” (28,20). A eles o Senhor garantiu a sua assistência permanente: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (28,20). A eles  o Senhor deu o poder de perdoar: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes  os pecados, ser-lhes-ão perdoados; aqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos”  (Jo 20,22-23).
A Igreja reza na santa Missa, no Prefácio dos Apóstolos: “Pastor eterno, vós não abandonais o rebanho, mas o guardais constantemente pela proteção dos Apóstolos. E assim a Igreja é conduzida pelos mesmos pastores que pusestes à sua frente como representantes de vosso Filho Jesus Cristo, Senhor nosso”. A eles o Senhor conferiu o poder de atualizar, “tornar presente”, o seu Sacrifício do Calvário oferecido ao Pai por toda a humanidade: “Isto é o meu corpo que é dado por vós; fazei isto em memória de mim” (Lc 22,19-20).
Prof. Felipe Aquino

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Reflexão do Evangelho de hoje Deus é nosso Pai

Na maioria das vezes, nós nos confundimos e queremos que a nossa oração seja ouvida por Deus em vista das nossas palavras bonitas e eloquentes. Por isso, Jesus neste Evangelho nos ensina a sermos objetivos no nosso relacionamento com o Pai usando a Sua Palavra como argumento. A oração do Pai Nosso, objetivamente, nos leva a reconhecer que Deus é Pai e, por isso, conhece as nossas reais necessidades. Por outro lado, também nos motiva a louvar a Santidade do Seu Nome, nos comprometendo com a edificação do Seu reino, aqui na terra como no céu. Jesus nos convida a pedir ao Pai o pão para prover as nossas carências a cada dia da nossa vida. O pão que alimenta o nosso corpo, mas também, o pão que nutre a nossa alma, o pão da Palavra, o pão da Eucaristia, o pão da Oração que nos fortalecem e nos exercitam para que possamos receber e oferecer o pão do perdão. Perdão de Deus para nós e o nosso perdão aos homens, nossos irmãos, porque somos filhos do mesmo Pai. Finalmente Jesus nos ensina a pedir pela nossa maior necessidade em todos os dias: não cair em tentação do pecado e nos livrar do mal que é o demônio, inimigo de Deus. Se rezarmos a oração do Pai Nosso com convicção no que estamos proclamando, com certeza, a nossa vida será um autêntico testemunho de santidade. Portanto, a oração do Pai Nosso é a oração que mais agrada a Deus, quando é vivenciada por nós. – Você já experimentou rezar o Pai Nosso “do jeito” que Jesus nos ensinou? – Experimente fazê-lo, hoje, meditando em cada palavra e juntando a palavra à sua ação. – Você deseja o perdão de Deus? – Você perdoa também a quem o (a) ofendeu?   Helena Serpa

Evangelho de hoje - Mt 7,15-20

Evangelho - Mt 7,15-20
Pelos seus frutos vós os conhecereis.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 7,15-20
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
15Cuidado com os falsos profetas:
Eles vêm até vós vestidos com peles de ovelha,
mas por dentro são lobos ferozes.
16Vós os conhecereis pelos seus frutos.
Por acaso se colhem uvas de espinheiros
ou figos de urtigas?
17Assim, toda árvore boa produz frutos bons,
e toda árvore má, produz frutos maus.
18Uma árvore boa não pode dar frutos maus,
nem uma árvore má pode produzir frutos bons.
19Toda árvore que não dá bons frutos
é cortada e jogada no fogo.
20Portanto, pelos seus frutos vós os conhecereis.
Palavra da Salvação.

O que é inspiração bíblica?



Divisões-da-BibliaA Bíblia é a Palavra de Deus inspirada. Mas como se dá essa inspiração? Talvez imaginemos um ditado mecânico como a de um chefe à sua datilógrafa. Esta escreve coisas que não entende e que são entendidas apenas pelo chefe e sua equipe. Isso não é a inspiração bíblica. Pois, ela não dispensa certa compreensão do autor humano (o hagiógrafo), nem sua participação na redação do texto sagrado.
A inspiração bíblica também não é revelação de verdades que o autor humano não conheça. Existe sim, o carisma da Revelação, especialmente nos profetas. Mas é diferente da inspiração bíblica. Esta se exercia, por exemplo, quando o hagiógrafo descrevia uma batalha ou outros fatos documentados em fontes históricas, sem receber revelação divina.
Inspiração Bíblica é a iluminação da mente do autor humano para que possa, com os dados de sua cultura religiosa e profana, transmitir uma mensagem fiel ao pensamento de Deus. O Espírito Santo fortalece a vontade e as potências executivas do autor para que realmente o hagiógrafo escreva o que ele percebeu.
Tais livros são todos humanos (Deus em nada dispensa a atividade racional do homem) e divinos (Deus acompanha a redação do homem escritor). A Bíblia é um livro divino-humano. Transmite o pensamento de Deus em roupagem humana. Assemelha-se ao mistério da Encarnação, onde Deus se revestiu de carne humana, pois na Bíblia a Palavra de Deus se revestiu da palavra do homem (judeu, grego, com todas as suas particularidades de expressão).
A finalidade da inspiração bíblica é estritamente religiosa. Não foi escrita para nos ensinar ciências naturais, mas aquilo que ultrapassa a razão humana (o sentido do mundo, do homem, da vida, da morte, etc diante de Deus). Portanto, não há contradição entre a Bíblia e as ciências naturais. Mesmo Gênesis 1-3 não pretende ensinar como nem quando o mundo foi feito.
A Bíblia só é inspirada quando trata de assuntos religiosos? Há páginas na Bíblia não inspiradas?
Toda a Bíblia, em qualquer de suas partes, é inspirada, qualquer que seja a sua temática. Ocorre, porém, que Deus comunica sua mensagem religiosa em linguagem familiar pré-científica, bem entendida no trato quotidiano. Por exemplo, quando falamos em “nascer-do-sol” ou “pôr-do-sol”, supomos o sistema geocêntrico (ultrapassado), mas não somos taxados de mentirosos, porque não pretendemos definir assuntos de astronomia. Assim, quando a Bíblia diz que o mundo foi feito em 6 dias, ou que a luz foi feita antes do sol e das estrelas, ela não ensina teorias astronômicas, mas alude ao mundo em linguagem dos hebreus antigos para dizer que o mundo todo é criatura de Deus. Portanto, em assuntos não-religiosos, a Bíblia adapta-se ao modo de falar familiar ou pré-científico dos homens que, devidamente entendido, não é portador de erro.
Também todas as “palavras” da Escritura são inspiradas. Os conceitos dos homens estão sempre ligados às palavras. Quando o Espírito Santo iluminava a mente dos autores sagrados, iluminava também as palavras. É por isto que os próprios autores sagrados fazem questão de realçar de realçar vocábulos da Bíblia: Jo 10,34-35; Hb 8,13; Gl 3,16.
Notemos, porém, que somente as palavras das línguas originais (hebraico, aramaico e grego) foram assim iluminadas. As traduções bíblicas não gozam do carisma da inspiração. Por isso, ao ler a Bíblia, devemos nos certificar de estarmos usando uma tradução fiel e equivalente aos originais.
“Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça.” (2Tm 3,16).
Para extrair a mensagem religiosa é absolutamente necessário levar em conta o gênero literário do texto. Por exemplo, “leis” tem seu gênero literário próprio (claro e conciso para que ninguém possa se desculpar), a poesia tem gênero literário oposto ao das leis (metafórico, subjetivo). Uma crônica é diferente de uma carta. Uma carta comercial é diferente de uma carta de família, uma fábula é diferente de um fato histórico.
Na Bíblia há diversos gêneros: histórico; história em estilo popular (Sansão); poesia; parábola; alegoria (Jo 15,1-6); a lei e muitos outros. Cada gênero tem suas regras de interpretação próprias. Não posso entender uma poesia (cheia de imagens) como entendo uma lei (clara e sem imagens). Assim, a criação do mundo em Gn 1 é poesia. Enquanto a narração da Última Ceia é relato histórico. Este devo entender ao pé da letra, enquanto aquele outro não o posso.
Antes de ler um livro da Bíblia é necessário se informar do seu gênero literário, a fim de entender os critérios de redação adotados pelo autor. Tal informação pode ser obtida nas introduções que as edições bíblicas apresentam para cada livro sagrado.
Pergunta-se ainda: se a Bíblia é toda inspirada, como se pode explicar as “contradições” e “erros” que ela contêm? Afinal Deus existe como afirma Jo 1,18 ou não existe como afirma Sl 52(53), 1? O sol parou, conforme Js 10,12-14 e Is 38,7s? De Abraão a Jesus houve apenas 42 gerações (Mt 1,17)? Afinal o maná, era insípido e pouco atraente (Nm 11,4-9) ou saboroso (Sb 16,20s) ?
Responde-se: A Bíblia é isenta de erros em tudo aquilo que o hagiógrafo como tal afirma e no sentido em que o hagiógrafo entendeu.
Portanto, em outras palavras, para obtermos a mensagem isenta de erros devemos verificar se é algo afirmado pelo próprio hagiógrafo, ou se ele afirmou em nome de outrem e qual o gênero que ele adotou.
Voltando aos casos apontados: Em Jo 1,18 o hagiógrafo, como tal, é quem afirma que Jesus revelou Deus Pai. Mas no salmo 52(53), 1, o hagiógrafo apenas afirma (com plena veracidade) que o insensato nega a existência de Deus. O insensato erra ao negar, o salmista apenas verifica o fato. A “parada do sol” está dentro de um contexto de poesia lírica, onde “estacionamento do sol” quer dizer “escurecimento da atmosfera, clima de tempestade de granizo”. Josué pediu a Deus essa tempestade, a qual é relatada em Js 10,11. Os demais casos se enquadram no uso do gênero literário do midraxe.
Midraxe é uma narração de fundo histórico, ornamentada pelo autor sagrado para servir à instrução teológica. O autor conta o fato de modo a destacar o valor ou o significado religioso deste fato. Sua intenção não é a de um cronista, mas a de um catequista ou teólogo. O caso do maná: em Nm há uma narração de cronista, enquanto em Sb é apresentado o sentido teológico do maná num midraxe. O maná era saboroso não por seu paladar, mas por ser o penhor da entrada do povo na Terra Prometida. As 42 gerações relatadas entre Abraão e Jesus visa destacar a simbologia do número 42 (3×14): em Cristo se cumpre todas as promessas feitas a Israel, é o Consumador da obra de Davi.
Ao meditarmos a Bíblia, oremos como Santo Agostinho: “Fazei-me ouvir e descobrir como no começo criaste o céu e a terra. Assim escreveu Moisés, para depois ir embora, sair deste mundo. Agora não posso interrogá-lo. Se pudesse, eu lhe imploraria para que me explicasse estas palavras. Mas não posso interrogá-lo. Por isso dirijo-me a Ti, Verdade, Deus meu, de que estava ele possuído quando disse coisas verdadeiras. E Tu, que concedeste a teu servo enunciar estas coisas verdadeiras, concede também a mim compreendê-las.” (Confissões XI 3,5)
“Nenhuma profecia da Escritura é de interpretação particular. Nenhuma foi proferida pela vontade humana. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus” (2 Pd 1,20-21)
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D. Estêvão Bettencourt, osb
Fonte: Apostila do Mater Ecclesiae: Curso Bíblico

O velho, o menino e o burro



O-velho-o-menino-e-o-burro-matraca-10-10-11Um velho resolveu vender seu burro na feira da cidade.
Como iria retornar andando, chamou seu neto para acompanhá-lo. Montaram os dois no animal e seguiram viagem.
Passando por umas barracas de escoteiros, escutaram os comentários críticos: “Como é que pode, duas pessoas em cima deste pobre animal!”.
Resolveram então que o menino desceria, e o velho permaneceria montado. Prosseguiram…
Mais na frente tinha uma lagoa e algumas velhas estavam lavando roupa. Quando viram a cena, puseram-se a reclamar: “Que absurdo! Explorando a pobre criança, podendo deixá-la em cima do animal”.
Constrangidos com o ocorrido, trocaram as posições, ou seja, o menino montou e o velho desceu.
Tinham caminhado alguns metros, quando algumas jovens sentadas na calçada externaram seu espanto com o que presenciaram:
“Que menino preguiçoso! Enquanto este velho senhor caminha, ele fica todo prazeroso em cima do animal. Tenha vergonha!”.
Diante disto, o menino desceu e desta vez o velho não subiu. Ambos resolveram caminhar, puxando o burro. Já acreditavam ter encontrado a fórmula mais correta quando passaram em frente a um bar. Alguns homens que ali estavam começaram a dar gargalhadas, fazendo chacota da cena: “São mesmo uns idiotas! Ficam andando a pé, enquanto puxam um animal tão jovem e forte!”.
O avô e o neto olharam um para o outro, como que tentando encontrar a maneira correta de agir. Então ambos pegaram o burro e o carregaram nas costas!!!
Além de divertida, esta fábula mostra que não podemos dedicar atenção irracional para as críticas, pois estas acontecerão sempre, independente da maneira em que procurarmos agir.
Retirado do livro: “Sabedoria em Parábolas”

Oitavo Mandamento: “Não levantar falso testemunho”



10-mandamentos“Não apresentarás um falso testemunho contra teu próximo” (Ex 20,16)
O Oitavo Mandamento proíbe mentir ou falsificar a verdade nas relações com os outros. Deus é a Verdade; Jesus disse: “Eu Sou a Verdade” (Jo 14,6). E a vocação do povo santo é ser testemunha do seu Deus, que é a Verdade. Jesus chamou o Espírito Santo de “Espírito da Verdade” (Jo 14,17; 16,13) e deixou bem claro que o demônio é o “pai da mentira”, “Ele é homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque a verdade não está nele. Quando diz a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8,44).
O respeito à reputação e à honra das pessoas proíbe toda atitude ou palavra de maledicência ou calúnia.
“Não levantarás falso testemunho contra teu próximo” (Ex 20,16).
Os discípulos de Cristo “revestiram-se do homem novo, criado segundo Deus na justiça e santidade da verdade” (Ef 4,24).
Jesus coloca a verdade como libertadora do homem e esta está na Sua Palavra: “Se permanecerdes na minha palavra, sereis meus verdadeiros discípulos; conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.
São Paulo ensina que Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4) e que “a Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (1Tm 3,15). Assim, sem a Igreja, sem o ensino do Magistério da Igreja, não se conhece a verdade plena. Jesus, na última Ceia, garantiu que o Espírito Santo revelaria à Igreja “toda a verdade” (Jo 14, 25; 16,13)
A verdade é a virtude que consiste em mostrar-se verdadeiro no agir e no falar, fugindo da duplicidade e também da simulação, do fingimento e da hipocrisia. Por outro lado, São Paulo ensina que o cristão não deve “se envergonhar de dar testemunho de Nosso Senhor” (2Tm 1,8) em atos e palavras. Muitos filhos da Igreja chegaram ao martírio, que é o supremo testemunho prestado à verdade da fé.cpa_a_moral_catolica
Toda falta cometida contra a verdade exige reparação para que haja justiça; assim, a pessoa a quem se mentiu não fica enganada e prejudicada.
A Igreja ensina que não somos sempre obrigados a revelar a verdade; o que não se pode é mentir; uma regra de ouro ajuda a discernir, nas situações concretas, se convém ou não revelar a verdade àquele que a pede. Por exemplo, o sigilo sacramental é inviolável. “Os segredos profissionais devem ser guardados. As confidências prejudiciais a outros não devem ser divulgadas”, diz o Catecismo da Igreja (§2511).
A sociedade tem direito a uma informação fundada na verdade, na liberdade e na justiça; por isso os meios de comunicação devem ter moderação e disciplina e se pautar pela verdade. Não se pode acusar alguém de crime ou dolo sem provas concretas.
Prof. Felipe Aquino

Por que a Igreja é Católica?



animals_widewallpaper_st-peter-s-at-night_75108A palavra católico vem do grego “catholikón”, que quer dizer “geral”, “universal”, em sentido contrário a “particular”. Desde a sua origem a Igreja fundada por Jesus, sobre Pedro e os Apóstolos, é universal, católica. Foi este desejo do Senhor quando enviou os seus apóstolos a todos os povos: “Ide, pois e ensinai a todas as nações…” (Mt 28,19).“Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,16).
Foi Cristo quem quis, desde a sua origem, que a Igreja fosse universal. A catolicidade da Igreja tem vários aspectos:
1. Geográfico e antropológico: É o aspecto externo, e que significa a abertura para todos os homens e mulheres de todos os tempos e lugares da terra.
2. Pessoal, ontológico: Significa que a Igreja é a depositária de toda a Verdade revelada pela Bíblia (escrita), e pela Tradição (oral); e recebeu de Cristo a “plenitude dos meios da Salvação”, como enfatizou o decreto do Concilio último sobre o Ecumenismo (UR, 3).
Deus deu à sua Igreja um caráter universal porque “quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (2Tm 2,1-5). Essa verdade que salva foi confiada à Igreja por Jesus, para ser levada a todos os homens. O Pai quis e quer o Cristo e a Igreja como “sacramento universal da salvação”.
Cristo é o Salvador único de todos os homens e a Igreja é o Seu Corpo prolongado na humanidade, para salvá-la. São Pedro disse aos judeus: “Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens pelo qual devemos ser salvos” (At 4,12).
Através da Igreja, Cristo, Cabeça, leva a salvação a todos.
“Ele é a cabeça do corpo, da Igreja” (Col 1,17).
“E sujeitou a seus pés todas as coisas, e o constituiu chefe supremo da Igreja, que é o seu corpo, o receptáculo daquele que enche todas as coisas sob todos os aspectos” (Ef 1,23).
Sabemos que o desígnio de Deus é “recapitular todas as coisas em Cristo” (Ef 1,10), restaurando e reunindo tudo sob a sua autoridade, para reconduzir o mundo a Si. Para cumprir esse desígnio a Igreja abraça todas as dimensões da pessoa humana: ciência, técnica, trabalho, cultura, a fim de santificá-las, impregnando-as com o Evangelho e com a vida de Cristo. Este é um outro aspecto da catolicidade da Igreja, que as seitas não possuem, por não estarem abertas a todos os legítimos valores humanos.
Leia também: Por que a Igreja é Una?
                      Por que a Igreja é Santa?
A catolicidade (universalidade) da Igreja tem como consequências a tarefa missionária e o ecumenismo. Cristo mandou que a Igreja pregasse o Evangelho a todos os homens (Mt 28,18-20). Cada cristão é responsável por essa missão que é da Igreja toda (LG nº 17; AG nº 23).cpa_no_cora_o_da_igreja_1
A missão da Igreja é transformar a humanidade toda “em Povo de Deus, Corpo do Senhor e Templo do Espírito Santo, para que em Cristo, Cabeça de todos, seja dada ao Pai e Criador do universo toda a honra e toda a glória” (LG, 17).
Daí a necessidade do movimento ecumênico; isto é, a busca da unidade de todos os cristãos, quebrada pelos diversos cismas. Não quer dizer apenas uma união com as “igrejas” separadas, ou formar com elas como se fosse uma “Confederação de igrejas”, onde a Igreja católica seria apenas uma entre muitas. Não. O movimento ecumênico não implica em relativismo religioso e moral. As verdades reveladas por Cristo à Igreja são intocáveis, e é em torno delas que se deve formar a unidade querida por Deus.
Na Carta Encíclica sobre o Ecumenismo, “Ut Unum Sint” (Que todos sejam um), de 25/05/95, o Papa João Paulo II afirma:
“…unidos na esteira dos mártires, os crentes em Cristo não podem permanecer divididos. Se querem verdadeira e eficazmente fazer frente à tendência do mundo a tornar vão o Mistério da Redenção, os cristãos devem professar juntos a mesma verdade sobre a Cruz” (UUS, 1).
E o Papa faz um alerta importantíssimo sobre a necessidade dos cristãos, unidos, testemunharem ao mundo a Cruz redentora de Cristo:
“A Cruz! A corrente anti-cristã propõe-se dissipar o seu valor, esvaziá-la do seu significado, negando que o homem possa encontrar nela as raízes da sua nova vida e alegando que a Cruz não consegue nutrir perspectivas nem esperanças: o homem – dizem – é um ser meramente terreno, que deve viver como se Deus não existisse” (nº 1).
Mas esta união não é de qualquer jeito. Sobre isso o Papa diz na mesma Encíclica:
“Não se trata, neste contexto, de modificar o depósito da fé, de mudar os significados dos dogmas, de banir deles palavras essenciais, de adaptar a verdade aos gostos de uma época, de eliminar certos artigos do Credo com o falso pretexto de que hoje já não se compreendem. A unidade  querida por Deus só se pode realizar na adesão comum ao conteúdo integral da fé revelada. Em matéria de fé, a cedência está em contradição com Deus, que é a Verdade. No Corpo de Cristo – ele que é “Caminho, Verdade e Vida” (Jo 14,6), quem poderia considerar legítima uma reconciliação levada a cabo à custa da verdade? A declaração conciliar sobre a liberdade religiosa atribui à dignidade humana a procura da verdade, ‘sobretudo no que diz  respeito a Deus  e à sua Igreja’ (DH,1), e a adesão às suas exigências. Portanto um “estar juntos” que traísse a verdade, estaria em oposição com a natureza de Deus, que oferece a sua comunhão, e com a exigência da verdade que vive no mais profundo de todo o coração humano” (nº 18).
Prof. Felipe Aquino