O Oitavo Mandamento proíbe mentir ou
falsificar a verdade nas relações com os outros. Deus é a Verdade; Jesus
disse: “Eu Sou a Verdade” (Jo 14,6). E a vocação do povo santo é ser
testemunha do seu Deus, que é a Verdade. Jesus chamou o Espírito Santo
de “Espírito da Verdade” (Jo 14,17; 16,13) e deixou bem claro que o
demônio é o “pai da mentira”, “Ele é homicida desde o princípio e não
permaneceu na verdade, porque a verdade não está nele. Quando diz a
mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira”
(Jo 8,44).
O respeito à reputação e à honra das pessoas proíbe toda atitude ou palavra de maledicência ou calúnia.
“Não levantarás falso testemunho contra teu próximo” (Ex 20,16).
Os discípulos de Cristo “revestiram-se do homem novo, criado segundo Deus na justiça e santidade da verdade” (Ef 4,24).
Jesus coloca a verdade como libertadora
do homem e esta está na Sua Palavra: “Se permanecerdes na minha palavra,
sereis meus verdadeiros discípulos; conhecereis a verdade e a verdade
vos libertará”.
São Paulo ensina que Deus quer que todos
se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4) e que “a
Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (1Tm 3,15). Assim, sem a
Igreja, sem o ensino do Magistério da Igreja, não se conhece a verdade
plena. Jesus, na última Ceia, garantiu que o Espírito Santo revelaria à
Igreja “toda a verdade” (Jo 14, 25; 16,13)
A verdade é a virtude que consiste em mostrar-se verdadeiro no agir e
no falar, fugindo da duplicidade e também da simulação, do fingimento e
da hipocrisia. Por outro lado, São Paulo ensina que o cristão não deve
“se envergonhar de dar testemunho de Nosso Senhor” (2Tm 1,8) em atos e
palavras. Muitos filhos da Igreja chegaram ao martírio, que é o supremo
testemunho prestado à verdade da fé.
Toda falta cometida contra a verdade
exige reparação para que haja justiça; assim, a pessoa a quem se mentiu
não fica enganada e prejudicada.
A Igreja ensina que não somos sempre
obrigados a revelar a verdade; o que não se pode é mentir; uma regra de
ouro ajuda a discernir, nas situações concretas, se convém ou não
revelar a verdade àquele que a pede. Por exemplo, o sigilo sacramental é
inviolável. “Os segredos profissionais devem ser guardados. As
confidências prejudiciais a outros não devem ser divulgadas”, diz o
Catecismo da Igreja (§2511).
A sociedade tem direito a uma informação
fundada na verdade, na liberdade e na justiça; por isso os meios de
comunicação devem ter moderação e disciplina e se pautar pela verdade.
Não se pode acusar alguém de crime ou dolo sem provas concretas.
Prof. Felipe Aquino
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