quinta-feira, 31 de julho de 2014

Santo do dia Santo Inácio de Loyola



Ignatius_LoyolaSão Inácio de Loyola, que viveu entre os anos de 1491 e 1556, era um cavaleiro impetuoso. Ferido no cerco de Pamplona, durante a convalecença, não encontrando leituras de cavalaria, de que era apaixonado, descobriu Jesus Cristo no Evangelho e na vida dos santos. Então quis dar-se a Jesus Cristo na Igreja. Amadureceu a sua conversão no mosteiro de Monte-Serrat iniciando-se na “devoção moderna”, sobretudo lendo a imitação de Cristo na gruta de Manresa, onde teve experiências místicas e lançou as bases do seu famoso livro, Exercícios espirituais. Estudou filosofia e teologia em Paris, onde fundou a Companhia de Jesus, e em Veneza, onde foi ordenado sacerdote. Estabelecido em Roma, colocou sua companhia como um exército à disposição do Papa para a defesa da fé, reforma da Igreja e obra missionária. Intensa e vasta foi a sua ação apostólica juntamente com a de seus colaboradores. Abriu a sua companhia à cultura teológica e à cultura humana, a ponto de poder representar a igreja no campo das ciências e do pensamento moderno, e fez deles ilustres educadores. Hoje compreende-se melhor a figura de Inácio de Loyola à luz de seu profundo espírito de doação, da mística do serviço, de seu otimismo e dinamismo orientados para maior glória de Deus na Igreja e para a Igreja. A ascética inciana se esforça por criar nos fiéis uma mentalidade cristocêntrica. Inácio assimilou Cristo na oração psicológica, na obediência e na santidade de vida.
Outros Santos do mesmo dia: Santo Neoto, Santa Helena de Skovd, Beato João Colombini, Santo Justino Jacobis, Beatos Dionísio Vicente Ramos e Francisco Remon Javita, Beato Everardo Hanse, Beato Francisco de Milão, Beato Francisco Stryjas, Beato Tiago Buch Canals e Miguel Ozieblowiski.

Reflexão do Evangelho de hoje Dentro de nós há o velho e o novo, o bom e o ruim

Jesus compara o reino de Deus, a uma rede jogada ao mar que apanha peixes de todo tipo ou como um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas. Em todas as duas situações nós percebemos que as coisas boas e novas se confundem com as coisas más e velhas e só um perito espiritual poderá nos ajudar a fazer o discernimento. O reino de Deus acontece no interior do nosso coração. Dentro de nós há o velho e o novo, o bom e o ruim. A “cirurgia plástica” da nossa alma só quem pode realiza-la é o Espírito Santo que perscruta o âmago do nosso ser e sabe avaliar o que se passa dentro de nós. Somente Deus Pai que é o Oleiro é quem poderá nos ajudar pelo poder do Seu Espírito a nos despojar de tudo que nos é inútil e está apodrecendo dentro de nós. Só Ele tem o poder de fazer valer em nós, os sentimentos que são oriundos do Seu coração e nos trazem a felicidade, a concórdia e o amor. Por isso, a busca do reino de Deus requer de nós paciência e esmero a fim de que, gradualmente, nós possamos deixar com que o Senhor nos transforme no modelo que Ele projetou para nós. Precisamos, então, ter consciência de que antes que chegue o fim dos tempos nós poderemos nos deixar esclarecer pelo Espírito que há em nós. – Você tem buscado o auxílio de Deus para suas dificuldades? – Você percebe as coisas boas e más que estão dentro do seu coração? – Você acha que Deus tem poder para transformar você num vaso novo? – Ore, cantando a melodia do Vaso novo: Eu quero ser Jesus amado, como um barro nas mãos do oleiro, rompe-me a vida faz-me de novo, eu quero ser (2x) um vaso novo.

Helena Serpa

Evangelho de hoje - Mt 13,47-53

Evangelho - Mt 13,47-53
Recolhem os peixes bons em cestos
e jogam fora os que não prestam.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 13,47-53
Naquele tempo, disse Jesus à multidão:
47O Reino dos Céus é ainda
como uma rede lançada ao mar
e que apanha peixes de todo tipo.
48Quando está cheia,
os pescadores puxam a rede para a praia,
sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos
e jogam fora os que não prestam.
49Assim acontecerá no fim dos tempos:
os anjos virão para separar
os homens maus dos que são justos,
50e lançarão os maus na fornalha de fogo.
E ai, haverá choro e ranger de dentes.
51Compreendestes tudo isso?'
Eles responderam: 'Sim.'
52Então Jesus acrescentou:
'Assim, pois, todo mestre da Lei,
que se torna discípulo do Reino dos Céus,
é como um pai de família
que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.'
53Quando Jesus terminou de contar essas parábolas,
partiu dali.
Palavra da Salvação.

Por que o sofrimento nosso tem valor diante de Deus?



sofrimentoMortificação é qualquer penitência oferecida a Deus: um jejum, deixar de beber algo, de comer alguma coisa, etc. Jesus fez do sofrimento a matéria-prima da salvação da humanidade e São Paulo disse que “completo na minha carne o que falta para a Paixão de Cristo no seu corpo que é a Igreja”. (Cl 1,24) Assim, todo sofrimento é salvífico desde que Cristo morreu na cruz; como estamos unidos a ele por nosso Batismo nosso sofrimento se une ao dele pela salvação do mundo. Daí o seu valor.
Prof. Felipe Aquino

Sexo no plano de Deus



279108_Papel-de-Parede-Livro-do-Amor_1280x960O livro do Gênesis assegura que ao criar todas as coisas Deus “viu que tudo era bom” (Gen 1,25). Portanto, tudo o que Deus fez é belo.
O mal, muitas vezes, consiste no uso mau das coisas boas. Por exemplo, uma faca é uma coisa boa; sem ela a cozinheira não faz o seu trabalho. Mas, se um criminoso usar a faca para tirar a vida de alguém, nem por isso a faca se torna má. Não. O mal é o uso errado que se fez dela.
Da mesma forma o sexo é algo criado por Deus e maravilhoso. É por ele que a criança inocente vem ao mundo.
Como Deus deu ao casal humano, a missão de gerar os filhos, “crescei e multiplicai” (Gen 1,28), providenciou o sexo como instrumento de procriação. E mais, para fortalecer a união e o amor do casal, fez do sexo também o meio mais profundo da “manifestação” do amor conjugal. Podemos dizer que o ato sexual é a “celebração do amor”, como que a “liturgia do amor conjugal”. E é no ápice desta celebração do amor, que o filho é concebido. Isto é, ele não é somente a carne e o sangue do casal, mas principalmente, o fruto do seu amor. É por isso que a vida sexual de um casal que não se ama de verdade, nunca é harmoniosa.
O sexo é manifestação do amor. Sem este, ele fica vazio, desvirtuado e perigoso como aquela faca na mão do assassino. Faz muitas vítimas… O que é a prostituição, senão o sexo sem amor? É apenas um ato de prazer, comprado, com dinheiro ou outros meios.
No plano de Deus a vida sexual só tem lugar no casamento. São Paulo há dois mil anos já ensinava aos coríntios:
“A mulher não pode dispor do seu corpo: ele pertence ao seu marido. E também o marido não pode dispor do seu corpo: ele pertence à sua esposa” (1 Cor 7,4).
O Apóstolo não diz que o corpo da namorada pertence ao namorado, e nem que o corpo da noiva pertence ao noivo. A união sexual só tem sentido no casamento, porque só ali existe um “comprometimento” de vida conjugal, vida a dois, onde cada um assumiu um compromisso de fidelidade com o outro. Cada um é “responsável pelo outro” até a morte, em todas as circunstâncias fáceis e difíceis da vida. Sem este “compromisso de vida” o ato sexual não tem sentido, e se torna perigoso.cpa_brilho_da_castidade
As consequências do sexo vivido fora do casamento são terríveis: mães e pais solteiros; filhos abandonados, ou criados pelos avós, ou em orfanatos. Muitos desses se tornam os “trombadinhas” e delinquentes que cada vez mais enchem as nossas ruas, buscando nas drogas e no crime a compensação de suas dores. Quantos abortos são cometidos porque busca´se apenas egoisticamente o prazer do sexo, e depois elimina-se o fruto, a criança! Só no Brasil são 4 milhões por ano. Quatro milhões de crianças assassinadas pelos próprios pais!
As doenças venéreas são outro flagelo do sexo fora do casamento. Ainda hoje convivemos com os horrores da sífilis, blenorragia, cancro, sem falar do flagelo moderno da AIDS. O remédio contra a AIDS é a vivência sexual apenas no casamento; e não, como se propõe, irresponsavelmente, o uso de “camisinhas”, ao invés de se eliminar o vício pela raiz.
É urgente que os cristãos, pais, professores e educadores, tenhamos a coragem de ensinar novamente a castidade aos jovens.Um jovem que se mantém casto até o casamento, além de tudo, prepara a sua vontade e exercita seu auto domínio para ser fiel ao seu cônjuge no casamento. É preciso mostrar urgentemente aos jovens os valores da castidade, tanto em pensamentos como em atos. A televisão e os filmes pornográficos de vídeos, as revistas eróticas abundantes e asquerosas, injetam pólvora no sangue de nossos filhos, fazendo´os escravos do sexo. E por causa disso estamos vendo meninas de 13, 14 anos, grávidas, sem o menor preparo e maturidade para serem mães.
Temos que acordar. Temos que ter a coragem de oferecer aos jovens a opção da pureza que Jesus nos legou: “Bem-aventurados os puros de coração porque verão a Deus”. (Mt 5,8) Neste assunto Cristo foi exigente e não deixou margens a dúvida: “Todo aquele que olhar para um mulher com desejo de cobiça, já adulterou com ela em seu coração”. (Mt 5,27)

Prof. Felipe Aquino

Testamento de São Luiz, rei da França, a seu filho



São Luiz (1214-1270) reinou na França por cerca de 40 anos; foi um rei justo, piedoso, que amou a Igreja e o Papa e os defendeu até a morte. Ele empreendeu as sétima e oitava cruzadas para libertar a Terra Santa do jugo muçulmano e morreu de tifo em Tunis. Abaixo segue o magistral testamento que deixou a seu filho herdeiro do trono francês; é um exemplo de pai, de cristão e de político:
“Filho dileto, começo por querer ensinar-te a amar o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com todas as tuas forças; pois sem isto não há salvação.
Filho, deves evitar tudo quanto sabes desagradar a Deus, quer dizer, todo pecado mortal, de tal forma que prefiras ser atormentado por toda sorte de martírios a cometer um pecado mortal.
Ademais, se o Senhor permitir que te advenha alguma tribulação, deves suportá-la com serenidade e ação de graças. Considera suceder tal coisa em teu proveito e que talvez a tenhas merecido. Além disto, se o Senhor te conceder a prosperidade, tens de agradecer-lhe humildemente, tomando cuidado para que nesta circunstância não te tornes pior, por vanglória ou outro modo qualquer, porque não deves ir contra Deus ou ofendê-lo valendo-te dos seus dons.
Ouve com boa disposição e piedade o ofício da Igreja e enquanto estiveres no templo, cuides de não vagueares os olhos ao redor, de não falar sem necessidade; mas roga ao Senhor devotamente, quer pelos lábios, quer pela meditação do coração.
Guarda o coração compassivo para com os pobres, infelizes e aflitos, e quando puderes, auxilia-os e consola-os. Por todos os benefícios que te foram dados por Deus, rende-lhe graças para te tornares digno de receber maiores. Em relação a teus súditos,  sê justo até o extremo da justiça, sem te desviares nem para a direita nem para a esquerda; pôe-te sempre de preferência da parte do pobre mais do que do rico, até estares bem certo da verdade. Procura com empenho que todos os teus súditos sejam protegidos pela justiça e pela paz, principalmente as pessoas eclesiásticas e religiosas.
Sê dedicado e obediente à nossa mãe, a Igreja Romana, ao Sumo Pontífice como pai espiritual. Esforça-te por remover de teu país todo pecado, sobretudo o de blasfêmia e a heresia.
Ó filho muito amado, dou-te enfim toda a benção que um pai pode dar ao filho; e toda a Trindade e todos os santos te guardem do mal. Que o Senhor te conceda a graça de fazer sua vontade de forma a ser servido e honrado por ti. E assim, depois desta vida, iremos juntos vê-lo, amá-lo e louvá-lo sem fim. Amém”.

A profanação da obra-prima de Deus



ter-ou-nao-ter-filhosA Obra-Prima de Deus, por excelência, é a pessoa humana. A única “criada à imagem e semelhança de Deus” (Gn 1,26). Esta  revelação bíblica, meditada devidamente, deveria levar-nos ao êxtase. É nos atributos da alma imortal, dada ao homem por Deus no instante da sua concepção, que se encontram os aspectos dessa “imagem e semelhança” com o Criador. Aí estão, perenes, a inteligência, a liberdade, vontade e consciência; atributos esses que só o homem possui, exatamente por  ser só ele “imagem e semelhança” de Deus.
Tal “semelhança” com a natureza divina tornou possível a maior novidade debaixo do sol: a Encarnação de Deus em forma humana. “E  o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14).
Jesus pôde assumir a natureza humana, sem abdicar a divina, porque o homem fora criado à Sua semelhança. E assim, Ele pôde assumir a nossa natureza e restaurá-la dos estragos do pecado original. A obra prima de Deus estava salva, ao preço do sangue e da vida do seu próprio Criador.
Tal é o amor de Deus ao homem que, além de tudo isso, ainda quis que a pessoa humana fosse o Seu Templo. É o que São Paulo nos revela, quando escreve aos Coríntios:
“Não  sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? “Se alguém destruir o templo  de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus, que sois vós, é sagrado” (1 Cor 3,16-17).
“Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, então os membros de Cristo, e os farei membros de uma prostituta?” (1 Cor 6,15).
Dessas palavras é fácil compreender quão sagrada é a pessoa humana, e também o seu corpo, por ser “templo” de Deus e “membro” de Cristo (1Cor 12,28).
Confrontando essa realidade sagrada do homem, com o modo com que hoje ele vive, profanando o seu corpo, fica-se estarrecido.
Não é preciso descer a detalhes para que se possa conhecer a que nível de aviltamento a pessoa humana se impôs. Primeiro ela é aviltada quando os seus sagrados direitos não são respeitados, e ela se acha massacrada pela exploração gerada pela ganância; e segundo, pior ainda, quando ela impõe a si mesma tal degradação. Basta entrar hoje em um cinema, ou em uma banca de revistas, locadora de filmes, ou ligar a televisão, ou ler os jornais, para se notar com que frieza e cinismo, revoltantes, se profana a sagrada criatura de Deus, em cujo corpo a Santíssima Trindade veio habitar no Batismo.construir_o_homem_menor
Os mais sofisticados meios de explorar o sexo comercialmente são usados, desrespeitando-se a tudo e a todos, sem que se possa oferecer resistência a este “mar de lama” impulsionado pelos meios de comunicação.
Por mais que  queiramos fugir desta pergunta, ela se nos coloca: ficará Deus inerte perante tal profanação da Sua obra prima, a qual, para salvá-la, Ele entregou à morte bárbara, o seu Unigênito? Creio que não. Creio que Deus não pode assistir impassível a destruição e profanação da Sua criatura predileta, e do seu templo. Jesus “expulsou os vendilhões do Templo…” (Mt 21,12).
Sabemos que “Deus é Amor” (1Jo 4,8) e rico em misericórdia, mas corrige os que ama:
“O Senhor educa a quem ele ama, e castiga todo filho que o acolhe” (Hb 12,6).
Deus não é o autor do mal, e não ama castigar ninguém; entretanto, algumas vezes, por não ter outra saída, Ele “permite” que a dor atinja a sua criatura, para salvá-la. Por amor. Algumas vezes, como pai, tive que segurar nos braços os meus filhos, ainda pequenos, para que o farmacêutico lhes aplicasse uma injeção. E o fiz por amor; para que a doença não os levasse à morte. Deus, como o melhor dos Pais, não quer que a doença do pecado mate a alma dos seus amados filhos; por isso, permite que a dor cure o coração do homem, que não quer ouvir a  voz suave do seu amor. É a história do filho pródigo.
Será que as mazelas de nossos tempos – como no passado – não trazem a marca dos dedos de Deus? Temos visto catástrofes dolorosas. Será que Deus não tem permitido estas coisas para que os homens e mulheres acordem? É difícil dizer, absolutamente não!
Prof. Felipe Aquino

A Voz da Consciência



urlPara a pessoa que cometeu o mal, a voz de sua consciência é sempre um chamado à conversão e à esperança. É isto sobretudo, que nos distingue dos animais; eles não têm consciência do que fazem; não sabem se fizeram o bem ou o mal. O homem, ao contrário, sabe se fez o bem e se alegra; ou sabe que fez o mal e se entristece. Há em nosso interior uma voz divina que diz: “faça o bem, evite o mal”.
Mas a consciência precisa ser bem formada porque ela está sujeita às influências do meio.
O ser humano para ser feliz deve obedecer sempre ao julgamento certo de sua consciência. Se ele pisar na sua própria consciência, pisa naquilo de mais nobre que possui. Uma pessoa que decide fazer algo contra a sua consciência peca e assume diante de si mesmo uma grande dívida. O Cardeal Newman, falando da consciência, dizia:
“É a mensageira daquele que, no fundo da natureza bem como no fundo da graça, nos fala através de um véu, nos instrui e nos governa. A consciência é o primeiro de todos os vigários de Cristo”.
Santo Agostinho chama-nos a sempre voltar para ela:
“Volta à tua consciência, interroga-a,… Voltai irmãos ao interior, e em tudo o que fizerdes atentai para a testemunha, Deus” (ep. Jo 8,9).
O Catecismo da Igreja ensina que:
“Uma consciência bem formada é reta e verídica. Formula seus julgamentos seguindo a razão, de acordo com o bem verdadeiro querido pela sabedoria do Criador. A educação da consciência é indispensável aos seres humanos submetidos a influências negativas e tentados pelo pecado a preferirem o próprio juízo e a recusar os ensinamentos autorizados… A educação da consciência é uma tarefa de toda a vida… garante a liberdade e gera a paz do coração.
Na formação da consciência, a Palavra de Deus é a luz de nosso caminho; é preciso que a assimilemos na fé e na oração e a coloquemos em prática… É preciso ainda, que examinemos nossa consciência confrontando-nos com a Cruz do Senhor. “Somos assistidos pelos dons do Espírito Santo, ajudados pelos testemunhos e conselhos dos outros e guiados pelo ensinamento autorizado da Igreja” (CIC §1783-1785).
A Palavra de Deus é o melhor meio para formar uma consciência reta, nem laxa e nem escrupulosa.
“A Palavra de Deus é útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra” (2 Tm 3,16-17).
As bem-aventuranças nos dão os critérios de discernimento no uso dos bens terrestres, de acordo com a Lei de Deus, por isso é base da nossa Moral. Diz o Eclesiástico que:
“Deus deixou o homem nas mãos de sua própria decisão” (Eclo 15, 14), para que pudesse livremente aderir a Deus, e chegar, assim, à feliz perfeição (GS 17, 1).
A responsabilidade de uma ação humana pode ser diminuída ou até eliminada em certos casos, por causa da ignorância, violência, medo e outros fatores psíquicos ou sociais. (cf. CIC §1746)
A Igreja ensina com firmeza que:
“Não se pode justificar uma ação má, embora feita com boa intenção.” (São Tomás de Aquino, Decem. Praec. 6).
Os fins não justificam os meios; por exemplo, não de pode matar uma pessoa, pela eutanásia, com o desejo de diminuir o seu sofrimento.  Não é permitido fazer o mal para que daí resulte um bem. Este princípio hoje é muito violado, em nome da “caridade”. Se esta norma for violada, toda a Moral desaba e toda verdadeira civilização perece. Sem a verdade moral não há verdadeira caridade e salvação.
A moral católica não é um mero sistema de preceitos e proibições como alguns possam pensar, e nem é também um sistema que ensina o cristão a praticar certas normas, com o mínimo de incômodo, a fim de tranquilizar a sua consciência diante de Deus. Isto seria diminuir a moral e a grandeza do homem.
A moral católica tem como objetivo levar o homem à realização da sua vocação suprema, que é a perfeição e a santidade. Ela tem como objetivo dirigir o comportamento do homem para o seu Fim Supremo que é Deus. Nenhuma pessoa é chamada a viver uma vida medíocre, mas repleta de espiritualidade e amor a Deus e aos irmãos.

A Moral vai além da Ética filosófica. Esta deseja contribuir para o bem humano, mas apenas com as luzes da razão, do bom senso e do raciocínio sem levar em conta o Plano e a Revelação de Deus para a salvação da humanidade. A Ética é válida, mas não atinge o mais profundo do mistério do homem.
A Moral também vai além do Direito que se baseia em leis humanas; mas nem sempre perscruta a consciência. Pode acontecer de alguém estar agindo de acordo com o Direito, mas não de acordo com a consciência. Por exemplo, o divórcio é legal, mas não é moral. E há muitos países onde a desumanidade do aborto é aprovada.
A Moral cristã leva em conta que o pecado enfraqueceu a natureza humana e que ela precisa da graça de Deus para se libertar de suas tendências desregradas e viver de acordo com a vontade de Deus. Portanto, a Moral cristã e a Religião estão intimamente ligadas, tendo como referência Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
Ser cristão é muito mais do que acreditar e professar a doutrina cristã; mais do que tudo é viver em comunhão com Cristo, vivendo Nele, por Ele e para Ele. É de dentro do coração do cristão que nasce a vontade de viver a “Lei de Cristo”, a Moral cristã, e isto é obra do Espírito Santo.
A nova e definitiva Aliança, segundo o profeta Jeremias, devia ser pautada na força de Deus que conduz o homem:
“Eu porei minha lei no seu seio e a escreverei em seu coração. Então eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo” (Jr 31,33).
“Dar-vos-ei um coração novo, porei no vosso íntimo um espírito novo, tirarei do vosso peito o coração de pedra e vos darei um coração de carne. Porei no vosso íntimo o meu espírito e farei com que andeis de acordo com os meus estatutos e guardeis as minhas normas e as pratiqueis” (Ez 36,26s).
O comportamento do cristão é uma resposta ao amor de Deus. Dizia São João da Cruz que “amor só se paga com amor”. “Deus é amor” (1Jo 4, 16) e Ele “nos amou primeiro” (1Jo 4, 19).
Ninguém deve viver a Lei de Cristo, por medo, mas por amor ao Senhor que desceu do céu, e imolou-se por cada um de nós. Nosso amor a Deus não deve ser o amor do escravo que lhe obedece por medo do castigo, e nem do mercenário que o obedece por amor ao dinheiro, mas sim o amor do filho que obedece ao pai simplesmente porque é amado pelo pai. São Paulo dizia: “O amor de Cristo me constrange” (2Cor 5,14).
Ninguém será verdadeiramente espiritual enquanto não viver a lei de Deus simplesmente por amor a Deus e não por medo de castigos.
Por outro lado, devemos viver a lei de Deus porque ela é, de fato, o caminho para a nossa verdadeira felicidade. Ele nos ama e é Deus; não erra e não pode nos enganar; logo, sua Lei, é o melhor para nós.
Quem não obedece ao catálogo do projetista de uma máquina, acaba estragando-a; assim, quem não obedece a Lei de Deus, acaba destruindo a sua maior obra que é a pessoa humana.
A Lei de Cristo se resume em “amar a Deus e amar ao próximo como a si mesmo” (cf. Mt 22, 37-40). Mas esse amor ao próximo não é apenas por uma questão de simpatia ou afinidade com ele, mas pelo exemplo de Cristo, que “nos amou quando ainda éramos pecadores” (Rm 5,8), como disse São Paulo. Por isso, o cristão odeia o pecado, mas sempre ama o pecador. Não se pode menosprezar a verdade; isto seria um desserviço a si mesmo e ao outro. A Igreja ensina que “não se deve impor a verdade sem caridade, mas também não se deve sacrificar a verdade em nome da caridade” (Santo Agostinho). Bento XVI disse na “Caritas in veritate” que:
“Só na verdade é que a caridade refulge e pode ser autenticamente vivida. A verdade é luz que dá sentido e valor à caridade… Sem verdade, a caridade cai no sentimentalismo. O amor torna-se um invólucro vazio, que se pode encher arbitrariamente. É o risco fatal do amor numa cultura sem verdade; acaba prisioneiro das emoções e opiniões contingentes dos indivíduos, uma palavra abusada e adulterada chegando a significar o oposto do que é realmente. A verdade liberta a caridade dos estrangulamentos do emotivismo, que a despoja de conteúdos relacionais e sociais, e do fideísmo, que a priva de amplitude humana e universal”. (CV,3)
Prof. Felipe Aquino

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Reflexão do Evangelho de hoje Dentro de nós há a riqueza do reino de Deus

Desde a nossa mais tenra idade quando chegamos aqui e ainda nem tínhamos nenhuma noção de nada, nós buscamos “coisas” que possam nos alegrar, dar prazer e agradar a nossa humanidade. Por isso, saímos à procura da felicidade nos mais diversos lugares, nas ocasiões e situações que nos atraem, assim como também no amor das pessoas, na realização profissional, no sucesso nos empreendimentos, etc. Nas duas mensagens deste Evangelho Jesus nos apresenta o reino dos céus como algo muito valioso que alguém busca e, encontra. Nas duas situações, também, o reino desperta em quem o encontrou sentimento de alegria e felicidade assim como a decisão de vender todos os bens que possui para apossar-se daquele tesouro. Assim, portanto, podemos deduzir que o reino dos céus é, para nós, a felicidade que buscamos durante a nossa caminhada neste mundo. Alcançamos muitas metas, galgamos cargos, amealhamos dinheiro, mas nem sempre tudo isso nos alegra ou nos faz ser feliz. Um dia nós percebemos que alcançamos o reino da terra, mas estamos longe do reino do céu. Acontece que o reino dos céus não pode ser achado fora de nós, nas coisas que encontramos no nosso exterior. Ele é como um tesouro que está escondido dentro do nosso coração no meio do campo da nossa humanidade ou uma pérola preciosa que é buscada por nós, mas que só será encontrada se nos encontrarmos conosco mesmo. Quando nós descobrimos que dentro de nós há a riqueza do reino de Deus, do amor do céu, aos pouquinhos nós vamos deixando de lado os valores que nos prendem à vida material, a qual nós tocamos e enxergamos, para nos apossar da riqueza invisível, que gera, amor, paz, alegria, consolo, fortaleza, mansidão, compreensão, esperança, vitória, felicidade, mesmo no meio das dificuldades. Aí então, nós experimentamos uma mudança de vida e de atitude que nos faz ser feliz na vivência das coisas mais simples. O reino de Deus, então, pode ser entendido como um processo de conversão, de mudança e transformação firme e gradual que vai se manifestando no nosso modo de ser e de agir. Dessa forma nós vamos descobrindo que aquilo que tanto buscávamos e procurávamos, na verdade, só acontece na medida em que caminhamos na trilha que o Evangelho nos desvenda. Seguindo esse caminho percebemos também, que o dom da misericórdia acompanha a nossa caminhada e as nossas ações e nos tornamos pessoas mais compreensivas, mais amorosas e mais comunicativas. – Você também tem buscado a felicidade? – Você já sente em você as primícias do reino de Deus? – Você já tem vislumbrado a pérola e o tesouro que tem no seu coração? – Onde está o reino dos céus? – Quais são os sentimentos que você guarda no seu coração?

Helena Serpa

Evangelho de hoje - Mt 13,44-46

Evangelho - Mt 13,44-46
Vende todos os seus bens e compra aquele campo.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 13,44-46
Naquele tempo, disse Jesus à multidão:
44'O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo.
Um homem o encontra e o mantém escondido.
Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens
e compra aquele campo.
45O Reino dos Céus também é como um comprador
que procura pérolas preciosas.
46Quando encontra uma pérola de grande valor,
ele vai, vende todos os seus bens
e compra aquela pérola.
Palavra da Salvação.

Santo do dia Santo Leopoldo Mandic



SLeopoldoMandicSão Leopoldo Mandic nasceu na Dalmácia, atual Croácia, em 12 de maio de 1866. Os pais, católicos fervorosos, o batizaram com o nome de Bogdan, que significa “dado por Deus”. Desde pequeno apresentou como características a constituição física débil e o caráter forte e determinado. O mais novo de uma família numerosa, completou seus estudos primários na aldeia natal. Nessa época, a região da Dalmácia vivia um ambiente social e religioso, marcados por profundas divisões entre católicos e ortodoxos. Essa situação incomodava o espírito católico do pequeno Bogdan, que decidiu dedicar sua vida à reconciliação dos cristãos Orientais com Roma. Aos dezesseis anos ingressou na Ordem de São Francisco de Assis, em Údine, Itália, adotando o nome de Leopoldo. Foi ordenado sacerdote em Veneza, onde concluiu todos os estudos, em 1890. Sua determinação era ser um missionário no Oriente e promover a unificação dos cristãos. Viajou duas vezes para lá, mas, não em missão definitiva. Leopoldo foi destinado aos serviços pastorais nos conventos capuchinhos, por causa da saúde precária. Ele era franzino, tinha apenas um metro e quarenta de altura e uma doença nos ossos. Com grande espírito de fé se submeteu à obediência de seus superiores. Iniciou assim, o ministério do confessionário, que exerceu até a sua morte. No início, em diversos conventos do norte da Itália e, depois, em Pádua, onde se tornou “o gigante do confessionário”. A cidade de Pádua é famosa por ser um centro de numerosas peregrinações. É em sua Basílica que repousam os restos mortais de Santo Antonio. Leopoldo dedicava quase doze horas por dia ao ministério da confissão. Para os penitentes suas palavras eram uma fonte de perdão, luz e conforto, que os mantinham na fidelidade e amor a Cristo. Sua fama correu, e todos o solicitavam como confessor. Foi quando ele percebeu que o seu Oriente era em Pádua. E fez todo o seu apostolado ali, fechado num cubículo de madeira, durante trinta e três anos seguidos, sem tirar um só dia de férias ou de descanso. Pequenino e frágil, com artrite nas mãos e joelhos, e com câncer no esôfago, ofereceu toda sua agonia alegremente a Deus. Frei Leopoldo Mandic morreu no dia 30 de julho de 1942, em Pádua. O seu funeral provocou um forte apelo popular e a fama de sua santidade se espalhou, sendo beatificado em 1976. O Papa João Paulo II o incluiu no catálogo dos santos, em 1983, declarando-o herói do confessionário e “apóstolo da união dos cristãos”, um modelo para os que se dedicam ao ministério da reconciliação.
Outros Santos do mesmo dia: São Pedro Crisólogo, Santos Abdão e Sênen, Santa Julita, Beato Manes, Beato Arcanjo de Calatafimi, Bestos Eduardo Powell, Ricardo Fetherson e Tomás Abel, Bestos José Maria Muro Joaquim Prat Baltuena e Zózimo Isquerdo Gil, Santos Leopoldo Mandic, Santa Maria de Jesus Sacramento Venegas de la Torre e Beatos Bráulio Maria Correa e 70 companheiros.

Como lidar com o vício do meu cônjuge?



amormaiusculoMuitos casamentos são perturbados quando um dos cônjuges se torna escravo de algum vício; os mais comuns são a bebida, jogo, a droga, o cigarro e também os vícios do espírito: soberba, avareza, luxúria, gula, ira, inveja, preguiça,  pornografia, etc.
Para cada tipo de vício é preciso uma ação adequada para ajudar o dependente. Mas para enfrentar todos eles há um denominador comum que não pode faltar para quem deseja enfrenta-los e não permitir que ele destrua a felicidade do lar e da família. Não pode faltar, antes de tudo, a oração humilde, confiante e perseverante para ajudar aquele que é viciado. Com a oração, o cônjuge sadio pode oferecer a Deus o jejum e a esmola, para implorar de Deus a libertação do companheiro.  São “alavancas” que movem o mundo espiritual para agir pelo dependente. A força do mistério da “Comunhão dos Santos” atua neste caso.
A oração do santo Terço diário, sempre que possível junto com a pessoa viciada, será de grande valia para suplicar a Nossa Senhora a graça da libertação deste vício.
Sem dúvida será de grande auxílio divino levar o viciado a buscar a força em Deus, pela Confissão, pela Eucaristia, fortalecendo a alma num grupo de oração onde ele(a) possa rezar e receber orações.
Junto com um tratamento médico e psicológico para cada caso, é preciso conscientizar o dependente dos males do vício, seja ele de dimensão corporal ou espiritual. Se for o caso de droga, a recuperação pode ser na própria família, com um acompanhamento cpa_problemas_no_casamento_1ed_1firme e constante do cônjuge sadio e também dos filhos, se houver. Um diálogo permanente e uma vigilância da família podem ajudar muito. Também a ajuda de outros amigos e parentes pode auxiliar nesta difícil tarefa. Nos casos graves, uma boa terapia será encaminhar a pessoa a uma Casa de recuperação onde haja oração, trabalho, disciplina e amor. E a família deve acompanhar a recuperação da pessoa com visitas frequentes.
O vício da bebida exige a mesma atenção e acompanhamento; nos casos graves a pessoa pode ser convidada a frequentar um bom grupo católico de alcoólicos anônimos, sempre acompanhado de orações e vida espiritual.  Sobretudo a família deve envolver a pessoa da melhor maneira, sobretudo monitorando a sua vida fora de casa para evitar as ocasiões e lugares onde possa se embriagar. Sempre que possível a pessoa deve ser acompanhada, embora isso nem sempre seja possível.
Hoje há também muitos homens viciados em pornografia, sobretudo na internet. Muitas esposas reclamam disso. Não é o caso de pensar em separação. O que a esposa deve fazer é conversar seriamente com o esposo; exigir dele cortar esse vicio e ajuda-lo com as orações.
Não há uma receita exata para o tratamento de cada vício, seja ele moral ou físico; o que se pode fazer é contar com a ajuda do céu, da família, dos médicos, psicólogos e amigos, sem nunca desistir e desanimar na recuperação da pessoa.
Prof. Felipe Aquino

Os livros Apócrifos



a doutrina dos livros apocrifosSão aqueles livros que foram escritos pelo povo de Deus, mas que não foram considerados pelo Magistério da Igreja como revelados pelo Espírito Santo, e portanto, não são canônicos, isto é, não fazem parte do cânon (índice) da Bíblia. As razões que levaram a Igreja a não considerá-los como Palavra de Deus, é que muitos são fantasiosos sobre a pessoa de Jesus e outros personagens bíblicos, além de possuírem até heresias como o gnosticismo. Neles há algumas verdades históricas, e isto faz a Igreja considerá-los importantes nos estudos. Há livros apócrifos referentes ao Novo e ao Antigo Testamento. Alguns deles são os seguintes:
A. Referentes ao Antigo Testamento
O Pe. Caetano Minette, editor da RBB (Revista Bíblica Brasileira, CP 1577 – Fortaleza, CE, CEP: 60001-970), traduziu e publicou os apócrifos referentes ao Antigo Testamento, seguintes:
Jubileus
A Vida de Adão e Eva
1 Henoque
2 Henoque
Apocalipse de Abraão
Testamento de Abraão
Testamento de Isaac
Testamento de Jacó
Escada de Jacó
José e Asenet
Testamento dos Doze Patriarcas
Assunção de Moisés
Testamento de Jó
Salmos de Salomão
Odes de Salomão
Testamento de Salomão
Apocalipse de Elias
Ascensão de Isaías
Paralipômenos de Jeremias
Apocalípse Siríaco de Baruc
Apocalipse de Sofonias
Apocalipse de Esdras
Apocalipse de Sedrac
3 Esdras
4 Esdras
Sibilinos
Pseudo-Filon
3 Macabeus
4 Macabeus
Salmos 151-155
Oração de Manassés
Carta de Aristeu
As Dezoito Bênçãos
Ahigar
Vida dos Profetas
Recabitascpa_escola_da_fe_ii
B. Referentes ao Novo Testamento
Evangelhos
Evangelho segundo os  Hebreus (gnóstico) – fim do séc I.
Proto – Evangelho de Tiago (História do nascimento de Maria).
Evangelho do Pseudo Tomé.
O Evangelho de Pedro (docetismo) – meados do séc II
Evangelho de Nicodemos
Evangelho dos Ebionitas ou dos Doze Apóstolos- meados do séc II.
Evangelho segundo os Egipcíos – meados do sécII.
Evangelho de André – séc
Evangelho de Filipe – séc II/III
Evangelho de Bartolomeu – séc II/III
Evangelho de Barnabé – séc II/III
Saiba mais sobre os livros apócrifos em: ” Os apócrifos
Outros Assuntos
O drama de Pilatos
A morte e Assunção de Maria
A Paixão de Jesus
Descida de Jesus aos Infernos
Declaração de José de Arimatéia
História de José o carpinteiro
Atos
Atos de Pedro
Atos de Paulo
Atos de André
Atos de João
Atos de Tomé
Atos de Felipe
Atos de Tadeu
Epístolas
Epístolas de Barnabé
Terceira Epistola aos Coríntios – séc II dC
Epístola aos Laodicenses – fim do séc II dC
Carta dos Apóstolos – 180 dC
Correspondência entre Sêneca  e São Paulo – séc IV dC
Apocalipses
Apocalipse de Pedro – meados do século II
Apocalipse de Paulo – 380 d.C
Sibila Cristã – século III
Isto  mostra que a Igreja foi muito criteriosa na seleção dos livros que formariam a Bíblia, isto é, revelados, Palavra de Deus. Através da sua Tradição,  interpretada pelo Magistério, a Igreja nos deu a Bíblia como a temos hoje. Portanto, sem a autoridade da Igreja ela não pode ser interpretada, pois não existiria a Bíblia, como a temos hoje,  sem a Igreja.
Do Livro: “Escola da Fé Vol. II” do Prof. Felipe Aquino

O povo de Deus é santo é pecador



bible2É importante saber diferenciar a Pessoa da Igreja, que é santa, das pessoas da Igreja, que são santos e pecadores. O Papa João Paulo II nunca pediu ao mundo perdão pelos pecados da Igreja, mas pelos pecados dos filhos da Igreja.
O Catecismo da Igreja afirma que:
“Todos os membros da Igreja, inclusive os ministros, devem reconhecer-se pecadores” (Nº 827). Isto por causa da palavra de Deus que nos diz: “Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está) fiel e justo para nos  perdoar  os pecados  e  para  nos  purificar  de toda iniquidade, se pensamos não ter pecado, nós o declaramos mentiroso e a sua  palavra não está em nós” (1 Jo 1,8-10).
Em quase todos nós, o joio do pecado ainda se  mistura ao bom trigo das virtudes, até o fim da nossa vida.
Desta forma a Igreja sempre será formada de santos e pecadores, como Jesus deixa claro na parábola do joio e do trigo (Mt 13,24-30.36-43). Por causa da fraqueza dos cristãos, o pecado existe na Igreja, mas podemos dizer que não é da Igreja. O pecado que está em nós não pertence à Igreja. Neste sentido, afirma D.Estevão Bettencourt que “as fronteiras da Igreja passam por cada cristão” (Curso de Iniciação Teológica, Mod. 21, pág. 85).
O agente do pecado não pode ser a Igreja, porque ela é uma Instituição, mas as pessoas que a formam. Por sua natureza a Igreja é sem mancha, já que Cristo a purificou com o seu sangue  (Ef 5,25-27).
Contudo ela carrega os pecados de seus filhos; mas estes não são seus propriamente dito. Como disse Karl Rahner: “Igreja Santa de homens pecadores”.
Quando a Igreja canoniza certas pessoas que viveram uma vida conformada à de Cristo – os santos e santas – que viveram na graça de Deus e praticaram as virtudes de maneira heroica, ela confirma e reconhece o poder do espírito de santidade que está nela. Esses são aqueles, como viu São João no Apocalipse, “os sobreviventes da grande tribulação; que lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (Ap 7,14). A Igreja os propõe a nós como modelos a serem imitados. “Diante de Deus, eles intercedem por nós sem cessar” (Oração Eucarística).
a_minha_igreja_nova_capaA pujança dos santos, presentes em toda a longa história da Igreja, é a grande prova da sua santidade intrínseca. Eles sempre foram a fonte de renovação da Igreja nas horas mais difíceis. Foi assim com Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz, que percorreram boa parte da Europa reformando o Carmelo masculino e feminino; foi assim com São Bernardo e São Domingos, que enfrentaram as heresias dos cátaros e albigenses do seu tempo; foi assim com São Francisco de Assis, que abraçando a “irmã Pobreza” restaurou a Igreja do seu tempo; foi assim também com Santo Inácio de Loyola, que fundou a Companhia de Jesus, com total submissão ao Papa, para edificar a Igreja; e foi assim, com tantos outros grandes santos, mártires, confessores, virgens, viúvas, jovens e até crianças, que testemunharam Jesus até o derramamento do sangue.
O brilho dos santos é um reflexo inequívoco da santidade intrínseca da Igreja. Diz a “Chirstifidelis Laici” que:
“A  santidade é a fonte secreta  e a medida  infalível da  sua  atividade apostólica  e do  seu  ela  missionário” (CL, 17,3).
Certa vez o Papa João Paulo II disse que:
“A santidade é a força mais poderosa para levar o Cristo, aos  corações dos homens” (LR Nº 24, 14/06/92, pg 22 [ 338]).
 Os santos arrastaram multidões para Deus pela força imensa da sua santidade. Em outra ocasião o Papa disse:
“Ser santo, ser apóstolo, ser evangelizador: eis, caros fiéis, seja este também o vosso constante desejo e a vossa  aspiração… Desde  as  suas  origens  apostólicas a Igreja escreveu e continua a escrever uma história de santidade… Aqueles que seguem fielmente a chamada à santidade, escrevem a história da Igreja na sua dimensão mais essencial, isto é, aquela  da intimidade com Deus” (LR Nº 8, 24/2/96, pg 10 [903]).
Porque a Igreja é santa, na sua própria natureza, a santidade é, então, a vocação de todos os seus membros.
Prof. Felipe Aquino

Compreendendo a Nova Era – EB (Parte 1)



new-ageEm síntese: A corrente filosófico-religiosa “Nova Era” é um amálgama de esoterismo, hinduísmo (com panteísmo e reencarnação), holismo, comunicação com os mortos, medicina alternativa, gnosticismo e também Cristianismo. Carece de nítida estrutura de pensamento, como também de um governo central. Tem-se expandido notavelmente, porque parece conciliar entre si modos diversos de pensar e agir. Pode-se dizer que Nova Era é a expressão da insatisfação do homem moderno, que experimenta o vazio causado pelo materialismo e as rápidas mudanças da sociedade contemporânea. Os adeptos da Nova Era recusam o que o mundo atual lhes oferece, mas nada de positivo têm a pôr no lugar dos valores tradicionais, pois as mensagens do esoterismo, do channeling, da ufologia, da gnose (…) são altamente fantasiosas e subjetivas; as emoções e os sentimentos prevalecem sobre a lógica e o raciocínio. – Aos fiéis católicos compete responder ao desafio de Nova Era mediante a transmissão integral e convicta da mensagem cristã guardada na Igreja Católica; saibam associar palavra e conduta de vida, pois o homem moderno se interessa grandemente pela coerência e sinceridade com que os fiéis vivem sua crença religiosa.
A corrente filosófico-religiosa dita “Nova Era” está sempre em foco, suscitando novas e novas interrogações. Em 1993, foi publicado em português o volume “Compreendendo a Nova Era”, da autoria de Russell Chandler, escritor-jornalista do Los Angeles Times.¹ Impressionado pelo movimento religioso norte-americano, R. Chandler resolveu pedir oito meses de licença ao seu jornal para estudar a fundo o fenômeno “Nova Era”. Aproveitou então esse tempo para fazer uma pesquisa extensa e profunda, entrevistando pessoas, lendo obras, assistindo a palestras …, que lhe permitiram escrever o volume em pauta. – Realmente, a obra de R. Chandler fornece informações múltiplas e preciosas sobre a Nova Era. Eis a razão pela qual a utilizaremos nas páginas subsequentes para abordar o assunto já considerado em PR 379/1993, 554-572. Dada a atualidade do tema e o interesse dos leitores por claras notícias a respeito, pode-se Ter como oportuna mais uma apresentação do assunto enriquecida por dados novos.
Começaremos por perguntar:
QUE É A “NOVA ERA”?
O autor assim abre o seu capítulo 1:
“Desencorajador! Este foi o adjetivo que demos a um imenso quebra-cabeça que escolhemos, certo feriado, dentro do armário cheio de jogos (…)
Quando, no verão de 1987, planejei escrever um livro que fizesse sentido acerca do amorfo movimento da Nova Era, isso também pareceu-me uma tarefa desencorajadora. Havia tantas peças e pedacinhos. Havia fronteiras incertas. Havia sempre novas esferas de atividade. Havia um elenco giratório de personagens (…)
Apesar de estar tão em moda, é muito difícil definir a Nova Era, pois suas fronteiras são imprecisas. Trata-se de um caleidoscópio sempre em mutação de “crenças, hábitos adquiridos e rituais”, conforme a revista Time observou com razão em seu artigo de fundo da edição de 7 de dezembro de 1987, New Age Harmonies” (pp. 15-17).
O autor assim esboça o que seja Nova Era: é um amálgama ou uma confluência de várias correntes de pensamento heterogêneas, que têm ao menos um fio condutor comum: a recusa, um tanto confusa e irracional, do pensamento e dos valores convencionais, em favor de certas posturas teóricas e práticas novas (novas, porque “provenientes do além” ou do aprofundamento de elementos misteriosos). Daí a expressão “Nova Era”. Mais precisamente: estaríamos na transição da Era de Peixes (era colocado sob o signo de peixes) para a Era de Aquário ou Aguadeiro (jovem que traz um cântaro de água que ele vai derramar em sinal de bênção, conforme o Zodíaco e a Astrologia).
E quais seriam os elementos que confluem na Nova Era? – Podemos recensear sete deles.
O Pensamento Hindu
Predomina nas expressões da Nova Era o hinduísmo, muito voltado para a mística e o invisível – o que corresponde a um anseio do homem ocidental; vários mestres budistas têm feito escola no Ocidente, como também muitos cidadãos ocidentais têm ido procurar na Índia alguma resposta para as suas aspirações.
O hinduísmo tem duas grandes notas características: o panteísmo e o reencarnacionismo. O panteísmo identifica a divindade, o homem e o mundo entre si. Essa identificação condiz bem com o holismo, concepção filosófica subjacente e muitas teses da Nova Era: holon, em grego, significa todo a Nova Era entende que todas as coisas formam um só todo (holon). Este princípio retorna frequentemente nos escritos da Nova Era:
“O antigo paradigma que divide, separa e analisa, precisa de ser descartado – até mesmo apagado de forma terminante – para que seja aberto espaço para a nossa suposta unidade entre a realidade e o divino. Tudo é Uno; Deus é Tudo, e Tudo é Deus. A humanidade é endeusada, a morte é negada, e a ignorância – e não o mal – passa a ser o inimigo” (p. 37).
A crença na reencarnação é corolário lógico do panteísmo: se não há Deus distinto do homem e Salvador, é a própria criatura que se deve salvar… e ela o faz mediante duas ou mais encarnações, necessárias para que se desvincule totalmente do apego das paixões.
A Comunicação com os Mortos
Chama-se, na Nova Era, “canalização” a comunicação com os mortos; os médiuns são “canalizadores” ou “canais”. Estes põem-se em transe para poder entrar em contato, como dizem, “com algum espírito, mestre desencarnado, habitante de outro planeta ou mesmo com alguma entidade animal altamente evoluída” (p. 99).
As canalizações incluem a psicografia; poesia e peças musicais são assim captadas do “fundo mental” dos mestres, como dizem. – Entre os canais de grande renome está o brasileiro Luiz Antônio Gasparetto, que dirige um Centro Espírita para os pobres em São Paulo e leva ao ar um programa semanal de televisão, durante o qual diz receber cinquenta artistas, “mestres antigos”: Renoir, Picasso, Goya, Van Gogh e Toulouse-Lautrec… Estes misturariam as tintas, as poriam nas mãos de Gasparetto, movimentariam rapidamente os seus braços e mãos sobre o papel ou a tela … É também canal de grande fama o pastor protestante Neville Rowe, engenheiro eletricista formado, que serve de canal para Golfinhos e também para Soli, um habitante de planeta distante das Plêiades!
Nossa Senhora do Rosário estaria falando através de Verônica Leuken, uma católica ultra-tradicionalista. A Virgem SS. Teria revelado que o Pe. Teilhard de Chardin S. J. (+ 1955) se acha no inferno e que o presidente John Kennedy está no purgatório “por não Ter manuseado direito a crise dos mísseis em Cuba” (p. 102).cpa_a_nova_era
“Os protestante conservadores geralmente identificam as entidades canalizadas com maus espíritos ou demônios. De acordo com este ponto de vista, as entidades são reais, mas mentem para as pessoas” (p. 105).
Há, porém, quem julgue que “os médiuns estão ludibriando propositalmente os seus clientes, a fim de obterem fama ou lucro ou ambas as coisas”” (p. 106).
Objetos Voadores e Inteligências Extra-Terrestres
É parte integrante do amálgama da Nova Era a aceitação de discos voadores (OVNI) e de seres extra-terrestres (Ets).
“Os americanos são desesperadamente curiosos de coisas como os objetos voadores não identificados (OVNI) e as Inteligências Extra-terrestres (IETs)” (p. 110).
Um médium da Nova Era, Darryl Anka, “afirma que foi o primeiro a detectar Bashar, um ser extra-terrestre proveniente da constelação de Órion, quando ele (Anka) e alguns amigos puderam ser fisicamente, em plena luz do dia, de perto, a nave de Bashar sobre Los Angeles” (p. 111).
“Ruth Norman, de oitenta e seis anos de idade, a quem o People’s Weekly chamou “a grande dama dos espíritos da Nova Era”, é proprietária de sessenta e sete acres nas imediações de San Diego da Califórnia, onde, no ano de 1002, ela espera que aterrissem trinta e três espaçonaves interligadas, cada qual trazendo mil habitantes de outros planetas, inaugurando assim a era de UNARIUS (Universal Articulate Interdimensional understanding of Science)” (People Weekly, 26/01/1987, p. 31).
“No livro Out on a Limb, Shirley MacLaine “vê” veículos cheios de seres extraterrestres. Esses estariam mencionados no livro do Êxodo, quando “o povo hebreu saiu do Egito e atravessou o Mar Vermelho” (14,19-22); e também percebe uma espaçonave na visão das rodas do profeta Ezequiel (Ez 1-10)” (p. 111).
“Uma pesquisa da Gallup, feita em 1987, mostrou que 50% dos americanos acreditam na existência de discos voadores – a mesma proporção dos que crêem que os seres extraterrestres são reais – e uma em cada dez pessoas disseram que já tinham visto algo que pensavam ser algum OVNI” (p. 112).
“Os filmes de Stephen Spielberg, como E. T. e Encontros do Terceiro Grau têm fomentado a chamada ufologia (estudo sobre os objetos voadores não identificados), onde os visitantes do espaço exterior são sempre tipos amigáveis, sábios e benévolos.
Mas os relatos de seres malévolos também têm aparecido aos montões. O livro Communion, do escritor de fantasias Whitley Strieber, esteve entre os títulos mais vendidos no verão de 1987. A sinistra estória, que Strieber insiste ser veraz, é seu relato de Ter sido sequestrado para o interior de uma espaçonave por uma horda de alienígenas com 90 cm de altura” (p. 112).
George King, o inglês que é a luz orientadora da Sociedade Aetherius, sediada em Los Angeles, afirma ter entrado em contato com o “Mestre Jesus” e com uma multidão de inteligências espaciais. E prediz que um “Novo Mestre” virá “em breve  e publicamente em um disco voador” (p. 115).
“Também há o culto Bo and peep, algumas vezes chamados de “Os Dois”. Em meados da década de 1970, essa misteriosa dupla proclamou que, para escaparem da vindoura catástrofe, os crentes precisavam vender tudo, abandonar seus familiares e amigos e não se desgrudar de Bo and Peep, até que espaçonaves, descendo à Terra, sugassem-nos todos para a segurança em um redemoinho astral” (p. 115).
“Alguns grupos protestantes conservadores acreditam que os contatos com os OVNIs com as IETs são causados pela atividade demoníaca (a mesma explicação que oferecem quanto às entidades canalizadas) – aquilo a que o observador de seitas, David Fetcho, se referiu, ao falar em espíritos demoníacos que obtiveram o poder de realizar materializações reais no terreno físico” (p. 117).
Medicina Alternativa
A Nova Era fala de “saúde holística”, ou seja, a saúde que envolve todo o homem em seus aspectos físico e espiritual. O pressuposto aquariano do holismo aplica-se também a este setor, e leva a crer as doenças têm fundo psíquico, devendo-se a falso acúmulo de energias; consequentemente, podem ser curadas pela sugestão, por placebos e pela emissão de energias saudáveis.
“De acordo com a medicina oriental, a dor é entendida não como um sintoma, mas como um acúmulo de energia em algum local do corpo, energia essa que, se for corretamente redistribuída, poderá restaurar a saúde e equilibrar hamonicamente o corpo. A energia – energia psíquica – corrige ou equilibra as incorreções orgânicas” (p. 206s).
“A acupuntura e suas terapias correlatas da acupressão (shiatsu) e da reflexoterapia também fazem uso da crença de que o fluxo da energia pode ser redirecionado para que haja um equilíbrio de energias curativas, ou mediante a inserção de agulhas (acupuntura) ou por meio da aplicação de pressão (acupressão e reflexoterapia) a pontos específicos do corpo” (p. 207).
Além disso, várias outras táticas são aplicadas pela medicina holística:
- a reflexoterapia, que, efetuando massagens sobre pontos precisos dos pés, produz rápido alívio nas partes do corpo em que isto se faça necessário;
- a iridologia ou diagnóstico da íris: o olho, sendo o espelho da alma, a observação da íris pode detectar o que está errado na vesícula biliar ou em qualquer outro órgão do corpo;
- a leitura da aura ou dos campos coloridos eletromagnéticos etéreos que circundam o corpo humano; disto se segue a massagem correta, a terapia pelos aromas, pelas cores, pelos cristais, pelas vestes … destinados a restaurar a vibração correta do organismo;
- a ioga, a massagem do Rolfing pretendem expelir as energias negativas acumuladas no corpo físico;
- vitaminas, sais minerais, dieta vegetariana, remédios homeopáticos “formam raios adicionais da bem azeitada roda holística da saúde. Essa revolução tem produzido para a nação norte-americana mais de seis mil lojas naturais, com vendas calculadas em três bilhões e trezentos milhões de dólares somente no ano de 1987″ (p. 209);
- a cirurgia psíquica ou por “médicos do espaço! Também é praticada;
- o recurso aos placebos ou ingredientes neutros, que sugestionam o paciente para que se sinta melhor ou curado:
“O Dr. Wayne Oates, professor e autor, publicou os resultados de treze estudos sobre pacientes onde um grupo de pacientes com dores crônicas recebeu apenas pílulas açucaradas, enquanto outro grupo recebia medicação para aliviar as dores. Trinta e cinco
por cento dos pacientes que não tomaram remédios, tiveram um alívio de, pelo menos, metade da dor, porquanto tinham acreditado que estavam recebendo os medicamentos certos” (p. 212).
por Russell Chandler
Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”
D. Estevão Bettencourt, osb
Nº 384 – Ano 1994 – p. 194

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Reflexão do Evangelho de hoje Semente em terreno escondido

Jesus veio nos contar o segredo do reino dos céus: Ele cresce dentro de nós devagarzinho, de mansinho. O reino é consequência do acolhimento à semente da palavra e dos ensinamentos de Deus, do estar ligado (a) a Deus na oração, na meditação. O Reino dos céus age em nós como uma semente em terreno escondido que aos pouco se revela ao mundo gerando uma árvore que abriga pássaros cansados e famintos. Assim, um dia nós percebemos que estamos acolhendo mais às pessoas, que compreendemos melhor os seus motivos e que já não é tão difícil suportar aquele ou aquele que é tão diferente de nós. Isto é o reino de Deus acontecendo no nosso coração e se manifestando por meio das nossas atitudes coerentes com o amor e a fraternidade que o seguimento de Jesus nos propõe. – Você sente o olhar de Deus em você? – Você já está dando sombra a pássaros que se aproximam de você? Quais as coisas escondidas que Deus revelou hoje a você nesta meditação? – Você conhece alguém que é como árvore que dá sombra? – Você já procurou se aproximar dele (a) para pedir ajuda? – Você se basta a si mesmo (a) ou precisa da ajuda de alguém?

Helena Serpa

Evangelho de hoje - Mt 13,31-35

Evangelho - Mt 13,31-35
O grão de mostrarda torna-se uma árvore,
de modo que os pássaros vêm e fazem ninhos em seus ramos.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 13,31-35
Naquele tempo:
31Jesus contou-lhes outra parábola:
'O Reino dos Céus é como uma semente de mostarda
que um homem pega e semeia no seu campo.
32Embora ela seja a menor de todas as sementes,
quando cresce, fica maior do que as outras plantas.
E torna-se uma árvore, de modo que os pássaros vêm
e fazem ninhos em seus ramos.'
33Jesus contou-lhes ainda uma outra parábola:
'O Reino dos Céus é como o fermento
que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha,
até que tudo fique fermentado.'
34Tudo isso Jesus falava em parábolas às multidões.
Nada lhes falava sem usar parábolas,
35para se cumprir o que foi dito pelo profeta:
'Abrirei a boca para falar em parábolas;
vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo'.
Palavra da Salvação.

Evangelização Última noite do Halleluya reúne milhares no CEU

halleluya
A cerimônia de encerramento foi presidida pelo padre Silvio Scopel, responsável pela Comunidade Shalom em Fortaleza. Em suas palavras, o sacerdote destacou a necessidade da busca pelo encontro com o Reino de Deus
foto: Erika Fonseca


Milhares de pessoas escolheram a noite de domingo para um momento de adoração, reflexão e louvor ao Senhor Jesus Cristo, no último dia da 17ª edição do Festival Halleluya, ontem, no Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU). A programação atraiu, segundo números da organização do evento, mais de 1 milhão pessoas nos cinco dias de realização, que contou com cerca 20 atrações católicas.
A última noite do Halleluya, organizado e realizado pela Comunidade Católica Shalom, teve início com a missa de encerramento, presidida pelo padre Silvio Scopel, responsável pela comunidade em Fortaleza. Em suas palavras, o padre destacou a necessidade da busca pelo Reino de Deus, que se faz presente por meio da palavra, da Igreja e da Eucaristia.
"Quando o homem se encontra com o Reino de Deus, com essa realidade onde a vontade de Deus é permanentemente vivida, esse encontro é tão forte que vale a pena deixar tudo somente pelo Reino de Deus. Vale a pena deixar tudo para viver esse estado de graça, para viver essa constante amizade de nosso Senhor Jesus Cristo", disse.
Entre os destaques da cerimônia, o público presente se emocionou com a passagem do Santíssimo Sacramento. Em carro aberto, a imagem desfilou em meio à multidão, com os braços erguidos em um profundo momento de adoração.
Para Tobias Cortez, da organização do evento, o balanço da edição é positivo, com o público tendo aprovado todas as mudanças realizadas para este ano. "Fizemos uma série de inovações e tudo foi muito bem aceito. Ficamos muito felizes também com o recorde histórico que tivemos na noite de sábado, com 300 mil pessoas, fazendo com que o evento se consolide realmente como uma opção de paz".
Shows
A noite contou, ainda, com a premiação do Festival de Talentos e as apresentações dos cantores Suely Façanha e Dunga, além da banda Adoração e Vida. Para a estudante Luziane Furtado, 28, que por meio da comunidade Shalom ficou mais próxima da Igreja, o Halleluya ajuda na busca da paz e da misericórdia de Deus. "É uma experiência única. Vou sair daqui outra pessoa", comentou.
O auxiliar de escritório Fábio Feitosa, 39, que foi a pé do Ceará ao Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude, no ano passado, estreou no Festival nesta edição. A convite da organização, ele compartilhou sua experiência com os jovens no espaço Arena Cultural.
"Para mim isso é muito importante porque não é sempre que um espaço assim é aberto. Depois de um ano, as pessoas começam a colocar em esquecimento o que aconteceu e o legado da Jornada Mundial da Juventude tem que ser para sempre. Essa foi a minha primeira participação no Halleluya mas certamente não será a última. É maravilhoso poder presenciar a graça de Deus nesse lugar",diz.
ENQUETE
O que você leva de melhor do Festival?
"O que eu levo de melhor dessa edição é o milagre da paz. Milhares de pessoas reunidas aqui sem bebida, felizes e sem nenhuma ocorrência. A cada edição o Festival fica melhor"
Luiza MAGALHÃES
Empresária
"O momento mais marcante foi o da adoração ao Santíssimo Sacramento, o ápice do Halleluya para mim. O que chama mais atenção é poder ter essa experiência com Deus"
Rener Formiga
Gerente comercial
Renato Bezerra
Repórter

domingo, 27 de julho de 2014

Vamos conhecer os 7 dons do Espírito Santo?

No último domingo, dia 19 de maio, a Igreja celebrou a solenidade de Pentecostes, que é a vinda do Espírito Santo de Deus sobre a Igreja.
Quando rezamos, fazemos o sinal da cruz: Pai, Filho e Espírito Santo. Desta maneira, chamamos a Santíssima Trindade para que fique conosco. E Deus, pelo Espírito Santo, se manifesta em nós, cristãos e batizados, através dos 7 dons do Espírito. 
 Vamos conhecer os 7 dons do Espírito Santo?
 Sabedoria: o Espírito Santo nos concede este dom para que possamos entender e selecionar aquilo que é mais importante na nossa vida.
Inteligência: Não é apenas um dom humano de entender as coisas, é muito mais do que isso; é o dom de poder sentir a presença de Deus em todos nós.
Conselho: Este dom nos liga a Deus e, ao mesmo tempo, nos liga às outras pessoas, ajudando uns aos outros para trilhar no caminho de Deus.
Fortaleza: O dom da fortaleza nos permite ser fortes diante daquelas situações difíceis e de tudo aquilo que nos provoca e teima tirar de nós a nossa fé.
Ciênciao dom da ciência nos leva a um conhecimento mais aprofundado de Deus. O conhecimento das coisas de Deus não está apenas no nível intelectual, mas está no nível da vivência. 
Piedade: dom que está relacionado com a misericórdia, ou seja, Deus quer nos fazer ter piedade e compaixão.
Temor de Deus: Não é o dom que nos leva a ter medo de Deus, mas é o dom que nos leva à adoração de Deus. A partir do momento em que eu conheço e busco a Deus, valorizo a sua presença em nós.

Reflexão do Evangelho de hoje “ o tesouro, a pérola e a rede.”

Jesus insiste em nos falar sobre o reino dos céus para que a gente perceba que ele acontece em
nós e se manifesta na nossa vida. Assim é que Ele nos dá a dica: o reino dos céus está escondido dentro do nosso coração! Jesus compara o reino dos céus a um tesouro e a uma pérola de grande valor que foi encontrada por alguém. Em ambos os casos a pessoa que os encontra se alegra e vende tudo o que tem para poder adquirir aquele tesouro. O vender tudo significa trocar a mentalidade velha por uma veste nova, restaurada de esperança. Quando nós descobrimos que dentro de nós há a riqueza do reino de Deus, do amor do céu, aos poucos nós vamos tomando tudo aquilo que estava em nós e que nos amarravam a vida e, vamos, aos poucos, nos apossando da riqueza que gera amor, paz, alegria, consolo, fortaleza, mansidão, compreensão, esperança, vitória, felicidade, mesmo no meio das dificuldades. O reino dos céus é ainda comparado com uma rede lançada ao mar e que apanha peixes de todos os tipos. Os peixes bons são recolhidos pelos pescadores e os que não prestam são jogados fora. Assim acontece também com o discípulo do reino dos céus, dentro de si há coisas novas e coisas velhas que não têm serventia. Todas as graças, todos os bens, todos os dons, todas as bênçãos de Deus estão acumulados e escondidos dentro de nós até o dia em que nós mesmos os descobrimos. Porém, dentro de nós há também, rancor, rebeldia, ressentimento, desejos impuros, interesses e muitas coisas de que nós nem nos damos conta. Por isso, é que a ação do reino dos céus acontece dentro do nosso coração na medida em que nós experimentamos o poder do Espírito Santo e nos entregamos a Ele para uma radical transformação. A mentalidade do céu vai aos pouco nos impregnando. Contudo, não é de uma hora para outra que as coisas acontecem. A nossa conversão requer um exercício de vida. E no decorrer da nossa existência este tesouro que está dentro de nós será distribuído entre aqueles que estão perto de nós e que precisam conhecer também tudo o que nós já conhecemos. - Faça a sua reflexão: O tesouro e a pérola são o AMOR DE DEUS manifestado em Jesus Cristo. Você já o encontrou? E o que está faltando para você se apossar desse tesouro? Você já pensou no que você terá que se desfazer para que este tesouro seja seu? - Se você já o encontrou, o que você tem feito com esse tesouro? A que você ainda está se apegando que não consegue sentir este Amor totalmente na sua vida?

Helena Serpa

Evangelho de hoje - Mt 13,44-52

Evangelho - Mt 13,44-52
Ele vende todos os seus bens e compra aquele campo.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 13,44-52
Naquele tempo, disse Jesus à multidão:
44'O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo.
Um homem o encontra e o mantém escondido.
Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens
e compra aquele campo.
45O Reino dos Céus também é como um comprador
que procura pérolas preciosas.
46Quando encontra uma pérola de grande valor,
ele vai, vende todos os seus bens
e compra aquela pérola.
47O Reino dos Céus é ainda
como uma rede lançada ao mar
e que apanha peixes de todo tipo.
48Quando está cheia,
os pescadores puxam a rede para a praia,
sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos
e jogam fora os que não prestam.
49Assim acontecerá no fim dos tempos:
os anjos virão para separar
os homens maus dos que são justos,
50e lançarão os maus na fornalha de fogo.
E ai, haverá choro e ranger de dentes.
51Compreendestes tudo isso?'
Eles responderam: 'Sim.'
52Então Jesus acrescentou:
'Assim, pois, todo o mestre da Lei,
que se torna discípulo do Reino dos Céus,
é como um pai de família
que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.'
Palavra da Salvação.

Para que violência

Algumas atitudes que, em várias ocasiões praticamos, são bastante contraditórias, porque trazem consequências preocupantes para a realidade atual da sociedade. Quando falamos de violência, de vingança, de ódio, de bondade, de mansidão, de amor etc., pensamos em ações feitas com o uso da liberdade, supondo também a prática da responsabilidade.

Mas não é isto que temos visto em muitas ocasiões da sociedade moderna. A palavra "violência" tem tomado uma direção assustadora, que desinquieta as pessoas das variadas condições no seu estado de vida. As práticas violentas têm atingido os ricos e os pobres, inclusive eliminando vidas de pessoas totalmente inocentes.

Podemos dizer que as violências têm ressonância nos aspectos da vida militar, política, intelectual, cultural e religiosa. Mas para que tanta violência se a vida pode ser saudável quando praticamos a bondade e somos fraternos? Parece que falta humildade no coração das pessoas e, por isto, não são capazes de perdoar.

Convivemos com uma situação constante e preocupante de medo generalizado. Dizemos que a causa está na má distribuição dos bens da natureza. Culpamos a incidência da droga, do narcotráfico, da política mal conduzida, da ganância e coisas mais. Creio que falta um olhar para o testemunho de Jesus Cristo e para os indicativos de paz que Ele nos dá, que são encontrados em diversos textos bíblicos.

A mansidão de Jesus faz com que o seu jugo seja leve, seja contra qualquer atitude vazia de autossuficiência, de orgulho e de ostentação. Ele é mestre na prática de humildade, manso de coração e contra todo tipo de violência destruidora das pessoas. Não podemos ficar esperando resultado positivo e duradouro vindo da violência.

O violento sempre quer ter razão. O único argumento contra ele é constituído de humildade, de mansidão e de abertura do coração para Deus. As práticas desumanas e egoístas são contra os critérios da vida e contra a liberdade dos filhos de Deus. Terrorismo e banditismo são provocadores de novas violências e insegurança para toda a sociedade. Com isto vivemos armados uns contra os outros. DOM PAULO MENDES PEIXOTO
ARCEBISPO DE UBERABA - MG
www.bispado.org.br

Amigo de água

É tão bom ter amigos. Amigos de todos os jeitos. Seja ele engraçado, reservado, cínico ou educado! É simplesmente maravilhoso fazer amigos. É tão surpreendente quando encontramos um quase que por a caso, sem nem imaginar que acabamos de conhecer nosso futuro grande amigo!

Há amizades que são como a água: por tão simples, chega a ser coisa pouca, quase imperceptível, mas na sua discrição faz um mundo de coisas surgir.

Eu mesmo tenho um amigo de água. Quando eu mais precisava de um amigo, Deus na sua eterna delicadeza me trouxe um, bem assim, no acaso na vida, numa tarde de praia, por ali na areia, depois de um gole de água, se inicia, sincronicamente, uma conversa corriqueira: "Já dizia o filósofo Tales de Mileto - a água é a origem de tudo!" - E foi mesmo! Do milagre da água veio a dádiva da vida, na gestação, na plantação, na nutrição. Ela até já foi ninho, onde o Espírito Santo fecundou a vida. Em tudo há água como princípio. Inclusive na amizade.

Meu amigo de água sacia a minha sede. Ele tem o dom de ser discreto, o que é próprio dos sábios. Devagarzinho foi entrando nas fendas da minha rocha interior, e soube ir tomando conta de mim. Com sua presença única e fecundadora, soube fazer brotar vida onde já era caos.

O amigo de água sabe a hora de parar, respeitar os limites. Muita água na planta a sufoca e faz morrer. Pouca água deixa o solo seco, sem condições para fazer brotar. Meu amigo sabe bem minhas necessidades e até onde eu posso suportar. É muita graça ter um amigo na medida mais precisa que necessito!

Amigo de água é sempre surpreendente: quem imagina que de um olho d'água pode nascer um rio? Esse meu amigo sabe fazer dos momentos simples e banais, os mais maravilhosos e inesquecíveis. Aqueles que nem o Alzheimer poderá apagar! Adoro quando ele me vem com novidades. Uma profissão nova, um evento a organizar, uma ideia que lhe era tão genial (e que descobrimos que nem era tão boa assim! rs)... No fundo ele só está querendo ser presença viva no subterrâneo do meu coração!

Obrigado, Senhor Deus, por ter me fecundado com uma alma de amigo! Sou-lhe eternamente grato por manifestar, numa verdadeira teofania aquática, sua face através do meu amigo de água. Sendo ele tão belo, se faz necessário, porque a essência da vida está na água. É nele que o dilúvio dos meus olhos é visitado pela pomba branca da paz! É nele que afogo os faraós que me perseguem. É nele que batizo meus pecados, e me deixa mais branco do que a neve. É na água de sua amizade que me benzo, exorcizando todo mau espírito que tenta me trair. Enfim, é no meu amigo de água que paro para beber algo melhor, a final, tu, ó Deus, é que me leva junto às fontes de águas puras e me faz repousar!

Um brinde ao meu amigo de água! E fique atento, pode ser que seu futuro amigo de água passe bem depressa por você. Aproveite a oportunidade. Mate a sua sede!
Autor: Prof. VICTOR HUGO NASCIMENTO
Filósofo e Teólogo.
Professor das Escolas de fé e catequese Luz e Vida e Mater Ecclesiae - RJ
Contato: victorbento.30@globomail.com

A experiência espiritual e a atenção ao mistério de Deus

Certo é que todos os homens, de todos os tempos e lugares fizeram e fazem a experiência do transcendental. Ele é um ser aberto ao totalmente Outro, o qual é realidade ao mesmo tempo externa a este mundo, e interna ao homem. Há uma vivência fundadora do pensamento religioso no ser humano, sem intermédio de uma ordem externa, confessional, ou teológica.

Em termos psicológicos, a experiência religiosa é, desde sempre, uma dimensão intrínseca de nosso psiquismo, isto é, da alma humana na medida em que ela experimenta uma realidade sagrada, ou seja, uma comoção perturbadora que funda a realidade como sagrada. Tais realidades humanas, sejam as boas e aprazíveis, mas principalmente as mais difíceis, como as tragédias e a morte de um membro da família, são carregadas de sacralidade, da presença de Deus.

Em meio a um mundo confuso, onde as experiências interiores não são mais valorizadas, encontra-se um ser humano fragmentado em busca de um sentido para a vida, para a sua própria existência e a do mundo a sua volta. Ainda que traga os traços do criador, e sua alma clame por uma realidade superior que o oriente e sirva de sentido, o homem moderno traz uma desconfiança a respeito do divino e da possibilidade de fazer uma verdadeira experiência de Deus e das coisas sagradas. Para muitas religiões e pensamentos religiosos, tal encontro só é possível por mediações religiosas, interseccionado por ritos e representantes religiosos. Esta realidade não é ilegítima ou descabida, no entanto é momento segundo no processo de experiência espiritual.

O conceito de experiência espiritual de K. Rahner nos conduz para uma realidade transcendental que se deixa entrever no concreto da vida cotidiana de todo homem. Talvez a consciência religiosa coletiva não consiga abarcar, com facilidade, a possibilidade de uma experiência direta de Deus por causa de centenas de anos de catequese puramente sacramental e institucional. Rahner não nega a religião ou religiosidade como caminho, mas em sua teologia espiritual, acena para uma realidade primordial, a da categoria da experiência imediata, a qual o homem comum, sem ser um místico aos moldes de Francisco e Tereza, faz nas coisas mais triviais do seu dia. Se é verdade que todo homem é aberto ao mistério sagrado e absoluto de Deus, então deve haver um instrumental pré-existente nele, não externo, que o possibilite ter acesso às realidades espirituais.

Neste ponto para Kal Rahner a chave de leitura são os dramas e perguntas mais profundas da pessoa, através de sua inteligência e livre vontade. Trata-se de uma mística ou espiritualidade encarnada, uma mística “natural”, na qual o mundo ao redor e, sobretudo, o mundo interior, gritam a presença e a ação de Deus. Seja o nome que for: graça, inabitação, efusão, êxtase, etc. o que realmente ocorre com todas as pessoas é uma experiência do mistério do infinito que há nele; ele sabe que as respostas últimas e soluções para as crises não é ele, mas Outro.

Com a experiência de autotranscendência, o ser humano necessariamente se abre a Deus e busca Nele nutrir-se. Deus se oferta a alma humana e se faz a ela presente. Ao perceber tal presença em sua vida, o homem faz experiência da graça divina que se antecipou a ele, possibilitando a abertura e docilidade interiores. E é exatamente aqui que se problematiza a questão da experiência divina. Parece que necessária e absolutamente o indivíduo só pode fazer experiência mediada de Deus, ou seja, através de alguém ou alguma coisa. Ora, nossa pastoral tem tido práticas que reforçam essa inverdade.

Temos inculcado em nossos fiéis a necessidade de ter algum ministro para rezar por ele, ou para conduzir um momento de oração, quando na verdade ele mesmo é capaz de orar e num diálogo afetuoso com o Pai do céu descobrir os tesouros celestes. Ou ainda a prática de novenas e instrumentalização da fé, como promessas e orações “sentimentais” feitas em ambientes pentecostais, as quais levam a uma experiência falsa, ou senão, opaca de Deus.

Nossa pastoral deve dar mais autonomia ao fiel cristão que busca fazer uma experiência de Deus. Devemos possibilitar que se tenha mais atenção ao mistério que nos envolve e perpassa, liberando essa ruim conjunção de experiência de fé com as práticas religiosas institucionalizadas. Não que a igreja e sua doutrina sejam desnecessárias, mas que a pastoral faça cada um perceber seus próprios caminhos, ou seja, as vias pessoais pelas quais Deus fala ao indivíduo de modo único e particular. É preciso educar para a mística.

Que a religião cumpra seu papel de religar a Deus e não ser o fim último como tem ocorrido em nossas instituições. Precisamos reeducar o nosso povo a ter olhos espirituais que vejam as pegadas, os traços de Deus em sua própria história de vida. O perigo que se corre nesse ultrapassado modelo pastoral é manter-nos num emaranhado de relações meramente humanas nas igrejas, sem profundidade e com uma sempre maior alienação; alienados de nós mesmos, alienados dos outros e lamentavelmente, alienados de Deus. Com a instrumentalização religiosa, o crente ficou preso às experiências de outros, que não a dele mesma, e às dos irmãos de fé. É mais uma religião social que espiritual, no sentido de mística, ligada ao transcendente.

De fato, a prática religiosa é a linguagem concreta pela qual tentamos expressar aquela experiência íntima que fizemos de Deus. No entanto, precisamos encontrar tempo para a interioridade, para o silêncio, para um encontro tranquilo e amoroso com a causa fundante de nossa existência. Posso ir à missa, posso rezar o terço e as novenas, mas elas são tão somente formas de externar o que vai no meu interior, o que foi fecundado e colhido pelo Espírito de Deus em mim. Se nossa prática pastoral inverte os momentos, gera-se uma imagem confusa de Deus e se sombreia a religião.

Fomentar a vida interior, ou vida espiritual é consagra-se a ser investigador do mundo, tanto o exterior quanto o interior, e com o auxílio da luneta da fé encontrar o amor profundo e incondicional de Deus. É conseguir enxergar em nós e no mundo a presença velada e revelada de Deus que sempre nos atrai e se apresenta maior que nós, maior que o mundo.

Essa experiência espiritual se dá, na prática, quando, por exemplo, olhamos com os olhos de Deus a senhorinha quase cega que lhe visita por simplesmente se sentir bem em sua casa; ali ela faz experiência da acolhida e nós a de hóspedes do próprio Deus que nos revela a fragilidade e doçura de seu coração. Ou então, quando todos se voltam contra você e em momento de vulnerabilidade, alguém lhe lança um olhar compassivo, lhe acolhe e diz: estou contigo, nunca se esqueça disto! Aquele abraço forte lhe dá, ainda que sem palavras, garantias que tudo está bem, que Deus não te condena mesmo quando todos teriam razões para isso.

Quanto mais criamos a capacidade de ver a manifestação de Deus nas realidades intramundanas, mais é diminuída a dicotomia sagrado x profano. O sagrado e o profano constituem dois modos de ser no mundo, duas situações assumidas ao longo da história religiosa.

O homem toma consciência do sagrado porque este se manifesta, como outra coisa absolutamente diferente do profano, do usual, do cotidiano. Qualquer ação com um significado vital, como nascimento e morte, fome e alimentação, plantio e colheita, etc. participa de certo modo do mundo sagrado, ou seja, é vital porque é parte do sagrado, vem de um Outro.  Exemplo primordial para nós cristãos é a encarnação do Verbo, no qual se encontram harmoniosamente integradas as duas categorias, a sagrada ou divina e a humana, ou profana.

A partir da humanização do Verbo divino, nenhuma coisa ou pessoa lhe escapa, pois, em si, já fazem parte do sagrado, porque foram assumidas como realidades espirituais no ‘coração’ de Deus. Jesus Cristo é a manifestação da integração perfeita das realidades terrestres e espirituais, e mostra que não são dicotômicas entre si, mas locais da manifestação de Deus. Portanto, toda ação é sagrada, pois a vida vem Dele e para Ele há de voltar. Encontrando-se, o ser humano encontra a Deus. Amando o outro, a Deus ele está a amar. Assim descobrimos que viver é sagrado, e quanto mais vivemos, integrando-nos no mundo, mais encontraremos rastros do sagrado que nele habita. No fim de tudo só Ele restará!

Autor: Prof. VICTOR HUGO NASCIMENTO
Filósofo e Teólogo.
Professor das Escolas de fé e catequese Luz e Vida e Mater Ecclesiae - RJ
Contato: victorbento.30@globomail.com

Confiando na Providência Divina

No dia 25 de julho comemoramos o Dia do Colono e o Dia do Motorista. Já no dia 26, sábado, comemoramos o Dia dos Avós, numa homenagem a São Joaquim e Santa Ana.

As comemorações relativas ao Dia do Colono e do Motorista costumam reunir multidões de pessoas em vários municípios da Diocese de Santa Cruz do Sul. Em alguns, o destaque são os agricultores. Em outros a ênfase recai nos motoristas.

As comemorações relativas ao Dia do Colono fazem memória da imigração européia, principalmente da imigração de alemães e italianos. Vale lembrar que o vinte e cinco de julho marca a chegada dos primeiros imigrantes alemães ao Rio Grande do Sul em 1824, ou seja, há 190 anos. Nas comemorações, as comunidades fazem memória das peripécias vividas por estes imigrantes, onde se destaca a esperança de uma vida melhor para si e suas famílias. Cientes de que sem a proteção divina não conseguiriam prosperar, as comunidades originárias da imigração alemã, italiana e polonesa, tiveram a preocupação de edificar espaços próprios para o cultivo da fé. Algumas vezes eram escolas/capela, outras vezes capitéis ou mesmo uma simples cruz plantada na beira da estrada. Cada comunidade era confiada à proteção de um santo, que em muitos lugares, passou a dar nome e identidade à localidade. Nos anos subseqüentes, edificaram bonitas igrejas que orgulham as comunidades até os dias atuais.

Além dos lugares para os encontros da comunidade, os imigrantes também vieram marcados por uma profunda tradição religiosa na família, sendo comuns os relatos de pessoas onde a oração do terço fazia parte da rotina diária. Em praticamente todas as famílias, a oração na hora das refeições nunca era omitida.

O caráter religioso e comunitário continua a marcar a vida das comunidades na região. Por isso, no Dia do Colono, organizam-se grandes e bonitas celebrações para reafirmar a consciência de que "sem Deus o trabalho humano não prospera".

As comemorações do Dia do Motorista são mais recentes e tem como marca a bênção dos carros em grandes desfiles organizados nas cidades. Várias empresas participam destas procissões e não deixam de pedir a benção aos padres ou ministros. São comuns os motoristas que nunca colocam o carro na estrada sem levarem consigo a imagem de São Cristóvão e sem pedirem a proteção ao anjo da guarda. Tudo isto comprova a presença da fé na vida dos motoristas, apesar de a vida comunitária nem sempre merecer a mesma atenção.

Aproveitando a oportunidade de tantas comemorações, saúdo, com gratidão, os colonos que dedicam sua vida ao cultivo da terra. Com a mesma gratidão, saúdo os milhares de motoristas que transportam pessoas, alimentos e bens de consumo. Junto com eles, saúdo também, com carinho, as vovós e os vovôs que comemoram o seu dia no sábado, 26 de julho. Que o Deus providente a todos acompanhe e proteja.

Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)