O
livro do Gênesis assegura que ao criar todas as coisas Deus “viu que
tudo era bom” (Gen 1,25). Portanto, tudo o que Deus fez é belo.
O mal,
muitas vezes, consiste no uso mau das coisas boas. Por exemplo, uma faca
é uma coisa boa; sem ela a cozinheira não faz o seu trabalho. Mas, se
um criminoso usar a faca para tirar a vida de alguém, nem por isso a
faca se torna má. Não. O mal é o uso errado que se fez dela.
Da mesma forma o sexo é algo criado por Deus e maravilhoso. É por ele que a criança inocente vem ao mundo.
Como Deus
deu ao casal humano, a missão de gerar os filhos, “crescei e
multiplicai” (Gen 1,28), providenciou o sexo como instrumento de
procriação. E mais, para fortalecer a união e o amor do casal, fez do
sexo também o meio mais profundo da “manifestação” do amor conjugal.
Podemos dizer que o ato sexual é a “celebração do amor”, como que a
“liturgia do amor conjugal”. E é no ápice desta celebração do amor, que o
filho é concebido. Isto é, ele não é somente a carne e o sangue do
casal, mas principalmente, o fruto do seu amor. É por isso que a vida
sexual de um casal que não se ama de verdade, nunca é harmoniosa.
O
sexo é manifestação do amor. Sem este, ele fica vazio, desvirtuado e
perigoso como aquela faca na mão do assassino. Faz muitas vítimas… O que
é a prostituição, senão o sexo sem amor? É apenas um ato de prazer,
comprado, com dinheiro ou outros meios.
No plano de Deus a vida sexual só tem lugar no casamento. São Paulo há dois mil anos já ensinava aos coríntios:
“A mulher
não pode dispor do seu corpo: ele pertence ao seu marido. E também o
marido não pode dispor do seu corpo: ele pertence à sua esposa” (1 Cor
7,4).
O Apóstolo não diz que o corpo da
namorada pertence ao namorado, e nem que o corpo da noiva pertence ao
noivo. A união sexual só tem sentido no casamento, porque só ali existe
um “comprometimento” de vida conjugal, vida a dois, onde cada um assumiu
um compromisso de fidelidade com o outro. Cada um é “responsável pelo
outro” até a morte, em todas as circunstâncias fáceis e difíceis da
vida. Sem este “compromisso de vida” o ato sexual não tem sentido, e se
torna perigoso.
As
consequências do sexo vivido fora do casamento são terríveis: mães e
pais solteiros; filhos abandonados, ou criados pelos avós, ou em
orfanatos. Muitos desses se tornam os “trombadinhas” e delinquentes que
cada vez mais enchem as nossas ruas, buscando nas drogas e no crime a
compensação de suas dores. Quantos abortos são cometidos porque busca´se
apenas egoisticamente o prazer do sexo, e depois elimina-se o fruto, a
criança! Só no Brasil são 4 milhões por ano. Quatro milhões de crianças
assassinadas pelos próprios pais!
As doenças
venéreas são outro flagelo do sexo fora do casamento. Ainda hoje
convivemos com os horrores da sífilis, blenorragia, cancro, sem falar do
flagelo moderno da AIDS. O remédio contra a AIDS é a vivência sexual
apenas no casamento; e não, como se propõe, irresponsavelmente, o uso de
“camisinhas”, ao invés de se eliminar o vício pela raiz.
É urgente
que os cristãos, pais, professores e educadores, tenhamos a coragem de
ensinar novamente a castidade aos jovens.Um jovem que se mantém casto
até o casamento, além de tudo, prepara a sua vontade e exercita seu auto
domínio para ser fiel ao seu cônjuge no casamento. É preciso mostrar
urgentemente aos jovens os valores da castidade, tanto em pensamentos
como em atos. A televisão e os filmes pornográficos de vídeos, as
revistas eróticas abundantes e asquerosas, injetam pólvora no sangue de
nossos filhos, fazendo´os escravos do sexo. E por causa disso estamos
vendo meninas de 13, 14 anos, grávidas, sem o menor preparo e maturidade
para serem mães.
Temos que
acordar. Temos que ter a coragem de oferecer aos jovens a opção da
pureza que Jesus nos legou: “Bem-aventurados os puros de coração porque
verão a Deus”. (Mt 5,8) Neste assunto Cristo foi exigente e não deixou
margens a dúvida: “Todo aquele que olhar para um mulher com desejo de
cobiça, já adulterou com ela em seu coração”. (Mt 5,27)Prof. Felipe Aquino
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