A experiência da vida matrimonial dos
Servos de Deus Zélia e Jerônimo, casal brasileiro do século 19, mostra
que é possível ser santo na vida cotidiana correspondendo à vocação ao
qual foi chamado.
Jerônimo de Castro Abreu Magalhães
nasceu em Magé e Zélia Pedreira Abreu Magalhães em Niterói. Casaram-se
em 27 de julho de 1876, na Chácara da Cachoeira, bairro da Tijuca, na
cidade do Rio de Janeiro.
Ele engenheiro civil e ela uma jovem
letrada, com primorosa formação artística, literária e científica, de
modo que aos 14 anos traduziu do italiano para o português, a obra de
Cesare Cantu “Il Giovinetto”.
O desejo de Jerônimo e Zélia sempre foi o
de agradar a Deus desde o período em que se conheceram, quando na troca
de olhar já ficou claro que o namoro deles seria um namoro diferente,
declarou Dom Roberto Lopes, vigário episcopal para a Vida Consagrada e
responsável pelos processos de candidatos à causa dos santos da
Arquidiocese do Rio; conforme nota da Portalum.
“Zélia e Jerônimo eram muito
apaixonados. A vida de oração foi crescendo dentro do coração do casal.
Eles educaram seus filhos para Deus, e a Eucaristia era algo que
procuravam dar de presente para o povo de Deus que o cercava”, destacou.
Desse casamento nasceram 13 filhos,
quatro falecidos em tenra idade, os demais (três homens e seis mulheres)
abraçaram diferentes ordens religiosas, dentre eles o frei franciscano
José Pedreira de Castro, professor de ciências bíblicas que fundou em
1956 um Centro Bíblico e o curso de Sagrada Escritura por
correspondência.
Na fazenda onde eles moravam havia uma
capela, onde inúmeras vezes ao dia o casal era visto rezando, assim como
também seus escravos, que iniciavam o trabalho do dia sempre com oração
conduzida por Jerônimo e Zélia no pátio da fazenda.
A pesquisa histórica sobre Jerônimo de
Castro Abreu Magalhães e sua esposa Zélia está sendo feita por uma
comissão arquidiocesana, instalada no dia 23 de dezembro pelo arcebispo
Dom Orani João Tempesta.
Da década de 30 até a década de 60,
avida de Zélia foi bastante conhecida. Sua biografia chegou à sexta
edição e foi traduzida em iugoslavo, alemão, francês, espanhol, em
italiano, e em português de Portugal.
Atualmente, existem no Brasil em torno
de cinquenta causas de beatificação, das quais 25 figura como postulador
o Dr. Paolo Vilotta, responsável também pela causa dos Servos de Deus
Zélia e Jerônimo.
Por Maria Emília Marega
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