Nasceu
Inácio em Portugal, no Porto, em 1527, filho de D. Emanuel e Dona
Vielante, ambos descendentes de famílias lusitanas ricas e nobres.
Recebeu uma cuidadosa educação e tornou-se o administrador dos bens
familiares aos 18 anos de idade. Após um retiro realizado em Coimbra,
decidiu-se pela vida religiosa, entrando para a Companhia de Jesus, em
1548; era a idade dos grande ideais, dos sonhos e das grandes
esperanças. Revelou-se logo excelente religioso; suas austeridades
tiveram de ser moderadas pelo seu provincial, o P. Simão Rodriguez. Não
terminara, aos 26 anos de idade, o seu curso de teologia, quando foi
nomeado reitor do Colégio Santo Antônio em Lisboa. Tornou-se
vice-provincial em 1556. Depois de terminados seus estudos, foi mandado a
Braga, para assessorar o bispo da cidade na reforma da diocese. Mais
tarde foi eleito por sua comunidade para ir à Roma para a eleição do
novo Geral. Assim, em 1565, este Geral, que outro não foi senão S.
Francisco Borja, confiou a Inácio a inspecção das missões da Índias e do
Brasil. Essa visita durou cerca de três anos. A evangelização do Brasil
começara há apenas 16 anos, mas a Companhia de Jesus penetrara já em
sete tribos do interior e no litoral possuía escolas e seminários. Em
seu relatório, Inácio pedia reforços. São Francisco de Borja ordenou-lhe
que recrutasse em Portugal e na Espanha elementos para o Brasil, e que
os chefiasse. Após cinco meses de exercícios religiosos e preparativos,
partiram, a 5 de junho de 1570, Azevedo e 39 companheiros, no navio
mercante “São Tiago.” Trinta outros seguiam num barco de guerra da
esquadra comandada por Dom Luís Vasconcelos, então governador do Brasil.
Oito dias depois, alcançavam a ilha da Madeira, onde Dom Luís decidiu
permanecer a fim de esperar ventos mais favoráveis. Mas o capitão do
“São Tiago” preferiu demandar às ilhas Canárias, apesar de se falar em
perigosos piratas, sobretudo franceses. A “São Tiago”, perto da Grande
Canária, antes de seguir para Las Palmas, onde faria escala, ancorou num
pequeno porto, onde Inácio foi aconselhado a deixar o barco. Todavia,
inspirado talvez por Deus, o bem-aventurado preferiu permanecer a bordo.
Deixando o pequenino ancoradouro, a nau alcançou o alto-mar, onde foi
alcançada pelo corsário francês Jacques Sourie, que partira de La
Rochelle para capturar os jesuítas. Após séria luta corpo a corpo, a
“São Tiago” foi dominada pelos calvinistas; Sourie declarou salvar a
vida de todos os sobreviventes com exceção dos jesuítas; estes foram
então friamente degolados, com exceção de um, o cozinheiro, que foi
tomado como escravo e era coadjutor temporâneo. Mas o número de mártires
foi 40, pois degolaram também um postulante, recrutado durante a
viagem. Assim morreu Inácio de Azevedo. De seus quarenta companheiros de
martírio, nove eram espanhóis, os demais portugueses. O culto desses
mártires foi confirmado por Pio IX em 1854.
Outros Santos do mesmo dia:
Beato Mártires do Brasil, Santa Edwiges da Polônia, Beato Jorge
Baldassare, Santa Marcelina, Beato Pavol Peter Gojdic, Beata Teresa de
Santo Agostinho, Beata Henriqueta de Jesus, Beata Maria São Luis, Beata
Ana Maria de Jesus Crucificado, Beato Cartola de Ressurreição, Beata
Eufrásia da Imaculada Conceição e Beata Teresa de Santo Inácio.
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