terça-feira, 1 de julho de 2014
Saiba mais sobre o Sínodo de Bispos sobre a Família que acontecerá este ano em Roma
É uma reunião de trabalho, de vários dias, que o Papa convoca, chamando alguns bispos de cada país – cerca de quatrocentos – para analisarem algum assunto importante da vida da Igreja. Neste ano, de 5 a 19 de outubro, o Papa Francisco convocou um Sínodo sobre a Família. É a III Assembleia Geral Extraordinária. Há os Sínodos ordinários a cada quatro anos.
O último Sínodo sobre a família foi realizado pelo Papa São João Paulo II em 1981, de onde saiu a importantíssima Exortação Apostólica “Familiaris Consortio”, de 22 de novembro de 1981, que colocou a doutrina básica e permanente da Igreja sobre a família e o casamento; é o texto de referência para este assunto.
O Cardeal Lorenzo Baldisseri, secretário geral deste Sínodo de outubro próximo, apresentou no Vaticano o Documento de Trabalho que os bispos vão usar. Ele disse que a Igreja como mãe “promoverá uma “pastoral de misericórdia” para aqueles casais que estão em situações de irregularidade canônica. Sem dúvida esses temas são os que hoje mais preocupam a Igreja sobre o matrimônio e a família.
O Documento de Trabalho dos bispos foi baseado nas respostas que os bispos do mundo todo enviaram ao Vaticano tendo em vista uma consulta que lhes foi feita em 2013, e que traz as preocupações pelas situações familiares.
O Cardeal Secretário geral do Sínodo, afirmou que serão consideradas de maneira particular as situações pastorais difíceis que se referem, entre outras, às situações de “convivência e uniões de fato, casais desquitados e divorciados (que casaram pela Igreja) e voltaram a casar”, aqueles que se encontram em condições de “irregularidade canônica” ou que pedem casar-se pela Igreja “sem ser crentes ou praticantes”.
Sobre os casais que se uniram em matrimônio religioso e após o divórcio estão impedidos de casar pela Igreja e receber os sacramentos, o Secretário do Sínodo reconheceu que estes “vivem com sofrimento sua situação de irregularidade na Igreja”, e afirmou que a Igreja “sente-se interpelada a encontrar soluções “compatíveis com sua doutrina”, que guiem uma vida serena e reconciliada”. Ele manifestou a “relevância” de “de simplificar e agilizar os processos judiciais de nulidade matrimonial”. De fato, em alguns Tribunais da Igreja, o Processo de declaração de nulidade demora muito; precisa ser agilizado, sem deixar de ser justo.
O Cardeal falou também sobre os que se casam “sem fé explícita”, e pediu “maior atenção da pastoral eclesiástica” e uma “melhor qualidade” nos cursos de preparação do matrimônio.
Outro assunto que ele disse que preocupa a Igreja é a realidade da qual não se tem como fugir hoje, do cuidado dos filhos de “casais” do mesmo sexo, já que em diversos países um número crescente deles podem adotar filhos.
Disse o Cardeal que: “Urge permitir às pessoas feridas curar-se e reconciliar-se, encontrando de novo confiança e serenidade”, evidentemente respeitando-se a lei de Cristo.
Do mesmo modo, o Cardeal Baldisseri reconheceu que “a convivência e as uniões de fato” estão em crescente difusão e atribuiu o fato a “diversas razões sociais, econômicas e culturais”. “A Igreja sente o dever de acompanhar estes casais na confiança de poder sustentar uma responsabilidade como é a do matrimônio”.
O Cardeal de Budapest, Hungria, Peter Erdo, que é o relator Geral do Sínodo disse que o Documento de Trabalho oferece “uma panorâmica da situação da pastoral da família”, a partir da perspectiva do nível da consciência, “dos ensinamentos de Cristo e da Igreja sobre o matrimônio” e do nível relativo “ao comportamento real das pessoas”, onde se apresentam as “situações críticas”. Ele constatou que muitas das respostas dos bispos, mostram que as pessoas, em geral, “casam-se cada vez menos, também de maneira civil”. “Tal fenômeno se insere no contexto do individualismo e do subjetivismo prático”, acrescentou.
Bem, fica claro pelo Documento, que a Igreja fará o possível, respeitando a lei de Cristo, para acolher os seus filhos que vivem uma situação difícil em relação à vida familiar. É muito importante que toda a Igreja esteja unida em oração suplicando a inspiração do Espírito Santo sobre os Apóstolos de hoje.
Prof. Felipe Aquino
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