Existem dois critérios para saber quando um ato é pecaminoso: a lei da consciência e a lei eterna.
A
nossa razão possui, dentro dela mesma, uma série de critérios que nos
mostram quando um ato é bom e quando ele é mau. Estes critérios recebem o
nome de Lei natural. Todos os homens nascem com a Lei natural no
coração. Esta lei natural será embelezada, aprimorada, desenvolvida pela
reta educação, pelo catecismo verdadeiro, pela vida de família que
recebemos dos nossos pais e mestres. Com isso, formamos nossa
consciência para que ela possa sempre agir segundo a reta razão, segundo
a consciência reta. Esta é a lei da consciência que nos leva a reagir
prontamente sempre que vemos algo de errado, mesmo se não sabemos muito
bem em quê consiste o erro. É essa mesma lei da consciência que nós
consultamos quando fazemos nosso exame de consciência, antes da
confissão: o que foi que eu fiz de errado, quais são os meus pecados?
Mas
essa lei natural, da consciência, não basta como critério do certo e do
errado. É preciso que possamos comparar nossa razão e a educação que
recebemos com um modelo, e que este modelo nos dê total confiança, que
possamos saber com certeza que não pode haver erro.
Mas será que
nossos pais, nossos mestres, são tão bons que possamos confiar cegamente
neles? É claro que devemos confiar muito neles, mas só Deus pode nos
dar uma confiança total.
Por isso, a regra máxima do ato humano é
a Lei Eterna, a Lei de Deus, não como ela se encontra na nossa
consciência, mas como ela existe no próprio Deus.
A nossa
consciência só poderá ser critério de bem e de mal na medida em que ela
corresponder à Lei Divina. Se ela contrariar a Lei de Deus,
evidentemente nossa consciência estará errada e o ato será mau.
Vemos
então que todo pecado é um ato desordenado, ou seja, que contraria uma
ordem, uma regra, uma lei. Vemos também como as regras que aprendemos em
casa, no catecismo, na escola (na boa escola), não foram inventadas
pelos homens só para nos aborrecer: elas vêm de Deus, por isso elas são
santas, sagradas e devem ser respeitadas sempre. Quando confiamos em
nossos pais, em nossos mestres ou nos padres, é porque sabemos que eles
nos ensinam o que vem de Deus, para o nosso bem e para o bem de todos.
"Divisões" do pecado:
- Por pensamento. Por palavras. Por atos.
Podemos dividir os atos pecaminosos de várias maneiras:
Espirituais – pecados cometidos interiormente, no pensamento, por um sentimento ou um desejo.
Carnais – pecados cometidos com a participação do corpo, como os que são provocados pela gula ou pela luxúria.
Contra Deus – são os mais graves porque são feitos diretamente contra Deus (blasfêmia, heresia, etc.).
Contra si mesmo – quando ferimos a regra da consciência certa. Fazemos algo que nós mesmos reprovamos.
Contra o próximo – como vivemos em sociedade, muitas vezes ofendemos ao próximo no nosso relacionamento com as outras pessoas.
Essas
divisões são apenas alguns detalhes de como devemos considerar os
pecados, analisando nossos atos e nos arrependendo do que é mau. No
fundo, o que conta é que tenhamos uma vontade firme de nunca ofender a
Deus, de amá-Lo com tanto fervor que nunca aceitemos a morte da alma,
como também não desejamos a morte do corpo.
A dica é: todos os
dias devemos pedir ao nosso bom Anjo da Guarda que nos proteja e nos
aconselhe, para que na hora da tentação, daquele combate terrível que se
passa no nosso coração, que saibamos reagir e vencer, com Nosso Senhor e
sua Mãe Santíssima. E, todos os dias devemos repetir com São Domingos
Sávio: "antes morrer que pecar".
Dom Lourenço, OSB
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