Infelizmente, hoje se tem um conceito
muito deformado sobre a castidade; alguns pensam que castidade é não ter
vida sexual, e não é isso; castidade é ter vida sexual sim, mas
correta, de acordo com o sábio plano de Deus.
A Igreja ensina que “o prazer sexual é
moralmente desordenado quando é buscado por si mesmo, isolado das
finalidades de procriação e de união do casal unido em matrimônio.
Qualquer que seja o motivo, o uso deliberado da faculdade sexual fora
das relações conjugais normais contradiz sua finalidade” (§2351).
O mundo moderno, que busca a realização
apenas no consumismo, no prazer e na ostentação, perdeu o valor da
castidade, o seu brilho e a sua grandeza; é preciso que isso seja
resgatado. A lâmpada da pureza e da virgindade foi escondida sob a mesa e
apagadas do candelabro. O mundo olha hoje a castidade como algo que
“cheira a bolor”, mas se esquece que foi exatamente do bolor que
Alexandre Fleming descobriu a penicilina, que salvou milhões de vidas. A
redescoberta da castidade poderá fazer o mesmo hoje.
A Teologia do Corpo, de certa forma
pode-se dizer que é a “teologia da castidade”, a beleza do
relacionamento sexual dentro do plano de Deus. Vale a pena refletir no
que dizia o Mahatma Gandhi, que libertou a Índia, e que não era cristão,
mas amava Jesus:
“A castidade não é uma cultura de
estufa… A castidade é uma das maiores disciplinas, sem a qual a mente
não pode alcançar a firmeza necessária”.
“A vida sem castidade parece-me vazia e animalesca”.
“Um homem entregue aos prazeres perde o
seu vigor, torna-se efeminado e vive cheio de medo. A mente daquele que
segue as paixões baixas é incapaz de qualquer grande esforço”. (Tomás
Tochi, “Gandhi, mensagem para hoje”, Ed. Mundo 3, SP, pp. 105ss,1974).
Santo Agostinho dizia:
“se queres ser feliz, sê casto”. Como dizia John Spalding, sabemos que
“as civilizações não perecem por falta de cultura e de ciência, mas por
falta de princípios morais”. Um homem só é digno deste nome quando
aprende a submeter o seu corpo e os seus instintos à sua vontade. Diz o
livro dos Provérbios, que vale mais um homem que domina a si mesmo do
que aquele que conquista uma cidade.
O Catecismo da Igreja mostra a grandeza da castidade: “A
castidade significa a integração correta da sexualidade na pessoa e,
com isso, a unidade interior do homem em seu ser corporal e espiritual. A
sexualidade, na qual se exprime a pertença do homem ao mundo corporal e
biológico, torna-se pessoal e verdadeiramente humana quando é integrada
na relação de pessoa a pessoa, na doação mútua integral e temporalmente
ilimitada do homem e da mulher” (§2337). A virtude da castidade
comporta, portanto, a integridade da pessoa e a integralidade da doação.
A pessoa casta mantém a integridade das forças vitais de amor
depositadas nela. Esta integridade garante a unidade da pessoa e se opõe
a todo comportamento que venha feri-la; não tolera nem a vida dupla nem
a linguagem dupla.
Prof. Felipe Aquino
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