Às vezes, nos subestimamos porque entendemos que
não possuímos dons na mesma medida em que outras pessoas têm e nos negamos a
perceber qual a habilidade que nos foi presenteada por Deus. Neste caso estamos
enterrando o talento que recebemos, pois não queremos assumi-lo, por falsa modéstia,
por preguiça, por comodismo e até por orgulho. Precisamos ter consciência de
que todo dom que recebemos de Deus vem na medida certa, isto é, de acordo com a
capacidade que Ele mesmo nos dá, nem mais nem menos do que poderíamos receber.
Portanto, cabe a cada um de nós assumirmos os talentos que ganhamos com
humildade e perseverança, pois seremos cobrados pelo que recebemos. Aquele (a)
que se acha muito pequeno (a) e, por isso, se encosta e se acomoda não
assumindo a capacidade que lhe foi concedida, está cometendo um erro
incorrigível. Será tirado dele (a) até o dom para o qual tinha inclinação para
fazer prosperar e não o fez, porque não o colocou em prática. Achar-se muito
sem capacidade e não confiar na capacidade de Deus é o grande pecado que muitos
de nós cometemos, pois se trata de falta de humildade e orgulho. – O que você
tem feito com os seus dons? – Você se acha muito sem expressão, incapaz de
realizar alguma coisa? – Não será porque você está confiando somente em você
mesmo (a) e esquecendo-se Daquele que lhe deu a vida? – Você não acha que a sua
vida já é um dom muito precioso? - O que você tem feito dela?
Helena Serpa
sábado, 30 de agosto de 2014
Evangelho de hoje - Mt 25,14-30
Evangelho - Mt 25,14-30
Como foste fiel na administração de tão
pouco, vem participar de minha alegria.
pouco, vem participar de minha alegria.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 25,14-30
Naquele tempo,Jesus contou esta parábola a seus discípulos:
14Um homem ia viajar para o estrangeiro.
Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens.
15A um deu cinco talentos,
a outro deu dois e ao terceiro, um;
a cada qual de acordo com a sua capacidade.
Em seguida viajou.
16O empregado que havia recebido cinco talentos
saiu logo,
trabalhou com eles, e lucrou outros cinco.
17Do mesmo modo, o que havia recebido dois
lucrou outros dois.
18Mas aquele que havia recebido um só,
saiu, cavou um buraco na terra,
e escondeu o dinheiro do seu patrão.
19Depois de muito tempo, o patrão voltou
e foi acertar contas com os empregados.
20O empregado que havia recebido cinco talentos
entregou-lhe mais cinco, dizendo:
`Senhor, tu me entregaste cinco talentos.
Aqui estão mais cinco que lucrei'.
21O patrão lhe disse: `Muito bem, servo bom e fiel!
como foste fiel na administração de tão pouco,
eu te confiarei muito mais.
Vem participar da minha alegria!'
22Chegou também o que havia recebido dois talentos,
e disse:
`Senhor, tu me entregaste dois talentos.
Aqui estão mais dois que lucrei'.
23O patrão lhe disse: `Muito bem, servo bom e fiel!
Como foste fiel na administração de tão pouco,
eu te confiarei muito mais.
Vem participar da minha alegria!'
24Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento,
e disse: `Senhor, sei que és um homem severo,
pois colhes onde não plantaste
e ceifas onde não semeaste.
25Por isso fiquei com medo
e escondi o teu talento no chão.
Aqui tens o que te pertence'.
26O patrão lhe respondeu: `Servo mau e preguiçoso!
Tu sabias que eu colho onde não plantei
e que ceifo onde não semeei?
27Então devias ter depositado meu dinheiro no banco,
para que, ao voltar,
eu recebesse com juros o que me pertence.'
28Em seguida, o patrão ordenou:
`Tirai dele o talento e dai-o àquele que tem dez!
29Porque a todo aquele que tem
será dado mais, e terá em abundância,
mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado.
30Quanto a este servo inútil,
jogai-o lá fora, na escuridão.
Ali haverá choro e ranger de dentes!'
Palavra da Salvação.
Santo do dia Santos Félix e Adauto
A
história destes dois santos parece interessar mais à arqueologia que à
devoção. Após o seu martírio, acontecido provavelmente durante a
perseguição de Diocleciano, nos inícios do século IV, foram sepultados
numa cripta do cemitério de Comodila, na via das Sete Igrejas, não muito
longe da basílica de São Paulo fora dos muros. A cripta foi
transformada pela papa Sirício em basílica, sucessivamente ampliada e
decorada de afrescos pelos Papas João I e Leão III. Tornou-se assim meta
de peregrinações e de devotos até além da Idade Média, quando
catacumbas e santuários caíram no esquecimento ou foram devastados. O
cemitério de Comodila e o túmulo de Félix e Adauto foram descobertos em
1720, mas a alegria do reencontro durou pouco, pois alguns dias mais
tarde a pequena basílica subterrânea ruiu. As ruínas caíram novamente no
esquecimento e descuido até 1903, quando a basílica foi definitivamente
restaurada. Descobriu-se um dos mais antigos afrescos paleocristãos, no
qual aparece São Pedro recebendo as chaves na presença dos Santos
Estêvão, Paulo, Félix e Adauto. Segundo o autor de uma lendária Paixão,
escrita no século VII, quando o culto deles estava muito em voga, Félix
era um presbítero romano, condenado à morte durante a perseguição de
Diocleciano. Enquanto era conduzido ao lugar da execução, no caminho que
leva a Óstia, da turma de curiosos e dos companheiros de fé saiu um
desconhecido, que foi ao encontro do condenado. Chegando a um passo dos
soldados encarregados da execução, exclamou em alta voz que era cristão e
queria participar da mesma sorte do presbítero Félix. Após terem feito
voar a cabeça do presbítero, com a mesma espada decapitaram o audacioso,
que tinha ousado desafiar as leis do imperador. Mas quem era este?
Ninguém dos presentes conhecia a identidade e foi chamado simplesmente
de adauctus (= adjunto), de onde Adauto, “aquele que recebeu junto com
Félix a coroa do martírio.” O episódio permaneceu vivo na memória da
Igreja romana, que associou os dois mártires numa só comemoração de modo
que algumas fontes os definem irmãos. A informação mais antiga sobre os
dois mártires nos é fornecida pelo papa Dâmaso em uma poesia, no qual é
elogiado o presbítero Vero por haver-lhes decorado o sepulcro. A
difusão do culto deles na Europa setentrional se deu por causa do
presente (fragmentos da relíquia destes santos) que o papa Leão IV deu à
esposa de Lotário, Hermengarda.
Outros Santos do mesmo dia:
Santo Pamáquio, Santo Rumão, Santa Gaudência, Santo Fantino, Santo
Bononio, Santa Margarida Ward, Beato Bronislava, Beato Alfredo Ildefonso
Schuter, Beatos Diego Ventanja Milan; Emanuel Medina Olmos; Bispos e 7
companheiros, Beato Joaquim de Albocacer, Beato joão Juvenal Ancina,
Beata Maria Rafols
Como Santo Agostinho rezou!
Depois
de sua conversão maravilhosa, Santo Agostinho expressou em algumas
orações os seus sentimentos mais profundos. Essas orações atravessaram
16 séculos e chegaram até nós.
“Tarde Te amei, oh Beleza tão antiga e tão nova… Tarde Te amei…
Trinta anos estive longe de Deus. Mas durante esse tempo algo se movia
dentro do meu coração… Eu era inquieto, alguém que buscava a felicidade,
buscava algo que não achava… Mas Tu Te compadeceste de mim e tudo mudou
porque Tu me deixaste conhecer-Te. Entrei no meu íntimo sob Tua Guia e o
consegui porque Tu Te fizeste meu auxílio.”“Tu estavas dentro de mim e eu fora… «Os homens saem para fazer passeios, a fim de admirar o alto dos montes, o ruído incessante dos mares, o belo e ininterrupto curso dos rios, os majestosos movimentos dos astros. E, no entanto, passam ao largo de si mesmos. Não se arriscam na aventura de um passeio interior». Durante os anos de minha juventude, pus meu coração em coisas exteriores que só faziam me afastar cada vez mais d’Aquele a Quem meu coração, sem saber, desejava… Eis que estavas dentro e eu fora. Seguravam-me longe de Ti as coisas que não existiriam senão em Ti. Estavas comigo e não eu Contigo…”
“Mas Tu me chamaste, clamaste por mim e Teu grito rompeu minha surdez… «Me fizeste entrar dentro de mim mesmo… Para não olhar para dentro de mim, eu havia me escondido. Mas Tu me arrancaste de meu esconderijo e me puseste diante de mim mesmo a fim de que eu enxergasse o indigno que era, o quão deformado, manchado e sujo estava». Em meio à luta, recorri a meu grande amigo Alípio e lhe disse: “Os ignorantes nos arrebatam o céu e nós, com toda a nossa ciência, nos debatemos em nossa carne”. Assim me encontrava, chorando desconsolado, enquanto perguntava a mim mesmo quando deixaria de dizer “Amanhã, amanhã”… Foi então que escutei uma voz que vinha da casa vizinha… Uma voz que dizia: “TOMA E LÊ, TOMA E LÊ!”
“Brilhaste, resplandeceste sobre mim e afugentaste minha cegueira. Então corri à Bíblia, a abri ao acaso e li o primeiro capítulo sobre o qual caiu o meu olhar. Aquelas Palavras ressoaram dentro de mim. Pareciam escritas por uma pessoa que me conhecia, que sabia da minha vida… Exalaste Teu Perfume e respirei. Agora suspiro por Ti, anseio por Ti… Deus… de Quem separar-se é morrer, de Quem aproximar-se é ressuscitar, com Quem habitar é viver. Deus… de Quem fugir é cair, a Quem voltar é levantar-se, em Quem apoiar-se é estar seguro. Deus… a Quem esquecer é perecer, a Quem buscar é renascer, a Quem conhecer é possuir. Assim foi como descobri a Deus e me dei conta de que no fundo era a Ele, mesmo sem saber, a Quem buscava ardentemente meu coração.”
“Provei-Te, e agora tenho fome e sede de Ti. Tocaste-me, e agora ardo por Tua Paz. «Deus começa a habitar em ti quando tu começas a amá-Lo». Vi dentro de mim a Luz Imutável, Forte e Brilhante! Quem conhece a Verdade conhece esta Luz. Ó Eterna Verdade! Verdadeira Caridade! Tu és o meu Deus! Por Ti suspiro dia e noite desde que Te conheci. E mostraste-me então Quem eras. E irradiaste sobre mim a Tua Força dando-me o Teu Amor!… E agora, Senhor, só amo a Ti ! Só sigo a Ti ! Só busco a Ti ! Só ardo por Ti !…”
“Tarde te amei! Tarde Te amei, oh Beleza
tão antiga e tão nova ! Tarde demais eu Te amei !… Eis que estavas
dentro e eu, fora. E fora Te buscava e lançava-me, disforme e nada belo,
ante a beleza de tudo e todos que criaste. Estavas comigo e não eu
Contigo… Seguravam-me longe de Ti as coisas que não existiriam senão em
Ti. Chamaste, clamaste por mim e rompeste minha surdez. Brilhaste,
resplandeceste e Tua Luz afugentou minha cegueira. Exalaste Teu Perfume e
respirando-o, suspirei por Ti, Te desejei. Eu Te provei,Te saboreei, e
agora tenho fome e sede de Ti. Tocaste-me e agora estou ardendo em
desejos por Tua Paz!” (Confissões 10, 27-29).
Por que eu não sou atendido por Deus?
Um
pai daria um revólver carregado ou uma navalha para o filho brincar?
Não, é claro que não, mesmo que o filho esperneie e chore.
Algumas vezes pedimos a Deus coisas que não são boas e que podem ser
um perigo para a nossa alma. Então, o que faz o bom Pai? Não nos atende,
mesmo que fiquemos magoados com Ele. Jesus disse aos Apóstolos um dia:
“Não sabeis o que pedis!”.Muitas vezes Deus diz “NÃO” aos nossos pedidos, por pura misericórdia, como o pai que se nega a dar uma navalha nas mãos do filhinho. No Céu entenderemos e agradeceremos…
Muita gente pensa que só temos a bênção de Deus na prosperidade, quando tudo vai bem e gozamos a vida. Não é verdade; somos lembrados por Deus durante as provações.
Os Apóstolos passaram aquela noite toda sem pescar. Eis que chega Jesus e lhes ordena: “Lançai a rede a vossa direita”. E ela se encheu de peixes. Só depois da noite inteira de pescaria inútil é que Jesus aparece…
Às vezes lutamos anos contra um problema, e eis que, de repente, quando menos esperamos, ficamos livres do mal. É a graça benfazeja de Deus. O povo diz sabiamente que “Deus tarda, mas não falha”.
Na verdade Ele tem a hora certa de agir; e isto só Ele sabe. Quanto a nós devemos nos manter em oração perseverante, humilde e confiante.
Nunca deixar de rezar, nunca impor nada a Deus e nunca desanimar de pedir e nem perder a fé. Deus tem a sua hora; e nós temos que saber esperá-la com fé.
Quem conhece os desígnios de Deus? Quem sabe o que de fato é bom para nós mesmos?
Quantas vezes nos enganamos nesta vida! Muitas vezes um filhinho se revolta contra o pai porque este não o deixa brincar com uma faca ou perto do fogo!…
Muitas vezes somos assim com Deus; filhos birrentos que se revoltam contra o pai que não nos dá o que nos é prejudicial.
A história da Igreja está cheia de exemplos de pessoas que só receberam a graça procurada depois de muitos anos. O melhor exemplo talvez seja o de Santa Mônica, a mãe de santo Agostinho. Esta mulher simples e ao mesmo tempo heroica, rezou com fé, perseverança e humildade, durante 20 anos pela conversão do seu amado e fogoso Agostinho.
Em suas “Confissões” ele confessa que as lágrimas de sua mãe eram como que o sangue do seu coração destilado em seus olhos, diante do Sacrário. Mas um dia ele se converteu…
É preciso notar que a única coisa que esta mulher pedia insistentemente a Deus, sem nunca desanimar, era que o seu filho se tornasse um bom cristão. Nada mais. Mas quando ele se converteu, não apenas se fez um bom cristão, mas logo se tornou um brilhante sacerdote, depois aclamado bispo, e então, um dos mais importantes Padres da Igreja, defendeu a fé contra as heresias do arianismo, pelagianismo, e outros erros; e hoje é um dos maiores santos e doutores da Igreja, que nunca deixou de influenciar o mundo.
Tudo aconteceu porque aquela mulher não desanimou de pedira Deus, com fé, perseverança e humildade.
Parece que Deus às vezes demora em nos atender os pedidos, porque quer nos dar coisas melhores… Tenhamos calma, e fé.
Tenho para comigo que sempre conseguiremos de Deus o que precisamos, desde que não desanimemos de pedir. Deus é bom Pai.
Em Deus tanto mais se lucra, quanto mais se sabe esperar. É como uma conta de poupança, é preciso esperar o rendimento com paciência. Muitas vezes a impaciência e a revolta afastam a graça que já se aproximava.
Prof. Felipe Aquino
A Paixão de São João Batista
João Batista é o santo mais retratado na arte cristã. E não é sem razão. Ele é o último profeta do Antigo Testamento e o primeiro do Novo. A Igreja o festeja duas vezes no ano litúrgico: no dia de sua morte (29 de agosto), e no dia em que nasceu (24 de junho), para assinalar os seis meses que antecedem o nascimento de Jesus, segundo as palavras do arcanjo Gabriel a Maria.
Deus o escolheu desde o ventre de Santa Isabel para ser o precursor o Senhor. No décimo quinto ano de Tibério (28-29 d.C.), iniciou sua missão no rio Jordão: pregar e batizar; daqui vem o nome “Batista”.
Quando batizou Jesus, João revela a identidade de Deus: “Eis o Cordeiro de Deus, eis aquele que tira o pecado do mundo!” (Jo 1,29).
A sua Paixão era Jesus. Naquele momento João confia: “Assim, pois, já este meu gozo está cumprido. É necessário que ele cresça e que eu diminua.” (Jo 3,29-30). Morre decapitado, sua cabeça foi pedida por capricho de Salomé, filha de Herodíades, mulher ilegítima do rei de Israel.
João é o “arauto do grande Rei”; “a trombeta do imperador”, como dizia São Francisco. Ele denuncia todo tipo de pecado porque veio para anunciar Aquele que tira o pecado do mundo. E derrama seu sangue para denunciar o pecado do rei.
Ele foi santificado ainda no ventre de sua mãe diante da Virgem Maria. O profeta Isaías já tinha profetizado que Deus o “preparou desde o nascimento para ser seu Servo – que eu recupere Jacó para ele e faça Israel unir-se a ele; aos olhos do Senhor esta é a minha glória”. (Is 49,4-6)
Sua Paixão era Jesus: “Eu não sou aquele que pensais que eu seja! Mas vede: depois de mim vem Aquele, do qual nem mereço desamarrar as sandálias” (cf. At 13,24-26). E o povo se curvava diante da pregação de João: “Ouvindo-o todo o povo, e mesmo os publicanos, deram razão a Deus, fazendo-se batizar com o batismo de João”. (Lc 7, 29)
Ele disse que era apenas “uma voz clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas” (Is 40,3). “Eu vos batizo com água, em sinal de penitência, mas aquele que virá depois de mim é mais poderoso do que eu e nem sou digno de carregar seus calçados. Ele vos batizará no Espírito Santo e em fogo. Tem na mão a pá, limpará sua eira e recolherá o trigo ao celeiro. As palhas, porém, queimá-las-á num fogo inextinguível”. (Mt 3,1-17)
Jesus fez elogios eloquentes a João: “Em verdade vos digo: entre os filhos das mulheres, não surgiu outro maior que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que ele. ( Mt 11, 11). “Desde a época de João Batista até o presente, o Reino dos céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam”. (Mt 11, 12)
“Vós enviastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade. João era uma lâmpada que arde e ilumina; vós, porém, só por uma hora quisestes alegrar-vos com a sua luz”. (Jo 5, 35)
Quando João Batista mandou seus discípulos perguntarem a Jesus: “És tu o que há de vir ou devemos esperar por outro?”, Jesus respondeu-lhes: “Ide anunciar a João o que tendes visto e ouvido: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, aos pobres é anunciado o Evangelho. Depois que se retiraram os mensageiros de João, ele começou a falar de João ao povo: Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Pois vos digo: entre os nascidos de mulher não há maior que João. Entretanto, o menor no Reino de Deus é maior do que ele”. (Lc 7, 22-28)
Jesus sempre se referia a João: “Pois veio João Batista, que nem comia pão nem bebia vinho, e dizeis: Ele está possuído do demônio”. (Lucas 7, 33)
Ao ver Jesus, João Batista o apresentou a seu discípulos de maneira certeira: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1,29). Assim, João dava a “identidade e a missão” de Jesus. Ele é aquele cordeiro que será imolado pela redenção da humanidade, cuja figura estava naqueles dois cordeirinhos que os judeus sacrificavam todos os dias no Templo, as seis horas da manhã e as seis horas da tarde (o holocausto perpétuo), para que Deus perdoasse os pecados do mundo. João mostrava assim a missão de Jesus, “arrancar com sua morte o pecado do mundo”, porque “o salário do pecado é a morte” (Rom 6,23). Mostrava-nos assim, que Jesus não veio para outra atividade, senão tirar o pecado dos homens e instaurar o reino de Deus, da Graça.
Quando Jesus se apresentou para ser batizado por ele, João rejeitou: “Eu devo ser batizado por ti e tu vens a mim! Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por agora, pois convém cumpramos a justiça completa. Então João cedeu. Depois que Jesus foi batizado, saiu logo da água. Eis que os céus se abriram e viu descer sobre ele, em forma de pomba, o Espírito de Deus. E do céu baixou uma voz: Eis meu Filho muito amado em quem ponho minha afeição. (Mt 3,1ss)
Como todo profeta, João pagou com sangue sua pregação. Conhecemos bem essa história. A grande lição que João nos deixa é que “Ele cresça e eu desapareça!”
Prof. Felipe Aquino
Assembleia na carpintaria
“É fácil encontrar defeitos. Qualquer um pode fazê-lo. Mas encontrar qualidades e enxergar atributos, isto é para os sábios”.
CONTAM QUE na carpintaria houve uma vez uma estranha assembleia.
Foi uma reunião das ferramentas para acertar suas diferenças.
O martelo exerceu a presidência, mas os participantes lhe notificaram que teria que renunciar. A causa? Fazia demasiado barulho e, além do mais, passava todo o tempo golpeando. O martelo aceitou sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso, dizendo que ele dava muitas voltas para conseguir algo. Diante do ataque, o parafuso concordou, mas por sua vez, pediu a expulsão da lixa. Dizia que ela era muito áspera no tratamento com os demais. A lixa acatou, com a condição de que se expulsasse a trena, que sempre media os outros segundo a sua medida, como se fora a única perfeita.
Nesse momento entrou o carpinteiro, juntou o material e iniciou o seu trabalho. Utilizou o martelo, a lixa, a trena e o parafuso. Finalmente, a rústica madeira se converteu num fino móvel. Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembleia reativou a discussão. Foi então que o serrote tomou a palavra e disse:
— Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha com nossas qualidades, com nossos pontos valiosos. Assim, não pensemos em nossos pontos fracos, e concentremo-nos em nossos pontos fortes.
A assembleia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limar e afinar asperezas e a trena era precisa e exata. Sentiram-se então como uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade. Sentiram alegria pela oportunidade de trabalhar juntos.
Ocorre o mesmo com os seres humanos. Quando uma pessoa busca defeitos em outra, a situação torna-se tensa e negativa. Ao contrário, quando se busca com sinceridade os pontos fortes dos outros, florescem as melhores conquistas humanas.
É fácil encontrar defeitos. Qualquer um pode fazê-lo. Mas encontrar qualidades e enxergar atributos, isto é para os sábios.
(Autor desconhecido)
Retirado do livro “Histórias para Meditar”
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
Santo do dia Martírio de São João Batista
A
celebração de hoje, que na Igreja latina tem origens antigas (na França
no século V, e em Roma no século VI), está vinculada à dedicação da
igreja construída em Sebaste na Samaria, no suposto túmulo do Precursor
de Cristo. Com o nome da paixão ou degolação a festa aparece já na data
de 29 de agosto nos Sacramentários romanos, e conforme o Maritológio
Romano essa data corresponderia à segunda vez que encontraram a cabeça
de são João Batista, transportada para Roma. Deixando de lado estas
referências históricas, temos sobre João Batista as narrações dos
evangelhos, em particular de são Lucas, que nos fala do seu nascimento,
da sua vida no deserto, da sua pregação, e de são Marcos que nos refere a
sua morte. Pelo evangelho e pela tradição podemos reconstruir a vida do
Precursor, cuja palavra de fogo parece na verdade com o espírito de
Elias. No ano décimo quinto do imperador Tibério (27-28 a.C.), o
Batista, que tinha vida austera, segundo as regras dos nazireus, iniciou
sua missão, convidando o povo para preparar os caminhos do Senhor, pois
era necessária uma sincera conversão para acolhê-lo, isto é, uma
mudança radical das disposições do espírito. Dirigindo-se a todas as
classes sociais, despertou o entusiasmo entre o povo e o mau humor entre
os fariseus, a assim chamada aristocracia do espírito, cuja hipocrisia
ele reprovava. A estas alturas, figura popular, negou categoricamente
ser o Messias esperado, afirmando a superioridade de Jesus, que apontou
aos seus seguidores por ocasião do batismo junto às margens do Jordão.
Sua figura parece ir se desfazendo, à medida que vai surgindo “o mais
forte,” Jesus Cristo. Todavia, “o maior dentre os profetas” não cessou
de fazer ouvir a sua voz onde fosse necessária para endireitar os
sinuosos caminhos do mal. Reprovou publicamente o comportamento
pecaminoso de Herodes Antipas e da cunhada Horodíades, mas a previsível
suscetibilidade deles custou-lhe a dura prisão em Maqueronte, na margem
oriental do Mar Morto. Sabemos que fim teve: por ocasião de uma festa
celebrada em Maqueronte, a filha de Herodíades, Salomé, tendo dado um
verdadeiro show de agilidade na dança, entusiasmou a Herodes. Como
prêmio pediu, por instigação da mãe, a cabeça de João Batista, fazendo
assim calar o “batedor” de Jesus, a voz mais robusta dos arautos da
iminente mensagem evangélica. Último profeta e primeiro apóstolo, ele
deu a vida pela sua missão, e por isso é venerado na Igreja mártir.
Outros Santos do mesmo dia: Santa Marta, Lázaro e Maria, Santos Simplicio, Faustino e Beatriz, Santo Felix “II” e Santo Lopo de Troyes.
Reflexão do Evangelho de hoje Só gostamos de escutar o que nos agrada
Quando estamos no pecado os homens santos,
tornam-se, para nós, empecilho aos nossos planos e projetos. Não gostamos de
ouvir deles as palavras que apontam as nossas transgressões, embora que lá no
íntimo, reconheçamos que não estamos andando pelo caminho certo. A voz da nossa
carne, do orgulho, da vaidade e da soberba é poderosa quando nos afastamos dos
caminhos de Deus. Foi isto que aconteceu com Herodes: apesar de ser censurado
por João Batista pelo seu pecado de adultério, ele gostava de escutá-lo falar e
o admirava. Porém na sua fraqueza e miséria ele deixou-se levar pela inclinação
do mal. Para satisfazer os apetites de Herodíades, sua amante ele foi até as
últimas consequências mandando degolar João Batista, homem justo, que dizia
apenas a verdade. Nós também só gostamos de escutar o que nos agrada. A Palavra
de Deus que alguém nos ensina preenche o nosso coração até o momento em que ela
coincide com os nossos interesses. Quando a Palavra vem de encontro à nossa
mentalidade, nós a matamos e a deixamos de lado ou simplesmente a ignoramos.
Vale tudo também quando queremos ganhar um jogo de conquista de poder e de
prazer, até entregar a cabeça de gente inocente que procura cumprir com a
vontade de Deus. Por essa razão sofremos, na carne, as consequências e, assim,
não temos paz. - João Batista foi fiel até a morte: o que terá feito com que
ele assim permanecesse? – Do que você precisa para ser fiel a Lei de Deus? – O
que você teria feito no lugar de Herodes, que queria agradar à filha da sua
amante? - Qual é a sua reação quando alguém lhe adverte e mostra o seu pecado?
- Você acolhe de coração toda a mensagem da Palavra de Deus, mesmo quando vem
de encontro ao seu modo de enxergar as coisas? O que não lhe agrada?
Helena Serpa
Helena Serpa
Evangelho de hoje - Mc 6,17-29
Evangelho - Mc 6,17-29
Quero que me dês agora, num prato,
a cabeça de João Batista.
a cabeça de João Batista.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 6,17-29
Naquele tempo, 17Herodes tinha mandado prender João, e colocá-lo acorrentado na prisão. Fez isso por causa de Herodíades, mulher do seu irmão Filipe, com quem se tinha casado. 18João dizia a Herodes: "Não te é permitido ficar com a mulher do teu irmão". 19Por isso Herodíades o odiava e queria matá-lo, mas não podia. 20Com efeito, Herodes tinha medo de João, pois sabia que ele era justo e santo, e por isso o protegia. Gostava de ouvi-lo, embora ficasse embaraçado quando o escutava. 21Finalmente, chegou o dia oportuno. Era o aniversário de Herodes, e ele fez um grande banquete para os grandes da corte, os oficiais e os cidadãos importantes da Galiléia. 22A filha de Herodíades entrou e dançou, agradando a Herodes e seus convidados. Então o rei disse à moça: "Pede-me o que quiseres e eu to darei". 23E lhe jurou dizendo: "Eu te darei qualquer coisa que me pedires, ainda que seja a metade do meu reino". 24Ela saiu e perguntou à mãe: "O que vou pedir?" A mãe respondeu: "A cabeça de João Batista". 25E, voltando depressa para junto do rei, pediu: "Quero que me dês agora, num prato, a cabeça de João Batista". 26O rei ficou muito triste, mas não pôde recusar. Ele tinha feito o juramento diante dos convidados. 27Imediatamente, o rei mandou que um soldado fosse buscar a cabeça de João. O soldado saiu, degolou-o na prisão, 28trouxe a cabeça num prato e a deu à moça. Ela a entregou à sua mãe. 29Ao saberem disso, os discípulos de João foram lá, levaram o cadáver e o sepultaram. Palavra da Salvação.
Os Anjos guardam o mundo?
As
passagens bíblicas sobre os anjos, relacionadas com anjos que tem
encargos diversos, nos permitem entender a ideia quase unânime dos
Padres da Igreja de que são os anjos que realizam a obra e a lei de Deus
com respeito ao mundo. A crença semítica nos espíritos que causam o bem
e o mal é bastante conhecida, e mostras disto são encontradas na
Bíblia. A peste que devastou Israel por culpa do pecado de Davi, por ter
realizado o senso de Israel contra a vontade de Deus, é atribuída a um
anjo:
“Mandou, pois, o Senhor a peste a Israel, desde a manhã daquele dia
até o prazo marcado. Ora, foi nos dias da colheita do trigo que o
flagelo começou no povo, e morreram setenta mil homens da população,
desde Dã até Bersabéia. E o Senhor enviou um anjo sobre Jerusalém para
destruí-la. Vendo Davi o anjo que feria o povo, disse ao Senhor: Vede,
Senhor: fui eu que pequei; eu é que sou o culpado! Esse pequeno rebanho,
porém, que fez ele? Que a tua mão se abata sobre mim e sobre a minha
família! O Senhor arrependeu-se então de ter mandado aquele flagelo e
disse ao anjo que exterminava o povo: Basta! Retira agora a tua mão. O
anjo do Senhor se encontrava junto à eira de Ornã, o jebuseu.” (2 Sam
24, 15-17; 1 Cr 21,14-18).Na passagem da piscina Probática, ainda que existam algumas dúvidas sobre este texto; se diz que o movimento das águas era realizado pela visita periódica de um anjo. “Nestes pórticos, jazia um grande número de enfermos, de cegos, de coxos e de paralíticos, que esperavam o movimento da água. Pois de tempos em tempos um anjo do Senhor descia ao tanque e a água se punha em movimento. E o primeiro que entrasse no tanque, depois da agitação da água, ficava curado de qualquer doença que tivesse.” (Jo 5, 1-4)
Os semitas estavam convencidos de que
toda a harmonia do universo, assim como as interrupções desta harmonia,
era devido a Deus como Criador; mas levada a cabo por seus ministros.
Esta ideia está fortemente marcada no Livro dos Jubileus; nele as hordas
celestiais de anjos bons e maus estão sempre atuando no universo
material. A Bíblia frequentemente mostra os poderes dos anjos na
natureza, e S. Jerônimo afirma que eles manifestam a onipotência de Deus
(cf. São Jerônimo, En Mich., VI, 1, 2; P. L., IV, col. 1206).
Prof. Felipe Aquino
10 Sábias lições de Santo Agostinho
1 – Procura que tua infância seja inocente, tua meninice respeitosa,
tua adolescência paciente, tua juventude virtuosa, tua maturidade
carregada de méritos e tua velhice sábia.
2 – Se és ouro, a tribulação te purifica de tua escória. Se és palha, a tribulação te reduz a cinzas.
3 – Não há lugar nesta mesa para quem gosta de criticar os outros. (Inscrição no refeitório de Santo Agostinho).
4 – A perversidade dos homens é tal que às vezes o mal se converte em norma de moralidade pública. Com isso, os mais fracos sentem vergonha de ser bons.
5 – Deus precisou de apenas uma palavra para criar-nos, mas de seu sangue para redimir-nos. Se às vezes te sentes frustrado por tuas misérias, recorda quanto custaste.
6 – É melhor andar mancando pelo caminho que correr fora dele.
7 – Quando um marido presenteia a esposa com um anel, deseja que ela o ame no anel. Se a esposa ama o anel sem referência ao marido, seu amor torna-se adúltero. Assim também, quando Deus nos dá as coisas deste mundo quer que o amemos nelas. Mas se as amamos, se amamos o mundo sem referência a Deus, nosso amor se torna um amor adúltero.
8 – As boas obras não se definem pela quantidade, mas pela qualidade. Não por seu peso, mas por sua delicadeza. Não por si mesmas, mas por suas motivações.
9 – Ser cristão não é conquistar Cristo, mas deixar-se conquistar por Ele. Deixa que Ele conquiste em ti, que Ele conquiste para ti, que Ele te conquiste.
10 – Quem são os verdadeiros pobres de espíritos? Os que, quando fazem alguma boa obra, dão graças a Deus e, quando agem mal, assumem a responsabilidade.
2 – Se és ouro, a tribulação te purifica de tua escória. Se és palha, a tribulação te reduz a cinzas.
3 – Não há lugar nesta mesa para quem gosta de criticar os outros. (Inscrição no refeitório de Santo Agostinho).
4 – A perversidade dos homens é tal que às vezes o mal se converte em norma de moralidade pública. Com isso, os mais fracos sentem vergonha de ser bons.
5 – Deus precisou de apenas uma palavra para criar-nos, mas de seu sangue para redimir-nos. Se às vezes te sentes frustrado por tuas misérias, recorda quanto custaste.
6 – É melhor andar mancando pelo caminho que correr fora dele.
7 – Quando um marido presenteia a esposa com um anel, deseja que ela o ame no anel. Se a esposa ama o anel sem referência ao marido, seu amor torna-se adúltero. Assim também, quando Deus nos dá as coisas deste mundo quer que o amemos nelas. Mas se as amamos, se amamos o mundo sem referência a Deus, nosso amor se torna um amor adúltero.
8 – As boas obras não se definem pela quantidade, mas pela qualidade. Não por seu peso, mas por sua delicadeza. Não por si mesmas, mas por suas motivações.
9 – Ser cristão não é conquistar Cristo, mas deixar-se conquistar por Ele. Deixa que Ele conquiste em ti, que Ele conquiste para ti, que Ele te conquiste.
10 – Quem são os verdadeiros pobres de espíritos? Os que, quando fazem alguma boa obra, dão graças a Deus e, quando agem mal, assumem a responsabilidade.
Servir a Deus com reta intenção
Para
fazer a santa vontade de Deus, não é preciso fazer “grandes” obras, mas
viver na simplicidade o amor a Deus e ao próximo. Muitos santos viveram
com profundo amor cada dia. Um exemplo foi Santa Paulina de Jesus,
canonizada em 2002, pelo Papa João Paulo II. Na Oração da Coleta, de sua
missa (9 de julho) a Igreja reza assim:
“Ó Deus, onipotente e eterno, que exaltais os humildes e simples e
conduzistes a Santa Paulina pelo caminho da santidade através da
provação, do trabalho humilde e da oração constante, concedei-nos por
seu auxílio e a seu exemplo, suportar com fortaleza os sofrimentos de
cada dia e encontrar a plenitude de vossa graça no serviço às pessoas,
especialmente as mais necessitadas. Por NSJC (…).”Aí temos um grande programa de santidade, e de como fazer a vontade de Deus: viver na humildade e simplicidade, suportando as provações diárias com fortaleza e fazer o bem a todos.
Quem ama a Deus deve fazer tudo por Ele, por amor a Ele e para a Sua glória. Disse Santo Afonso de Ligório, doutor da Igreja, no livro “A prática do amor a Jesus Cristo”, que:
“Muitas de nossas ações, boas em si mesmas, pouco ou nada valerão junto de Deus, porque são feitas para outro fim e não para a glória divina.”
O amor próprio faz perder todo ou em grande parte o fruto das nossas boas obras. Afirmou ele que até mesmo nos trabalhos mais santos de pregador, confessor, missionário, alguns, pouco lucram porque não têm em vista unicamente a Deus, mas a glória do mundo ou a vaidade de aparecer.
Jesus já havia advertido sobre isto no sermão da Montanha:
“Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu.” (Mt 6,1)
Essa é a razão pela qual muitos ficam inquietos ao verificar que, após grandes fadigas, fracassaram em seus trabalhos. É sinal de que não tiveram em vista apenas fazer a vontade de Deus.
Quando desempenhamos alguma atividade movidos só pelo amor a Deus, não devemos nos perturbar, mesmo que não sejamos bem sucedidos, ainda que as pessoas não reconheçam o nosso trabalho, etc. Se nossa reta intenção for a de agradar a Deus, podemos dizer que alcançamos o fim desejado.
Santo Afonso dá os sinais que nos indicam quando estamos fazendo algo só por amor a Deus:
1. Não nos perturbamos em caso de fracasso, porque sabemos que tudo depende de Deus;
2. Alegramo-nos com o bem que os outros fazem, como se nós mesmos o tivéssemos realizado;
3. Aceitamos de boa vontade o que a obediência nos pede, sem preferência para algum trabalho especial;
4. Não ficamos à espera de louvores nem de aprovações dos outros após cumprir o próprio dever; não ficamos tristes se formos criticados ou desaprovados pelos outros e se, por acaso, recebemos qualquer elogio, não nos envaidecemos, mas afastamos o sentimento de vanglória.
Santo Afonso ensinava: “Coloque as menores obrigações de seu estado antes das ações mais grandiosas e gloriosas, porque nessas pode haver lugar para o amor próprio, enquanto que naquelas se encontra certamente a vontade de Deus. Tudo o que fazemos por Deus é nada, pois apenas cumprimos um dever. Quem ama a Jesus Cristo só a Ele ambiciona”.
Um ensinamento antigo na Igreja dizia: “Primeiro a obrigação, depois a devoção, depois a diversão.
Os atos feitos por livre vontade têm mais mérito diante de Deus que os exigidos pela necessidade ou pela obrigação. Por não serem exigidos, fazemo-los unicamente por amor.
Nesse sentido, é importante aceitar de bom grado a atividade que nos cabe realizar, o trabalho que Deus nos dá para executar. Precisamos fazê-lo da melhor maneira possível, de coração, com todo o amor, fazendo-o para Deus e não apenas porque o patrão fiscaliza ou porque ganharemos algum dinheiro.
Pouco importa se o Senhor nos coloca em funções honrosas aos olhos dos homens ou em uma atividade anônima e humilde. O que importa é amar a Jesus com puro amor, combatendo os desejos do nosso amor próprio que sempre nos quer ver ocupados em “obras honrosas”.
Em resumo, precisamos com a mesma paz procurar fazer tudo, coisas grandes ou pequenas, agradáveis ou desagradáveis, bastando que agradem a Deus.
“Portanto, quer comais quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1Cor 10,31).
Nossa recompensa será a verdadeira felicidade neste mundo e a vida eterna junto de Deus.
Prof. Felipe Aquino
Leia mais no livro: “ Como fazer a vontade de Deus?”
Qual é a vocação da Igreja?
A missão da Igreja é evangelizar; a sua vocação é a santidade. Sem a santidade a Igreja não cumpre a missão missionária. Quem foram os maiores evangelizadores em todos os tempos? Os santos. Santa Teresa, Santa Terezinha, São João Maria Vianney, São Francisco, São João Bosco, Santo Inácio de Loyola, São Luiz de Montfort… Nada supre a santidade, nem o microfone, nem a internet, nem a rádio e nem a TV. Os meios de comunicação não bastam; atrás é preciso da santidade.
Certa vez o Papa João Paulo II disse que: “A santidade é a força mais poderosa para levar o Cristo, aos corações dos homens” (L´Osservatore Romano Nº 24, 14/06/92, pg 22 [ 338]).
Os santos arrastaram multidões para Deus pela força imensa da sua santidade. Em outra ocasião o Papa disse:
“Ser santo, ser apóstolo, ser evangelizador: eis, caros fiéis, seja este também o vosso constante desejo e a vossa aspiração… Desde as suas origens apostólicas a Igreja escreveu e continua a escrever uma história de santidade… Aqueles que seguem fielmente a chamada à santidade, escrevem a história da Igreja na sua dimensão mais essencial, isto é, aquela da intimidade com Deus” (LR Nº 8, 24/2/96, pg 10 [903]).
Porque a Igreja é santa, na sua própria natureza, a santidade é, então, a vocação de todos os seus membros.
A “Lumen Gentium” afirma que: “Todos os fiéis cristãos são, pois, convidados e obrigados a procurar a santidade e a perfeição do próprio estado” (LG, 41). É a vocação universal da Igreja, como disse o Concílio:
“O Senhor Jesus, Mestre e Modelo divino de toda perfeição, a todos e a cada um dos discípulos de qualquer condição prega a santidade de vida da qual ele mesmo é o autor e o consumador, dizendo: “Sede, portanto, perfeitos, assim como também vosso Pai celeste é perfeito (Mt 5,48)” (LG,40) “.
Todos os batizados, sem exceção, são chamados portanto, à santidade. “Eles são justificados – disse o Concílio – porquanto pelo batismo da fé se tornam verdadeiramente filhos de Deus e participantes da natureza divina, e portanto realmente santos. É pois, necessário que eles, pela graça de Deus, guardem e aperfeiçoem em sua vida a santidade que receberam” (LG,40).
São Paulo exortava os fiéis de Éfeso a viver “como convém a santos” (Ef 5,3); aos de Colossos, que vivessem ”como escolhidos de Deus, santos e amados” (Col 3,12), de modo a que “leveis uma vida digna da vocação a qual fostes chamados” (Ef 4,1).
O Apóstolo afirma aos cristãos de Tessalônica, com toda a convicção que:
“Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1Tess 4,3).
São Paulo começa quase sempre as suas cartas, relembrando aos cristãos o chamado à santidade: “A todos os que estão em Roma, queridos de Deus, chamados a serem santos…” (Rom 1,7).
“À Igreja de Deus que está em Corinto, aos fiéis santificados em Cristo Jesus, chamados à santidade com todos…”(1 Cor 1,2).
“Bendito seja Deus… que nos escolheu n’Ele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, diante de seus olhos”(Ef 1,3-4).
“Deus nos salvou e chamou para a santidade…” (2Tm 1,9).
Desde o Antigo Testamento Deus já tinha chamado Israel, que prefigurava a Igreja, para a santidade Dele mesmo. Ele disse a Moisés:
“Eu sou o Senhor que vos tirou do Egito para ser o vosso Deus. Sereis santo porque Eu Sou Santo” (Lv 11,44-45).
São Pedro relembra isso aos fiéis em sua primeira Carta;
“A exemplo da santidade d’Aquele que vos chamou, sede também vós santos, em todas as vossas ações, pois está escrito: “Sede santos, porque Eu sou Santo” (1Pe 1,15-16)”.
Na verdade, o chamado de Israel à santidade se confunde com a Aliança que Deus quis fazer com o povo escolhido. Pela boca do profeta Oséias, Ele diz: “Sou Deus e não um homem, sou Santo no meio de ti” (Os 11,9). A Moisés Ele diz: “Vós sereis para Mim um reino de sacerdotes e uma nação santa” (Ex. 19,6).
Podemos dizer, portanto, que a Igreja é uma “Comunhão na santidade” de Deus e, por isso, é uma “comunhão de santos”.
Certa vez o Papa João Paulo II disse em Roma, citando Bernanos:
“A Igreja não precisa de reformadores, mas de santos”.
Os reformadores tantas vezes agitaram e dividiram o rebanho de Cristo; os santos, ao contrário, trataram as feridas das ovelhas e as reuniram no aprisco do Senhor.
Quando o Papa esteve no Brasil, ao beatificar Madre Paulina, em Florianópolis, no dia 18/10/91, ele disse: “A Igreja existe para a santificação dos homens em Cristo”. E deu um grito, que atravessou todo o nosso país, e ainda está a ecoar em nossos ouvidos: “O Brasil precisa de santos, de muitos santos !”
E completou: “A santidade é a prova mais clara, mais convincente da vitalidade da Igreja, em todos os tempos e em todos os lugares” (LR, nº 44, 3/11/91).
Prof. Felipe Aquino
O Martírio de São João Batista
São
João Batista, chamado o batizador, filho de Zacarias e de Santa Isabel,
ambos de família sacerdotal, é um dos poucos santos que tem duas festas
no Calendário Litúrgico da Igreja: 24 de julho – Natividade, e 29 de
agosto – martírio. João significa “Deus é propício”; foi um milagre de
Deus, pois sua mãe era estéril e engravidou já velha.
João foi o precursor do Messias, encarnou o caráter forte de Elias, o
maior dos profetas do AT. Ambos aparecem a Jesus em sua transfiguração
no Tabor. A sua missão é semelhante “no espírito e no poder” à do
profeta Elias, que enfrenta as centenas de falsos profetas de Baal, sem
medo, na fé.Já no ventre de sua mãe, João tem o primeiro encontro com Jesus (também no ventre de Maria), “estremecendo de alegria” no ventre de Isabel. Veio para “endireitar os caminhos do Senhor,” e foi santificado pela graça divina antes de nascer. “Eis, disse Isabel, repleta do Espírito Santo, a Maria – quando tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre.”
Santo Agostinho nos diz que São João Batista já era comemorado a 24 de junho na Igreja africana (século IV). Jesus disse que ele foi “o maior entre os nascidos de mulher”: é o último profeta e o primeiro apóstolo, enquanto precede o Messias e lhe dá testemunho. “É mais que um profeta, disse Jesus. É dele que está escrito: eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele preparará o teu caminho diante de ti.”
João foi como Jesus “sinal de contradição”, pregava contra a hipocrisia e a imoralidade, por isso pagou com o martírio o rigor moral que ele não só pregava, sem ceder, também diante da ameaça de morte de Herodes Antipas, no ano décimo quinto do imperador Tibério (27-28 a.C.). A sua palavra de fogo parece na verdade com o “espírito de Elias”. Sua figura vai desaparecendo à medida que vai surgindo “o mais forte,” Jesus. “É preciso que ele cresça e eu desapareça” (Jo 3,30). Um verdadeiro discípulo de Jesus.
João não teve medo – como muitos de nós hoje – de reprovar publicamente o comportamento pecaminoso de Herodes Antipas e da cunhada Horodíades, o que custou-lhe a dura prisão em Maqueronte, na margem oriental do Mar Morto e depois a morte por decapitação.
A lição de João Batista, mártir da fé e da moral, não pode ser esquecida e nem escondida; muitos na Igreja foram mártires em situações semelhantes por denunciarem a imoralidade de sua época. Hoje, esta imoralidade é maior ainda, ferindo o coração de Deus, calcando aos pés o Evangelho, profanando a vida das mulheres, das crianças não nascidas, da família, da dignidade humana. Quem será o João Batista de hoje a pregar contra o sexo fora do casamento, a prática homossexual, o aborto, a eutanásia, a inseminação artificial, a pornografia deslavada, os inúmeros adultérios, da corrupção endêmica, da malversação do dinheiro público?… Certamente João não se calaria diante de tudo isso. E sofreria de novo a morte.
Será que teremos hoje a coragem de João, de enfrentar quem sabe os processos, a perseguição, o “martírio da ridicularização” de que falava Bento XVI? Ou será que seremos uma Igreja omissa, calada, amedrontada diante dos Herodes Antipas de hoje? Será que lâmpada será colocada sob a mesa, deixando o mundo nas trevas do pecado e da morte? Será que nos acostumaremos com o mal negando dois mil anos de ensinamentos da Igreja?
Que a intercessão de São João Batista nos dê força, coragem e sabedoria para enfrentar o mal em nossos dias.
Prof. Felipe Aquino
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Reflexão do Evangelho de hoje A brevidade da nossa vida
Trazemos dentro de nós um desejo e um anseio de
eternidade que se confunde com a mentalidade que o mundo nos impõe de que temos
de permanecer para sempre instalados aqui na terra. Hoje, Jesus nos alerta para
que fiquemos vigilantes quanto à brevidade da nossa vida. Na verdade, se
pensarmos bem, chegaremos à conclusão de que aqui estamos apenas, de passagem,
que a nossa vida é um estágio e dura muito pouco. Não obstante, todos nós
necessitamos tomar consciência do valor do tempo que temos e das descobertas
que, a todo o momento, nós fazemos em relação ao projeto de Deus, para bem
vivermos a nossa existência terrena. Por isso, em todos os dias, precisamos
pesar, medir e contar os nossos atos, as nossas intenções, e pedir ao Senhor
graças para que sejamos encontrados no nosso posto quando Jesus voltar. A nossa
vida deve ser um eterno caminhar em busca da terra prometida por Deus. É uma
luta constante, por isso, nunca chegará o dia em que poderemos descansar e nos
refestelar crendo que já cumprimos toda a nossa missão. A cada dia o Senhor nos
mostra algo novo para ser vivenciado e nos renova a fim de que possamos assumir
a obra que Ele nos designou. O compromisso que assumimos com Jesus, no Batismo,
vai sendo cumprido na medida em que nos relacionamos com o nosso próximo e o
amor que vivenciarmos será o parâmetro da fidelidade da nossa vida. “Por isso,
também, fiquemos preparados,” porque é esta a mensagem do Senhor hoje para nós!
- Você costuma se perturbar quando lhe falam da morte? – Você tem desejo de
eternidade? – Será que seria bom viver somente aqui para esta vida: o que você
acha disso? – Você é vigilante? – O que você espera do seu futuro? - O que você
acha que Deus ainda vai entregar a você, como compromisso.
Helena Serpa
Helena Serpa
Evangelho de hoje - Mt 24,42-51
Evangelho - Mt 24,42-51
Ficai preparados!
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 24,42-51
Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos: 42Ficai atentos!
porque não sabeis em que dia virá o Senhor.
43Compreendei bem isso:
se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão,
certamente vigiaria e não deixaria
que a sua casa fosse arrombada.
44Por isso, também vós ficai preparados!
Porque na hora em que menos pensais,
o Filho do Homem virá.
45Qual é o empregado fiel e prudente,
que o senhor colocou como responsável pelos demais empregados,
para lhes dar alimento na hora certa?
46Feliz o empregado,
cujo senhor o encontrar agindo assim, quando voltar.
47Em verdade vos digo,
ele lhe confiará a administração de todos os seus bens.
48Mas, se o empregado mau pensar:
'Meu senhor está demorando',
49e começar a bater nos companheiros,
a comer e a beber com os bêbados;
50então o senhor desse empregado
virá no dia em que ele não espera,
e na hora que ele não sabe.
51Ele o partirá ao meio e lhe imporá a sorte dos hipócritas.
Ali haverá choro e ranger de dentes.
Palavra da Salvação.
Sano do dia Santo Agostinho
Do
santo que mais que qualquer outro falou de si mesmo – mas o fez com
sinceridade e simplicidade, transformando em confissão, isto é em louvor
a Deus, tudo o que lhe pertence – não é fácil falar. Homem e mestre,
teólogo e filósofo, moralista e apologista: todas imagens que
transparecem como que em filigrama, e todas válidas, a quem observe de
perto Agostinho de Hipona, bispo e doutor da Igreja. Homem, antes de
tudo, com as inquietações, os anseios, as fraquezas, como nos apresenta a
leitura de suas confissões, nas quais mostra a realidade nua e crua de
sua alma com sinceridade e candura. No limiar de sua juventude (nasceu
em Tagaste, Tunísia, em 354 do pagão Patrício e da cristã Mônica),
Agostinho experimenta as contradições do seu espírito, que tem sede da
verdade e se deixa seduzir pelo erro. O estudo de certa filosofia o leva
à heresia maniquéia. Percebe o chamado moral, mas se vê envolvido na
escuridão da carne. Aprende retórica em Cartago, depois ensina gramática
em Tagaste até que aos vinte e nove anos toma o caminho do mar e após
uma breve parada em Roma, chega a Milão, onde é bispo o grande santo
Ambrósio. A conversão ao cristianismo, propiciada pelas amorosas
solicitudes e pelas lágrimas da mãe, chegou à maturidade num episódio
singular e misterioso para o próprio Santo Agostinho que, acolhendo o
convite: “Toma e lê”, encontra nas palavras do Apóstolo o empurrão
decisivo: “Não vos deixeis dominar pela carne e pelas suas
concupiscências.” Agostinho pede o batismo ao bispo Ambrósio e depois
volta à África em veste de penitência; aí é consagrado sacerdote e
depois bispo de Hipona, achando na sincera adesão à verdade cristã e na
multiforme atividade pastoral a paz do coração à qual almeja seu coração
atormentado pelos afetos terrenos e pela sede de verdade: “Senhor,
criaste-nos para ti, e nosso coração não tem paz enquanto não repousar
em ti.” Amado e venerado pelos humaníssimos dons de coração e de
inteligência, morre a 28 de agosto de 430 em Hippo Regius, antiga cidade
próxima à moderna Bona, na Argélia, enquanto os vândalos apertam o
cerco. Vinte anos antes, Roma imperial tinha conhecido a humilhação
infligida pelo bárbaro rei Alarico e este evento, para todos os que
estavam convictos da perenidade da cidade eterna, moveu o bispo de
Hipona a escrever outra obra-prima, a “Cidade de Deus.”
Outros Santos do mesmo dia:
Santo Hermes, Santo Julião de Brioude, Santos Alexandre, João III e
Paulo IV, Santo Moisés o Etíope, Santa Adelina, Santo Edmundo
Arrowsmith, Santa Joaquina de Màs e Vedruna, Beato Miguel Ghebre, Beato
Afonso Maria do Espírito Santo, Beato Ângelo de Pesche, Beato Aurélio de
Vilanesa, e Beato Junípero Serra.
Aparição de São Miguel Arcanjo no Monte Gargano
Comemora-se
no dia 8 de maio a aparição de São Miguel Arcanjo sobre o Monte Gargano
(em Apúlia, Itália), e no dia 29 de setembro a consagração da Igreja no
mesmo local. Vejamos a origem dessa bela festividade, contado por
alguém da época:
Vivia no século V na cidade de Siponto, ao pé do monte Gargano um
pastor, que tinha coincidentemente o nome de Gargano. Era rico em
rebanhos e pastagens. Um dia fugiu-lhe uma de suas reses, e indo o
pastor a procurá-la, encontrou-a no alto do dito monte, à entrada de uma
gruta. Sendo difícil prendê-la, por ser arisca, Gargano resolveu
matá-la, para levar sua carne com o auxílio dos que o acompanhavam.
Tomou do arco, fez pontaria e deferiu-lhes uma flecha.Esta, como se fosse agarrada no ar por uma mão invisível, voltou-se no espaço e veio ferir o próprio Gargano.
Grande foi o espanto dos que o acompanhavam e presenciaram o ocorrido. Não sabendo explicar o acontecido e não ousando aproximar-se da gruta, correram à cidade a informar ao bispo do extraordinário evento.
Ouviu-os o santo prelado, e não sabendo também ele a que atribuir tal fenômeno, ordenou aos seus diocesanos três dias de jejum com o fim de pedir a Deus discernimento para interpretar o ocorrido.
No fim dos três dias, revelou-se o segredo de modo maravilhoso.
Apareceu ao santo bispo o próprio São Miguel Arcanjo e fê-lo saber que o prodígio da montanha havia sido operado por ele próprio, para indicar que aquele lugar estava debaixo da sua especial proteção e que ali queria lhe fosse prestado culto especial, assim como a todas as hierarquias angélicas do céu. Depressa, por sua vez o bispo fez saber a seu povo da aparição que tivera e todos, bispo e povo, partiram para a montanha em demanda da já famosa gruta.
Lá chegados, logo começaram a celebrar os ofícios divinos, pois a gruta, cavada na rocha, era espaçosa e prestava-se a acolher considerável número de pessoas. Com o tempo transformou-se aquela simples caverna em um celebérrimo santuário, local de frequentes e grandes milagres.
Muitos Papas e Santos visitaram este santuário de São Miguel, que é o mais famoso em todo o mundo. No dia 24 de maio de 1987 o Papa João Paulo II lá esteve, e ali fez um importante pronunciamento, reafirmando a existência e a ação do Demônio, e também da importância da proteção de São Miguel contra as suas maldades. Esta alocução do Papa está transcrita mais a frente neste livro, no capítulo 9, onde estão as Catequeses do Papa sobre os anjos.
Porque teria Deus escolhido este local para a devoção a São Miguel Arcanjo e aos Espíritos Celestes? Não sabemos. Mas sabemos que certamente Ele quis nos mostrar a importância da devoção ao grande Arcanjo São Miguel, para proteger a cada um de nós e a Igreja dos ataques do demônio.
A força da oração de uma mãe pelo filho
Santa
Mônica é o exemplo claro do poder da oração das mães pelos filhos. Ela
nasceu em Tagaste (África), em 331, de família cristã. Muito jovem, foi
dada em casamento a um homem pagão chamado Patrício, de quem teve vários
filhos, entre eles Agostinho, cuja conversão alcançou da misericórdia
divina com muitas lágrimas e orações. É um modelo perfeito de mãe
cristã. Morreu em Óstia (Itália) no ano 387.
Deus estabeleceu uma lei: precisamos pedir a Ele as graças
necessárias em nossa vida, para sermos atendidos. Jesus foi enfático: “E
eu vos digo: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e
abrir-se-vos-á. Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura,
acha; e ao que bater, se lhe abrirá” (Lc 11,8-10). Quem não pede não
recebe.Jesus disse isso depois de contar aquele caso do vizinho que bateu na porta da casa do outro para pedir um pouco de pão à meia noite, porque tinha recebido uma visita e estava sem pão. Como o outro não quis atendê-lo, Jesus disse: “Eu vos digo: no caso de não se levantar para lhe dar os pães por ser seu amigo, certamente por causa da sua importunação se levantará e lhe dará quantos pães necessitar”.
Ora, o que Jesus está querendo nos ensinar com isso?
Que devemos fazer o mesmo com Deus. Importuná-lo! Mas, por que Deus faz assim? É para saber se de fato confiamos Nele; se temos fé de verdade, como aquela mulher cananeia, que não era judia, mas que pediu com insistência que curasse o seu filho endemoniado (Mt 15, 22). Se a gente pede uma vez ou duas, e não recebe, e não pede mais, é porque não confiamos Nele.
Santo Agostinho ensinou o seguinte: “Deus não nos mandaria pedir, se não nos quisesse ouvir. A oração é uma chave que nos abre as portas do céu. Quando vires que tua oração não se apartou de ti, podes estar certo de que a misericórdia tão pouco se afastou de ti. Os grandes dons exigem um grande desejo porquanto tudo o que se alcança com facilidade não se estima tanto como o que se desejou por muito tempo. Deus não quer dar-te logo o que pedes, para aprenderes a desejar com grande desejo”.
Ninguém como ele entendeu a força da oração de uma mãe por seu filho; pois durante vinte anos sua mãe, Santa Mônica, rezou pela conversão dele, e conseguiu. Ele mesmo conta isso no seu livro “Confissões”.
Ele disse que sua mãe ia três vezes por dia diante do Sacrário em Hipona, e pedia a Jesus que seu Agostinho se tornasse “um bom cristão”. Era tudo que ela queria, não pedia que ele fosse um dia padre, bispo, santo, doutor da Igreja e um dos maiores teólogos e filósofos de todos os tempos. Mas Deus queria lhe dar mais. Queria de Agostinho esse gigante da Igreja, então, ela precisava rezar mais tempo e sem desanimar. E Santa Mônica não desanimou, por isso temos hoje esse gigante da fé. Fico pensando se ela parasse de rezar depois de pedir durante 19 anos… Não teria o seu filho convertido. E nós não teríamos o Doutor da Graça.
Quando Agostinho deixou a África do Norte, e foi ser o orador oficial do imperador romano, em Milão, ela foi atrás dele. Tomou o navio, atravessou o Mediterrâneo, e foi rezar por seu filho. Um dia, foi ao bispo de Milão, em lágrimas, dizer-lhe que não sabia mais o que fazer pela conversão de seu Agostinho, que o bispo bem conhecia por sua fama. Simplesmente o bispo lhe respondeu: “Minha filha, é impossível que Deus não converta o filho de tantas lágrimas”.
E aconteceu. Santo Agostinho, ouvindo as pregações de Santo Ambrósio, bispo de Milão, se converteu; foi batizado por ele, e logo foi ordenado padre, escolhido para bispo, e um dos maiores santos da Igreja. Tudo porque aquela mãe não se cansou de rezar pela conversão de seu filho… vinte anos!
Santo Agostinho disse nas “Confissões” que as lágrimas de sua mãe diante do Senhor no Sacrário, eram como “o sangue do seu coração destilado em lágrimas nos seus olhos”. Que beleza! Que fé!
É exatamente o que a Igreja ensina: que nossa oração deve ser humilde, confiante e perseverante. Humilde como a do publicano que batia no peito e pedia perdão diante do fariseu orgulhoso; confiante como a da mãe cananeia e perseverante como a da mãe Mônica. Deus não resiste às lágrimas e as orações de uma mãe que reza assim.
Santo Agostinho resume com estas palavras a vida de sua mãe: “Cuidou de todos os que vivíamos juntos depois de batizados, como se fosse mãe de todos; e serviu-nos como se fosse filha de cada um de nós”.
O exemplo de Santa Mônica ficou gravado de tal modo na mente de Santo Agostinho que, anos mais tarde, certamente lembrando-se da sua mãe, exortava: “Procurai com todo o cuidado a salvação dos da vossa casa”. Já se disse de Santa Mônica que foi duas vezes mãe de Agostinho, porque não apenas o deu à luz, mas resgatou-o para a fé católica e para a vida cristã. Assim devem ser os pais cristãos: duas vezes progenitores dos seus filhos, na sua vida natural e na sua vida em Cristo.
Prof. Felipe Aquino
Vença seus obstáculos
Certa
lenda conta que estavam duas crianças patinando em cima de um lago
congelado. Era uma tarde nublada e fria e as crianças brincavam sem
preocupação.
De repente, o gelo se quebrou e uma das crianças caiu na água.A outra criança vendo que seu amiguinho se afogava debaixo do gelo, pegou uma pedra e começou a golpear com todas as suas forças, conseguindo quebrá-lo e salvar seu amigo.
Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino:
— Como você fez isso? É impossível que você tenha quebrado o gelo com essa pedra e suas mãos tão pequenas!
Nesse instante apareceu um ancião e disse:
— Eu sei como ele conseguiu.
Todos perguntaram:
— Como?
O ancião respondeu:
— Não havia ninguém ao seu redor para lhe dizer que não poderia fazer!
“SE PODES IMAGINAR, PODES CONSEGUIR!”
Albert Einstein
Retirado do livro: “Histórias para Meditar”
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
Santo do dia Santa Mônica
Não
podia existir um biógrafo mais atencioso e devoto que Agostinho, que
ela gerou duas vezes, na carne e no espírito. São palavras que se lêem
nas Confissões de Santo Agostinho: “Ela me gerou seja na sua carne para
que eu viesse à luz do tempo, seja com o seu coração para que eu
nascesse à luz da eternidade.” Mônica nasceu em Tagaste, na África, de
família cristã. Ainda muito jovem casou-se com Patrício, não ainda
batizado, do qual teve dois filhos, Agostinho e Navígio, e uma filha,
cujo nome ignoramos. Sua vida não foi muito tranquila: teve muitas
aflições pelo comportamento do marido, de caráter difícil propenso à
ira; mas teve a consolação de levá-lo à fonte batismal, um ano antes da
morte. Quando ficou viúva, todos os seus cuidados dirigiram-se ao filho
mais rebelde à graça, inteligente, mas abúlico. Por ele rezou e chorou.
Esteve sempre ao seu lado, doce e discreta, e para não o perder de vista
seguiu-o nas várias peregrinações que fez na Itália. “Não acontecerá
que o filho destas lágrimas se perca”, disse-lhe em sonho uma voz
misteriosa. Agostinho recebeu o batismo em 387. Passaram juntos o
período de verão, aguardando a partida de Mônica para a África, do porto
de Óstia. É aqui que Agostinho registra os últimos colóquios com a mãe,
dos quais podemos deduzir a grande nobreza de espírito desta
incomparável mulher, de inteligência não comum, já que podia trocar
pensamentos tão elevados com Agostinho: “Aconteceu – escreve Agostinho
nas Confissões, no capítulo IX – que eu e ela encontramo-nos sozinhos
apoiados no peitoril da janela, que dava para o jardim interno da casa
onde nos hospedávamos, em Óstia. Nós falávamos de coisas de infinita
doçura, esquecendo as coisas passadas e projetando-nos para as futuras, e
procurávamos juntos, na presença da verdade, como seria a vida dos
santos, vida que nem olhos viram, nem ouvidos ouviram e que nunca no
coração do homem penetrou.” As últimas palavras de Mônica neste colóquio
nos dão a imagem da sua alma: “Meu filho, quanto a mim não existe nada
que me atraia, nesta vida. Nem sei mesmo o que estou fazendo aqui, e
porque ainda existo. Uma única coisa me fazia desejar viver ainda um
pouco: ver-te cristão antes de morrer. Deus me concedeu algo mais e
melhor: ver-te desprezar as alegrias terrenas e só a ele servir. O que
faço ainda aqui?” Dentro de pouco tempo ela morreu em Óstia, antes de
embarcar de volta à pátria. Era o ano de 387 e tinha 55 anos.
Outros Santos do mesmo dia:
Santos Marcelo e companheiros, Santo Polmênio, Santo Cesário de Arles,
Sanro Siágrio, São Hugo de Lincon, Santo Poemão, Santa Margarida a
Descalça, Santo Davi Lewis, Beato Domingos Barbieri da Mãe de Deus,
Beato Gabriel Maria, Beato João Batista Souzy e 63 companheiros, Beata
Maria Pilar IzquerdoAlbero, Beato Ângelo de Foligno.
Reflexão do Evangelho de hoje Ai de vós, hipócritas
Deus conhece o nosso coração e sabe que nem tudo o que aparentamos ser
diante dos outros, na verdade, é o que se passa dentro do nosso íntimo. Por
isso, Jesus continua a nos interpelar assim como fez com os mestres da lei e os
fariseus a respeito da sinceridade nas nossas “boas ações” e das palavras que
pronunciamos, dos elogios fáceis e cheios de hipocrisia que emitimos com o
intuito de agradar a alguém, enquanto o nosso coração, muitas vezes, até
critica e reprova. A franqueza e a transparência devem ser um princípio básico
nas nossas atitudes. O nosso coração deve dar o cadência para as nossas
realizações, do contrário, por mais esforço exterior que façamos as nossas
obras denotarão sinal de morte e não de vida. Seremos como sepulcros caiados,
por fora, impecáveis, por dentro cheios de imundície. Muitas vezes nós
criticamos os erros dos nossos irmãos afirmando que não seríamos capazes de
fazer o mesmo, no entanto, na verdade, da mesma forma como aconteceu com eles
poderia também ter ocorrido conosco. A verdade e a justiça devem
permear as nossas atitudes, nem que doa. Jesus foi transparente e sincero
quando disse: “Ai de vós, hipócritas!” Será que somos nós, hoje, os
mestres da lei e os fariseus, falsos e cínicos? - Como está a sua justiça? – Ela é verdadeira?
– O que será que você poderá estar vivendo, só de fachada? - Você
gosta de criticar as falhas dos outros achando que não cairia no mesmo
erro? - Você costuma fazer alguma coisa somente para parecer
“bonzinho - boazinha”? – Você costuma refletir sobre as consequências das suas
ações? - Você tem costume de elogiar as pessoas somente
para agradá-las?
Helena Serpa
Evangelho de hoje - Mt 23,27-32
Evangelho - Mt 23,27-32
Sois filhos daqueles que mataram os profetas.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 23,27-32
Naquele tempo, disse Jesus: 27Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas!
Vós sois como sepulcros caiados: por fora parecem belos,
mas por dentro estão cheios de ossos de mortos
e de toda podridão!
28Assim também vós:
por fora, pareceis justos diante dos outros,
mas por dentro estais cheios de hipocrisia e injustiça.
29Aí de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas!
Vós construís sepulcros para os profetas
e enfeitais os túmulos dos justos,
30e dizeis: 'Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais,
não teríamos sido cúmplices da morte dos profetas'.
31Com isso, confessais que sois filhos
daqueles que mataram os profetas.
32Completai, pois, a medida de vossos pais!'
Palavra da Salvação.
O pecado original é eliminado com batismo?
Veja o que diz o Catecismo da Igreja:
§1279 – O fruto do Batismo ou graça
batismal é uma realidade rica que comporta: a remissão do pecado
original e de todos os pecados pessoais; o nascimento para a vida nova,
pelo qual o homem se torna filho adotivo do Pai, membro de Cristo,
templo do Espírito Santo. Com isso mesmo, o batizado, é incorporado à
Igreja, corpo de Cristo, e se torna participante do sacerdócio de
Cristo.
Prof. Felipe Aquino
Existe maldição de ou em família?
Sobre
as maldições de família, precisa ficar bem claro antes de tudo que os
pecados dos pais não podem passar para os filhos, mas as doenças e
certas tendências genéticas podem passar suas consequências, por
exemplo. Nota-se que há um certo denominador comum no comportamento das
pessoas de uma mesma família.
Jesus nunca mandou que se amaldiçoasse alguém, há certamente uma
razão nisso. Santo Agostinho conta na sua obra A CIDADE DE DEUS, que uma
mãe em Cartago, onde ele vivia, amaldiçoou os seus 7 filhos e esses
sofreram terrivelmente. Portanto, não devemos brincar com isso. Veja
Eclo 3,11.Penso que podemos e devemos pedir sempre a Deus que livre a nós e a nossos entes queridos de todo mal físico, psicológico ou espiritual que tenhamos herdado dos antepassados. E nada melhor do que fazer isso na santa missa e na comunhão.
Prof. Felipe Aquino
O grave alerta de um bispo do Iraque para o Ocidente
O
sultão muçulmano Solimão II, chamado o Magnífico, do século 16, disse
que “daria de comer alfafa a seu cavalo sobre o altar da Basílica de
São Pedro”. Acho que não é preciso explicar todo o sentido dessa frase.
Graças a Deus isso ainda não aconteceu; mas é um sonho para alguns
radicais do Islã, como esses que matam cristãos hoje no Iraque, sem dó
nem piedade.
A Revista Veja (edição 2206- n. 9 de 02/03/2011, p. 96-98), trouxe
uma matéria chocante (“O que eles fariam no Poder”), onde relata os
pronunciamentos de alguns líderes radicais do Islamismo, vejamos:Xeque Yusuf Al Qaradami do Grupo Irmandade Muçulmana do Egito: “Depois da libertação do Iraque, faltará conquistar Roma. Isso significa que o Islã vai retomar a Europa pela terceira vez. Vamos conquistar a Europa, vamos conquistar a América”. (Conferência da organização de muçulmanos jovens, em Toledo, EUA, 1995).
“Foi com enorme pesar que ouvi o imã de Meca dizer ser proibido matar civis mesmo em Israel” (Participando de um debate sobre ataques suicidas promovido pela revista Midle East Quartely, 2003).
“O plano do estado muçulmano é se expandir até cobrir toda a terra”. (Artigo no site muçulmano Islamonline.net).
“A obediência e a cooperação da mulher são um direito do homem. À mulher é proibido se rebelar contra a autoridade masculina”. (Passagem do livro – “O Permitido e o Proibido no Islamismo”.”
“Pode até haver algumas mulheres que não concordem em apanhar do marido e vejam a punição como humilhação. Muitas mulheres, porém, gostam de apanhar e consideram adequado que o marido bata nelas apenas para fazê-las sofrer” (Participando da Conferência de clérigos muçulmanos sobre as Regras Religiosas para o espancamento de esposas).
“A circuncisão feminina (mutilação genital) não é obrigatória, mas os pais devem submeter suas filhas a ela se quiserem. Pessoalmente sou a favor”. (Artigo no IslamOnline.net, 2007).
Abdessalam Yassine – do Grupo Justiça e caridade Islâmica do Marrocos: “As piores bestas aos olhos de Alá são os apóstatas que não têm fé” (No mundo ganhando o mundo inteiro para o Islã, 2000).
Hassan Nashallah – do grupo Hezbollah do Líbano: “Israel, pode sim, centenas de vezes sim, deixar de existir” (Discurso em Beirute em 2006).
Agora, um Bispo do Iraque adverte que o “Ocidente será logo outra vítima do islamismo” (ROMA, 21 Ago. 14 – ACI/EWTN Noticias). O Arcebispo Caldeu de Mosul (Iraque), Dom Emil Nona, advertiu que os cristãos de todo o mundo enfrentariam o mesmo sofrimento que a sua arquidiocese sofreu nas mãos dos extremistas muçulmanos se não tomarem “decisões fortes e corajosas”.
Falando ao jornal italiano Corriere della Sera (09/08/2014) desde Erbil, no Curdistão Iraquiano, Dom Emil Nona advertiu que “nossos sofrimentos hoje são o prelúdio dos que vocês, europeus e cristãos ocidentais, também sofrerão no futuro próximo”.
Dom Emil foi obrigado a abandonar o seu lar pelo Estado Islâmico, um califado recentemente estabelecido no Iraque e Síria. Ele é um dos cinco bispos que foram obrigados a abandonar Mosul. “Perdi a minha diocese” disse o Arcebispo ao jornal italiano. “Os radicais islâmicos nos querem convertidos ou mortos. Mas a minha comunidade ainda está viva”.
De acordo com a ONU há mais de 1,2 milhões de pessoas deslocadas internamente no Iraque, e pelo menos 10 mil refugiados iraquianos na Síria, como resultado do Estado Islâmico.
Dom Nona apelou aos meios de comunicação ocidentais para que “tentem nos entender”. “Seus princípios liberais e democráticos não valem nada aqui. Devem considerar outra vez a nossa realidade no Oriente Médio, porque estão recebendo nos seus países um número cada vez maior de muçulmanos. Vocês também estão em perigo. Devem tomar decisões fortes e corajosas, inclusive a custa de contradizer os seus princípios”.
O Arcebispo Caldeu de Mosul lamentou que “vocês pensam que todos os homens são iguais, mas isso não é verdade: O Islã não diz que todos os homens são iguais. Os valores de vocês não são os valores deles”. “Se não entenderem isto o suficientemente rápido, se converterão em vítimas do inimigo que receberam em sua casa”, advertiu.
O Estado Islâmico assassinará 150 famílias cristãs em Qaraqosh se não se converterem ao Islã. (ROMA, 19 Ago. 14 – ACI/EWTN Noticias). Essas famílias se encontram sitiadas em suas casas em Qaraqosh (Iraque), pelos jihadistas do Estado Islâmico, que as deixarão morrer de fome e sede ou as executarão se não renunciarem a sua fé e se converterem ao Islã, denunciou o sacerdote Luis Montes, do Instituto do Verbo Encarnado desde Bagdá, pedindo ao mundo que reaja “e termine com esta barbárie”.
Os terroristas os visitam diariamente para pressioná-los a que se convertam ao Islã. Os familiares quase não têm alimentos e não podem sair para comprar. Inclusive seus vizinhos, que antes eram seus amigos, agora “se transformaram em inimigos. Quando os veem no pátio, exigem que se convertam e os maltratam”. Os terroristas tiraram as cruzes das Igrejas que foram desacralizadas sendo usadas para outros fins.
Fonte: https://www.kofc.org/irak
Prof. Felipe Aquino
Rei e Santo? Pode um rei ser canonizado?
Por exemplo: São Luiz IX rei da França, Santo Olavo da Noruega, Santo Henrique II, imperador alemão, santa Isabel da Hungria, santa Isabel de Portugal, São Venceslau da Hungria, e muitos outros. Isso mostra que a santidade pode ser vivida mesmo nos palácios e no âmbito do poder, em qualquer lugar, depende de cada um.
Um belo Santo foi Santo Estevão da Hungria. Um dos reis e santo que marcou essa sua época, o difícil século X. Era filho do duque dos terríveis húngaros magiares, tribo bárbara e guerreira que veio do mar Cáspio para as margens do rio Danúbio, nas ricas províncias da Panônia e Morávia (Hungria).
Aos 17 anos, Voik era seu nome, se converteu devido a pregação de Santo Adalberto, bispo de Praga, e tomou o nome do primeiro mártir cristão. Segundo uma tradição, o primeiro mártir da Igreja teria aparecido a sua mãe Sarolta, e tinha-lhe profetizado que o filho dela seria o primeiro a usar a coroa real na Hungria. Aos 18 anos, Estevão foi proclamado duque dos húngaros. Desde o começo do governo, tomou como fundamental a conversão total do seu povo ao Cristianismo. Seu pai se fez cristão, mas sem muita convicção.
Estevão entregava-se a oração tanto na paz quanto na guerra. Era um santo que lutava por seu povo. Ele dizia a seu filho que “a prática da oração é a garantia da saúde do reino”. Fundou hospedarias em Roma, Constantinopla e Jerusalém, para os húngaros peregrinos. Sua grande obra foi a conversão do seu povo. Foi o primeiro apóstolo dos Húngaros. Deu ao reino uma legislação cristã, que é preservada ainda hoje. Criou várias sedes episcopais, levantou mosteiros e edificou instituições beneficentes.
Ele concebia o reino como um templo sustentado por dez colunas: a solidez da fé, o esplendor da Igreja, a pureza e sabedoria dos eclesiásticos, a fidelidade e fortaleza dos barões e cavaleiros, a generosidade com os estrangeiros, a reta administração da justiça, a sábia organização do conselho, o respeito às tradições dos maiores, o auxílio da oração e a piedade e misericórdia.
Ele deixou escrito ao filho: “O rei que não atende a voz da misericórdia, é tirano. Por isso meu filho, muito amado – doçura do meu coração, esperança da geração futura – recomendo-te que tenha entranhas de mãe, não só com os teus parentes, não só para com os chefes do exército e os potentados, mas para com todo o povo. As obras de piedade serão a base da tua felicidade. Sê paciente não só com os ricos, mas também com os necessitados. Sê forte, de maneira que nem a fortuna te levante, nem te desanime a adversidade. Sê humilde que Deus se encarregará de exaltar-te. Sê doce, sem esquecer a justiça e sem castigar irrefletidamente. Sê casto e evita os estímulos da concupiscência como latidos de morte. Estas são as pedras preciosas de uma coroa real. Sem elas perderás o reino da terra e também não conseguirás aquele que não acaba”. (Leite, José, Santos de cada dia, Editorial A. O. Braga, Portugal, p. 548).
Sua humildade era grande; não quis usar a coroa real até que o Papa Silvestre II o autorizasse, enviando-lhe uma coroa de ouro com uma cruz riquíssima. Sete anos antes de sua morte, Santo Estevão perdeu seu filho Santo Emerico, que Deus glorificou com milagres e prodígios. Por fim morreu em 15 de agosto de 1038. Sua festa foi fixada por Inocêncio IX a 2 de setembro, como recordação da vitória que nesse dia obtiveram as armas cristãs contra os turcos em Budapeste. Por ser o primeiro rei que consagrou sua nação a Nossa Senhora, tem uma estátua na Basílica de Nossa Senhora de Fátima e um vitral na capela do Calvário húngaro.
Prof. Felipe Aquino
A força da oração de uma mãe pelo filho
Santa
Mônica é o exemplo claro do poder da oração das mães pelos filhos. Ela
nasceu em Tagaste (África), em 331, de família cristã. Muito jovem, foi
dada em casamento a um homem pagão chamado Patrício, de quem teve vários
filhos, entre eles Agostinho, cuja conversão alcançou da misericórdia
divina com muitas lágrimas e orações. É um modelo perfeito de mãe
cristã. Morreu em Óstia (Itália) no ano 387.
Deus estabeleceu uma lei: precisamos pedir a Ele as graças
necessárias em nossa vida, para sermos atendidos. Jesus foi enfático: “E
eu vos digo: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e
abrir-se-vos-á. Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura,
acha; e ao que bater, se lhe abrirá” (Lc 11,8-10). Quem não pede não
recebe.Jesus disse isso depois de contar aquele caso do vizinho que bateu na porta da casa do outro para pedir um pouco de pão à meia noite, porque tinha recebido uma visita e estava sem pão. Como o outro não quis atendê-lo, Jesus disse: “Eu vos digo: no caso de não se levantar para lhe dar os pães por ser seu amigo, certamente por causa da sua importunação se levantará e lhe dará quantos pães necessitar”.
Ora, o que Jesus está querendo nos ensinar com isso?
Que devemos fazer o mesmo com Deus. Importuná-lo! Mas, por que Deus faz assim? É para saber se de fato confiamos Nele; se temos fé de verdade, como aquela mulher cananeia, que não era judia, mas que pediu com insistência que curasse o seu filho endemoniado (Mt 15, 22). Se a gente pede uma vez ou duas, e não recebe, e não pede mais, é porque não confiamos Nele.
Santo Agostinho ensinou o seguinte: “Deus não nos mandaria pedir, se não nos quisesse ouvir. A oração é uma chave que nos abre as portas do céu. Quando vires que tua oração não se apartou de ti, podes estar certo de que a misericórdia tão pouco se afastou de ti. Os grandes dons exigem um grande desejo porquanto tudo o que se alcança com facilidade não se estima tanto como o que se desejou por muito tempo. Deus não quer dar-te logo o que pedes, para aprenderes a desejar com grande desejo”.
Ninguém como ele entendeu a força da oração de uma mãe por seu filho; pois durante vinte anos sua mãe, Santa Mônica, rezou pela conversão dele, e conseguiu. Ele mesmo conta isso no seu livro “Confissões”.
Ele disse que sua mãe ia três vezes por dia diante do Sacrário em Hipona, e pedia a Jesus que seu Agostinho se tornasse “um bom cristão”. Era tudo que ela queria, não pedia que ele fosse um dia padre, bispo, santo, doutor da Igreja e um dos maiores teólogos e filósofos de todos os tempos. Mas Deus queria lhe dar mais. Queria de Agostinho esse gigante da Igreja, então, ela precisava rezar mais tempo e sem desanimar. E Santa Mônica não desanimou, por isso temos hoje esse gigante da fé. Fico pensando se ela parasse de rezar depois de pedir durante 19 anos… Não teria o seu filho convertido. E nós não teríamos o Doutor da Graça.
Quando Agostinho deixou a África do Norte, e foi ser o orador oficial do imperador romano, em Milão, ela foi atrás dele. Tomou o navio, atravessou o Mediterrâneo, e foi rezar por seu filho. Um dia, foi ao bispo de Milão, em lágrimas, dizer-lhe que não sabia mais o que fazer pela conversão de seu Agostinho, que o bispo bem conhecia por sua fama. Simplesmente o bispo lhe respondeu: “Minha filha, é impossível que Deus não converta o filho de tantas lágrimas”.
E aconteceu. Santo Agostinho, ouvindo as pregações de Santo Ambrósio, bispo de Milão, se converteu; foi batizado por ele, e logo foi ordenado padre, escolhido para bispo, e um dos maiores santos da Igreja. Tudo porque aquela mãe não se cansou de rezar pela conversão de seu filho… vinte anos!
Santo Agostinho disse nas “Confissões” que as lágrimas de sua mãe diante do Senhor no Sacrário, eram como “o sangue do seu coração destilado em lágrimas nos seus olhos”. Que beleza! Que fé!
É exatamente o que a Igreja ensina: que nossa oração deve ser humilde, confiante e perseverante. Humilde como a do publicano que batia no peito e pedia perdão diante do fariseu orgulhoso; confiante como a da mãe cananeia e perseverante como a da mãe Mônica. Deus não resiste às lágrimas e as orações de uma mãe que reza assim.
Santo Agostinho resume com estas palavras a vida de sua mãe: “Cuidou de todos os que vivíamos juntos depois de batizados, como se fosse mãe de todos; e serviu-nos como se fosse filha de cada um de nós”.
O exemplo de Santa Mônica ficou gravado de tal modo na mente de Santo Agostinho que, anos mais tarde, certamente lembrando-se da sua mãe, exortava: “Procurai com todo o cuidado a salvação dos da vossa casa”. Já se disse de Santa Mônica que foi duas vezes mãe de Agostinho, porque não apenas o deu à luz, mas resgatou-o para a fé católica e para a vida cristã. Assim devem ser os pais cristãos: duas vezes progenitores dos seus filhos, na sua vida natural e na sua vida em Cristo.
Prof. Felipe Aquino
Qual a vontade de Deus para o trabalhador?
A
profissão de cada um é um meio para se fazer a vontade de Deus no
dia-a-dia. Amar é servir. Viver mal a profissão, trabalhar mal, sem
competência e bom desempenho, é uma forma de desobedecer a vontade de
Deus.
O trabalho foi colocado em nossa vida, por Deus, como “um meio de
santificação”. Depois que o homem pecou no paraíso, e perdeu o “estado
de justiça e santidade” originais; Deus fez do trabalho um “meio de
redenção” para o homem.“Porque escutaste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te proibira de comer, maldito é o solo por causa de ti. Com sofrimentos dele te nutrirás todos os dias de tua vida. Ele produzirá para ti espinhos e cardos e comerás a erva dos campos. Com suor do teu rosto comerás teu pão até que retornes ao solo, pois dele foste tirado” (Gen 3,17-19).
Por causa do pecado o trabalho agora é acompanhado do “suor”, mas este sofrimento Deus o fez matéria prima de salvação.
Sem o trabalho do homem não há o pão e o vinho que, na mesa eucarística, se transformam no Corpo e no Sangue de Cristo. Sem o trabalho do homem não teríamos o pão de cada dia na mesa, a roupa, a casa, o transporte, o remédio, a cultura, etc. Tudo que chega a nós é fruto do trabalho de alguém; é por isso que o labor é santo e nos santifica quando realizado com fé, conforme a vontade de Deus.
O mundo não é ruim, porque saiu das mãos de Deus. Qualquer modo de fuga e de rejeição das honestas atividades diárias é algo contra a vontade de Deus. Somente com essa ótica poderemos entender plenamente o mundo com os olhos de Deus.
Qualquer que seja o trabalho, sendo honesto, ele é belo aos olhos de Deus, porque com ele estamos “cooperando com Deus na obra da Criação”. Não importa se o trabalho consiste nos simples afazeres de uma doméstica ou nas complicadas tarefas de um cirurgião que salva uma vida, tudo é importante diante de Deus. O que mais importa é a intensidade do amor com que cada trabalho é realizado. Ele se tornará eterno na vida futura.
São Paulo ensinou aos colossenses: “Tudo o que fizerdes, fazei de bom coração, não para os homens, mas para o Senhor, certos de que recebereis dele a herança” (Col 3,17.23). Isto é, todo trabalho deve ser feito para Deus.
Não podemos ter uma vida dupla, não podemos ser “esquizofrênicos” como cristãos; temos de encontrar o Senhor na nossa vida de todos os dias, senão, não o encontraremos nunca. Disse São Josemaria Escrivá que: “A vocação cristã consiste em transformar em poesia heroica a prosa de cada dia.”
Infelizmente a maioria dos homens, mesmo muitos católicos, têm uma visão distorcida do trabalho, e, por isso, fazem de tudo para se ver livres dele. É um engano. Jesus trabalhou até os trinta anos naquela carpintaria humilde e santa de Nazaré e assumiu o trabalho mais humilde, o de carpinteiro, que era desprezado no seu tempo.
São Bento, de Núrcia, tomou como lema da vida dos mosteiros: “Ora et Labora!” (Reza e Trabalha!). Diz o Catecismo que: “O trabalho não é uma penalidade, mas sim a colaboração do homem e da mulher com Deus no aperfeiçoamento da criação visível”(n.378).
“O trabalho é, pois, um dever: “Quem não quer trabalhar, também não há de comer” (2Ts 3,10). O trabalho honra os dons do Criador e os talentos recebidos. Suportando a pena do trabalho unido a Jesus, o artesão de Nazaré e o crucificado do Calvário, o homem colabora de certa maneira com o Filho de Deus na sua obra redentora” (§ 2427).
Confúcio disse certa vez que: “Deus colocou o trabalho como sentinela da virtude”. Há um provérbio chinês que diz que “não é a erva daninha que mata a planta, mas a preguiça do agricultor”. Por isso, todo trabalho deve ser feito com zelo e dedicação. Quem cumpre o seu dever com amor e dedicação, acaba por amá-lo; acaba transformando a obrigação em satisfação.
Ao trabalhar, o homem não só transforma as coisas e a sociedade, mas, o mais importante é isso: aperfeiçoa a si mesmo, se santifica. O trabalho faz o homem paciente, perseverante, forte, disciplinado, ocupado em fazer o bem, compreensivo, aprende a valorizar os outros, etc.. E são essas virtudes que o fazem de fato feliz. Todo trabalho traz em si a sua misteriosa recompensa.
O caminho mais certo de um trabalhador se condenar à mediocridade é o de executar apenas o trabalho pelo qual é pago. Assim ele se torna apenas um mercenário e não um construtor do mundo.
Uma coisa é certa: não são as coincidências e sortes, nem a natureza, nem as dificuldades da vida, ou da História, mas o trabalho realizado por nossas próprias mãos, que determinarão o nosso destino. Os homens amontoam os erros de sua vida e criam um monstro que chamam destino. No devido tempo cada um colhe aquilo que plantou com o seu trabalho dedicado. Há uma lei da vida: colhemos aquilo que plantamos. Não há juiz mais justo e mais severo que o tempo.
Prof. Felipe Aquino
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