sábado, 23 de agosto de 2014

Rainha do Céu e da Terra



OgAAAENexOfjRA Igreja celebra a festa de Nossa Senhora Rainha no dia 22 de agosto; isto é, sete dias após o dia de sua Assunção ao céu, dia 15 de agosto, que foi deslocada para o domingo seguinte no Brasil. Ao chegar ao céu em sua Assunção, a Santíssima Trindade a coroou como Rainha do céu e da terra, pois a Mãe do Rei é Rainha. Neste dia cada cristão deve coroar a sua Mãe, Aquela que Jesus nos deu na Cruz.
Na belíssima e tradicional Ladainha Lauretana, a Igreja saúda Maria com uma série de invocações que se cantavam no santuário de Loreto, na Itália, onde está conservada, segundo uma tradição piedosa, a casa de Nossa Senhora em Nazaré. Essa Ladainha é como se fosse um riquíssimo colar de títulos, honras e glórias de Maria, e revela verdades profundas sobre a Mãe de Deus. Ali encontramos Maria sendo saudada como Rainha dos Anjos, dos Patriarcas, dos Profetas, dos Apóstolos, dos Mártires, dos Confessores, das Virgens, de todos os Santos; Rainha concebida sem pecado original, Rainha Assunta ao céu, Rainha do sacratíssimo Rosário e Rainha da Paz.
Ela é a rainha dos Anjos, pois eles a obedecem e, como diz S. Luiz de Montfort, “estão ávidos por receber dela uma ordem, a fim de que poderem demonstrar seu amor”. Também os demônios a obedecem e fogem de sua presença; pois com seus pés virginais ela recebeu de Deus o poder e a missão de esmagar a cabeça de Satanás (Gn 3,15).
Ela é a Rainha dos Patriarcas: Abraão, Isaac, Jacó, David…, os pais do povo de Deus que aguardavam ansiosamente a chegada do reino celeste, o qual veio com Jesus, por Maria. Se Jesus é o Rei, o Esperado das Nações, Mara é a rainha que O trouxe.
Ela é a Rainha dos Profetas porque Cristo é o profeta por excelência. Ele mesmo o disse: “Nenhum profeta é bem aceito em sua pátria” (Lc 4,24). E o povo O aclamava em Jerusalém: “Este é Jesus o profeta de Nazaré da Galileia” (Mt 21,11). E mais: após a ressurreição do filho da viúva de Naim, o povo, possuído de temor, O glorificava dizendo: “Um grande profeta apareceu entre nós, e Deus visitou Seu povo” (Lc 7,16). Após a multiplicação dos pães o povo dizia: “Este verdadeiramente é o profeta que devia vir ao mundo” (Jo 6,14). E todos os profetas antigos O anunciaram.
Ora, se Jesus é o grande Profeta, Sua santíssima Mãe é a Rainha de todos os demais profetas. Santo Efrém a chamou “glória dos profetas”; São Jerônimo escreveu que ela foi “a profecia que os profetas profetizaram”; Santo André de Creta dizia que ela era “o resumo das divinas profecias, sobre as quais falaram todos os que receberam o dom de interpretar”, e São Boaventura a louvou como “a voz mais verdadeira das que anunciaram os oráculos de Deus” (MM, p. 90).
Ela é a Rainha dos Apóstolos. Cristo a deu a seus Apóstolos como Mãe aos pés da cruz, para que sob sua proteção materna eles pudessem cumprir a difícil missão de levar o Evangelho a todos. Foi sob sua guarda que a Igreja iniciou sua história missionária no dia de Pentecostes. “Tendo entrado no Cenáculo, subiram ao quarto de cima, onde costumavam permanecer… Todos eles perseveravam unânimes na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus!” (At 1,12-14).
Assim, como gerou Jesus, a Cabeçada Igreja, pela ação do Espírito Santo, ela em Pentecostes pela ação do mesmo Espírito começava a gerar a Igreja, o corpo Místico de seu querido Jesus.
Acima de tudo, Maria é a Rainha dos Apóstolos como disse o Papa Paulo VI, na encíclica “Evangeii Nuntiandi”, é ”a Estrela da Evangelização”. Em nossos dias sobretudo, com suas mensagens frequentes, Ela nos ensina como se deve viver o Evangelho de seu Filho.
“Ela tem um poder sobre o coração do homem que só Cristo lhe podia dar, como diz o Pe. Paschoal Rangel. Ela “fala” no mais íntimo dos cristãos, e ali, com essa Palavra interior, é mais apóstola do que o poderiam ser todos os apóstolos”.
Ela é também a Rainha dos Mártires que derramaram seu sangue para testemunhar Jesus. Ninguém sofreu tanto por Jesus quanto Maria, por isso ela é a Mártir dos Mártires. Logo na apresentação de Jesus no Templo, quarenta dias após Seu nascimento, o profeta Simeão já lhe avisa sobre o mar de dores que terá pela frente: “Uma espada transpassará tua alma” (Lc 2,35). Pela boca do santo velho Simeão, Deus lhe manifesta que também Ela acompanhará os martírios da Vítima com sofrimentos inauditos.
Ela viu e experimentou o sofrimento de Jesus, as maiores dores físicas e morais que a um ser humano foi dado experimentar. Por isso é a Rainha dos Mártires, pois viveu o maior martírio. Podemos dizer com os Santos que Maria sofreu uma série de martírios, mesmo sem morrer.
Prof. Felipe Aquino

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