Sabemos
que o Império Romano perseguiu pesadamente os cristãos por quase três
séculos; desde Nero em 64, mas, por fim, depois de muitos mártires e o
trabalho incansável de evangelização dos primeiros cristãos, o grande
Império, o maior de todos os tempos, se converteu ao cristianismo quando
o Imperador Constantino, o Grande, se converteu e proibiu a perseguição
aos cristãos pelo Edito de Milão, no ano 313. “A espada romana se
curvou diante da Cruz de Cristo”, como disse Daniel Rops.
Depois, no ano 385 o grande imperador
cristão romano, Teodósio, pelo Edito de Tessalônica, adotou o
cristianismo como a religião oficial do Império. Mas, ainda no tempo do
paganismo, os romanos adoravam o deus Sol e celebravam a festa do seu
nascimento “Natalis solis invicti”. O Imperador de Roma, Aureliano
(270-275) tornou oficial e tradicional a comemoração do sol nascente e
invencível.
Acontece que no dia 22 de dezembro
ocorre o solstício de inverno no hemisfério Norte, isto é, o dia em que a
Terra tem o seu eixo vertical com a máxima inclinação, fazendo com que
no Norte se tenha o dia mais curto e a noite mais longa do ano; ao
contrário do que ocorre no hemisfério Sul na mesma data.
Os romanos pagãos consideravam isso uma
ameaça dos deuses, porque dia-a-dia, na chegada do inverno, as horas de
sol sobre a Terra diminuía, até chegar ao máximo que eles consideravam
ser no dia 25 de dezembro. Então, por medo ofertavam aos deuses
desagravos, rituais e celebrações longas, para impedir que a ira dos
deuses impedisse a luz do sol de iluminar a Terra.
Os cristãos, embora convertidos, tinham
saudades dessas majestosas festas do Sol Invicto Nascente, que começava a
voltar a iluminar a Terra. Pedagogicamente, e sabiamente, a Igreja
passou a comemorar nesse mesmo dia, o nascimento do verdadeiro Sol, como
disse o profeta Malaquias, “Sol da Justiça que traz a salvação em seus
raios” (Ml 3, 20). Então, o Messias Salvador passou a ser mostrado na
cultura deles, a “Luz para iluminar as nações” (Lc 2, 32). “Eu sou a Luz
do mundo” (Jo 1, 9).
Com base em um antigo mosaico do século
III, encontrado no Vaticano no Mausoléu dos Iulii, onde se vê as imagens
de Cristo e do Sol sobre uma carruagem triunfante, acredita-se que o
Imperador Constantino, que construiu a primeira Basílica de São Pedro,
ter sido um dos primeiros a fixar nessa data a celebração do Natal. Mas a
declaração oficial da Igreja foi feita pelo Papa Júlio I (337-352). E o
primeiro calendário a marcar esse fato foi editado por Filocalos (354).
Sabemos que Jesus prometeu a Pedro, o
Papa, que tudo o que ele ligasse na Terra seria ligado no céu (Mt
16,19); é um carisma da Cátedra infalível do Papa. Assim, pela Promessa
de Jesus, o céu também celebra o Nascimento do Salvador em 25 de
dezembro. Desta forma, a Igreja nos ensina que quando celebramos uma
festa litúrgica, fixada pelo Papa, participamos das mesmas graças
dispensadas por Deus no próprio acontecimento comemorado. Logo, celebrar
o Natal em 25 de dezembro, com fé, é receber as graças do Nascimento de
Jesus, qualquer que tenha sido o dia em que nasceu. Abramos o coração,
acolhamos o Redentor feito homem e lhe demos glória como os Anjos, os
pastores de Belém e os Reis Magos. “Glória in excelsis Deo”.
Prof. Felipe Aquino
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