Toda a Bíblia ressalta a grandeza do
nosso corpo. São Paulo fala do cristão como o “templo vivo da Santíssima
Trindade”. Jesus disse aos Apóstolos que “Se alguém me ama, meu Pai o
amará, viremos a ele e faremos nele nossa morada” (Jo 14,23). Por isso
São Paulo pergunta severamente aos coríntios sobre a pureza espiritual
do corpo: “Não sabeis que sois o templo de Deus e que o espírito de Deus
habita em vós? Não sabeis que quem destruir o corpo, com os pecados da
carne, Deus o destruirá”? (1 Cor 3,16; 6,15). “Ora, vós sois o corpo de
Cristo e cada um de sua parte, é um dos seus membros” (1Cor 12,27), diz
São Paulo, “… assim nós, embora sejamos muitos, formamos um só corpo em
Cristo, e cada um de nós somos membros uns dos outros” (Rm 12,5). “Fugi
da fornicação. Qualquer outro pecado que o homem comete é fora do corpo,
mas o impuro peca contra o seu próprio corpo” (1 Cor 6,18).
É importante notar que São Paulo ensina
que devemos dar glória a Deus com o nosso corpo. Ele diz: “O corpo,
porém não é para a impureza, mas para o Senhor e o Senhor para o Corpo:
Deus que ressuscitou o Senhor, também nos ressuscitará a nós pelo seu
poder” (1 Cor 6,13). “Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo” (6,20).
Nosso corpo está destinado a
ressuscitar no último dia, glorioso como o corpo de Cristo ressuscitado.
São Paulo diz aos Filipenses sobre isto:
“Nós, porém, somos cidadãos dos céus. É
de lá que ansiosamente esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que
transformará nosso mísero corpo tornando-o semelhante ao seu corpo
glorioso…” (Fil 3,20).
Isto faz com que o cristão saiba usar o
seu corpo com dignidade, sobretudo na vida sexual. Por isso, o sexo não é
vivido nem antes e nem fora do casamento, quando Deus une o casal para
sempre, como uma só carne, em um compromisso de vida para sempre, na dor
e alegria. Fora do casamento toda relação sexual se torna vazia porque
perde o seu duplo sentido unitivo e procriativo. Pela relação amorosa
dos seus corpos o casal celebra a “liturgia” conjugal e dá vida a um
novo ser, imagem de Deus. Os anjos não podem gerar porque são puros
espíritos.
Para o cristão seu corpo é morada santa
da divindade, por isso deve ser protegido, cuidado, defendido e
respeitado. Não pode ser comercializado, vendido, amputado sem
necessidade, etc. A fé católica ensina que nosso corpo será refeito
quando Cristo voltar para encerrar a História humana, na Parusia, todos
os corpos ressuscitarão e se unirão às suas almas.
A crença na ressurreição da carne está
no centro da nossa fé. O nosso Catecismo diz que: “A ressurreição de
todos os mortos, “dos justos e dos injustos” (At 24,15), antecederá o
Juízo Final. Este será “a hora em que todos os que repousam nos
sepulcros ouvirão sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para uma
ressurreição de vida; os que tiverem praticado o mal, para uma
ressurreição de julgamento” (Jo 5,28-29). (§1038)
Prof. Felipe Aquino
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