“Quando
a noite ia no meio do seu curso e um silêncio profundo envolvia o
universo, a tua palavra todo-poderosa desceu do seu trono real para a
terra” (Antiga antífona de introito do domingo dentro da oitava do Natal
baseada no livro da Sabedoria 18, 14- 15).
Não há inteligência humana que seja capaz de captar toda a
profundidade, beleza e amor de Deus quando medita a Encarnação do Verbo:
“Deus humanado!”. O nosso Credo, que veio dos Apóstolos, diz: “E por
nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus e se encarnou pelo
Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem”.O Verbo se fez carne para salvar-nos, reconciliando-nos com Deus: “Foi Ele que nos amou e enviou-nos seu Filho como vítima de expiação por nossos pecados” (1Jo 4,10). “O Pai enviou seu Filho como o Salvador do mundo” (1Jo 4,14). “Este apareceu para tirar os pecados” (1Jo 3,5).
O grande doutor da Igreja, São Gregório de Nissa, assim explicou: “Doente, nossa natureza precisava ser curada; decaída, ser reerguida; morta, ser ressuscitada. Havíamos perdido a posse do bem, era preciso no-la restituir. Enclausurados nas trevas, era preciso trazer-nos à luz; cativos, esperávamos um salvador”.
O Verbo se fez carne no seio virgem de Maria para que, assim, conhecêssemos o amor de Deus: “Nisto manifestou-se o amor de Deus por nós: Deus enviou seu Filho Único ao mundo para que vivamos por Ele” (1 Jo 4,9). “Pois Deus amou tanto o mundo, que deu seu Filho Único, a fim de que todo o que crer nele não pereça, mas tenha a Vida Eterna” (Jo 3,16).
O Verbo se fez carne para ser nosso modelo de santidade: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim…” (Mt 11,29). “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai a não ser por mim” (Jo 14,6). E o Pai, no monte da Transfiguração, ordena: “Ouvi-o” (Mc 9,7).
O Verbo se fez carne para tornar-nos “participantes da natureza divina” (2Pd 1,4). Disse Santo Irineu de Lião (†202): “Pois esta é a razão pela qual o Verbo se fez homem, e o Filho de Deus, Filho do homem: é para que o homem, entrando em comunhão com o Verbo e recebendo, assim, a filiação divina, se torne filho de Deus”. O Filho Unigênito de Deus, querendo-nos participantes de sua divindade, assumiu nossa natureza para que aquele que se fez homem dos homens fizesse deuses.” (São Tomás de Aquino)
A Epístola aos Hebreus fala do mistério do Natal: “Por isso, ao entrar no mundo, ele afirmou: Não quiseste sacrifício e oferenda. Tu, porém, formaste-me um corpo. Holocaustos e sacrifícios pelo pecado não foram de teu agrado. Por isso eu digo: Eis-me aqui… para fazer a tua vontade (Hb 10,5-7).
Meus amigos e amigas, depois que Deus se fez homem ninguém mais pode duvidar do amor de Deus por nós. Ele nasceu pobre numa manjedoura, para nos enriquecer, disse São Paulo. Viveu despojado de tudo e morreu numa cruz. O que mais podemos querer? Pense em tudo isso e, neste Natal, diante da manjedoura, renove o seu amor a Ele.
Que as Bênçãos do Santo Menino cubram todos os nossos leitores, ouvintes, telespectadores, internautas, colaboradores, e seus lares, com as mais copiosas bênçãos de paz, salvação e santidade.
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