Anjo não é história nem conto de fadas. Anjo é um espírito celeste e com
personalidade própria. Eles são muitos e diferentes uns dos outros;
exatamente como nós, que, como pessoas, somos diferentes uns dos outros e
temos personalidades distintas. Porém, são superiores a nós, pois não
precisam de um corpo e, assim, não estão sujeitos às limitações que
nosso corpo nos impõe.
A existência dos anjos é uma verdade de
fé. O Catecismo da Igreja Católica traz esse título no número 328: "A
Existência dos anjos – Uma Verdade de Fé". "A existência dos seres
espirituais, não corporais, que a Sagrada Escritura chama habitualmente
de anjos, é uma verdade de fé. O testemunho da Escritura a respeito
deles é tão claro quanto a unanimidade da Tradição". (ver CIC, p.328)
Etimologicamente,
anjo significa mensageiro, o que, como afirma Santo Agostinho, indica a
função e não a natureza. Os anjos podem ser definidos como "substâncias
intelectuais, puramente espirituais, criadas por Deus e superiores aos
homens". Sendo "puros espíritos", não possuem um corpo, embora alguns
padres e escritores eclesiásticos tenham lhes atribuído certa
corporeidade.
Quase todas as páginas da Bíblia atestam a
existência desses puros espíritos. Basta recordar os querubins que
guardam o Paraíso terrestre (Gn 3,23); os três anjos que aparecem a
Abraão (Gn 18,19); o Arcanjo Rafael, que acompanha Tobias e o liberta
(Tb 5,1ss); o Arcanjo Gabriel, que anuncia a Encarnação do Verbo; os
anjos que anunciam o nascimento de Jesus aos pastores, Sua Ressurreição
(Lc 1;9,28;24,1ss); os inúmeros anjos do Apocalipse (1;11;8,4ss).
Com
base na Escritura e na Tradição, a Igreja definiu como "verdade de fé"
não apenas a existência dos anjos, mas também sua criação. Comumente,
considera-se que eles foram criados antes dos homens, em número
indeterminado. A Sagrada Escritura, especialmente São Paulo, que evoca a
tradição, informa-nos que os anjos são distribuídos em nove
hierarquias: Querubins, Serafins, Tronos, Dominações, Virtudes,
Potestades, Principados, Arcanjos e Anjos.
Depreende-se das
Sagradas Escrituras que os anjos não são iguais em dignidade; há anjos
superiores e inferiores. Suas funções também são diferentes. A Bíblia
fala em anjos da guarda (Mt 18,10; At 12,15); de guias das criaturas (Tb
12); de protetores de cidades e nações (Dn 12,1); de anjos que louvam a
Deus e executam Suas ordens (Lc 2,13ss); de anjos que estão diante do
trono de Deus (Tb 12,15). Fala também, diversas vezes, de fileiras
inumeráveis, de imensos exércitos celestes. Tudo isso faz pensar em uma
ordem, uma hierarquia celeste – como mencionado acima – no topo da qual
se reconhece o Arcanjo São Miguel (Ap 12,7-9).
No próprio ato da
criação, os anjos foram "elevados à ordem sobrenatural", mas nem todos
perseveraram nela. Muitos abusaram de sua liberdade e, num ato de
soberba, rebelaram-se contra Deus, sendo, imediatamente, punidos e
condenados ao inferno. Santo Tomás de Aquino ensina que cada anjo não
apenas é diferente dos outros, mas também constitui, por si, uma
"espécie". Ainda de acordo com ele, os anjos estão presentes em
determinados lugares, onde executam sua ação específica.
Tema extraído do livro Anjos companheiros do dia"
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