Consideramos importante divulgar
conceitos da chamada “Teologia do Corpo”, em pequenos artigos para a
formação. Afinal, esta Teologia, evidenciada de maneira especial pelo
Papa João Paulo II, tem como objetivo revelar toda a beleza e a
importância do corpo humano, fazendo com que seja respeitado e não
profanado. Sendo assim, é de fundamental nesta abordagem o estudo da
castidade, ou seja, o valor da vida sexual no lugar correto que tem no
plano de Deus.
O que é a Teologia do Corpo?
O cristianismo sempre valorizou o corpo
humano por entender que ele é bom. Desde os primeiros séculos, a Igreja
combateu o terrível maniqueísmo gnóstico dualista que considerava a
existência de dois deuses, um do bem e outro do mal, sendo que tudo que
era material era entendido como obra do deus mal. Assim, o corpo era
considerado mau e desprezado.
A fé cristã nunca aceitou isso e sempre
viu no corpo uma bela obra de Deus, que quis que o homem fosse uma
unidade de corpo e alma. Depois de criar o homem “Deus viu que tudo era
muito bom” (Gen 3,21). Sobretudo, o mistério da Encarnação do Verbo
divino, o Filho de Deus que assume a nossa carne, fez a Igreja entender
mais ainda a grandeza do corpo humano, e assim, valorizá-lo e protegê-lo
desde a gestação materna. É com o nosso corpo que nos relacionamos com
os outros, com a natureza e com o cosmos. Ele não é apenas uma máquina
fria, sem expressão. Nós não temos um corpo, mas somos um corpo.
Na pessoa humana o corpo é o sinal, o
instrumento privilegiado do espírito; é um reflexo da vida interior,
tanto que todos podem ver nele o cansaço do espírito, a depressão da
alma, ou a alegria por ele expressa. A teologia e a filosofia do corpo
humano se unem aos estudos modernos da sociologia do corpo.
Para o cristão, a pessoa humana é uma
vida espiritual no corpo; matéria e espírito são duas dimensões
ontológicas do seu único ser. Contudo, o corpo não é uma “prisão da
alma” como entendia Platão, influenciado pelo gnosticismo dualista.
Aristóteles, por outro lado, julgava erroneamente que o homem fosse
apenas um membro da espécie humana e sem valor individual. O filósofo
Porfírio afirmava que Plotino “tinha o aspecto de alguém que se
envergonha de estar em um corpo”.
Na filosofia cristã, ao contrário, o
homem todo é obra boa de Deus e esta filosofia o fez ser visto como
pessoa racional, valorizando todas as suas atividades físicas,
racionais, psicológicas e espirituais. Isso deu à Civilização Ocidental
um ganho extraordinário.
A Teologia do Corpo, evidenciada de
maneira especial pelo Papa João Paulo II, tem como objetivo revelar toda
a beleza e a importância do corpo humano, fazendo com que seja
respeitado e não profanado. Ligado estritamente com isto está o estudo
da castidade, isto é, o valor da vida sexual no lugar correto que tem no
plano de Deus, no casamento. Fora disso o corpo é desrespeitado e a
pessoa humana diminuída.
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