O pontífice realizou a tradicional oração do meio-dia para milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro
Cidade do Vaticano.
O papa Francisco denunciou ontem a discriminação contra cristãos,
inclusive em países onde a liberdade religiosa é, teoricamente,
garantida por lei.
O
papa Francisco explicou que na data de ontem se celebra São Estevão,
que foi o primeiro mártir da Igreja, e lembrou seu martírio por
apedrejamento e como perdoou seus agressores no momento de sua morte
Foto: REUTERS
O pontífice realizou a tradicional oração de
meio-dia e discursou para milhares de pessoas reunidas na Praça de São
Pedro na data em que a Igreja Católica celebra Santo Estêvão, o primeiro
mártir do cristianismo.
O pontífice argentino, de 77 anos,
explicou que "a festa São Estêvão está em plena sintonia com o profundo
significado do Natal, já que no martírio o amor venceu a violência".
"A
memória do primeiro mártir dissolve a falsa imagem do Natal, essa
imagem de contos de fada, adocicada, que no Evangelho não existe",
explicou. O papa pediu à multidão um minuto de oração silenciosa.
Testemunho
"Peço
que rezem, em particular, pelos cristãos que sofrem discriminação por
causa do testemunho em nome de Cristo e do Evangelho", disse Francisco a
um público pouco numeroso devido ao vento e à chuva que atingem a
Itália.
Francisco, que celebra o Natal pela primeira vez como
papa, disse que "limitações e discriminações" contra os cristãos
acontecem não apenas em países que não garantem a liberdade religiosa
completa, mas também em lugares onde "no papel, a liberdade e os
direitos humanos são protegidos", comentou.
"Essa injustiça
precisa ser denunciada e eliminada", afirmou. Francisco não especificou
nenhum país, mas o Vaticano há bastante tempo pede que a Arábia Saudita,
onde ficam os lugares mais sagrados do islamismo, suspenda as
restrições a orações de cristãos em público.
Diversos incidentes
de intolerância religiosa aconteceram em 2013 em países com minoria
cristã como Egito, Indonésia, Iraque, Sudão, Nigéria e outros lugares
onde os direitos são protegidos por lei.
Francisco, saindo do
discurso preparado, disse ter certeza que os cristãos que sofrem com
discriminação e violência "são mais numerosos hoje do que nos primeiros
dias da Igreja".
No passado, o Vaticano já manifestou preocupação
com o que o ex-papa Bento 16 descreveu como as "formas sofisticadas de
hostilidade" contra os cristão em países ricos, como restringir o uso de
símbolos religiosos em locais públicos.
Compromisso de amor
O
papa terminou seu discurso de hoje pedindo que este Natal suscite um
"generoso compromisso de amor e que no interior das famílias e das
várias comunidades se viva esse clima de fraternidade e de entendimento
que tanto ajuda o bem comum".
Depois Francisco explicou que na
data se celebra São Estêvão, que foi o primeiro mártir da Igreja, e
lembrou seu martírio por apedrejamento e como perdoou seus agressores no
momento de sua morte.
"Vocês não têm medo da chuva?", perguntou, brincando, o papa aos fiéis.
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