sábado, 31 de maio de 2014

Reflexão do Evangelho de hoje O Espírito Santo é a alegria de Jesus

O Espírito Santo é quem realiza a obra do Senhor no nosso coração e é Ele quem nos faz sair de nós mesmos (as) para ir em busca daqueles que estão necessitados. Por isso Maria serve de exemplo para nós quando, apressadamente, se dirigiu à casa da sua prima Isabel levando no ventre o Filho de Deus sendo portadora da graça e da alegria do Espírito Santo. Plena do Espírito Santo Maria saudou Isabel e esta soltou um grande grito de alegria reconhecendo nela a Mãe do seu Senhor, portanto, bendita entre todas as mulheres. Assim sendo, o relato da visita de Maria a Santa Isabel nos faz reconhecer que ela é a portadora da alegria do Espírito Santo para nós e para a nossa casa. Cheios do Espírito Santo nós também podemos ser instrumentos de Deus na vida dos nossos irmãos e fazer com que se cumpram na vida deles os desígnios e os planos de Deus. Basta que nos ponhamos atentos e disponíveis, o Senhor nos usa para levarmos consolo, abrigo, alegria e solidariedade. Maria soube distinguir isto e não perdeu tempo, pôs-se a caminho das montanhas e esquecendo a glória de ser mãe de Deus se fez serva, auxiliadora, anunciadora e canal da alegria e da graça do Espírito Santo. Por este motivo nós reconhecemos Maria como a primeira discípula e missionária de Cristo e a primeira serva a levar a alegria de Jesus ao mundo! Por isso, Ela mesma se auto afirmou bem-aventurada, feliz, cheia de graças! Somos também bem aventurados (as) se acreditamos nas promessas do Senhor. O Espírito Santo é quem nos ensina a louvar a Deus e a manifestar gratidão pelos Seus grandes feitos na nossa vida, por esta razão também somos felizes. Assim como visitou Isabel, transmitindo a ela e a João Batista, o poder do Espírito, Maria hoje, também nos visita e traz para nós o Seu Menino Jesus, cheio da alegria do Espírito Santo que nos ensina a cantar, a louvar, a bendizer a Deus com os nossos lábios. – Reze com Maria, hoje: “Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus meu Salvador, porque olhou para a sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo!”- Você também se considera bem aventurado (a)? Você se sente comprometido (a) com Deus? - Você tem usado o Espírito Santo que mora em você para ir em busca daqueles que precisam ser amados e ajudados?- Imagine-se como Maria visitando hoje alguém que você sabe que está precisando de amor!

Helena Serpa

Evangelho de hoje - Lc 1,39-56

Evangelho - Lc 1,39-56
Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha visitar-me?

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1,39-56

39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Com um grande grito, exclamou: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!" 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu". 46Maria disse: "A minha alma engrandece o Senhor, 47e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador, 48pois, ele viu a pequenez de sua serva, eis que agora as gerações hão de chamar-me de bendita. 49O Poderoso fez por mim maravilhas e Santo é o seu nome! 50Seu amor, de geração em geração, chega a todos que o respeitam. 51Demonstrou o poder de seu braço, dispersou os orgulhosos. 52Derrubou os poderosos de seus tronos e os humildes exaltou. 53De bens saciou os famintos despediu, sem nada, os ricos. 54Acolheu Israel, seu servidor, fiel ao seu amor, 55como havia prometido aos nossos pais, em favor de Abraão e de seus filhos, para sempre". 56Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa. Palavra da Salvação.

A Igreja permitia a prática do “Duelo”?



A Igreja lutou contra a prática do duelo . Tanto que, a partir do Concílio de Trento (1545-1563) expulsava-os da Igreja, proibindo-lhes receber os sacramentos e ter um funeral cristão. O Papa Bento XIV (1730-1740) ratificou essas penas no século XVIII e o Papa Pio IX (1846-1878) estendeu essas penas até às testemunhas dos duelos. Leão XIII (1878-1903) na “Pastoralis Officii”, de 1891, reafirmou a oposição da Igreja aos duelos no tempo em que as leis seculares ainda não os proibiam.

Série Mártires do século XX: Parte 3



martiresOs mártires do comunismo na Albânia
Dom Estevão Bettencourt narra a perseguição e os casos de martírio do comunismo na Albânia dominada pela Rússia. (Revista PR, 456, 200, p. 194). Vejamos o impressionante relato:
Em 1945, a Albânia tornou-se uma República Popular sob a chefia de Enver Hoxha, que empreendeu violenta opressão religiosa contra cristãos e muçulmanos. A Igreja Católica então contava 124.000 fiéis num total de um milhão de habitantes, mas a sua irradiação ia muito além do número de fiéis. A perseguição desencadeou-se primeiramente contra os Bispos, os Religiosos e os missionários estrangeiros; os fiéis que os defendiam, foram presos, torturados e, às vezes, mortos por recusarem denunciar publicamente os pretensos crimes do clero. Essa primeira onda persecutória visava também a cortar o relacionamento do clero com a Santa Sé mediante argumentos e promessas sedutoras. Os clérigos resistiram; então Enver Hoxha, a conselho de Stalin, resolveu eliminar radicalmente a Igreja Católica. Em 1948 só restava um Bispo católico em vida nas montanhas do Norte do país. Ficavam ainda umas poucas dezenas de presbíteros, que procuravam atender à Liturgia dominical, passando de uma paróquia a outra sob a permanente ameaça de encarceramento ou de execução sumária.
A situação em breve se modificou quando o governo albanês rompeu com a Iugoslávia; precisava de se consolidar interiormente; daí travar negociações com a Igreja em busca de um modus vivendi. Em 1951, Enver Hoxha aceitou firmar um tratado com Mons. Shilaku, reconhecendo os laços da Igreja na Albânia com Roma. Todavia o texto oficial publicado pelo governo albanês não correspondeu ao que fora estipulado nas conversações. Houve então protestos da parte de sacerdotes, que foram assassinados ou enviados para campos de concentração. Apesar de tudo, o povo católico não renunciava a viver a sua fé.
Entre 1952 e 1967, a situação se estabilizou entre repressão governamental e resistência dos fiéis. Todos os anos um sacerdote ou uma Religiosa morria em prisão ou em campo de concentração. Quem estava em campo de concentração, era retirado, por vezes, para comparecer a uma sessão de humilhação pública nas ruas das grandes cidades.
Aos 6 de fevereiro de 1967, Enver Hoxha dirigiu um discurso a toda a nação, incitando a juventude albanesa a levar a termo a luta “contra as superstições religiosas”. Os guardas vermelhos da Albânia, à semelhança dos da China, foram encarregados dessa revolução cultural. As igrejas, os conventos, as mesquitas foram tomados de assalto, profanados, saqueados, incendiados, destruídos ou transformados em depósitos, lojas ou apartamentos. Em oito meses, 2169 lugares de culto foram assim extintos. Aos 22 de novembro de 1967, a Gazette, órgão oficial do governo albanês, publicou um decreto que anulava todos os acordos entre confissões religiosas e o Estado. A administração dos sacramentos, os rituais e as preces públicas foram proibidos sob pena de graves sanções. Os últimos membros do clero e os Religiosos foram presos, espancados em público, humilhados, intimados a apostar e, na maioria, enviados para campos de concentração. Não houve, porém, uma única defecção da parte de sacerdotes católicos.
O governo foi mais além… Pôs-se atacar qualquer objeto, símbolo ou gesto que pudesse ter significado religioso até mesmo na intimidade da família. Tenha-se em vista o seguinte caso: os católicos albaneses costumam iniciar suas refeições tomando um copo de raki, sua bebida preferida, e levantando a taça com as palavras: “Louvado seja Jesus Cristo!”. Pois bem, a partir de 1967 tais dizeres podiam custar cinco anos de prisão. Os(as) professores(as) de escolas maternais perguntavam às crianças se sabiam fazer o sinal da cruz; caso alguma criança demonstrasse sabê-lo, os seus genitores eram punidos até com cinco anos de prisão. Era proibido fabricar terços com grãos de girassol, como fazem os camponeses de Albânia. Era interditada a Rádio Vaticana, que todas as noites tinha emissões em língua albanesa. Em 1975, foram excluídos também todos os nomes que pudessem lembrar a religião: Benedito(a), Pedro, Paulo, Maria, Joana…
Não obstante, houve famílias que continuaram a transmitir a fé a seus filhos de maneira secreta. Alguns poucos sacerdotes clandestinos ainda celebravam os sacramentos às ocultas. Nos campos de concentração, os padres batizavam os adultos que o desejassem; caso fossem descobertos, como o foi o Pe. Kurti, eram executados.
Apesar de toda essa repressão religiosa, não se viu surgir o homem novo albanês exaltado pelos discursos de Enver Hoxha; a vida de fé prosseguiu clandestinamente, enquanto o país foi afundando na miséria ainda hoje perceptível.
Uma autêntica filha da Albânia, Madre Teresa de Calcutá via essa realidade com olhos confiantes na Providência Divina. Assim, ao receber o Prêmio Nobel da Paz de 1979, declarou:
“Creio que a Igreja na Albânia está vivendo a experiência de sexta-feira santa, mas nossa fé nos ensina que a vida de Cristo não terminou na sexta-feira santa, e, sim, se consumou na Ressurreição. Nosso povo albanês há de guardar esta verdade na sua mente. Tal é o segredo da paciência cristã…”
Os primeiros sinais de distensão religiosa ocorreram após a morte de Enver Hoxha. Mas somente em novembro de 1990 (um ano após a queda do Muro de Berlim), o Pe. Simon Jubani um dos raros sobreviventes, celebrou a primeira Missa pública após 1967, correndo ainda o risco da própria vida. Em breve, porém, pôde batizar uma centena de adultos. O regime comunista recuou, como nos demais países da Europa, e aos fiéis foi concedida a liberdade de crença.
Com dificuldade a Albânia procura reerguer-se. Ainda há violência no interior do país, agravada em 1998 e 1999 pelas guerras nos Bálcãs.
1.1.    Algumas das vítimas
1)  Cyprian Nika
Cyprian Nika era o padre Provincial dos Franciscanos da Albânia. Após algumas semanas de cárcere e torturas, foi levado à presença de oficiais do Estado para discutir sobre a existência de Deus. Disse-lhes: “Como ser humano pensante, creio que existe algo após esta breve existência na terra, em que o bem e o mal encontrarão a respectiva sanção. Algo que ultrapassa os limites da natureza humana, algo de sobre-humano, de sobrenatural, em que o mal e a injustiça não terão lugar”. Não lhe foi dado acabar o seu discurso, pois os seus interlocutores perderam a paciência e puseram-se a injuriá-lo. Um deles exclamou: “Meu deus é Enver Hoxha!”. O Religioso orou então: “Faça-se a tua vontade!”. Foi fuzilado pouco depois.
2)  Daniel Dajani
Quando andava por uma das ruas da cidade de Shkodër com um dos seus seminaristas, o Pe. Daniel Dajani foi interpelado por agitadores, que o insultaram. Continuou a caminhar sem responder. Mas o jovem seminarista, perturbado, não conseguir recuperar a calma. O Pe. Daniel disse-lhe: “Caro Lazër, eles vieram com espingardas, mas foram embora com amor”. Finalmente o Pe. Daniel Foi preso e testemunhou diante dos seus juízes: “Desde a infância tenho fé e estou pronto a morrer para dar testemunho da minha fé”. Foi então executado juntamente com Mozafer Pipa, o jovem advogado muçulmano que o defendera.
3)  Ded Macaj
Este jovem sacerdote de 28 anos foi condenado à morte após um processo simulado. Declarou diante do pelotão que o executou: “Perante Deus, em cuja presença vou comparecer em breve, e perante vocês, caros soldados, declaro que sou assassinado tão somente por causa do ódio à Igreja Católica. E eu o digo sem amargura nem ódio para com aqueles que me vão fuzilar”.
4)  Mikel Betoja
Este jovem sacerdote clandestino foi depreendido a celebrar a Missa às ocultas numa aldeia. Foi logo condenado a quinze anos de campo de concentração por motivo de “agitação e propaganda”. Professou então sua fé em público. Em conseqüência a sua sentença foi logo trocada pela de condenação à morte. Executaram-no aos 10/02/74.
5)  Ded Malaj
O jovem vigário de Dajc foi fuzilado às margens do lago de Shkodër por Ter continuado a exercer o seu ministério. Os fiéis que o defenderam, foram mandados para campos de concentração. Acontece, porém, que trinta anos depois a aldeia continua fiel à sua fé católica.
6)  Leonardo Shajakaj
Sacerdote de 76 anos de idade, recusou dizer o que ouvira em confissão. Foi executado por causa deste “crime” em 1964.
7)  Mons. Gjergj Volsj
Fora o mais jovem Bispo do Mundo. Recusou-se a romper com Roma. Foi então preso e torturado durante meses. Na véspera de ser executado, recebeu a visita de sua mãe, que chorou. Mas o filho lhe disse: “Mãe, não chores por causa do teu filho; antes, chora por todo o povo”.
Prof. Felipe Aquino

As palavras mostram o coração



1468765_397600457036698_1043592597_n “Nenhuma palavra má saia de vossas bocas, mas só boas palavras que sirvam para edificação e que sejam benfazejas aos que a ouvem” (Ef 4,29).
É conhecida a história daquela mulher que foi se confessar e disse ao padre que tinha difamado uma amiga, falando mal dela às outras. Após o perdão, o sacerdote deu-lhe como reparação dos pecados soltar do alto da torre da igreja um saco cheio de penas. Após cumprir a penitência, a mulher foi comunicar ao sacerdote, que lhe disse: “agora a senhora vai juntar todas as penas que o vento levou…”
Assim como é impossível juntar todas essas penas lançadas ao vento, é quase impossível restaurar os efeitos destruidores da calúnia, da maledicência, da fofoca e dos julgamentos indevidos.
Alguém disse que as palavras são mais poderosas que os canhões. As palavras geram a paz ou a guerra. Ela leva consigo o próprio espírito e poder da pessoa que a comunica. Jesus disse que: “A boca fala daquilo que está cheio o coração” (Lc 6,45). Se você só pensa em política, você fala de política. Se você só pensa em dinheiro e em negócios, você também só fala de dinheiro e de negócios. Se você pensa em Deus, gosta de falar de Deus… e assim por diante. Se o seu coração estiver em paz; vivendo na mansidão, na humildade, cheio de misericórdia, também as suas palavras transmitirão isso. Mas se o seu coração for exaltado, rebelde, violento, cheio de ódio… cuidado com as suas palavras, elas transmitirão o seu espírito. As palavras “mostram” o coração.
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Pela palavra, Jesus curou cegos e leprosos, expulsou demônios, multiplicou pães, acalmou os ventos e o mar… ressuscitou mortos, amaldiçoou a figueira estéril (Mc 11,14). Também nossas palavras poderão fazer milagres de alegria ou de dor, conforme esteja o nosso coração. O Mestre divino disse: “É do interior do coração dos homens que procedem os maus pensamentos: devassidões, roubos, assassinatos, adultérios, cobiças, perversidades, fraude, desonestidade, inveja, difamação, orgulho e loucura” (Mc 7, 21). Por nossas palavras seremos julgados.
Não é à toa que São Paulo nos exortava: “Nenhuma palavra má saia de vossas bocas, mas só boas palavras que sirvam para edificação e que sejam benfazejas aos que a ouvem” (Ef 4,29).
(Do livro ENTRAI PELA PORTA ESTREITA)

O purgatório na Bíblia



purgatório1Muitos me perguntam onde está na Bíblia o purgatório? Ele é uma exigência da razão e mesmo da caridade de Deus por nós. A palavra “purgatório” não existe na Bíblia, foi criada pela Igreja, mas a realidade, o “conceito doutrinário” deste estado de purificação existe amplamente na Sagrada Escritura como vamos ver. A Igreja não tem dúvida desta realidade por isso, desde o primeiro século reza pelo sufrágio das almas do purgatório.
1 – São Gregório Magno (?604), Papa e doutor da Igreja, explicava o purgatório a partir de uma palavra de Jesus: “No que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo que se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado nem no presente século nem no século futuro (Mt 12,31). Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro” (Dial. 41,3). O pecado contra o Espírito Santo, ou seja a pessoa que recusa de todas as maneiras os caminhos da salvação, não será perdoado nem neste mundo, nem no mundo futuro. Mostra o Senhor Jesus, então, neste trecho, implicitamente, que há pecados que serão perdoados no mundo futuro, após a morte.
2 – O ensinamento sobre o purgatório tem raízes já na crença dos próprios judeus do Antigo Testamento; cerca de 200 anos antes de Cristo, quando ocorreu o episódio de Judas Macabeus. Narra-se aí que alguns soldados judeus foram encontrados mortos num campo de batalha, tendo debaixo de suas roupas alguns objetos consagrados aos ídolos, o que era proibido pela Lei de Moisés. Então Judas Macabeus mandou fazer uma coleta para que fosse oferecido em Jerusalém um sacrifício pelos pecados desses soldados. “Então encontraram debaixo da túnica de cada um dos mortos objetos consagrados aos ídolos de Jâmnia, coisas proibidas pela Lei dos judeus. Ficou assim evidente a todos que haviam tombado por aquele motivos. puseram-me em oração, implorando que o pecado cometido encontrasse completo perdão (.). Depois [Judas] ajuntou, numa coleta individual, cerca de duas mil dracmas de prata, que enviou a Jerusalém para que se oferecesse um sacrifício propiciatório. Com ação tão bela e nobre ele tinha em consideração a ressurreição, porque, se não cresse na ressurreição dos mortos, teria sido coisa supérflua e vã orar pelos defuntos. Além disso, considerava a magnífica recompensa que está reservada àqueles que adormecem com sentimentos de piedade. Santo e pio pensamento! Por isso, mandou oferecer o sacrifício expiatório, para que os mortos fossem absolvidos do pecado” (2Mc 12,39-45).
O autor sagrado, inspirado pelo Espírito Santo, louva a ação de Judas: “Se ele não esperasse que os mortos que haviam sucumbido iriam ressuscitar, seria supérfluo e tolo rezar pelos mortos. Mas, se considerasse que uma belíssima recompensa está reservada para os que adormeceram piedosamente, então era santo e piedoso o seu modo de pensar. Eis porque ele mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, afim de que fossem absolvidos do seu pecado”. (2 Mac 12,44s) .Neste caso, vemos pessoas que morreram na amizade de Deus, mas com uma incoerência, que não foi a negação da fé, já que estavam combatendo no exército do povo de Deus contra os inimigos da fé. Cometeram uma falta que não foi mortal.
Fica claro no texto de Macabeus que os judeus oravam pelos seus mortos e por eles ofereciam sacrifícios, e que os sacerdotes hebreus já naquele tempo aceitavam e ofereciam sacrifícios em expiação dos pecados dos falecidos e que esta prática estava apoiada sobre a crença na ressurreição dos mortos. E como o livro dos Macabeus pertence ao cânon dos livros inspirados, aqui também está uma base bíblica para a crença no purgatório e para a oração em favor dos mortos.
3 – Com base nos ensinamentos de São Paulo, a Igreja entendeu também a realidade do purgatório. Em 1Cor 3,10, ele fala de pessoas que construíram sobre o fundamento que é Jesus Cristo, utilizando uns, material precioso, resistente ao fogo (ouro, prata, pedras preciosas) e, outros, materiais que não resistem ao fogo (palha, madeira). São todos fiéis a Cristo, mas uns com muito zelo e fervor, e outros com tibieza e relutância. E S. Paulo apresenta o juízo de Deus sob a imagem do fogo a provar as obras de cada um. Se a obra resistir, o seu autor “receberá uma recompensa”; mas, se não resistir, o seu autor “sofrerá detrimento”, isto é, uma pecpa_o_purgat_riona; que não será a condenação; pois o texto diz explicitamente que o trabalhador “se salvará, mas como que através do fogo”, isto é, com sofrimentos.
4 – Na passagem de Mc 3,29, também há uma imagem nítida do purgatório:”Mas, se o tal administrador imaginar consigo: ‘Meu senhor tardará a vir’. E começar a espancar os servos e as servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo virá no dia em que não o esperar (.) e o mandará ao destino dos infiéis. O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes. Mas aquele que, ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensível será açoitado com poucos golpes.” (Lc 12,45-48). É uma referência clara ao que a Igreja chama de Purgatório. Após a morte, portanto, há um “estado” onde os “pouco fiéis” haverão de ser purificados.
5 – Outra passagem bíblica que dá margem a pensar no purgatório é a de (Lc 12,58-59): “Ora, quando fores com o teu adversário ao magistrado, fazer o possível para entrar em acordo com ele pelo caminho, a fim de que ele não te arraste ao juiz, e o juiz te entregue ao executor, e o executor te ponha na prisão. Digo-te: não sairás dali, até pagares o último centavo.”
O Senhor Jesus ensina que devemos sempre entrar “em acordo” com o próximo, pois caso contrário, ao fim da vida seremos entregues ao juiz (Deus), nos colocará na “prisão” (purgatório); dali não sairemos até termos pago à justiça divina toda nossa dívida, “até o último centavo”. Mas um dia haveremos de sair. A condenação neste caso não é eterna. A mesma parábola está em Mt 5, 22-26: “Assume logo uma atitude reconciliadora com o teu adversário, enquanto estás a caminho, para não acontecer que o adversário te entregue ao juiz e o juiz ao oficial de justiça e, assim, sejas lançado na prisão. Em verdade te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo” . A chave deste ensinamento se encontra na conclusão deste discurso de Jesus: “serás lançado na prisão”, e dali não se sai “enquanto não pagar o último centavo”.
6 – A passagem de São Pedro 1Pd 3,18-19; 4,6, indica-nos também a realidade do purgatório:”Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados (.) padeceu a morte em sua carne, mas foi vivificado quanto ao espírito. É neste mesmo espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram detidos na prisão, aqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes (.).” Nesta “prisão” ou “limbo” dos antepassados, onde os espíritos dos antigos estavam presos, e onde Jesus Cristo foi pregar durante o Sábado Santo, a Igreja viu uma figura do purgatório. O texto indica que Cristo foi pregar “àqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes”. Temos, portanto, um “estado” onde as almas dos antepassados aguardavam a salvação. Não é um lugar de tormento eterno, mas também não é um lugar de alegria eterna na presença de Deus, não é o céu. É um “lugar” onde os espíritos aguardavam a salvação e purificação comunicada pelo próprio Cristo.
Do livro: ”O Purgatório” – O que a Igreja ensina, Prof. Felipe Aquino

A lição dos Sabiás



112_251-sabiasZé Vicente vivia encabulado com este e com outros pensamentos: “Se eu morrer, o que será da minha esposa e dos meus filhos? Quem vai cuidar deles?”
Saiu cedinho para a roça, sempre enrolado em seus pensamentos. De súbito, escuta no alto de uma árvore um forte chilrear de filhotes de passarinho. Quase no mesmo galho estavam dois ninhos, com filhotinhos de sabiá.
Já ia tocando para a frente, com sua enxada ao ombro, quando avista um gavião apoderando-se de um passarinho.
Era justamente o sabiá que vinha trazendo alimento para os filhotes. Revoltado, tentou atingir o gavião com pedradas, mas o sabiá foi carregado embora.
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Ao voltar para o trabalho no dia seguinte, Zé Vicente foi direto na direção daquela árvore a fim de visitar os filhotes órfãos. Estava certo de encontrar mortos de fome os filhotinhos da mãe sequestrada. Mas encontrou-os chilreando cheios de vida.
“Como teria sido possível isto?” E ali para descobrir o segredo, dentro em pouco viu chegar a mãe do ninho vizinho, que repartiu o que trouxera, com os filhotes de ambos os ninhos.
“Senhor meu Pai”, exclamou Zé Vicente, tirando o chapéu e ajoelhando-se ali mesmo no chão duro, “eu me esquecera que existe uma Providência divina. Pensava que somente eu poderia manter a minha família. Agora vejo que és tu, meu Pai, o único e infalível sustento dos meus filhos”.
Retirado do livro: Histórias para Meditar

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Reflexão do Evangelho de hoje Chegará o dia em que não perguntaremos mais nada

Há realidades que extrapolam a nossa limitação física e até mesmo a nossa percepção do sobrenatural. São coisas que nos afligem o coração e que nunca conseguimos entende-las por mais que supliquemos a Deus. Na Sua Palavra, porém, Jesus nos dá a garantia de que haveremos de vê-lo outra vez e que um dia nós não precisaremos perguntar nem questionar mais nada, pois tudo nos será muito claro e transparente. Este é mais um motivo para que tenhamos esperança na nossa ressurreição e na nossa participação da vida dos santos e dos anjos que já contemplam a Deus. Muitas coisas agora nos parecem sem propósito, sem sentido e ambíguas, no entanto, a fé em Jesus nos leva a crer que chegará para nós o dia da vida plena. Estamos todos (as) sujeitos (as) às instabilidades da nossa existência humana e ficamos tristes quando alguém parte, ficamos confusos e perdidos quando não acontece o que prevíamos, gememos sob o peso dos nossos fardos e Jesus vem nos dizer que é preciso que tudo isto aconteça para que um dia nós entendamos tudo. Formamos um único Corpo, por isso, uns membros sofrem pelos outros membros, pois estamos ligados ao mesmo organismo e sofremos as consequências boas e más daquilo que nos atinge. Mas a fidelidade ao Amor do Pai nos fará receber o galardão e a nossa herança. A tristeza de hoje transformar-se-á em alegria, amanhã e isto é motivo de esperança para nós. - Você já experimentou a alegria depois da tristeza? Recorde este dia e louve o Senhor por isso! - As promessas do Senhor têm se realizado na sua vida? – O que você ainda espera e que ainda não aconteceu? - Você acredita que o amanhã será melhor do que hoje? - Qual a sua perspectiva para a sua qualidade de vida em Deus?

Helena Serpa

Evangelho de hoje - Jo 16,20-23a

Evangelho - Jo 16,20-23a
Ninguém vos poderá tirar a vossa alegria.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 16,20-23a
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
20Em verdade, em verdade vos digo:
Vós chorareis e vos lamentareis,
mas o mundo se alegrará;
vós ficareis tristes,
mas a vossa tristeza se transformará em alegria.
21A mulher, quando deve dar à luz,
fica angustiada porque chegou a sua hora;
mas, depois que a criança nasceu,
ela já não se lembra dos sofrimentos,
por causa da alegria de um homem ter vindo ao mundo.
22Também vós agora sentis tristeza,
mas eu hei de ver-vos novamente
e o vosso coração se alegrará,
e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria.
23aNaquele dia, não me perguntareis mais nada.
Palavra da Salvação.

O que foi a Guerra Cristera?



Cristiada_24_abrilO filme ‘Cristiada’, o mais assistido hoje no México e mostra uma realidade desconhecida por muitos católicos: revela o testemunho impressionante dos mártires da revolução mexicana de 1926. Foi uma revolução contra a Igreja católica e que fez muitos mártires.
O jovem ator de 14 anos, Maurício Kuri, interpreta o mártir mexicano José Luis Sánchez del Rio, da mesma idade; incentivou os católicos de todo o mundo a defender a liberdade religiosa, como fizeram os fiéis do México durante a Guerra Cristera”: “O que está acontecendo, hoje, com a Igreja, diante dos ataque à liberdade religiosa, é algo que acontecerá no final dos tempos. Sou católico e não me envergonho, estou orgulhoso de sê-lo e de defender o Cristianismo. Há uma frase, no filme, que eu adoro: Quem é você se não se levanta e se põe de pé para defender o que acredita?”.
‘Cristiada’ narra a história da Guerra Cristera, no México, desatada pela legislação anticlerical de 1926 e pela perseguição contra a Igreja Católica pelo então presidente Plutarco Elías Calles.
As leis proibiram as ordens religiosas, suprimiram a Companhia de Jesus e seus colégios, impuseram a deportação e o encarceramento dos bispos ou sacerdotes que protestassem. Privaram a Igreja dos direitos de propriedade e negaram liberdade civil aos sacerdotes, incluindo o direito a um julgamento com um jurado e o direito a voto. A cristandade mexicana sustentou uma luta de três anos contra os sem-Deus da época. Os laicistas da Reforma impuseram a liberdade para todos os cultos, exceto o católico, submetido ao controle do Estado.
O Papa Pio IX condenou essas medidas, assim como Pio XI expressou sua admiração pelos “cristeros”. Um mês depois, este Pontífice publicou a encíclica “Iniquis afflictisque”, na qual denunciou as agressões sofridas pela Igreja no México: “Já quase não resta liberdade alguma à Igreja [no México], e o exercício do ministério sagrado se vê de tal maneira impedido, que é castigado, como se fosse um delito capital com penas severíssimas”.
O Papa elogiou, com entusiasmo, a “Liga Nacional Defensora de la Libertad Religiosa”, espalhada “por toda a República, na qual seus membros trabalharam, assiduamente, com o fim de ordenar e instruir a todos os católicos para opor aos adversários uma frente única e solidíssima”. Ele se comoveu ante o heroísmo dos católicos mexicanos: “Alguns destes adolescentes, destes jovens – como conter as lágrimas ao pensá-lo – foram lançados à morte com o rosário na mão, ao grito de Viva Cristo Rei! Inenarrável espetáculo que se oferece ao mundo, aos anjos e aos homens”.
López Beltrán, considerando os anos 1926-1929, dá o nome de 39 sacerdotes assassinados, de um diácono e seis religiosos. Guillermo Havers nomeia os 46 sacerdotes diocesanos executados no mesmo período de tempo (“Testigos de Cristo en México, 205-8″). Muitos desses padres pertenciam à arquidiocese de Guadalajara ou à diocese de Colima.
Em 22 de novembro de 1992, João Paulo II beatificou vinte e dois desses sacerdotes diocesanos mártires, destacando que “sua entrega ao Senhor e à Igreja era tão firme que, ainda tendo a possibilidade de se ausentar de suas comunidades durante o conflito armado, decidiram, a exemplo do Bom Pastor, permanecer entre os seus para não privá-los da Eucaristia, da Palavra de Deus e do cuidado pastoral. A Conferência do Episcopado Mexicano, no livro “Viva Cristo Rei!” (México, 1991), dá-nos biografias dos 25 mártires que foram beatificados.
“A solenidade de hoje [Cristo Rei]“, destacada por João Paulo II na cerimônia de beatificação, instituída pelo Papa Pio XI, precisamente quando era mais vigorosa a perseguição religiosa do México, penetrou muito fundo naquelas comunidades eclesiásticas e deu uma força particular a esses mártires, de maneira que, ao morrer, muitos gritavam: ‘Viva Cristo Rei!’”.
A todos se deve acrescentar o nome do padre jesuíta Miguel Agustín Pro Juárez, beatificado pelo Papa João Paulo II em 25 de setembro de 1988. Por ocasião de um atentado contra o presidente Obregón, foram aprisionados e executados os autores do golpe, e, com eles, também eliminados o Padre Pro e seu irmão Humberto, os quais eram inocentes (23-11-1927).
Robert Roya, em “The Catholic Martyrs of The Twentieth Century” (pag.17-18) [Os mártires católicos do século XX] traz um relato impressionante:
“Dos mártires daqueles dias, nenhum chamou tanto a atenção do público, no México e no resto do mundo, como o Jesuíta Miguel Agustín Pro. Este foi morto por um pelotão de fuzilamento em frente das câmeras dos jornais que o governo trouxera para gravar o que esperava ser o constrangedor espetáculo de um padre implorando por misericórdia. Foi uma das primeiras tentativas modernas de usar a mídia para a manipulação da opinião pública com propósitos antirreligiosos. Mas, ao invés de vacilar, Pro demonstrou grande dignidade, pedindo apenas a permissão de rezar antes de morrer. Após alguns minutos de prece, levantou-se, ergueu seus braços em forma de cruz – uma tradicional posição de oração mexicana – e, com voz firme, nem desafiante nem desesperada, entoou, de forma comovente, palavras que, desde então, tornaram-se famosas: ‘Viva Cristo Rei’.
“Longe de ser um triunfo da propaganda para o governo, as fotografias da execução de Pro tornaram-se objeto de devoção católica no México e de constrangimento do governo por todo o mundo. Oficiais tentaram suprimir sua circulação, declarando a mera posse de tais fotos um ato de traição, mas não obtiveram sucesso.”
“Dios mío, ten misericordia de ellos. Dios mío, bendícelos. Señor, tu sabes que soy inocente. Con todo mi corazón perdono a mis enemigos” [Deus meu, tende misericórdia deles. Deus meu, abençoai-lhes. Senhor, tu sabes que sou inocente. Com todo meu coração, perdoo a meus inimigos].
“O pelotão dispara. Ouve-se ainda as últimas palavras de Pro, firmes, devotas: “Viva Cristo Rei!”. Eis o brado dos cristeros. Futuramente, o exército callista cortaria a língua dos mártires para que, ao morrer, não confessassem Cristo”.
“Pro cai, mas não morre. Um soldado aproxima-se dele e lhe dá o último tiro”. Podemos dizer por padre Pro: “Muero, pero Dios no muere!” [Morro, mas Deus não morre!].

Prof. Felipe Aquino

Série Mártires do século XX: Parte 2



imagesOs Mártires do Século  XX
Algo que poucos católicos sabem é que só no século XX houve mais mártires que em todos os 19 séculos anteriores somados. Na celebração do Jubileu do ano 2000, o Papa João Paulo II disse:
“Estes dois mil anos depois do nascimento de Jesus Cristo estão marcados pelo persistente testemunho dos mártires. Também este século, que caminha para o seu ocaso, conheceu numerosíssimos mártires, sobretudo por causa do nazismo, do comunismo e das lutas raciais ou tribais. Sofreram pela sua fé pessoas das diversas condições sociais, pagando com o sangue a sua adesão a Cristo e à Igreja ou enfrentando corajosamente infindáveis anos de prisão e de privações de todo gênero, para não cederem a uma ideologia que se trans­formou num regime de cruel ditadura. Do ponto de vista psicológico, o martírio é a prova mais eloquente da verdade da fé, que consegue dar um rosto humano inclusive à morte mais violenta e manifestar a sua beleza mesmo nas perseguições mais atrozes.
Inundados pela graça no próximo ano jubilar, poderemos mais vigorosamente erguer ao Pai o nosso hino de gratidão, cantando: Te  martyrum candidatus laudat exercitus (o exército resplandecente dos mártires canta os vossos louvores). Sim, é o exército daqueles que “lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro” (Ap 7, 14). Por isso, a Igreja espalhada por toda a terra deverá permanecer ancorada ao seu testemunho e defender zelosamente a sua memória. Possa o povo de Deus, revigorado na fé pelos exemplos destes autênticos campeões de diversa idade, língua e nação, cruzar confiadamente o limiar do terceiro milênio. À admiração pelo seu martírio associe-se, no coração dos fiéis, o desejo de poderem, com a graça de Deus, seguir o seu exemplo, caso o exijam as circunstâncias” (Bula Incarnationis Mysterium nº 13).
O Papa João Paulo II nomeou uma Comissão destinada a recensear e conservar a memória dos mártires do século XX. A tal Comissão foi confiada uma tríplice tarefa:
-  Elaborar um catálogo dos mártires do século XX;
-  Preparar a comemoração desses mártires (marcada para 07/05/2000);
-  Aprofundar a contribuição espiritual que trouxeram à Igreja.
Já existem mais de dez mil relatos de martírio ocorrido nos diversos continentes chegaram a Roma, alguns redigidos em duas linhas, outros em centenas de páginas; chegaram em cerca de dez línguas diferentes, que é preciso traduzir para o italiano e passar para o computador num programa especial de informática. Quanto à procedência desses relatos, 45% vêm de Conferências Episcopais e 40% de Congregações ou Ordens Religiosas.1012191_602753276421773_1864993989_n
Coloca-se uma questão nova a propósito do conceito de mártir: será mártir somente quem morre por ódio à fé ou pode ser tido como mártir aquele que passou anos em cárcere ou em campo de concentração, tendo sofrido cruéis tormentos, mas foi posto em liberdade ainda vivo? Houve, na realidade, Bispos, como Monsenhor Velychkovskyj na Ucrânia e Monsenhor Fishta na Albânia, que foram libertados da prisão quando estavam gravemente enfermos por causa das torturas e dos maus tratos e morreram pouco depois; podem ser equiparados aos mártires no sentido clássico?
As respostas enviadas aos questionários emitidos pela Comissão foram assaz diversas. Em setembro de 1998, a Igreja da Espanha tinha mandado 2075 relatórios; a da França, dez. Depois, a França enviou mais cinquenta relatórios e a Espanha mais 2000 novos relatórios; a Coreia, 200; a Polônia, 900. Quanto aos países dominados por governo anticatólico (Vietnam, China, Sudão…), têm-se manifestado timidamente – o que bem se entende, dado o controle das autoridades civis.
É de notar ainda que em Jerusalém existe o Instituto Yad-Vashem, fundado em 1953 para recensear os nomes de pessoas não israelitas que ajudaram ou salvaram judeus perseguidos, com risco para a sua própria vida; esses beneméritos recebem o título de “Justos das Nações”, que “amaram o próximo como a si mesmos”. Na Europa, 12.000 justos foram assim reconhecidos e muitos ainda ficam no anonimato. A justificativa apresentada para a exaltação desses nomes é que “todo aquele que salva uma vida salva o universo todo inteiro”.
Prof. Felipe Aquino

Minha mãe faleceu e me disseram que agora ela se tornou uma intercessora no céu para mim. É verdade?



tumblr_m7io1qvfKl1qklhh3o1_500_largeSe a sua mãe estiver no céu, é certo que ela intercede por você. A Igreja nos garante que os santos “intercedem por nós sem cessar” (Or. Eucarística).
Se ela estiver no Purgatório, também intercede por você, pois o nosso Catecismo, quando fala da “nossa comunhão com os falecidos” (n.958) diz que: “Nossa oração por eles pode não somente ajudá-los, mas também tornar eficaz sua intercessão por nós”.
O Papa João Paulo II disse nos dias de finados de 1992 e 1994 que:
“Numa misteriosa troca de dons, eles [no purgatório] intercedem por nós e nós oferecemos por eles a nossa oração de sufrágio”. ( L´Osservatore Romano de 08/11/92, p. 11)
“… os vínculos de amor que unem pais e filhos, esposas e esposos, irmãos e irmãs, assim como os ligames de verdadeira amizade cpa_a_intercess_o_e_culto_dos_santosentre as pessoas, não se perdem nem terminam com o indiscutível evento da morte. Os nossos defuntos continuam a viver entre nós, não só porque os seus restos mortais repousam no cemitério e a sua recordação faz parte da nossa existência, mas sobretudo porque as suas almas intercedem por nós junto de Deus”. (L. R. 02/11/94)
É um costume antigo na Igreja acender uma vela pelas almas do Purgatório, suplicando a intercessão delas.
Prof. Felipe Aquino

A Indispensável Benção de Deus



2222Há um Salmo na Bíblia que nos dá um dos mais preciosos ensinamentos para a nossa vida: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a constroem. Se o Senhor não guardar a cidade, debalde vigiam as sentinelas” (Sl 126,1). Não é por acaso que o título desse salmo é “A fonte de todo bem”, isto é, a bênção de Deus.
Muitas vezes, nosso trabalho não produz o que esperamos e nossas obras não dão o fruto que planejamos, porque confiamos apenas em nós mesmos e nos esquecemos de pedir a Bênção Daquele que é o Senhor de tudo e de todos, e que “tem o mundo em Suas mãos”. É próprio daquele que é humilde pedir a Bênção de Deus para sua vida e atividades. Da mesma forma, é próprio daquele que é orgulhoso e autossuficiente contar apenas consigo mesmo e esquecer-se da graça de Deus.
Ser humilde é reconhecer que “toda dádiva boa e todo dom perfeito vem de cima: desce do Pai das luzes” (Tg 1,17) e que, portanto, não temos motivo algum para orgulho, vaidade e autossuficiência. Da mesma forma, ser humilde é não se desesperar com a própria fraqueza, miséria ou impotência, uma vez que se reconhece que toda a força vem da bênção de Deus. O livro dos Provérbios ensina que “Deus rejeita os soberbos, mas dá a sua graça aos humildes” (Pr 3,34). Deus ama aquele que reconhece a própria fraqueza, e lhe dá a Sua graça. Somente quando reconhecemos nossa pequenez é que podemos experimentar em nós o poder de Deus. Foi o que o Senhorcpa_em_busca_da_perfei_o_1 disse a São Paulo: “Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força” (II Cor 12,9). Foi essa grande verdade, fruto da humildade, que levou o apóstolo a exclamar: “Portanto, prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo” (II Cor 12,9b). Jesus avisou: “Sem Mim nada podeis fazer”. (João 15,5)
Nossos fardos são por demais pesados para que os carreguemos sozinhos. É preciso deixar que Deus os carregue para nós. De que forma? Confiando-Lhe nossas obras, entregando-Lhe nossas preocupações, confessando-Lhe nossa fraqueza e pedindo-Lhe Sua bênção para tudo o que fizermos. O mesmo Salmo ensina que:
“É Inútil levantar-vos antes da aurora, e atrasar até alta noite vosso descanso, para comer o pão de um duro trabalho, pois Deus o dá aos seus amados até durante o sono”. (Sl 126,2).
Prof. Felipe Aquino
Retirado do livro “Em Busca da Perfeição”

Deus é um Pai que nos educa



caminhando-com-jesus“Ora, qual é o filho a quem seu pai não corrige.” (Hb 12,7)
Deus é nosso Pai, mas não é paternalista, isto é, Ele nos corrige quando é necessário a fim de chegarmos à perfeição que deseja para nós. A Carta aos Hebreus explica isso muito bem:
“Filho meu, não desprezes a correção do Senhor. Não desa­nimes, quando repreendido por ele; pois o Senhor corrige a quem ama e castiga todo aquele que reconhece por seu filho.” (Hb 12, 5-6)
“Estais sendo provados para a vossa correção: é Deus que vos trata como filhos (…) se permanecêsseis sem a correção que é comum a todos, seríeis bastardos e não filhos legítimos.” (Hb 12,7-8)
Quer dizer, aos olhos da fé, as provações desta vida são usadas como parte da pedagogia paterna de Deus em relação a nós, Seus filhos. “Feliz o homem a quem ensinais, Senhor” (Sl 93,12). “Bem-aventurado o homem a quem Deus corrige!” (Jó 5,17).
E o apóstolo foi profundo na ques­tão:
“Deus nos educa para o aproveitamento, a fim de nos co­municar a Sua santidade.” (Hb 12,10)
Pelas provações, Deus quer fazer-nos santos. É por isso que a prova­ção é penosa para nós. Mas, disse o apóstolo:
“É verdade que toda correção parece, de momento, antes motivo de pesar que de alegria. Mais tarde, porém, granjeia aos que por ela se exercitaram o melhor fruto de justiça e de paz.” (Hb 12,11)
Essa é a recompensa da educação paterna de Deus: paz, justiça e santidade, E São Paulo nos alenta dizendo:
“Tenho para mim que os sofri­mentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada.” (Rm 8,18)
Portanto, não nos assustemos com o sofrimento de cada dia. É por isso que Jesus nos disse: “Tome cada dia a sua cruz, e siga-me.” (Lc 9,23)
Há ervas daninhas em nossa alma que podem matá-la; e Deus não pode permitir isso; ás vezes ele tem até de cortar um galho da árvore para não permitir que a erva má tome conta da planta e a mate; e Ele faz isso conosco também; porque nos ama. Ou será que você que é pai e mãe nunca levou um filhinho para tomar uma dolorosa injeção? Você duvida que o fez por amor? A mesmíssima coisa Deus faz conosco; algumas vezes ele nos leva para tomar um dolorosa e curativa “injeção”.
Não reclame, agradeça, porque você não é mais criança. Diga como Santo Agostinho: “corta Médico divino, corta fundo, desde que minha alma não morra!”
Deus nos ama e por isso nos educa através das provações da vida que, segundo São Tiago, produz em nós “uma obra perfeita” (Tg 1,4). Assim Deus destrói em nós os ídolos que querem tomar o Seu lugar em nosso coração que Lhe pertence. Ele age assim conosco porque somos seus filhos legítimos e não bastardos.
Quanto mais temporais e tempestades o carvalho enfrenta, mais forte ele fica! Suas raízes naturalmente se aprofundam mais na terra e seu caule se torna mais robusto, sendo impossível uma tempestade arrancá-lo do solo ou derrubá-lo!
O padre Leonel França disse que “quem se decidiu a sofrer resolveu o problema de sua santificação”. Para nos educar e quebrar em nós os ídolos falsos e os maus impulsos, Ele sabe usar as prova­ções da vida. Depois que o pecado entrou no mundo, as provações desta vida fazem parte da pedagogia paterna de Deus para nos salvar.
O salmista entendia isto: “Feliz o homem a quem ensinais, Senhor” (Sl 93,12a).
Muitas vezes Deus entra em uma vida através de um reumatismo, de uma cegueira, de uma pneumonia, um câncer, uma perna amputada (…). Nada disto é bom, e deve ser evitado, mas Deus sabe usar estes males para o nosso bem.
Musset dizia que “o homem é o aprendiz, a dor o mestre, e nada se conhece bem quando não se sofreu”.
Para livrar São Paulo do perigo da vaidade – ele mesmo afirma – Deus lhe deu “um espinho na carne”. O apóstolo teve visões celestes, e isto podia levar-lhe ao orgulho; então Jesus deu-lhe aquele espinho, que não sabemos que tipo de sofrimento era. Vejamos o que diz o apóstolo:“Conheço um homem em Cristo que há quatorze anos foi arrebatado até o terceiro céu (…), foi arrebatado ao paraíso e lá ouviu palavras inefáveis, que não é permitido a um homem repetir.” (2Cor 12, 2-4)
“Para que a grandeza das revelações não me levasse ao orgulho, foi me dado um espinho na carne, um anjo de Satanás para me esbofetear e me livrar do perigo da vaidade.”
“Basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que se revela totalmente a minha força.”
A partir desta lição, o apóstolo preferia gloriar-se das suas fraquezas, e não dos seus sucessos:
“Portanto, prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo (…) porque quando me sinto fraco, então é que sou forte.” (2Cor 12, 7-10)
Portanto, não nos assustemos com o sofrimento de cada dia: ele é a cruz da nossa salvação. É por isso que Jesus nos disse: “Tome cada dia a sua cruz, e siga-me” (Lc 9,23c).
Para o santo Cura D’Ars, São João Vianney, para ganhar o Céu é preciso da graça e da cruz. Ele dizia que “o sofrimento é necessário para conservar a graça”.
A hora das grandes almas é a hora do sofrimento; se agigantam. Como dizia Lacordaire: “Quando tudo está perdido, então é a hora das grandes almas”.
É uma arte saber aproveitar as nossas misérias para nosso progresso espiritual, assim como se aproveita o esterco para adubar a planta. A cruz que Deus permite chegar a nós vem coberta de graças.
Sem dúvida, o sofrimento é um purgatório antecipado na terra, onde já vamos nos purificando e santificando. É o jardineiro divino que poda a videira para que dê mais frutos (Jo 15,5).
Somos como o barro nas mãos do oleiro. Deus torneia, endurece, põe no fogo, quebra-o quando necessário. Nunca o vaso diz ao oleiro “não estou contente!” ou “por que me fizeste assim?”
Um dia Michelangelo mostrou para seus discípulos uma pedra de mármore e disse-lhes: “aí dentro há um anjo, vou colocá-lo para fora”. E começaram a trabalhar a pedra. Logo o anjo foi surgindo nas mãos geniais do artista. Seus alunos admirados lhe perguntaram: “Mestre, como foi possível isto?” Ele lhes respondeu: “o anjo já estava dentro da pedra, nós apenas o colocamos para fora tirando o que estava sobrando (…)”.
Deus faz assim conosco, “vai tirando os excessos que estão sobrando” e impedindo o anjo de surgir em nossa alma. As marteladas e os cortes do Artista divino vão moldando-nos novamente a sua imagem e semelhança, como fomos criados. Isto pode doer, mas vale a pena.
São Bernardo dizia que “o mundo vê a cruz mas não vê a unção”. Elizabeth da Trindade se oferecia a Jesus como uma “humanidade de acréscimo, na qual possa Ele ainda sofrer para a glória do Pai e as necessidades de sua Igreja e perpetuar no mundo sua vida de reparação, de sacrifícios, de louvor e de adoração” (Elizabeth da Trindade, XII, XIII). Santa Gema Galgani dizia: “Queres amar? Aprende primeiro a sofrer”.
Nos acontecimentos da vida muitas vezes não entendemos o que nos sucede. Na verdade é a mão de Deus a nos conduzir, às vezes no meio do silêncio e da dor. Só entenderemos depois (…).
O médico não prescreve o medicamento que agrada ao paciente, mas aquele que o cura.
É também pelas numerosas e preciosas cruzinhas de cada dia que o Artista Divino vai moldando a nossa alma, à sua própria Imagem. Aquela dor de cabeça, aquela palavra dura que você recebeu injustamente, a doença do filho, a falta do dinheiro, o acidente do carro (…).
A nós cabe ter paciência e aceitar cada golpe, cada revés, cada humilhação, cada doença, enfim, cada corte do Artista, com resignação e ação de graças. O anjo de nossa alma está surgindo na frente do Artista.
Certa vez, andando no cemitério, por entre as sepulturas, em dado momento deparei-me com essa frase em uma delas: “A melhor oração é o sofrimento”.
É verdade, pensei, mas desde que seja abraçado na fé e na paciência, e oferecido ao Pai junto com o sangue de Jesus, num ato de amor e de oblação.cpa_como_fazer_a_vontade_de_deus_2ed
São Paulo falava da “loucura da cruz para aqueles que se perdem, mas poder de Deus para aqueles que se salvam” (1Cor 1,18).
Jesus ensinou à confidente do seu Coração, Soror Benigna Consolata, como se deve sofrer:
“Quando sofres, quer interna quer externamente, não percas o merecimento da dor. Sofre unicamente por Mim.”
A maior vitória sobre o sofrimento inevitável, qualquer que ele seja, será sempre o nosso silêncio e aceitação, oferecendo-o a Deus. Os santos ensinam que as melhores penitências são aquelas que Deus, o Médico das almas, permite que cheguem a nós; não as que nós escolhemos. De que adianta a penitência que nos impomos, se não aceitamos aquelas que Deus nos impõe, na medida exata da nossa correção?
De nada valeria o sacrifício de um enfermo que quisesse tomar muitos remédios amargos que não fosse aquele receitado pelo médico.
Não estou aqui desprezando as mortificações que nos impomos, contudo, mais importante do que elas são as que a divina Providência permite chegar a nós.
Quantos homens e mulheres neste mundo só encontraram Deus e uma vida equilibrada depois de uma doença, de uma perda grande, de uma falência! Foram muitos: São Francisco de Assis, São Paulo, Santo Inácio de Loyola (…), e talvez você mesmo!
O poder invisível de Deus se manifesta no sofrimento. Cura a alma, salva o espírito, quebranta o orgulho, elimina a vaidade, abate a opulência, iguala os homens (…).
É no sofrimento que os homens se sentem mais irmãos, filhos do mesmo Pai. É na hora amarga da dor que se valorizam a fraternidade e a solidariedade. Veja, por exemplo, os momentos de tragédias, terremotos, etc. É nessa hora sagrada que os corações se unem, as mãos se apertam e o filho lembra-se do Pai.
Não fosse o sofrimento angustiante daquele filho pródigo do Evangelho, jamais ele teria abandonado a vida devassa e voltado para a boa casa do Pai. Sim, o sofrimento é sagrado!
É nele que encontramos a nós mesmos e encontramos os outros, sem máscaras, sem enfeites e sem enganos. Ele não foi criado por Deus, mas Cristo lhe deu um enorme sentido.
“Aquele que não conhecera o pecado, Deus o fez pecado por nós a fim de que nos tornássemos justiça de Deus por Ele.” (2Cor 5,21)
Então agora, todo sofrimento é redentor, tem um sentido. Agora, nenhum sofrimento e nenhuma lágrima são perdidos depois que Cristo sofreu. Por isso a Igreja reza: “Com a Sua morte destruiu a morte, e com a Sua ressurreição devolveu-nos a vida” (missa do Tem­po Pascal).
Aqueles que participam dos sofrimentos de Cristo, são também chamados, mediante os seus próprios sofrimentos, a tomar parte na sua glória. “Eis uma verdade absolutamente certa: Se morrermos com ele, com ele viveremos. Se soubermos perseverar, com ele reinaremos” (2Tm 2, 11-12).
Na medida em que tomamos e assumimos a nossa cruz, unindo-nos espiritualmente à cruz de Cristo, vamos sentindo o valor salvífico do sofrimento; e esta descoberta é acompanhada de paz interior e alegria espiritual. Isto levava o apóstolo a dizer: “Alegro-me nos sofrimentos suportados por vossa causa” (Cl 1,24).
Prof. Felipe Aquino

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Reflexão do Evangelho de hoje A tristeza que se transforma em alegria

Jesus fazia de tudo para que os Seus discípulos percebessem o grande mistério da Sua missão aqui na terra e os instruía sobre as coisas que iriam acontecer. No entanto, Ele lhes dava sempre sinais de esperança a fim de lhes mostrar o sentido para tudo que Ele teria que vivenciar. Assim sendo, Ele lhes falava abertamente que iria embora, mas que voltaria em breve e que isto seria necessário que ocorresse. Eles ainda não conseguiam entender o que Jesus lhes anunciava, pois não haviam recebido o Espírito Santo. Jesus foi para junto do Pai para que o Espírito Santo viesse nos ensinar todas as coisas. Hoje nós percebemos e comprovamos este fato, pois sem a manifestação do Espírito nós permanecemos estáticos, aéreos e confusos. Nunca poderíamos entender as palavras de Jesus se o Espírito não nos tivesse sido dado. Às vezes ficamos tristes, mas logo depois compreendemos o porquê de todos os acontecimentos. Existe um infinito de esperança que move o nosso coração quando nós nos apropriamos do poder do Espírito Santo. Só Ele tem a capacidade de nos convencer de que nada do que passamos aqui na terra será em vão para a conquista do reino dos céus. Não tenhamos medo das coisas que não acontecem de acordo com o nosso planejamento. O Pai não quer que se perca ninguém e tudo faz para a nossa salvação. Precisamos acolher a Palavra de Jesus com fé e esperança, certos de que a tristeza de hoje, colocada nas Mãos do Pai, transformar-se-á em alegria, amanhã – Você tem medo do amanhã?– De que você gosta mais: alegrar-se ou fazer a alegria de alguém? – Você tem o coração aberto para acolher a manifestação do Espírito de Deus? – Você consegue ter paciência no meio da tribulação e esperar o bom que virá?

Helena Serpa

Evangelho de hoje - Jo 16,16-20

Evangelho - Jo 16,16-20
Vós ficareis tristes,
mas a vossa tristeza se transformará em alegria.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 16,16-20
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
16Pouco tempo ainda, e já não me vereis.
E outra vez pouco tempo, e me vereis de novo.'
17Alguns dos seus discípulos disseram então entre si:
'O que significa o que ele nos está dizendo:
'Pouco tempo, e não me vereis,
e outra vez pouco tempo, e me vereis de novo',
e: 'Eu vou para junto do Pai'?'
18Diziam, pois:
'O que significa este pouco tempo?
Não entendemos o que ele quer dizer.'
19Jesus compreendeu que eles queriam interrogá-lo;
então disse-lhes: 'Estais discutindo entre vós
porque eu disse:
`Pouco tempo e já não me vereis,
e outra vez pouco tempo e me vereis'?
20Em verdade, em verdade vos digo:
Vós chorareis e vos lamentareis,
mas o mundo se alegrará;
vós ficareis tristes,
mas a vossa tristeza se transformará em alegria.
Palavra da Salvação.

O que fazer quando temos medo de casar?


tumblr_leivpwcddN1qcf2xto1_500Tenho 19 anos, e estou noiva. Sinto muito medo de me casar, mas eu quero me casar, pois sinto um grande desejo de constituir uma família, porém estou muito confusa e com muito medo. O senhor poderia me dizer algo?
Se você tem vocação para o matrimônio e ama seu noivo, se entendem, então, não tenha medo de se casar; apenas se case consciente do que está fazendo; se prepare bem em todos os aspectos. O casamento é como um sacerdócio onde entregamos a vida ao cônjuge e aos filhos que vão nascer; é uma vida de sacrifício, de renúncias para se fazer a vontade de Deus, que quer bons esposos e bons pais. Mas é uma vida cheia de realizações, especialmente com os filhos e depois com os netos.  O casamento não é uma “curtição” a dois; mas uma missão a cumprir a dois, a bela missão de fazer o outro crescer e de colocar os filhos no mundo e educá-los para Deus. É aqui que muita gente se engana, e por isso fracassa no casamento.cpa_sereis_uma_s__carne_1
Se você tem essa maturidade, então, não tenha medo de se casar com a pessoa que ama e que tem os mesmos valores seus, e que entende tudo isso.
Prof. Felipe Aquino

Qual o tamanho de Deus?



tumblr_m582zmCsUu1qgyg6po1_500Um garoto perguntou ao pai:
-Qual o tamanho de Deus?
Então ao olhar para o céu o pai avistou um avião e perguntou ao filho:
-Que tamanho tem aquele avião?
O menino disse:
-Pequeno, quase não dá para ver.
Então o pai o levou a um aeroporto e ao chegar próximo de um avião perguntou:
-E agora, qual o tamanho desse?
O menino respondeu:
-Nossa pai, esse é enorme!
O pai então disse:
- Assim é Deus, o tamanho vai depender da distância que você estiver dele.Quanto mais perto você está dele, maior Ele será na sua vida!
-E quem não acredita que Deus existe?
Esses estão completamente cegos, mesmo em um aeroporto, não conseguem ver o gigante na pista, mesmo que as outras pessoas falem dele.
Retirado do Livro: Histórias que o Vovô conta
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A Missa na História do Mundo



f3Nosso olhar de fé nunca será bastante largo nem profundo para compreender a Missa. E por isso temos o dever de fazer tudo para não reduzir nossa visão aos limites de nossas mesquinhas concepções humanas. A Missa é um mistério de fé. Ela está no centro de nosso destino e do destino do mundo. Ela é para o cristão a fonte única por onde lhe vem a salvação, por ela, cada dia, Cristo salva o Universo e a Humanidade.
O que é a missa para você?
Uma longa cerimônia que só serve para aborrecê-lo?
Um hábito sociológico de que você não ousa desembaraçar-se?
Um peso necessário para tranquilizar a consciência?
Ou ainda:
A ocasião de um repouso benfazejo para o recolhimento e a reflexão?
Um “exercício de piedade” como todos os outros?
O que é que você faz na missa?
Observa o padre que é seu amigo, ou de quem você não gosta?
Fica ouvindo o canto, condenando ou admirando o desenrolar da “cerimônia?”
Fica olhando a maneira de ser e a roupa dos assistentes?
Você “medita”, fica impressionado pelo sermão, ou “aproveita para rezar”, ou pode acontecer também que você compreenda um pouco a missa, porque se acostumou a participar dela, mas: você fica decepcionado se o padre Fulano não a celebra, porque “ele a reza melhor que… “, você prefere a igreja ou aquela capelinha porque você “parece” que nem assistiu a missa quando…
construir_o_homem_menor
Assim, em graus diversos os homens rebaixam o Santo Sacrifício da Missa ao nível de uma cerimônia puramente humana, ou então fazem dela uma “devoção” como as outras, a fim de alimentar sua piedade pessoal.
Você se esquece de abrir o estojo que contém a joia.
Você passa ao lado do ESSENCIAL.
Você pensa, julga e se comporta como um homem entre as coisas humanas. Ora, na missa, você é o homem divinizado, o filho de Deus, que deve celebrar e realizar toda a Igreja; a Ação Central da História Humana, a volta da Criação inteira para o Pai pelo Sacrifício Supremo de Jesus Cristo Redentor, Homem Deus.
Na missa, você está em pleno mistério de fé.1
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(1) É importante lembrar aqui o que dizíamos no Prefácio; os diversos capítulos desse livro não pretendem apresentar um estudo aprofundado de cada assunto, mas apenas algumas reflexões sobre alguns aspectos de cada um deles.
Michel Quoist
Retirado do livro: “Construir o Homem e o Mundo”

A mais antiga oração de Nossa Senhora



n_senhora8No ano de 1927, no Egito, foi encontrado um fragmento de papiro que remonta ao século III. Neste fragmento estava escrito: “À vossa proteção recorremos Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita!”.
Esta oração conhecida com o nome “Sub tuum praesidium” (À vossa proteção) é a mais antiga oração a Nossa Senhora que se conhece. Tem ela uma excepcional importância histórica pela explícita referência ao tempo de perseguições dos cristãos (Livrai-nos de todo perigo) e uma particular importância teológica por recorrer à intercessão de Maria invocada com o título de Theotókos (Mãe de Deus).
Este título é o mais belo e importante privilégio da Virgem Santíssima. Já no século II, era dirigido à Maria e foi objeto de definição conciliar em Éfeso no ano de 431. Maria, Mãe de Deus! Qual é, na mente da Igreja e da Tradição, o genuíno e profundo sentido deste dogma mariano central?
São Tomás afirma que pelo fato de ser mãe de Deus: “A Bem Aventurada Virgem Maria está revestida de uma dignidade quase infinita, a causa do bem infinito que é o mesmo Deus. Portanto, não se pode conceber nada mais elevado que ela, como nada pode haver mais excelso que Deus”(Suma Teológica 1, q.25, a.6 ad 4.). E, de acordo com o Catecismo da Igreja Católica.
Denominada nos Evangelhos “a Mãe de Jesus” (João 2,1;19,25[a72]), Maria é aclamada, sob o impulso do Espírito, desde antes do nascimento de seu Filho, como “a Mãe de meu Senhor” (Lc 1,43). Com efeito, Aquele que ela concebeu Espírito Santo como homem e que se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a carne não é outro que o Filho eterno do Pai, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus (CIC 495)
O Concílio de Éfeso tem a glória de ser o grande Concílio Mariano, pois seu dogma destruiu a maior heresia contra a Virgem e pôs a pedra angular de toda a Mariologia. A igreja com o decorrer do tempo iria descobrindo os grandes tesouros encerrados na Maternidade Divina de Maria.
Porém, é necessário compreender o que a Igreja quer dizer quando fala em Maria como mãe de Deus. Jesus Cristo, segunda pessoa da santíssima Trindade, existe desde toda a eternidade. Ele procede do Pai por uma geração espiritual, na qual não intervém evidentemente nenhuma criatura humana. Portanto, Maria não é mãe do Filho de Deus quanto à sua origem divina, mas é mãe do “verbo encarnado”, do Filho de Deus feito homem.cpa_ora_es_de_todos_os_tempos_da_igreja
Maria deve ser chamada Mãe de Deus, porque a maternidade se refere sempre à pessoa. A mãe de um homem não é só a mãe de seu corpo. Ela é mãe da pessoa toda. Assim também Maria é mãe de seu Filho, como pessoa divina e humana que Cristo é.
Convém ainda recordar que esta questão já foi tratada na era patrística, isto é, no Cristianismo primitivo. De fato, Nestório, bispo de Constantinopla, negava o título de “Theotokos” (“Mãe de Deus”) a Maria. Nestório sabia muito bem que isto significava a consequente negação da natureza de Cristo, homem e Deus.
A mesma história patrística mostra a forte reação dos cristãos contra Nestório, que resultou no Concílio de Éfeso, no ano de 431, reconhecendo a legitimidade do título de Mãe de Deus, dado a Maria, e condenando as idéias nestorianas.
Por Diácono Inácio de Almenida EP.
Fonte: Gaudium Press

Série Mártires do século XX: Parte I



thumb.phpO que é de fato o Martírio?
Dom Estevão Bettencourt, osb, em sua Revista “PERGUNTE E RESPONDEREMOS” (Nº 456, Ano 2000, p.194), publicou uma matéria para explicar o que é de fato, o martírio cristão, que nada tem a ver com os que morrem por simples causas sociais e políticas. Pior ainda, quando alguns consideram mártires pessoas que o Papa nem beatificou.
Vejamos o que ensina Dom Estevão:
A palavra mártir vem do grego martys, martyros, que significa testemunha. O mártir é uma testemunha qualificada que chega ao derramamento do próprio sangue. O Papa Bento XIV assim se exprime:
“O martírio é a morte voluntariamente aceita por causa da fé cristã ou por causa do exercício de outra virtude relacionada com a fé”.
O Catecismo da Igreja Católica § 2473 retoma o conceito:
“O martírio é o supremo testemunho prestado à verdade da fé; designa um testemunho que vai até a morte”.
O Concilio do Vaticano II desenvolve tal noção:
“Visto que Jesus, Filho de Deus, manifestou Sua caridade entregando Sua vida por nós, ninguém possui maior amor que aquele que entrega sua vida por Ele e seus irmãos (cf. 1Jo 3, 16; Jo 15, 13). Por isso, desde o início alguns cristãos foram chamados – e alguns sempre serão chamados – para dar o supremo testemunho de seu amor diante de todos os homens, mas de modo especial perante os perseguidores. O martírio, por conseguinte – pelo qual o discípulo se assemelha ao Mestre, que aceita livremente a morte pela salvação do mundo, e se conforma a Ele na efusão do sangue – é estimado pela Igreja com exímio dom e suprema prova de caridade. Se a poucos é dado, todos, porém, devem estar prontos a confessar Cristo perante os homens, segui-lo no caminho da cruz entre perseguições, que nunca faltam à Igreja” (Lumen Gentium, nº 42).
A propósito deve-se notar o seguinte:
O martírio é uma graça que tem sua iniciativa em Deus. Não compete ao cristão procurar o martírio provocando os adversários da fé. A Igreja sempre condenou esse comportamento, pois seria presunçoso (quem pode ter a certeza que irá suportar corajosamente os tormentos do martírio?); além do quê, seria provocar o pecado do próximo ou dos algozes.
Para que haja martírio propriamente dito, requer-se que o cristão morra livremente, ou seja, aceite conscientemente o risco de morrer por causa da sua fé. A aceitação da morte pode ser explícita, como no caso em que o perseguidor deixa a escolha entre renegar a fé (ou uma virtude relacionada com a fé) e a morte. A aceitação livre pode ser implícita quando a pessoa sabe que o seu compromisso cristão pode levá-la até a morte e, não obstante, é fiel a esse compromisso.
Para que a Igreja declare oficialmente que alguém é mártir da fé, são efetuadas pesquisas a respeito:
-  A verdadeira causa da morte: pode ser que um cristão seja condenado à morte não por ser cristão, mas por estar envolvido em alguma campanha política ou de outra ordem;
-  A livre aceitação da morte por parte da vítima;
- Graças ou milagres obtidos por intercessão do(a) servo(a) de Deus.
O processo é iniciado na diocese à qual pertencia a vítima ou na qual ela foi levada à morte. Continua e termina em Roma, na Congregação para as Causas dos Santos.
O martírio é algo tão antigo quanto a pregação da Palavra de Deus. Já ocorreu na história dos Profetas do Antigo Testamento. No século II a.C. os irmãos macabeus sofreram a morte cruenta por causa da sua fé (cf. 2 Mc 7, 1-42), assim como o escriba Eleazar (cf. 2MC 6, 18-31).
O martírio teve seu ponto alto em Jesus Cristo. Santo Estevão é o primeiro mártir do Cristianismo após Jesus Cristo (cf. At 7, 55-60). No fim do século I, o Apocalipse fala de “imensa multidão”, que ninguém pode numerar, daqueles que lavaram e alvejaram suas túnicas no sangue do Cordeiro” (cf. Ap 7, 9.14). Em síntese, São Paulo afirma que “todos aqueles que quiserem viver com piedade em Cristo Jesus, serão perseguidos” (2Tm 3, 12).

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Reflexão do Evangelho de hoja O Espírito da verdade

A nossa vida a cada dia que passa é uma oportunidade para que nos conscientizemos dos planos que Deus já traçou para nossa felicidade. A reflexão deste Evangelho nos dá motivação para que tenhamos esperança e confiança de que isto é uma grande verdade. Descobrimos também que não estamos aqui à mercê da sorte, pois o Espírito Santo de quem Jesus falou aos Apóstolos já veio e está à nossa disposição. Por isso, já podemos ter acesso às revelações dos planos de Deus, agora, e nos preparar também para as coisas futuras que o Senhor desde já, nos acena. Por meio da Sua Palavra e das moções Jesus nos envia mensagens, que só são compreensíveis quando estamos em sintonia com o espírito da verdade que é o Espírito Santo de Deus. Só o Espírito Santo que habita em nós é capaz de nos fazer compreender a Palavra, as moções, os fatos e acontecimentos e até as coisas que estão por vir. Deus vive no nosso coração e o Seu Espírito nos conduz. Enquanto não nos deixamos mergulhar no Espírito Santo, nós, como os discípulos de Jesus, não somos capazes de compreender as manifestações do Senhor em relação à nossa vida, à nossa missão e, também para a nossa realização pessoal, familiar e comunitária. O Espírito Santo expressa a linguagem do Pai e do Filho. Eles têm em Si o entendimento perfeito do que concerne a cada um de nós. E como podemos perceber as Suas revelações? Jesus nos fala por meio da Sua Palavra, mas também nos orienta por intermédio das pessoas que são mensageiras dos recados de Deus para nós. Seremos Seus fiéis seguidores se acolhermos as Suas orientações de coração sem duvidar nem questionar. Assim agindo nós faremos o teste da obediência a Deus através dos homens e a consequência será uma vida em harmonia com Deus, conosco e com os irmãos e irmãs. Tente obedecer e você verá a diferença. - Você crê que o Pai tem um plano para você e que através do Espírito Santo Ele está elaborando o seu coração para tudo acontecer como Ele quer? - Você consegue assimilar o que Jesus lhe fala? – Você reconhece a vontade do Pai nos fatos e acontecimentos da sua vida?

Helena Serpa, 
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho

Evangelho de hoje - Jo 16,12-15

Evangelho - Jo 16,12-15
Tudo o que o Pai possui é meu. O Espírito Santo
receberá do que é meu e vo-lo anunciará.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 16,12-15
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 12Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora. 13Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará. 14Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. 15Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele receberá e vos anunciará, é meu. Palavra da Salvação.

O que dizer sobre correntes de oração?



size_590_mulher-computadorMuitas pessoas nos escrevem perguntando se é verdade o que acontece caso quebrem as correntes de oração que recebem pela internet ou celular.
Bem, não podemos negociar com Deus graças ou pedidos; Ele sabe o que é melhor para nós. A corrente é uma espécie de superstição pois acreditam que se for quebrada Deus não atenderá nossas preces, ora isso é um absurdo, pois Deus no seu plano de amor fará o que for melhor para nós. Se Ele acha que merecemos ele nos dará, se não recebermos, é porque algo maior e melhor Ele providenciará.
Prof. Felipe Aquino

Igreja Católica: Mãe das Universidades



17.12-univesidade-de-BolognaOs estudantes universitários normalmente têm um conhecimento pouco profundo sobre a Idade Média; e porque muitos são mal informados, acham que foi um período de ignorância, superstição e repressão intelectual por parte da Igreja católica. No entanto, foi exatamente na Idade Média que surgiu a maior contribuição intelectual para o mundo: o sistema universitário. A universidade foi um fenômeno totalmente novo na história da Europa. Nada como ele existiu no mundo grego ou romano afirmam os historiadores.
O ensino superior na Idade Média era ministrado por iniciativa da Igreja. A Universidade medieval não tem precedentes históricos; no mundo grego houve escolas públicas, mas todas isoladas. No período greco-romano cada filósofo e cada mestre de ciências tinham “sua escola”, o que implicava justamente no contrário de uma Universidade. Esta surgiu na Idade Média, pelas mãos da Igreja Católica, e reunia mestres e discípulos de várias nações, os quais constituíam poderosos centros de saber e  de erudição.
Por volta de 1100, no meio de uma grande fermentação intelectual, começam as surgir as Universidades; o orgulho da Idade Média cristã, irmãs das Catedrais. A sua aparição é um marco na história da civilização Ocidental que nenhum historiador tem coragem de negar. Elas nasceram às sombras das Catedrais e dos mosteiros. Logo receberam o apoio das autoridades da Igreja e dos Papas. Assim, diz Daniel Rops, “a Igreja passou a ser a matriz de onde saiu a Universidade” (A Igreja das Catedrais e das Cruzadas, p. 345).
Tudo isso nesta bela época que alguns teimam em chamar maldosamente de “obscura” Idade Média. A razão e a fé sempre caminharam juntas na Igreja.
A raiz das Universidades está no século IX com as escolas monásticas da Europa, especialmente para a formação dos monges, mas que recebiam também estudantes externos. Depois, no século XI surgiram as escolas episcopais; fundadas pelos bispos, os Centros de Educação nas cidades, perto das Catedrais. No século XII, surgiram centros docentes debaixo da proteção dos Papas e Reis católicos, para onde acorriam estudantes de toda Europa.
A primeira Universidade do mundo Ocidental foi a de Bolonha (1158), na Itália, que teve a sua origem na fusão da escola episcopal com a escola monacal camaldulense de São Félix. Em 1200 Bolonha tinha dez mil estudantes (italianos, lombardos, francos, normandos, provençais, espanhóis, catalães, ingleses germanos, etc.). A segunda, e que teve maior fama foi a Universidade de Paris, a Sorbone, que surgiu da escola episcopal da Catedral de Notre Dame. Foi fundada pelo confessor de S. Luiz IX, rei de França, Sorbon. Ali foram estudar muitos grandes santos como Santo Inácio de Loyola, São Francisco Xavier e São Tomás de Aquino. A universidade de Paris (Sorbonne) era chamada de “Nova Atenas” ou o “Concílio perpétuo das Gálias”, por ser especialmente voltada à teologia.
O documento mais antigo que contém a palavra “Universitas” utilizada para um centro de estudo é uma carta do Papa Inocêncio III ao “Estúdio Geral de Paris”. A universidade de Oxford, na Inglaterra surgiu de uma escola monacal organizada como universidade por estudantes da Sorbone de Paris. Foi apoiada pelo Papa Inocêncio IV (1243-1254) em 1254.
Salamanca é a Universidade mais antiga da Espanha das que ainda existem, fundada pela Igreja; seu lema é “Quod natura non dat, Salmantica non praestat” (O que a natureza não nos dá, Salamanca não acrescenta”. Entre as universidades mais antigas está a de Santiago de Compostela. A cidade foi um foco de cultura desde 1100 graças ao prestígio de sua escola capitular que era um centro de formação de clérigos vinculados à Catedral. A Universidade de Valladolid é anterior à de Compostela já que em 1346 obteve do  papa Clemente VI a concessão  de todas as faculdades, exceto a de Teologia.
Em 1499, o Cardeal Cisneros fundou a famosa universidade “Complutense” mediante a Bula Pontifícia concedida pelo Papa Alexandre VI. Nos anos de 1509-1510 já funcionavam cinco Faculdades: Artes e Filosofia, Teologia, Direito Canônico , Letras e Medicina.
Até 1440 foram erigidas na Europa 55 Universidades e 12 Institutos de ensino superior, onde se ministravam cursos de Direito, Medicina, Línguas, Artes, Ciências, Filosofia e Teologia. Todos fundados pela Igreja. O Papa Clemente V (1305-1314) no Concilio universal de Viena em 1311, mandou que se instaurassem nas escolas superiores cursos de línguas orientais (hebreu, caldeu, árabe, armênio, etc.), o que em breve foi feito também  em Paris, Bolonha, Oxford, Salamanca e Roma.
A atual Universidade de Roma, La Sapienza – onde tristemente estudantes e professores impediram o Papa Bento XVI de proferir a aula inaugural em 2008 -  foi fundada há sete séculos, em 1303, pelo Papa Bonifácio VIII (1294-1303), com o nome de “Studium Urbis”.
Das 75 Universidades criadas de 1500, 47 receberam a Bula papal de fundação, enquanto muitas outras, que surgiram espontaneamente ou por decisão do poder secular, receberam em seguida a confirmação pontifícia, com a concessão da Faculdade de Teologia ou de Direito Canônico. (Sodano, 2004).
As universidades atraíam multidões de estudantes, da Alemanha, Itália, Síria, Armênia e Egito. Vinham para a de Paris chegavam a 4000, cerca de 10% da população.
Só na França havia uma dezena de universidades: Montepellier (1125), Orleans (1200), Toulouse (1217), Anger (1220), Gray, Pont-à-Mousson, Lyon, Parmiers, Norbonne e Cabors. Na Itália: Salerno (1220), Bolonha (1111), Pádua, Nápoles e Palerno. Na Inglaterra: Oxford (1214), nascida das Abadias de Santa Frideswide e de Oxevey, Cambridge. Além de Praga na Boêmia, Cracóvia (1362), Viena (1366), Heidelberg (1386). Na Espanha: Salamanca e Portugal, Coimbra. Todas fundadas pela Igreja. Como dizer que a Idade Média cristã foi uma longa “noite escura” no tempo? As universidades medievais foram centros de intensa vida intelectual, onde os grandes homens se enfrentavam em discussões apaixonadas nos grandes problemas. E a fé era o fermento que fazia a cultura crescer.cpa_uma_hist_ria_que_n_o___contada
Graças ao latim todos se entendiam, era a língua universal e acadêmica; esta permitia aos sábios comunicar-se de um ponto a outro da Europa Ocidental. Havia uma unidade interna e de obediência aos mesmos princípios; era o reflexo de uma civilização vigorosa, segura de sua força e de si mesma.
A partir de 1250, o grego foi ensinado nas escolas dominicanas e, a partir de 1312 nas universidades de Sorbonne, Oxford, Bolonha e Salamanca. Abria-se assim um novo campo ao pensamento que desencadeou uma onda de paixão filosófica no nascimento da Escolástica-teologia e filosofia unidas para provar uma proposição de fé.
Santo Agostinho, Cassidoro, Santo Isidoro de Sevilha, Rábano Mauro e Alamino, os grandes mestres da Antigüidade, se apoiavam sobretudo nas Sagradas Escrituras. Agora o intelectual cristão da Idade Média quer demonstrar que os dogmas estão de acordo com a razão e que são verdadeiros. É a “teologia especulativa”, onde a filosofia é amiga da teologia. Os problemas do mundo são estudados agora sob esta dupla ótica.
A Universidade medieval era um mundo turbulento e cosmopolita; os estudantes de Paris estavam repartidos em quatro nações: os Picardos, os Ingleses, os Alemães e os Franceses.  Os professores também vinham de diversas partes do mundo: havia Sigério de Brabante (Bélgica), João de Salisbury (Inglaterra), S. Alberto Magno (Renânia), S. Tomás de Aquino e São Boaventua da Itália.
Os problemas que apaixonavam os filósofos, eram os mesmos em Paris, em Oxford, em Edimburgo, em Colônia ou em Pavia. O mundo estudantil era também um mundo itinerante: os jovens saiam de casa para alcançar a Universidade de sua escolha; voltavam para sua terra nas festas.  O sistema universitário que temos hoje com cursos de graduação, pós-graduação, faculdades, exames e graus veio diretamente do mundo medieval.
Os papas sabiam bem da importância das universidades nascentes para a Igreja e para o mundo, e por isso intervinham em sua defesa muitas vezes. O Papa Honório III (1216-1227) defendeu os estudantes de Bolonha em 1220 contra as restrições de suas liberdades. O Papa Inocêncio III (1198-1216) interveio quando o chanceler de Paris insistiu em um juramento à sua personalidade. O Papa Gregório IX (1227-1241) publicou a Bula “Parens Scientiarum” em nome dos mestres de Paris, onde garantiu à Universidade de Paris (Sorbonne) o direito de se auto-governar, podendo fazer suas leis em relação aos cursos e estudos, e dando à Universidade uma jurisdição papal, emancipando-a da interferência da diocese.
O papado foi considerado a maior força para a autonomia da Universidade, segundo A. Colban (1975). Era comum as universidades trazerem suas queixas ao Papa em Roma. Muitas vezes o Papa interveio para que as universidades pagassem os salários dos professores; Bonifácio VIII (1294-1303), Clemente V (1305-1314), Clemente VI (1342-1352), e Gregório XI (1370-1378) fizeram isso.
“Na universidade e em outras partes, nenhuma outra instituição fez mais para promover o saber do que a Igreja Católica”, garante Thomas  Woods (p. 51).
O processo para se adquirir a licença para ensinar era difícil. Para se ter ideia da solenidade e importância do ato, basta dizer que a pessoa para ser licenciada se ajoelhava diante do Vice-chanceler, que dizia:
“Pela autoridade dos Apóstolos Pedro-Paulo, dou-lhe a licença de ensinar, fazer palestras, escrever, participar de discussões… e exercer outros atos do magistério, ambos na Faculdade de Artes em Paris e outros lugares, em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém” [Daly, 1961; p. 135].
Uma riqueza da universidade medieval é que era atenta às finalidades sociais. Não se aceitava a ideia de uma cultura desinteressada, ou um saber exclusivamente para seu próprio benefício pessoal. “Deve-se aprender apenas para a própria edificação ou para ser útil aos outros; o saber pelo saber é apenas uma vergonhosa curiosidade”, já havia dito São Bernardo (1090-1153).
Para Inocêncio IV (1243-1254) a Universidade era o “Rio da ciência que rege e fecunda o solo da Igreja universal”, e Alexandre IV (1254-1261) a chamava de: “Luzeiro que resplandece na Casa de Deus” (Daniel Rops, p.348).
Portanto, são maldosos ou ignorantes da História aqueles que insistem em se referir à Idade Média e à Igreja como promotoras da inimizade à Ciência e perseguidora dos cientistas.