O Espírito Santo é quem realiza a obra do Senhor
no nosso coração e é Ele quem nos faz sair de nós mesmos (as) para ir em busca
daqueles que estão necessitados. Por isso Maria serve de exemplo para nós
quando, apressadamente, se dirigiu à casa da sua prima Isabel levando no ventre
o Filho de Deus sendo portadora da graça e da alegria do Espírito Santo. Plena
do Espírito Santo Maria saudou Isabel e esta soltou um grande grito de alegria
reconhecendo nela a Mãe do seu Senhor, portanto, bendita entre todas as
mulheres. Assim sendo, o relato da visita de Maria a Santa Isabel nos faz
reconhecer que ela é a portadora da alegria do Espírito Santo para nós e para a
nossa casa. Cheios do Espírito Santo nós também podemos ser instrumentos de
Deus na vida dos nossos irmãos e fazer com que se cumpram na vida deles os
desígnios e os planos de Deus. Basta que nos ponhamos atentos e disponíveis, o
Senhor nos usa para levarmos consolo, abrigo, alegria e solidariedade. Maria
soube distinguir isto e não perdeu tempo, pôs-se a caminho das montanhas e
esquecendo a glória de ser mãe de Deus se fez serva, auxiliadora, anunciadora e
canal da alegria e da graça do Espírito Santo. Por este motivo nós reconhecemos
Maria como a primeira discípula e missionária de Cristo e a primeira serva a
levar a alegria de Jesus ao mundo! Por isso, Ela mesma se auto afirmou
bem-aventurada, feliz, cheia de graças! Somos também bem aventurados (as) se
acreditamos nas promessas do Senhor. O Espírito Santo é quem nos ensina a
louvar a Deus e a manifestar gratidão pelos Seus grandes feitos na nossa vida,
por esta razão também somos felizes. Assim como visitou Isabel, transmitindo a
ela e a João Batista, o poder do Espírito, Maria hoje, também nos visita e traz
para nós o Seu Menino Jesus, cheio da alegria do Espírito Santo que nos ensina
a cantar, a louvar, a bendizer a Deus com os nossos lábios. – Reze com Maria,
hoje: “Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus
meu Salvador, porque olhou para a sua pobre serva. Por isto, desde agora, me
proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas
aquele que é poderoso e cujo nome é Santo!”- Você também se considera bem
aventurado (a)? Você se sente comprometido (a) com Deus? - Você tem usado o
Espírito Santo que mora em você para ir em busca daqueles que precisam ser
amados e ajudados?- Imagine-se como Maria visitando hoje alguém que você sabe
que está precisando de amor!
Helena Serpa
sábado, 31 de maio de 2014
Evangelho de hoje - Lc 1,39-56
Evangelho - Lc 1,39-56
Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha visitar-me?
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1,39-56
39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Com um grande grito, exclamou: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!" 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu". 46Maria disse: "A minha alma engrandece o Senhor, 47e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador, 48pois, ele viu a pequenez de sua serva, eis que agora as gerações hão de chamar-me de bendita. 49O Poderoso fez por mim maravilhas e Santo é o seu nome! 50Seu amor, de geração em geração, chega a todos que o respeitam. 51Demonstrou o poder de seu braço, dispersou os orgulhosos. 52Derrubou os poderosos de seus tronos e os humildes exaltou. 53De bens saciou os famintos despediu, sem nada, os ricos. 54Acolheu Israel, seu servidor, fiel ao seu amor, 55como havia prometido aos nossos pais, em favor de Abraão e de seus filhos, para sempre". 56Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa. Palavra da Salvação.
A Igreja permitia a prática do “Duelo”?
A
Igreja lutou contra a prática do duelo . Tanto que, a partir do
Concílio de Trento (1545-1563) expulsava-os da Igreja, proibindo-lhes
receber os sacramentos e ter um funeral cristão. O Papa Bento XIV
(1730-1740) ratificou essas penas no século XVIII e o Papa Pio IX
(1846-1878) estendeu essas penas até às testemunhas dos duelos. Leão
XIII (1878-1903) na “Pastoralis Officii”, de 1891, reafirmou a oposição
da Igreja aos duelos no tempo em que as leis seculares ainda não os
proibiam.
Série Mártires do século XX: Parte 3
Dom Estevão Bettencourt narra a
perseguição e os casos de martírio do comunismo na Albânia dominada pela
Rússia. (Revista PR, 456, 200, p. 194). Vejamos o impressionante
relato:
Em 1945, a Albânia tornou-se uma
República Popular sob a chefia de Enver Hoxha, que empreendeu violenta
opressão religiosa contra cristãos e muçulmanos. A Igreja Católica então
contava 124.000 fiéis num total de um milhão de habitantes, mas a sua
irradiação ia muito além do número de fiéis. A perseguição
desencadeou-se primeiramente contra os Bispos, os Religiosos e os
missionários estrangeiros; os fiéis que os defendiam, foram presos,
torturados e, às vezes, mortos por recusarem denunciar publicamente os
pretensos crimes do clero. Essa primeira onda persecutória visava também
a cortar o relacionamento do clero com a Santa Sé mediante argumentos e
promessas sedutoras. Os clérigos resistiram; então Enver Hoxha, a
conselho de Stalin, resolveu eliminar radicalmente a Igreja Católica. Em
1948 só restava um Bispo católico em vida nas montanhas do Norte do
país. Ficavam ainda umas poucas dezenas de presbíteros, que procuravam
atender à Liturgia dominical, passando de uma paróquia a outra sob a
permanente ameaça de encarceramento ou de execução sumária.
A situação em breve se modificou quando o
governo albanês rompeu com a Iugoslávia; precisava de se consolidar
interiormente; daí travar negociações com a Igreja em busca de um modus vivendi.
Em 1951, Enver Hoxha aceitou firmar um tratado com Mons. Shilaku,
reconhecendo os laços da Igreja na Albânia com Roma. Todavia o texto
oficial publicado pelo governo albanês não correspondeu ao que fora
estipulado nas conversações. Houve então protestos da parte de
sacerdotes, que foram assassinados ou enviados para campos de
concentração. Apesar de tudo, o povo católico não renunciava a viver a
sua fé.
Entre 1952 e 1967, a situação se
estabilizou entre repressão governamental e resistência dos fiéis. Todos
os anos um sacerdote ou uma Religiosa morria em prisão ou em campo de
concentração. Quem estava em campo de concentração, era retirado, por
vezes, para comparecer a uma sessão de humilhação pública nas ruas das
grandes cidades.
Aos 6 de fevereiro de 1967, Enver Hoxha
dirigiu um discurso a toda a nação, incitando a juventude albanesa a
levar a termo a luta “contra as superstições religiosas”. Os guardas
vermelhos da Albânia, à semelhança dos da China, foram encarregados
dessa revolução cultural. As igrejas, os conventos, as mesquitas foram
tomados de assalto, profanados, saqueados, incendiados, destruídos ou
transformados em depósitos, lojas ou apartamentos. Em oito meses, 2169
lugares de culto foram assim extintos. Aos 22 de novembro de 1967, a Gazette,
órgão oficial do governo albanês, publicou um decreto que anulava todos
os acordos entre confissões religiosas e o Estado. A administração dos
sacramentos, os rituais e as preces públicas foram proibidos sob pena de
graves sanções. Os últimos membros do clero e os Religiosos foram
presos, espancados em público, humilhados, intimados a apostar e, na
maioria, enviados para campos de concentração. Não houve, porém, uma
única defecção da parte de sacerdotes católicos.
O governo foi mais além… Pôs-se atacar
qualquer objeto, símbolo ou gesto que pudesse ter significado religioso
até mesmo na intimidade da família. Tenha-se em vista o seguinte caso:
os católicos albaneses costumam iniciar suas refeições tomando um copo
de raki, sua bebida preferida, e levantando a taça com as
palavras: “Louvado seja Jesus Cristo!”. Pois bem, a partir de 1967 tais
dizeres podiam custar cinco anos de prisão. Os(as) professores(as) de
escolas maternais perguntavam às crianças se sabiam fazer o sinal da
cruz; caso alguma criança demonstrasse sabê-lo, os seus genitores eram
punidos até com cinco anos de prisão. Era proibido fabricar terços com
grãos de girassol, como fazem os camponeses de Albânia. Era interditada a
Rádio Vaticana, que todas as noites tinha emissões em língua albanesa.
Em 1975, foram excluídos também todos os nomes que pudessem lembrar a
religião: Benedito(a), Pedro, Paulo, Maria, Joana…
Não obstante, houve famílias que
continuaram a transmitir a fé a seus filhos de maneira secreta. Alguns
poucos sacerdotes clandestinos ainda celebravam os sacramentos às
ocultas. Nos campos de concentração, os padres batizavam os adultos que o
desejassem; caso fossem descobertos, como o foi o Pe. Kurti, eram
executados.
Apesar de toda essa repressão religiosa,
não se viu surgir o homem novo albanês exaltado pelos discursos de
Enver Hoxha; a vida de fé prosseguiu clandestinamente, enquanto o país
foi afundando na miséria ainda hoje perceptível.
Uma autêntica filha da Albânia, Madre
Teresa de Calcutá via essa realidade com olhos confiantes na Providência
Divina. Assim, ao receber o Prêmio Nobel da Paz de 1979, declarou:
“Creio que a Igreja na Albânia está
vivendo a experiência de sexta-feira santa, mas nossa fé nos ensina que a
vida de Cristo não terminou na sexta-feira santa, e, sim, se consumou
na Ressurreição. Nosso povo albanês há de guardar esta verdade na sua
mente. Tal é o segredo da paciência cristã…”
Os primeiros sinais de distensão
religiosa ocorreram após a morte de Enver Hoxha. Mas somente em novembro
de 1990 (um ano após a queda do Muro de Berlim), o Pe. Simon Jubani um
dos raros sobreviventes, celebrou a primeira Missa pública após 1967,
correndo ainda o risco da própria vida. Em breve, porém, pôde batizar
uma centena de adultos. O regime comunista recuou, como nos demais
países da Europa, e aos fiéis foi concedida a liberdade de crença.
Com dificuldade a Albânia procura
reerguer-se. Ainda há violência no interior do país, agravada em 1998 e
1999 pelas guerras nos Bálcãs.
1.1. Algumas das vítimas
1) Cyprian Nika
Cyprian Nika era o padre Provincial dos
Franciscanos da Albânia. Após algumas semanas de cárcere e torturas, foi
levado à presença de oficiais do Estado para discutir sobre a
existência de Deus. Disse-lhes: “Como ser humano pensante, creio que
existe algo após esta breve existência na terra, em que o bem e o mal
encontrarão a respectiva sanção. Algo que ultrapassa os limites da
natureza humana, algo de sobre-humano, de sobrenatural, em que o mal e a
injustiça não terão lugar”. Não lhe foi dado acabar o seu discurso,
pois os seus interlocutores perderam a paciência e puseram-se a
injuriá-lo. Um deles exclamou: “Meu deus é Enver Hoxha!”. O Religioso
orou então: “Faça-se a tua vontade!”. Foi fuzilado pouco depois.
2) Daniel Dajani
Quando andava por uma das ruas da cidade
de Shkodër com um dos seus seminaristas, o Pe. Daniel Dajani foi
interpelado por agitadores, que o insultaram. Continuou a caminhar sem
responder. Mas o jovem seminarista, perturbado, não conseguir recuperar a
calma. O Pe. Daniel disse-lhe: “Caro Lazër, eles vieram com
espingardas, mas foram embora com amor”. Finalmente o Pe. Daniel Foi
preso e testemunhou diante dos seus juízes: “Desde a infância tenho fé e
estou pronto a morrer para dar testemunho da minha fé”. Foi então
executado juntamente com Mozafer Pipa, o jovem advogado muçulmano que o
defendera.
3) Ded Macaj
Este jovem sacerdote de 28 anos foi
condenado à morte após um processo simulado. Declarou diante do pelotão
que o executou: “Perante Deus, em cuja presença vou comparecer em breve,
e perante vocês, caros soldados, declaro que sou assassinado tão
somente por causa do ódio à Igreja Católica. E eu o digo sem amargura
nem ódio para com aqueles que me vão fuzilar”.
4) Mikel Betoja
Este jovem sacerdote clandestino foi
depreendido a celebrar a Missa às ocultas numa aldeia. Foi logo
condenado a quinze anos de campo de concentração por motivo de “agitação
e propaganda”. Professou então sua fé em público. Em conseqüência a sua
sentença foi logo trocada pela de condenação à morte. Executaram-no aos
10/02/74.
5) Ded Malaj
O jovem vigário de Dajc foi fuzilado às
margens do lago de Shkodër por Ter continuado a exercer o seu
ministério. Os fiéis que o defenderam, foram mandados para campos de
concentração. Acontece, porém, que trinta anos depois a aldeia continua
fiel à sua fé católica.
6) Leonardo Shajakaj
Sacerdote de 76 anos de idade, recusou dizer o que ouvira em confissão. Foi executado por causa deste “crime” em 1964.
7) Mons. Gjergj Volsj
Fora o mais jovem Bispo do Mundo.
Recusou-se a romper com Roma. Foi então preso e torturado durante meses.
Na véspera de ser executado, recebeu a visita de sua mãe, que chorou.
Mas o filho lhe disse: “Mãe, não chores por causa do teu filho; antes,
chora por todo o povo”.
Prof. Felipe Aquino
As palavras mostram o coração
“Nenhuma palavra má saia de vossas bocas, mas só boas palavras que
sirvam para edificação e que sejam benfazejas aos que a ouvem” (Ef
4,29).
É conhecida a história daquela mulher
que foi se confessar e disse ao padre que tinha difamado uma amiga,
falando mal dela às outras. Após o perdão, o sacerdote deu-lhe como
reparação dos pecados soltar do alto da torre da igreja um saco cheio de
penas. Após cumprir a penitência, a mulher foi comunicar ao sacerdote,
que lhe disse: “agora a senhora vai juntar todas as penas que o vento
levou…”
Assim como é impossível juntar todas essas penas lançadas ao vento, é
quase impossível restaurar os efeitos destruidores da calúnia, da
maledicência, da fofoca e dos julgamentos indevidos.Alguém disse que as palavras são mais poderosas que os canhões. As palavras geram a paz ou a guerra. Ela leva consigo o próprio espírito e poder da pessoa que a comunica. Jesus disse que: “A boca fala daquilo que está cheio o coração” (Lc 6,45). Se você só pensa em política, você fala de política. Se você só pensa em dinheiro e em negócios, você também só fala de dinheiro e de negócios. Se você pensa em Deus, gosta de falar de Deus… e assim por diante. Se o seu coração estiver em paz; vivendo na mansidão, na humildade, cheio de misericórdia, também as suas palavras transmitirão isso. Mas se o seu coração for exaltado, rebelde, violento, cheio de ódio… cuidado com as suas palavras, elas transmitirão o seu espírito. As palavras “mostram” o coração.
Pela palavra, Jesus curou cegos e leprosos, expulsou demônios, multiplicou pães, acalmou os ventos e o mar… ressuscitou mortos, amaldiçoou a figueira estéril (Mc 11,14). Também nossas palavras poderão fazer milagres de alegria ou de dor, conforme esteja o nosso coração. O Mestre divino disse: “É do interior do coração dos homens que procedem os maus pensamentos: devassidões, roubos, assassinatos, adultérios, cobiças, perversidades, fraude, desonestidade, inveja, difamação, orgulho e loucura” (Mc 7, 21). Por nossas palavras seremos julgados.
Não é à toa que São Paulo nos exortava: “Nenhuma palavra má saia de vossas bocas, mas só boas palavras que sirvam para edificação e que sejam benfazejas aos que a ouvem” (Ef 4,29).
(Do livro ENTRAI PELA PORTA ESTREITA)
O purgatório na Bíblia
Muitos
me perguntam onde está na Bíblia o purgatório? Ele é uma exigência da
razão e mesmo da caridade de Deus por nós. A palavra “purgatório” não
existe na Bíblia, foi criada pela Igreja, mas a realidade, o “conceito
doutrinário” deste estado de purificação existe amplamente na Sagrada
Escritura como vamos ver. A Igreja não tem dúvida desta realidade por
isso, desde o primeiro século reza pelo sufrágio das almas do
purgatório.
1 – São Gregório Magno (?604), Papa e doutor da Igreja, explicava o
purgatório a partir de uma palavra de Jesus: “No que concerne a certas
faltas leves, deve-se crer que existe antes do juízo um fogo
purificador, segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo que se
alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe
será perdoado nem no presente século nem no século futuro (Mt 12,31).
Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no
século presente, ao passo que outras, no século futuro” (Dial. 41,3). O
pecado contra o Espírito Santo, ou seja a pessoa que recusa de todas as
maneiras os caminhos da salvação, não será perdoado nem neste mundo,
nem no mundo futuro. Mostra o Senhor Jesus, então, neste trecho,
implicitamente, que há pecados que serão perdoados no mundo futuro, após
a morte.
2 – O ensinamento sobre o purgatório tem
raízes já na crença dos próprios judeus do Antigo Testamento; cerca de
200 anos antes de Cristo, quando ocorreu o episódio de Judas Macabeus.
Narra-se aí que alguns soldados judeus foram encontrados mortos num
campo de batalha, tendo debaixo de suas roupas alguns objetos
consagrados aos ídolos, o que era proibido pela Lei de Moisés. Então
Judas Macabeus mandou fazer uma coleta para que fosse oferecido em
Jerusalém um sacrifício pelos pecados desses soldados. “Então
encontraram debaixo da túnica de cada um dos mortos objetos consagrados
aos ídolos de Jâmnia, coisas proibidas pela Lei dos judeus. Ficou assim
evidente a todos que haviam tombado por aquele motivos. puseram-me em
oração, implorando que o pecado cometido encontrasse completo perdão
(.). Depois [Judas] ajuntou, numa coleta individual, cerca de duas mil
dracmas de prata, que enviou a Jerusalém para que se oferecesse um
sacrifício propiciatório. Com ação tão bela e nobre ele tinha em
consideração a ressurreição, porque, se não cresse na ressurreição dos
mortos, teria sido coisa supérflua e vã orar pelos defuntos. Além disso,
considerava a magnífica recompensa que está reservada àqueles que
adormecem com sentimentos de piedade. Santo e pio pensamento! Por isso,
mandou oferecer o sacrifício expiatório, para que os mortos fossem
absolvidos do pecado” (2Mc 12,39-45).
O autor sagrado, inspirado pelo Espírito Santo, louva a ação de
Judas: “Se ele não esperasse que os mortos que haviam sucumbido iriam
ressuscitar, seria supérfluo e tolo rezar pelos mortos. Mas, se
considerasse que uma belíssima recompensa está reservada para os que
adormeceram piedosamente, então era santo e piedoso o seu modo de
pensar. Eis porque ele mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos
que haviam morrido, afim de que fossem absolvidos do seu pecado”. (2 Mac
12,44s) .Neste caso, vemos pessoas que morreram na amizade de Deus, mas
com uma incoerência, que não foi a negação da fé, já que estavam
combatendo no exército do povo de Deus contra os inimigos da fé.
Cometeram uma falta que não foi mortal.Fica claro no texto de Macabeus que os judeus oravam pelos seus mortos e por eles ofereciam sacrifícios, e que os sacerdotes hebreus já naquele tempo aceitavam e ofereciam sacrifícios em expiação dos pecados dos falecidos e que esta prática estava apoiada sobre a crença na ressurreição dos mortos. E como o livro dos Macabeus pertence ao cânon dos livros inspirados, aqui também está uma base bíblica para a crença no purgatório e para a oração em favor dos mortos.
3 – Com base nos ensinamentos de São
Paulo, a Igreja entendeu também a realidade do purgatório. Em 1Cor 3,10,
ele fala de pessoas que construíram sobre o fundamento que é Jesus
Cristo, utilizando uns, material precioso, resistente ao fogo (ouro,
prata, pedras preciosas) e, outros, materiais que não resistem ao fogo
(palha, madeira). São todos fiéis a Cristo, mas uns com muito zelo e
fervor, e outros com tibieza e relutância. E S. Paulo apresenta o juízo
de Deus sob a imagem do fogo a provar as obras de cada um. Se a obra
resistir, o seu autor “receberá uma recompensa”; mas, se não resistir, o
seu autor “sofrerá detrimento”, isto é, uma pena;
que não será a condenação; pois o texto diz explicitamente que o
trabalhador “se salvará, mas como que através do fogo”, isto é, com
sofrimentos.
4 – Na passagem de Mc 3,29, também há
uma imagem nítida do purgatório:”Mas, se o tal administrador imaginar
consigo: ‘Meu senhor tardará a vir’. E começar a espancar os servos e as
servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo virá
no dia em que não o esperar (.) e o mandará ao destino dos infiéis. O
servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e
lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes. Mas aquele que,
ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensível será
açoitado com poucos golpes.” (Lc 12,45-48). É uma referência clara ao
que a Igreja chama de Purgatório. Após a morte, portanto, há um “estado”
onde os “pouco fiéis” haverão de ser purificados.
5 – Outra passagem bíblica que dá margem
a pensar no purgatório é a de (Lc 12,58-59): “Ora, quando fores com o
teu adversário ao magistrado, fazer o possível para entrar em acordo com
ele pelo caminho, a fim de que ele não te arraste ao juiz, e o juiz te
entregue ao executor, e o executor te ponha na prisão. Digo-te: não
sairás dali, até pagares o último centavo.”
O Senhor Jesus ensina que devemos sempre entrar “em acordo” com o
próximo, pois caso contrário, ao fim da vida seremos entregues ao juiz
(Deus), nos colocará na “prisão” (purgatório); dali não sairemos até
termos pago à justiça divina toda nossa dívida, “até o último centavo”.
Mas um dia haveremos de sair. A condenação neste caso não é eterna. A
mesma parábola está em Mt 5, 22-26: “Assume logo uma atitude
reconciliadora com o teu adversário, enquanto estás a caminho, para não
acontecer que o adversário te entregue ao juiz e o juiz ao oficial de
justiça e, assim, sejas lançado na prisão. Em verdade te digo: dali não
sairás, enquanto não pagares o último centavo” . A chave deste
ensinamento se encontra na conclusão deste discurso de Jesus: “serás
lançado na prisão”, e dali não se sai “enquanto não pagar o último
centavo”.
6 – A passagem de São Pedro 1Pd 3,18-19;
4,6, indica-nos também a realidade do purgatório:”Pois também Cristo
morreu uma vez pelos nossos pecados (.) padeceu a morte em sua carne,
mas foi vivificado quanto ao espírito. É neste mesmo espírito que ele
foi pregar aos espíritos que eram detidos na prisão, aqueles que
outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes (.).” Nesta “prisão” ou
“limbo” dos antepassados, onde os espíritos dos antigos estavam presos, e
onde Jesus Cristo foi pregar durante o Sábado Santo, a Igreja viu uma
figura do purgatório. O texto indica que Cristo foi pregar “àqueles que
outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes”. Temos, portanto, um
“estado” onde as almas dos antepassados aguardavam a salvação. Não é um
lugar de tormento eterno, mas também não é um lugar de alegria eterna na
presença de Deus, não é o céu. É um “lugar” onde os espíritos
aguardavam a salvação e purificação comunicada pelo próprio Cristo.
Do livro: ”O Purgatório” – O que a Igreja ensina, Prof. Felipe Aquino
A lição dos Sabiás
Zé Vicente vivia encabulado com este e com outros pensamentos: “Se eu morrer, o que será da minha esposa e dos meus filhos? Quem vai cuidar deles?”
Saiu cedinho para a roça, sempre enrolado em seus pensamentos. De súbito, escuta no alto de uma árvore um forte chilrear de filhotes de passarinho. Quase no mesmo galho estavam dois ninhos, com filhotinhos de sabiá.
Já ia tocando para a frente, com sua enxada ao ombro, quando avista um gavião apoderando-se de um passarinho.
Era justamente o sabiá que vinha trazendo alimento para os filhotes. Revoltado, tentou atingir o gavião com pedradas, mas o sabiá foi carregado embora.
Ao voltar para o trabalho no dia seguinte, Zé Vicente foi direto na direção daquela árvore a fim de visitar os filhotes órfãos. Estava certo de encontrar mortos de fome os filhotinhos da mãe sequestrada. Mas encontrou-os chilreando cheios de vida.
“Como teria sido possível isto?” E ali para descobrir o segredo, dentro em pouco viu chegar a mãe do ninho vizinho, que repartiu o que trouxera, com os filhotes de ambos os ninhos.
“Senhor meu Pai”, exclamou Zé Vicente, tirando o chapéu e ajoelhando-se ali mesmo no chão duro, “eu me esquecera que existe uma Providência divina. Pensava que somente eu poderia manter a minha família. Agora vejo que és tu, meu Pai, o único e infalível sustento dos meus filhos”.
Retirado do livro: Histórias para Meditar
sexta-feira, 30 de maio de 2014
Reflexão do Evangelho de hoje Chegará o dia em que não perguntaremos mais nada
Há realidades que extrapolam a nossa limitação
física e até mesmo a nossa percepção do sobrenatural. São coisas que nos
afligem o coração e que nunca conseguimos entende-las por mais que supliquemos
a Deus. Na Sua Palavra, porém, Jesus nos dá a garantia de que haveremos de
vê-lo outra vez e que um dia nós não precisaremos perguntar nem questionar mais
nada, pois tudo nos será muito claro e transparente. Este é mais um motivo para
que tenhamos esperança na nossa ressurreição e na nossa participação da vida
dos santos e dos anjos que já contemplam a Deus. Muitas coisas agora nos
parecem sem propósito, sem sentido e ambíguas, no entanto, a fé em Jesus nos
leva a crer que chegará para nós o dia da vida plena. Estamos todos (as)
sujeitos (as) às instabilidades da nossa existência humana e ficamos tristes
quando alguém parte, ficamos confusos e perdidos quando não acontece o que
prevíamos, gememos sob o peso dos nossos fardos e Jesus vem nos dizer que é
preciso que tudo isto aconteça para que um dia nós entendamos tudo. Formamos um
único Corpo, por isso, uns membros sofrem pelos outros membros, pois estamos
ligados ao mesmo organismo e sofremos as consequências boas e más daquilo que
nos atinge. Mas a fidelidade ao Amor do Pai nos fará receber o galardão e a
nossa herança. A tristeza de hoje transformar-se-á em alegria, amanhã e isto é
motivo de esperança para nós. - Você já experimentou a alegria depois da
tristeza? Recorde este dia e louve o Senhor por isso! - As promessas do Senhor
têm se realizado na sua vida? – O que você ainda espera e que ainda não
aconteceu? - Você acredita que o amanhã será melhor do que hoje? - Qual a sua
perspectiva para a sua qualidade de vida em Deus?
Helena Serpa
Helena Serpa
Evangelho de hoje - Jo 16,20-23a
Evangelho - Jo 16,20-23a
Ninguém vos poderá tirar a vossa alegria.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 16,20-23a
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:20Em verdade, em verdade vos digo:
Vós chorareis e vos lamentareis,
mas o mundo se alegrará;
vós ficareis tristes,
mas a vossa tristeza se transformará em alegria.
21A mulher, quando deve dar à luz,
fica angustiada porque chegou a sua hora;
mas, depois que a criança nasceu,
ela já não se lembra dos sofrimentos,
por causa da alegria de um homem ter vindo ao mundo.
22Também vós agora sentis tristeza,
mas eu hei de ver-vos novamente
e o vosso coração se alegrará,
e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria.
23aNaquele dia, não me perguntareis mais nada.
Palavra da Salvação.
O que foi a Guerra Cristera?
O
filme ‘Cristiada’, o mais assistido hoje no México e mostra uma
realidade desconhecida por muitos católicos: revela o testemunho
impressionante dos mártires da revolução mexicana de 1926. Foi uma
revolução contra a Igreja católica e que fez muitos mártires.
O jovem ator de 14 anos, Maurício Kuri,
interpreta o mártir mexicano José Luis Sánchez del Rio, da mesma idade;
incentivou os católicos de todo o mundo a defender a liberdade
religiosa, como fizeram os fiéis do México durante a Guerra Cristera”:
“O que está acontecendo, hoje, com a Igreja, diante dos ataque à
liberdade religiosa, é algo que acontecerá no final dos tempos. Sou
católico e não me envergonho, estou orgulhoso de sê-lo e de defender o
Cristianismo. Há uma frase, no filme, que eu adoro: Quem é você se não
se levanta e se põe de pé para defender o que acredita?”.
‘Cristiada’ narra a história da Guerra
Cristera, no México, desatada pela legislação anticlerical de 1926 e
pela perseguição contra a Igreja Católica pelo então presidente Plutarco
Elías Calles.
As leis proibiram as ordens religiosas,
suprimiram a Companhia de Jesus e seus colégios, impuseram a deportação e
o encarceramento dos bispos ou sacerdotes que protestassem. Privaram a
Igreja dos direitos de propriedade e negaram liberdade civil aos
sacerdotes, incluindo o direito a um julgamento com um jurado e o
direito a voto. A cristandade mexicana sustentou uma luta de três anos
contra os sem-Deus da época. Os laicistas da Reforma impuseram a
liberdade para todos os cultos, exceto o católico, submetido ao controle
do Estado.
O Papa Pio IX condenou essas medidas,
assim como Pio XI expressou sua admiração pelos “cristeros”. Um mês
depois, este Pontífice publicou a encíclica “Iniquis afflictisque”, na
qual denunciou as agressões sofridas pela Igreja no México: “Já quase
não resta liberdade alguma à Igreja [no México], e o exercício do
ministério sagrado se vê de tal maneira impedido, que é castigado, como
se fosse um delito capital com penas severíssimas”.
O Papa elogiou, com entusiasmo, a “Liga
Nacional Defensora de la Libertad Religiosa”, espalhada “por toda a
República, na qual seus membros trabalharam, assiduamente, com o fim de
ordenar e instruir a todos os católicos para opor aos adversários uma
frente única e solidíssima”. Ele se comoveu ante o heroísmo dos
católicos mexicanos: “Alguns destes adolescentes, destes jovens – como
conter as lágrimas ao pensá-lo – foram lançados à morte com o rosário na
mão, ao grito de Viva Cristo Rei! Inenarrável espetáculo que se oferece
ao mundo, aos anjos e aos homens”.
López Beltrán, considerando os anos
1926-1929, dá o nome de 39 sacerdotes assassinados, de um diácono e seis
religiosos. Guillermo Havers nomeia os 46 sacerdotes diocesanos
executados no mesmo período de tempo (“Testigos de Cristo en México,
205-8″). Muitos desses padres pertenciam à arquidiocese de Guadalajara
ou à diocese de Colima.
Em 22 de novembro de 1992, João Paulo II
beatificou vinte e dois desses sacerdotes diocesanos mártires,
destacando que “sua entrega ao Senhor e à Igreja era tão firme que,
ainda tendo a possibilidade de se ausentar de suas comunidades durante o
conflito armado, decidiram, a exemplo do Bom Pastor, permanecer entre
os seus para não privá-los da Eucaristia, da Palavra de Deus e do
cuidado pastoral. A Conferência do Episcopado Mexicano, no livro “Viva
Cristo Rei!” (México, 1991), dá-nos biografias dos 25 mártires que foram
beatificados.
“A solenidade de hoje [Cristo Rei]“,
destacada por João Paulo II na cerimônia de beatificação, instituída
pelo Papa Pio XI, precisamente quando era mais vigorosa a perseguição
religiosa do México, penetrou muito fundo naquelas comunidades
eclesiásticas e deu uma força particular a esses mártires, de maneira
que, ao morrer, muitos gritavam: ‘Viva Cristo Rei!’”.
A todos se deve acrescentar o nome do
padre jesuíta Miguel Agustín Pro Juárez, beatificado pelo Papa João
Paulo II em 25 de setembro de 1988. Por ocasião de um atentado contra o
presidente Obregón, foram aprisionados e executados os autores do golpe,
e, com eles, também eliminados o Padre Pro e seu irmão Humberto, os
quais eram inocentes (23-11-1927).
Robert Roya, em “The Catholic Martyrs of
The Twentieth Century” (pag.17-18) [Os mártires católicos do século XX]
traz um relato impressionante:
“Dos mártires daqueles dias, nenhum
chamou tanto a atenção do público, no México e no resto do mundo, como o
Jesuíta Miguel Agustín Pro. Este foi morto por um pelotão de
fuzilamento em frente das câmeras dos jornais que o governo trouxera
para gravar o que esperava ser o constrangedor espetáculo de um padre
implorando por misericórdia. Foi uma das primeiras tentativas modernas
de usar a mídia para a manipulação da opinião pública com propósitos
antirreligiosos. Mas, ao invés de vacilar, Pro demonstrou grande
dignidade, pedindo apenas a permissão de rezar antes de morrer. Após
alguns minutos de prece, levantou-se, ergueu seus braços em forma de
cruz – uma tradicional posição de oração mexicana – e, com voz firme,
nem desafiante nem desesperada, entoou, de forma comovente, palavras
que, desde então, tornaram-se famosas: ‘Viva Cristo Rei’.
“Longe de ser um triunfo da propaganda
para o governo, as fotografias da execução de Pro tornaram-se objeto de
devoção católica no México e de constrangimento do governo por todo o
mundo. Oficiais tentaram suprimir sua circulação, declarando a mera
posse de tais fotos um ato de traição, mas não obtiveram sucesso.”
“Dios mío, ten misericordia de ellos.
Dios mío, bendícelos. Señor, tu sabes que soy inocente. Con todo mi
corazón perdono a mis enemigos” [Deus meu, tende misericórdia deles.
Deus meu, abençoai-lhes. Senhor, tu sabes que sou inocente. Com todo meu
coração, perdoo a meus inimigos].
“O pelotão dispara. Ouve-se ainda as
últimas palavras de Pro, firmes, devotas: “Viva Cristo Rei!”. Eis o
brado dos cristeros. Futuramente, o exército callista cortaria a língua
dos mártires para que, ao morrer, não confessassem Cristo”.
“Pro cai, mas não morre. Um soldado
aproxima-se dele e lhe dá o último tiro”. Podemos dizer por padre Pro:
“Muero, pero Dios no muere!” [Morro, mas Deus não morre!].
Prof. Felipe Aquino
Prof. Felipe Aquino
Série Mártires do século XX: Parte 2
Algo que poucos católicos sabem é que só
no século XX houve mais mártires que em todos os 19 séculos anteriores
somados. Na celebração do Jubileu do ano 2000, o Papa João Paulo II
disse:
“Estes dois mil anos depois do
nascimento de Jesus Cristo estão marcados pelo persistente testemunho
dos mártires. Também este século, que caminha para o seu ocaso, conheceu
numerosíssimos mártires, sobretudo por causa do nazismo, do comunismo e
das lutas raciais ou tribais. Sofreram pela sua fé pessoas das diversas
condições sociais, pagando com o sangue a sua adesão a Cristo e à
Igreja ou enfrentando corajosamente infindáveis anos de prisão e de
privações de todo gênero, para não cederem a uma ideologia que se
transformou num regime de cruel ditadura. Do ponto de vista
psicológico, o martírio é a prova mais eloquente da verdade da fé, que
consegue dar um rosto humano inclusive à morte mais violenta e
manifestar a sua beleza mesmo nas perseguições mais atrozes.
Inundados pela graça no próximo ano
jubilar, poderemos mais vigorosamente erguer ao Pai o nosso hino de
gratidão, cantando: Te martyrum candidatus laudat exercitus (o exército
resplandecente dos mártires canta os vossos louvores). Sim, é o
exército daqueles que “lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue
do Cordeiro” (Ap 7, 14). Por isso, a Igreja espalhada por toda a terra
deverá permanecer ancorada ao seu testemunho e defender zelosamente a
sua memória. Possa o povo de Deus, revigorado na fé pelos exemplos
destes autênticos campeões de diversa idade, língua e nação, cruzar
confiadamente o limiar do terceiro milênio. À admiração pelo seu
martírio associe-se, no coração dos fiéis, o desejo de poderem, com a
graça de Deus, seguir o seu exemplo, caso o exijam as circunstâncias”
(Bula Incarnationis Mysterium nº 13).
O Papa João Paulo II nomeou uma Comissão destinada a
recensear e conservar a memória dos mártires do século XX. A tal
Comissão foi confiada uma tríplice tarefa:
- Elaborar um catálogo dos mártires do século XX;
- Preparar a comemoração desses mártires (marcada para 07/05/2000);
- Aprofundar a contribuição espiritual que trouxeram à Igreja.
Já existem mais de dez mil relatos de
martírio ocorrido nos diversos continentes chegaram a Roma, alguns
redigidos em duas linhas, outros em centenas de páginas; chegaram em
cerca de dez línguas diferentes, que é preciso traduzir para o italiano e
passar para o computador num programa especial de informática. Quanto à
procedência desses relatos, 45% vêm de Conferências Episcopais e 40% de
Congregações ou Ordens Religiosas.
Coloca-se uma questão nova a propósito
do conceito de mártir: será mártir somente quem morre por ódio à fé ou
pode ser tido como mártir aquele que passou anos em cárcere ou em campo
de concentração, tendo sofrido cruéis tormentos, mas foi posto em
liberdade ainda vivo? Houve, na realidade, Bispos, como Monsenhor
Velychkovskyj na Ucrânia e Monsenhor Fishta na Albânia, que foram
libertados da prisão quando estavam gravemente enfermos por causa das
torturas e dos maus tratos e morreram pouco depois; podem ser
equiparados aos mártires no sentido clássico?
As respostas enviadas aos questionários
emitidos pela Comissão foram assaz diversas. Em setembro de 1998, a
Igreja da Espanha tinha mandado 2075 relatórios; a da França, dez.
Depois, a França enviou mais cinquenta relatórios e a Espanha mais 2000
novos relatórios; a Coreia, 200; a Polônia, 900. Quanto aos países
dominados por governo anticatólico (Vietnam, China, Sudão…), têm-se
manifestado timidamente – o que bem se entende, dado o controle das
autoridades civis.
É de notar ainda que em Jerusalém existe
o Instituto Yad-Vashem, fundado em 1953 para recensear os nomes de
pessoas não israelitas que ajudaram ou salvaram judeus perseguidos, com
risco para a sua própria vida; esses beneméritos recebem o título de
“Justos das Nações”, que “amaram o próximo como a si mesmos”. Na Europa,
12.000 justos foram assim reconhecidos e muitos ainda ficam no
anonimato. A justificativa apresentada para a exaltação desses nomes é
que “todo aquele que salva uma vida salva o universo todo inteiro”.
Prof. Felipe Aquino
Minha mãe faleceu e me disseram que agora ela se tornou uma intercessora no céu para mim. É verdade?
Se
a sua mãe estiver no céu, é certo que ela intercede por você. A Igreja
nos garante que os santos “intercedem por nós sem cessar” (Or.
Eucarística).
Se ela estiver no Purgatório, também intercede por você, pois o nosso
Catecismo, quando fala da “nossa comunhão com os falecidos” (n.958) diz
que: “Nossa oração por eles pode não somente ajudá-los, mas também
tornar eficaz sua intercessão por nós”.O Papa João Paulo II disse nos dias de finados de 1992 e 1994 que:
“Numa misteriosa troca de dons, eles [no purgatório] intercedem por nós e nós oferecemos por eles a nossa oração de sufrágio”. ( L´Osservatore Romano de 08/11/92, p. 11)
“… os vínculos de amor que unem pais e filhos, esposas e esposos, irmãos e irmãs, assim como os ligames de verdadeira amizade entre as pessoas, não se perdem nem terminam com o indiscutível evento da morte. Os nossos defuntos continuam a viver entre nós, não só porque os seus restos mortais repousam no cemitério e a sua recordação faz parte da nossa existência, mas sobretudo porque as suas almas intercedem por nós junto de Deus”. (L. R. 02/11/94)
É um costume antigo na Igreja acender uma vela pelas almas do Purgatório, suplicando a intercessão delas.
Prof. Felipe Aquino
A Indispensável Benção de Deus
Há
um Salmo na Bíblia que nos dá um dos mais preciosos ensinamentos para a
nossa vida: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a
constroem. Se o Senhor não guardar a cidade, debalde vigiam as
sentinelas” (Sl 126,1). Não é por acaso que o título desse salmo é “A
fonte de todo bem”, isto é, a bênção de Deus.
Muitas vezes, nosso trabalho não produz o que esperamos e nossas
obras não dão o fruto que planejamos, porque confiamos apenas em nós
mesmos e nos esquecemos de pedir a Bênção Daquele que é o Senhor de tudo
e de todos, e que “tem o mundo em Suas mãos”. É próprio daquele que é
humilde pedir a Bênção de Deus para sua vida e atividades. Da mesma
forma, é próprio daquele que é orgulhoso e autossuficiente contar apenas
consigo mesmo e esquecer-se da graça de Deus.Ser humilde é reconhecer que “toda dádiva boa e todo dom perfeito vem de cima: desce do Pai das luzes” (Tg 1,17) e que, portanto, não temos motivo algum para orgulho, vaidade e autossuficiência. Da mesma forma, ser humilde é não se desesperar com a própria fraqueza, miséria ou impotência, uma vez que se reconhece que toda a força vem da bênção de Deus. O livro dos Provérbios ensina que “Deus rejeita os soberbos, mas dá a sua graça aos humildes” (Pr 3,34). Deus ama aquele que reconhece a própria fraqueza, e lhe dá a Sua graça. Somente quando reconhecemos nossa pequenez é que podemos experimentar em nós o poder de Deus. Foi o que o Senhor disse a São Paulo: “Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força” (II Cor 12,9). Foi essa grande verdade, fruto da humildade, que levou o apóstolo a exclamar: “Portanto, prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo” (II Cor 12,9b). Jesus avisou: “Sem Mim nada podeis fazer”. (João 15,5)
Nossos fardos são por demais pesados para que os carreguemos sozinhos. É preciso deixar que Deus os carregue para nós. De que forma? Confiando-Lhe nossas obras, entregando-Lhe nossas preocupações, confessando-Lhe nossa fraqueza e pedindo-Lhe Sua bênção para tudo o que fizermos. O mesmo Salmo ensina que:
“É Inútil levantar-vos antes da aurora, e
atrasar até alta noite vosso descanso, para comer o pão de um duro
trabalho, pois Deus o dá aos seus amados até durante o sono”. (Sl
126,2).
Prof. Felipe AquinoRetirado do livro “Em Busca da Perfeição”
Deus é um Pai que nos educa
Deus é nosso Pai, mas não é
paternalista, isto é, Ele nos corrige quando é necessário a fim de
chegarmos à perfeição que deseja para nós. A Carta aos Hebreus explica
isso muito bem:
“Filho meu, não desprezes a correção do
Senhor. Não desanimes, quando repreendido por ele; pois o Senhor
corrige a quem ama e castiga todo aquele que reconhece por seu filho.”
(Hb 12, 5-6)
“Estais sendo provados para a vossa
correção: é Deus que vos trata como filhos (…) se permanecêsseis sem a
correção que é comum a todos, seríeis bastardos e não filhos legítimos.”
(Hb 12,7-8)
Quer dizer, aos olhos da fé, as provações desta vida são usadas como
parte da pedagogia paterna de Deus em relação a nós, Seus filhos. “Feliz
o homem a quem ensinais, Senhor” (Sl 93,12). “Bem-aventurado o homem a
quem Deus corrige!” (Jó 5,17).E o apóstolo foi profundo na questão:
“Deus nos educa para o aproveitamento, a fim de nos comunicar a Sua santidade.” (Hb 12,10)
Pelas provações, Deus quer fazer-nos santos. É por isso que a provação é penosa para nós. Mas, disse o apóstolo:
“É verdade que toda correção parece, de momento, antes motivo de pesar que de alegria. Mais tarde, porém, granjeia aos que por ela se exercitaram o melhor fruto de justiça e de paz.” (Hb 12,11)
Essa é a recompensa da educação paterna de Deus: paz, justiça e santidade, E São Paulo nos alenta dizendo:
“Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada.” (Rm 8,18)
Portanto, não nos assustemos com o sofrimento de cada dia. É por isso que Jesus nos disse: “Tome cada dia a sua cruz, e siga-me.” (Lc 9,23)
Há ervas daninhas em nossa alma que
podem matá-la; e Deus não pode permitir isso; ás vezes ele tem até de
cortar um galho da árvore para não permitir que a erva má tome conta da
planta e a mate; e Ele faz isso conosco também; porque nos ama. Ou será
que você que é pai e mãe nunca levou um filhinho para tomar uma dolorosa
injeção? Você duvida que o fez por amor? A mesmíssima coisa Deus faz
conosco; algumas vezes ele nos leva para tomar um dolorosa e curativa
“injeção”.
Não reclame, agradeça, porque você não é mais criança. Diga como
Santo Agostinho: “corta Médico divino, corta fundo, desde que minha alma
não morra!”Deus nos ama e por isso nos educa através das provações da vida que, segundo São Tiago, produz em nós “uma obra perfeita” (Tg 1,4). Assim Deus destrói em nós os ídolos que querem tomar o Seu lugar em nosso coração que Lhe pertence. Ele age assim conosco porque somos seus filhos legítimos e não bastardos.
Quanto mais temporais e tempestades o
carvalho enfrenta, mais forte ele fica! Suas raízes naturalmente se
aprofundam mais na terra e seu caule se torna mais robusto, sendo
impossível uma tempestade arrancá-lo do solo ou derrubá-lo!
O padre Leonel França disse que “quem se decidiu a sofrer resolveu o
problema de sua santificação”. Para nos educar e quebrar em nós os
ídolos falsos e os maus impulsos, Ele sabe usar as provações da vida.
Depois que o pecado entrou no mundo, as provações desta vida fazem parte
da pedagogia paterna de Deus para nos salvar.O salmista entendia isto: “Feliz o homem a quem ensinais, Senhor” (Sl 93,12a).
Muitas vezes Deus entra em uma vida através de um reumatismo, de uma cegueira, de uma pneumonia, um câncer, uma perna amputada (…). Nada disto é bom, e deve ser evitado, mas Deus sabe usar estes males para o nosso bem.
Musset dizia que “o homem é o aprendiz, a dor o mestre, e nada se conhece bem quando não se sofreu”.
Para livrar São Paulo do perigo da vaidade – ele mesmo afirma – Deus lhe deu “um espinho na carne”. O apóstolo teve visões celestes, e isto podia levar-lhe ao orgulho; então Jesus deu-lhe aquele espinho, que não sabemos que tipo de sofrimento era. Vejamos o que diz o apóstolo:“Conheço um homem em Cristo que há quatorze anos foi arrebatado até o terceiro céu (…), foi arrebatado ao paraíso e lá ouviu palavras inefáveis, que não é permitido a um homem repetir.” (2Cor 12, 2-4)
“Para que a grandeza das revelações não me levasse ao orgulho, foi me dado um espinho na carne, um anjo de Satanás para me esbofetear e me livrar do perigo da vaidade.”
“Basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que se revela totalmente a minha força.”
A partir desta lição, o apóstolo preferia gloriar-se das suas fraquezas, e não dos seus sucessos:
“Portanto, prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite
em mim a força de Cristo (…) porque quando me sinto fraco, então é que
sou forte.” (2Cor 12, 7-10)Portanto, não nos assustemos com o sofrimento de cada dia: ele é a cruz da nossa salvação. É por isso que Jesus nos disse: “Tome cada dia a sua cruz, e siga-me” (Lc 9,23c).
Para o santo Cura D’Ars, São João Vianney, para ganhar o Céu é preciso da graça e da cruz. Ele dizia que “o sofrimento é necessário para conservar a graça”.
A hora das grandes almas é a hora do sofrimento; se agigantam. Como dizia Lacordaire: “Quando tudo está perdido, então é a hora das grandes almas”.
É uma arte saber aproveitar as nossas misérias para nosso progresso espiritual, assim como se aproveita o esterco para adubar a planta. A cruz que Deus permite chegar a nós vem coberta de graças.
Sem dúvida, o sofrimento é um purgatório antecipado na terra, onde já vamos nos purificando e santificando. É o jardineiro divino que poda a videira para que dê mais frutos (Jo 15,5).
Somos como o barro nas mãos do oleiro. Deus torneia, endurece, põe no fogo, quebra-o quando necessário. Nunca o vaso diz ao oleiro “não estou contente!” ou “por que me fizeste assim?”
Um dia Michelangelo mostrou para seus discípulos uma pedra de mármore e disse-lhes: “aí dentro há um anjo, vou colocá-lo para fora”. E começaram a trabalhar a pedra. Logo o anjo foi surgindo nas mãos geniais do artista. Seus alunos admirados lhe perguntaram: “Mestre, como foi possível isto?” Ele lhes respondeu: “o anjo já estava dentro da pedra, nós apenas o colocamos para fora tirando o que estava sobrando (…)”.
Deus faz assim conosco, “vai tirando os excessos que estão sobrando” e impedindo o anjo de surgir em nossa alma. As marteladas e os cortes do Artista divino vão moldando-nos novamente a sua imagem e semelhança, como fomos criados. Isto pode doer, mas vale a pena.
São Bernardo dizia que “o mundo vê a cruz mas não vê a unção”. Elizabeth da Trindade se oferecia a Jesus como uma “humanidade de acréscimo, na qual possa Ele ainda sofrer para a glória do Pai e as necessidades de sua Igreja e perpetuar no mundo sua vida de reparação, de sacrifícios, de louvor e de adoração” (Elizabeth da Trindade, XII, XIII). Santa Gema Galgani dizia: “Queres amar? Aprende primeiro a sofrer”.
Nos acontecimentos da vida muitas vezes não entendemos o que nos sucede. Na verdade é a mão de Deus a nos conduzir, às vezes no meio do silêncio e da dor. Só entenderemos depois (…).
O médico não prescreve o medicamento que agrada ao paciente, mas aquele que o cura.
É também pelas numerosas e preciosas cruzinhas de cada dia que o Artista Divino vai moldando a nossa alma, à sua própria Imagem. Aquela dor de cabeça, aquela palavra dura que você recebeu injustamente, a doença do filho, a falta do dinheiro, o acidente do carro (…).
A nós cabe ter paciência e aceitar cada golpe, cada revés, cada humilhação, cada doença, enfim, cada corte do Artista, com resignação e ação de graças. O anjo de nossa alma está surgindo na frente do Artista.
Certa vez, andando no cemitério, por entre as sepulturas, em dado momento deparei-me com essa frase em uma delas: “A melhor oração é o sofrimento”.
É verdade, pensei, mas desde que seja abraçado na fé e na paciência, e oferecido ao Pai junto com o sangue de Jesus, num ato de amor e de oblação.
São Paulo falava da “loucura da cruz para aqueles que se perdem, mas poder de Deus para aqueles que se salvam” (1Cor 1,18).
Jesus ensinou à confidente do seu Coração, Soror Benigna Consolata, como se deve sofrer:
“Quando sofres, quer interna quer externamente, não percas o merecimento da dor. Sofre unicamente por Mim.”
A maior vitória sobre o sofrimento inevitável, qualquer que ele seja,
será sempre o nosso silêncio e aceitação, oferecendo-o a Deus. Os
santos ensinam que as melhores penitências são aquelas que Deus, o
Médico das almas, permite que cheguem a nós; não as que nós escolhemos.
De que adianta a penitência que nos impomos, se não aceitamos aquelas
que Deus nos impõe, na medida exata da nossa correção?De nada valeria o sacrifício de um enfermo que quisesse tomar muitos remédios amargos que não fosse aquele receitado pelo médico.
Não estou aqui desprezando as mortificações que nos impomos, contudo, mais importante do que elas são as que a divina Providência permite chegar a nós.
Quantos homens e mulheres neste mundo só encontraram Deus e uma vida equilibrada depois de uma doença, de uma perda grande, de uma falência! Foram muitos: São Francisco de Assis, São Paulo, Santo Inácio de Loyola (…), e talvez você mesmo!
O poder invisível de Deus se manifesta no sofrimento. Cura a alma, salva o espírito, quebranta o orgulho, elimina a vaidade, abate a opulência, iguala os homens (…).
É no sofrimento que os homens se sentem mais irmãos, filhos do mesmo Pai. É na hora amarga da dor que se valorizam a fraternidade e a solidariedade. Veja, por exemplo, os momentos de tragédias, terremotos, etc. É nessa hora sagrada que os corações se unem, as mãos se apertam e o filho lembra-se do Pai.
Não fosse o sofrimento angustiante daquele filho pródigo do Evangelho, jamais ele teria abandonado a vida devassa e voltado para a boa casa do Pai. Sim, o sofrimento é sagrado!
É nele que encontramos a nós mesmos e encontramos os outros, sem máscaras, sem enfeites e sem enganos. Ele não foi criado por Deus, mas Cristo lhe deu um enorme sentido.
“Aquele que não conhecera o pecado, Deus o fez pecado por nós a fim de que nos tornássemos justiça de Deus por Ele.” (2Cor 5,21)
Então agora, todo sofrimento é redentor, tem um sentido. Agora, nenhum sofrimento e nenhuma lágrima são perdidos depois que Cristo sofreu. Por isso a Igreja reza: “Com a Sua morte destruiu a morte, e com a Sua ressurreição devolveu-nos a vida” (missa do Tempo Pascal).
Aqueles que participam dos sofrimentos de Cristo, são também chamados, mediante os seus próprios sofrimentos, a tomar parte na sua glória. “Eis uma verdade absolutamente certa: Se morrermos com ele, com ele viveremos. Se soubermos perseverar, com ele reinaremos” (2Tm 2, 11-12).
Na medida em que tomamos e assumimos a nossa cruz, unindo-nos espiritualmente à cruz de Cristo, vamos sentindo o valor salvífico do sofrimento; e esta descoberta é acompanhada de paz interior e alegria espiritual. Isto levava o apóstolo a dizer: “Alegro-me nos sofrimentos suportados por vossa causa” (Cl 1,24).
Prof. Felipe Aquino
quinta-feira, 29 de maio de 2014
Reflexão do Evangelho de hoje A tristeza que se transforma em alegria
Jesus fazia de tudo para que os Seus discípulos
percebessem o grande mistério da Sua missão aqui na terra e os instruía sobre
as coisas que iriam acontecer. No entanto, Ele lhes dava sempre sinais de
esperança a fim de lhes mostrar o sentido para tudo que Ele teria que
vivenciar. Assim sendo, Ele lhes falava abertamente que iria embora, mas que
voltaria em breve e que isto seria necessário que ocorresse. Eles ainda não conseguiam
entender o que Jesus lhes anunciava, pois não haviam recebido o Espírito Santo.
Jesus foi para junto do Pai para que o Espírito Santo viesse nos ensinar todas
as coisas. Hoje nós percebemos e comprovamos este fato, pois sem a manifestação
do Espírito nós permanecemos estáticos, aéreos e confusos. Nunca poderíamos
entender as palavras de Jesus se o Espírito não nos tivesse sido dado. Às vezes
ficamos tristes, mas logo depois compreendemos o porquê de todos os
acontecimentos. Existe um infinito de esperança que move o nosso coração quando
nós nos apropriamos do poder do Espírito Santo. Só Ele tem a capacidade de nos
convencer de que nada do que passamos aqui na terra será em vão para a
conquista do reino dos céus. Não tenhamos medo das coisas que não acontecem de
acordo com o nosso planejamento. O Pai não quer que se perca ninguém e tudo faz
para a nossa salvação. Precisamos acolher a Palavra de Jesus com fé e
esperança, certos de que a tristeza de hoje, colocada nas Mãos do Pai,
transformar-se-á em alegria, amanhã – Você tem medo do amanhã?– De que você
gosta mais: alegrar-se ou fazer a alegria de alguém? – Você tem o coração
aberto para acolher a manifestação do Espírito de Deus? – Você consegue ter
paciência no meio da tribulação e esperar o bom que virá?
Helena Serpa
Helena Serpa
Evangelho de hoje - Jo 16,16-20
Evangelho - Jo 16,16-20
Vós ficareis tristes,
mas a vossa tristeza se transformará em alegria.
mas a vossa tristeza se transformará em alegria.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 16,16-20
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:16Pouco tempo ainda, e já não me vereis.
E outra vez pouco tempo, e me vereis de novo.'
17Alguns dos seus discípulos disseram então entre si:
'O que significa o que ele nos está dizendo:
'Pouco tempo, e não me vereis,
e outra vez pouco tempo, e me vereis de novo',
e: 'Eu vou para junto do Pai'?'
18Diziam, pois:
'O que significa este pouco tempo?
Não entendemos o que ele quer dizer.'
19Jesus compreendeu que eles queriam interrogá-lo;
então disse-lhes: 'Estais discutindo entre vós
porque eu disse:
`Pouco tempo e já não me vereis,
e outra vez pouco tempo e me vereis'?
20Em verdade, em verdade vos digo:
Vós chorareis e vos lamentareis,
mas o mundo se alegrará;
vós ficareis tristes,
mas a vossa tristeza se transformará em alegria.
Palavra da Salvação.
O que fazer quando temos medo de casar?
Tenho
19 anos, e estou noiva. Sinto muito medo de me casar, mas eu quero me
casar, pois sinto um grande desejo de constituir uma família, porém
estou muito confusa e com muito medo. O senhor poderia me dizer algo?
Se você tem vocação para o matrimônio e ama seu noivo, se entendem,
então, não tenha medo de se casar; apenas se case consciente do que está
fazendo; se prepare bem em todos os aspectos. O casamento é como um
sacerdócio onde entregamos a vida ao cônjuge e aos filhos que vão
nascer; é uma vida de sacrifício, de renúncias para se fazer a vontade
de Deus, que quer bons esposos e bons pais. Mas é uma vida cheia de
realizações, especialmente com os filhos e depois com os netos. O
casamento não é uma “curtição” a dois; mas uma missão a cumprir a dois, a
bela missão de fazer o outro crescer e de colocar os filhos no mundo e
educá-los para Deus. É aqui que muita gente se engana, e por isso
fracassa no casamento.Se você tem essa maturidade, então, não tenha medo de se casar com a pessoa que ama e que tem os mesmos valores seus, e que entende tudo isso.
Prof. Felipe Aquino
Qual o tamanho de Deus?
Um garoto perguntou ao pai:
-Qual o tamanho de Deus?
Então ao olhar para o céu o pai avistou um avião e perguntou ao filho:
-Que tamanho tem aquele avião?
O menino disse:
-Pequeno, quase não dá para ver.
Então o pai o levou a um aeroporto e ao chegar próximo de um avião perguntou:
-E agora, qual o tamanho desse?
O menino respondeu:
-Nossa pai, esse é enorme!
O pai então disse:
- Assim é Deus, o tamanho vai depender
da distância que você estiver dele.Quanto mais perto você está dele,
maior Ele será na sua vida!
-E quem não acredita que Deus existe?
Esses estão completamente cegos, mesmo
em um aeroporto, não conseguem ver o gigante na pista, mesmo que as
outras pessoas falem dele.
Retirado do Livro: Histórias que o Vovô conta
A Missa na História do Mundo
Nosso
olhar de fé nunca será bastante largo nem profundo para compreender a
Missa. E por isso temos o dever de fazer tudo para não reduzir nossa
visão aos limites de nossas mesquinhas concepções humanas. A Missa é um
mistério de fé. Ela está no centro de nosso destino e do destino do
mundo. Ela é para o cristão a fonte única por onde lhe vem a salvação,
por ela, cada dia, Cristo salva o Universo e a Humanidade.
O que é a missa para você?
Uma longa cerimônia que só serve para aborrecê-lo?
Um hábito sociológico de que você não ousa desembaraçar-se?
Um peso necessário para tranquilizar a consciência?
Ou ainda:
A ocasião de um repouso benfazejo para o recolhimento e a reflexão?
Um “exercício de piedade” como todos os outros?
O que é que você faz na missa?
Observa o padre que é seu amigo, ou de quem você não gosta?
Fica ouvindo o canto, condenando ou admirando o desenrolar da “cerimônia?”
Fica olhando a maneira de ser e a roupa dos assistentes?
Você “medita”, fica impressionado pelo sermão, ou “aproveita para
rezar”, ou pode acontecer também que você compreenda um pouco a missa,
porque se acostumou a participar dela, mas: você fica decepcionado se o
padre Fulano não a celebra, porque “ele a reza melhor que… “, você
prefere a igreja ou aquela capelinha porque você “parece” que nem
assistiu a missa quando…Assim, em graus diversos os homens rebaixam o Santo Sacrifício da Missa ao nível de uma cerimônia puramente humana, ou então fazem dela uma “devoção” como as outras, a fim de alimentar sua piedade pessoal.
Você se esquece de abrir o estojo que contém a joia.
Você passa ao lado do ESSENCIAL.
Você pensa, julga e se comporta como um
homem entre as coisas humanas. Ora, na missa, você é o homem divinizado,
o filho de Deus, que deve celebrar e realizar toda a Igreja; a Ação
Central da História Humana, a volta da Criação inteira para o Pai pelo
Sacrifício Supremo de Jesus Cristo Redentor, Homem Deus.
Na missa, você está em pleno mistério de fé.1
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(1) É importante lembrar aqui o que dizíamos no Prefácio; os diversos capítulos desse livro não pretendem apresentar um estudo aprofundado de cada assunto, mas apenas algumas reflexões sobre alguns aspectos de cada um deles.
Michel Quoist
Retirado do livro: “Construir o Homem e o Mundo”
A mais antiga oração de Nossa Senhora
No
ano de 1927, no Egito, foi encontrado um fragmento de papiro que
remonta ao século III. Neste fragmento estava escrito: “À vossa proteção
recorremos Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em
nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem
gloriosa e bendita!”.
Esta
oração conhecida com o nome “Sub tuum praesidium” (À vossa proteção) é a
mais antiga oração a Nossa Senhora que se conhece. Tem ela uma
excepcional importância histórica pela explícita referência ao tempo de
perseguições dos cristãos (Livrai-nos de todo perigo) e uma particular
importância teológica por recorrer à intercessão de Maria invocada com o
título de Theotókos (Mãe de Deus).
Este
título é o mais belo e importante privilégio da Virgem Santíssima. Já no
século II, era dirigido à Maria e foi objeto de definição conciliar em
Éfeso no ano de 431. Maria, Mãe de Deus! Qual é, na mente da Igreja e da
Tradição, o genuíno e profundo sentido deste dogma mariano central?
São Tomás
afirma que pelo fato de ser mãe de Deus: “A Bem Aventurada Virgem Maria
está revestida de uma dignidade quase infinita, a causa do bem infinito
que é o mesmo Deus. Portanto, não se pode conceber nada mais elevado que
ela, como nada pode haver mais excelso que Deus”(Suma Teológica 1,
q.25, a.6 ad 4.). E, de acordo com o Catecismo da Igreja Católica.
Denominada
nos Evangelhos “a Mãe de Jesus” (João 2,1;19,25[a72]), Maria é
aclamada, sob o impulso do Espírito, desde antes do nascimento de seu
Filho, como “a Mãe de meu Senhor” (Lc 1,43). Com efeito, Aquele que ela
concebeu Espírito Santo como homem e que se tornou verdadeiramente seu
Filho segundo a carne não é outro que o Filho eterno do Pai, a segunda
Pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é
verdadeiramente Mãe de Deus (CIC 495)
O Concílio
de Éfeso tem a glória de ser o grande Concílio Mariano, pois seu dogma
destruiu a maior heresia contra a Virgem e pôs a pedra angular de toda a
Mariologia. A igreja com o decorrer do tempo iria descobrindo os
grandes tesouros encerrados na Maternidade Divina de Maria.
Porém, é necessário compreender o que a
Igreja quer dizer quando fala em Maria como mãe de Deus. Jesus Cristo,
segunda pessoa da santíssima Trindade, existe desde toda a eternidade.
Ele procede do Pai por uma geração espiritual, na qual não intervém
evidentemente nenhuma criatura humana. Portanto, Maria não é mãe do
Filho de Deus quanto à sua origem divina, mas é mãe do “verbo
encarnado”, do Filho de Deus feito homem.
Maria deve
ser chamada Mãe de Deus, porque a maternidade se refere sempre à
pessoa. A mãe de um homem não é só a mãe de seu corpo. Ela é mãe da
pessoa toda. Assim também Maria é mãe de seu Filho, como pessoa divina e
humana que Cristo é.
Convém
ainda recordar que esta questão já foi tratada na era patrística, isto
é, no Cristianismo primitivo. De fato, Nestório, bispo de
Constantinopla, negava o título de “Theotokos” (“Mãe de Deus”) a Maria.
Nestório sabia muito bem que isto significava a consequente negação da
natureza de Cristo, homem e Deus.
A mesma
história patrística mostra a forte reação dos cristãos contra Nestório,
que resultou no Concílio de Éfeso, no ano de 431, reconhecendo a
legitimidade do título de Mãe de Deus, dado a Maria, e condenando as
idéias nestorianas.
Por Diácono Inácio de Almenida EP.Fonte: Gaudium Press
Série Mártires do século XX: Parte I
Dom Estevão Bettencourt, osb, em sua
Revista “PERGUNTE E RESPONDEREMOS” (Nº 456, Ano 2000, p.194), publicou
uma matéria para explicar o que é de fato, o martírio cristão, que nada
tem a ver com os que morrem por simples causas sociais e políticas. Pior
ainda, quando alguns consideram mártires pessoas que o Papa nem
beatificou.
Vejamos o que ensina Dom Estevão:
A palavra mártir vem do grego martys,
martyros, que significa testemunha. O mártir é uma testemunha
qualificada que chega ao derramamento do próprio sangue. O Papa Bento
XIV assim se exprime:
“O martírio é a morte voluntariamente
aceita por causa da fé cristã ou por causa do exercício de outra virtude
relacionada com a fé”.
O Catecismo da Igreja Católica § 2473 retoma o conceito:
“O martírio é o supremo testemunho prestado à verdade da fé; designa um testemunho que vai até a morte”.
O Concilio do Vaticano II desenvolve tal noção:
“Visto que Jesus, Filho de Deus,
manifestou Sua caridade entregando Sua vida por nós, ninguém possui
maior amor que aquele que entrega sua vida por Ele e seus irmãos (cf.
1Jo 3, 16; Jo 15, 13). Por isso, desde o início alguns cristãos foram
chamados – e alguns sempre serão chamados – para dar o supremo
testemunho de seu amor diante de todos os homens, mas de modo especial
perante os perseguidores. O martírio, por conseguinte – pelo qual o
discípulo se assemelha ao Mestre, que aceita livremente a morte pela
salvação do mundo, e se conforma a Ele na efusão do sangue – é estimado
pela Igreja com exímio dom e suprema prova de caridade. Se a poucos é
dado, todos, porém, devem estar prontos a confessar Cristo perante os
homens, segui-lo no caminho da cruz entre perseguições, que nunca faltam
à Igreja” (Lumen Gentium, nº 42).
A propósito deve-se notar o seguinte:
O martírio é uma graça que tem sua
iniciativa em Deus. Não compete ao cristão procurar o martírio
provocando os adversários da fé. A Igreja sempre condenou esse
comportamento, pois seria presunçoso (quem pode ter a certeza que irá
suportar corajosamente os tormentos do martírio?); além do quê, seria
provocar o pecado do próximo ou dos algozes.
Para que haja martírio propriamente
dito, requer-se que o cristão morra livremente, ou seja, aceite
conscientemente o risco de morrer por causa da sua fé. A aceitação da
morte pode ser explícita, como no caso em que o perseguidor deixa a
escolha entre renegar a fé (ou uma virtude relacionada com a fé) e a
morte. A aceitação livre pode ser implícita quando a pessoa sabe que o
seu compromisso cristão pode levá-la até a morte e, não obstante, é fiel
a esse compromisso.
Para que a Igreja declare oficialmente que alguém é mártir da fé, são efetuadas pesquisas a respeito:
- A verdadeira causa da morte: pode ser
que um cristão seja condenado à morte não por ser cristão, mas por
estar envolvido em alguma campanha política ou de outra ordem;
- A livre aceitação da morte por parte da vítima;
- Graças ou milagres obtidos por intercessão do(a) servo(a) de Deus.
O processo é iniciado na diocese à qual
pertencia a vítima ou na qual ela foi levada à morte. Continua e termina
em Roma, na Congregação para as Causas dos Santos.
O martírio é algo tão antigo quanto a
pregação da Palavra de Deus. Já ocorreu na história dos Profetas do
Antigo Testamento. No século II a.C. os irmãos macabeus sofreram a morte
cruenta por causa da sua fé (cf. 2 Mc 7, 1-42), assim como o escriba
Eleazar (cf. 2MC 6, 18-31).
O martírio teve seu ponto alto em Jesus
Cristo. Santo Estevão é o primeiro mártir do Cristianismo após Jesus
Cristo (cf. At 7, 55-60). No fim do século I, o Apocalipse fala de
“imensa multidão”, que ninguém pode numerar, daqueles que lavaram e
alvejaram suas túnicas no sangue do Cordeiro” (cf. Ap 7, 9.14). Em
síntese, São Paulo afirma que “todos aqueles que quiserem viver com
piedade em Cristo Jesus, serão perseguidos” (2Tm 3, 12).
quarta-feira, 28 de maio de 2014
Reflexão do Evangelho de hoja O Espírito da verdade
A nossa vida a cada dia que passa é uma
oportunidade para que nos conscientizemos dos planos que Deus já traçou para
nossa felicidade. A reflexão deste Evangelho nos dá motivação para que tenhamos
esperança e confiança de que isto é uma grande verdade. Descobrimos também que
não estamos aqui à mercê da sorte, pois o Espírito Santo de quem Jesus falou
aos Apóstolos já veio e está à nossa disposição. Por isso, já podemos ter
acesso às revelações dos planos de Deus, agora, e nos preparar também para as
coisas futuras que o Senhor desde já, nos acena. Por meio da Sua Palavra e das
moções Jesus nos envia mensagens, que só são compreensíveis quando estamos em
sintonia com o espírito da verdade que é o Espírito Santo de Deus. Só o
Espírito Santo que habita em nós é capaz de nos fazer compreender a Palavra, as
moções, os fatos e acontecimentos e até as coisas que estão por vir. Deus vive
no nosso coração e o Seu Espírito nos conduz. Enquanto não nos deixamos
mergulhar no Espírito Santo, nós, como os discípulos de Jesus, não somos
capazes de compreender as manifestações do Senhor em relação à nossa vida, à
nossa missão e, também para a nossa realização pessoal, familiar e comunitária.
O Espírito Santo expressa a linguagem do Pai e do Filho. Eles têm em Si o
entendimento perfeito do que concerne a cada um de nós. E como podemos perceber
as Suas revelações? Jesus nos fala por meio da Sua Palavra, mas também nos
orienta por intermédio das pessoas que são mensageiras dos recados de Deus para
nós. Seremos Seus fiéis seguidores se acolhermos as Suas orientações de coração
sem duvidar nem questionar. Assim agindo nós faremos o teste da obediência a
Deus através dos homens e a consequência será uma vida em harmonia com Deus,
conosco e com os irmãos e irmãs. Tente obedecer e você verá a diferença. - Você
crê que o Pai tem um plano para você e que através do Espírito Santo Ele está
elaborando o seu coração para tudo acontecer como Ele quer? - Você consegue
assimilar o que Jesus lhe fala? – Você reconhece a vontade do Pai nos fatos e
acontecimentos da sua vida?
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
Evangelho de hoje - Jo 16,12-15
Evangelho - Jo 16,12-15
Tudo o que o Pai possui é meu. O Espírito Santo
receberá do que é meu e vo-lo anunciará.
receberá do que é meu e vo-lo anunciará.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 16,12-15
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
12Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos,
mas não sois capazes de as compreender agora.
13Quando, porém, vier o Espírito da Verdade,
ele vos conduzirá à plena verdade.
Pois ele não falará por si mesmo,
mas dirá tudo o que tiver ouvido;
e até as coisas futuras vos anunciará.
14Ele me glorificará,
porque receberá do que é meu
e vo-lo anunciará.
15Tudo o que o Pai possui é meu.
Por isso, disse que
o que ele receberá e vos anunciará, é meu.
Palavra da Salvação.
O que dizer sobre correntes de oração?
Muitas
pessoas nos escrevem perguntando se é verdade o que acontece caso
quebrem as correntes de oração que recebem pela internet ou celular.
Bem, não podemos negociar com Deus
graças ou pedidos; Ele sabe o que é melhor para nós. A corrente é uma
espécie de superstição pois acreditam que se for quebrada Deus não
atenderá nossas preces, ora isso é um absurdo, pois Deus no seu plano de
amor fará o que for melhor para nós. Se Ele acha que merecemos ele nos
dará, se não recebermos, é porque algo maior e melhor Ele providenciará.
Prof. Felipe Aquino
Igreja Católica: Mãe das Universidades
Os
estudantes universitários normalmente têm um conhecimento pouco
profundo sobre a Idade Média; e porque muitos são mal informados, acham
que foi um período de ignorância, superstição e repressão intelectual
por parte da Igreja católica. No entanto, foi exatamente na Idade Média
que surgiu a maior contribuição intelectual para o mundo: o sistema
universitário. A universidade foi um fenômeno totalmente novo na
história da Europa. Nada como ele existiu no mundo grego ou romano
afirmam os historiadores.
O ensino superior na Idade Média era
ministrado por iniciativa da Igreja. A Universidade medieval não tem
precedentes históricos; no mundo grego houve escolas públicas, mas todas
isoladas. No período greco-romano cada filósofo e cada mestre de
ciências tinham “sua escola”, o que implicava justamente no contrário de
uma Universidade. Esta surgiu na Idade Média, pelas mãos da Igreja
Católica, e reunia mestres e discípulos de várias nações, os quais
constituíam poderosos centros de saber e de erudição.
Por volta de 1100, no meio de uma grande
fermentação intelectual, começam as surgir as Universidades; o orgulho
da Idade Média cristã, irmãs das Catedrais. A sua aparição é um marco na
história da civilização Ocidental que nenhum historiador tem coragem de
negar. Elas nasceram às sombras das Catedrais e dos mosteiros. Logo
receberam o apoio das autoridades da Igreja e dos Papas. Assim, diz
Daniel Rops, “a Igreja passou a ser a matriz de onde saiu a
Universidade” (A Igreja das Catedrais e das Cruzadas, p. 345).
Tudo isso nesta bela época que alguns
teimam em chamar maldosamente de “obscura” Idade Média. A razão e a fé
sempre caminharam juntas na Igreja.
A raiz das Universidades está no século
IX com as escolas monásticas da Europa, especialmente para a formação
dos monges, mas que recebiam também estudantes externos. Depois, no
século XI surgiram as escolas episcopais; fundadas pelos bispos, os
Centros de Educação nas cidades, perto das Catedrais. No século XII,
surgiram centros docentes debaixo da proteção dos Papas e Reis
católicos, para onde acorriam estudantes de toda Europa.
A primeira Universidade do mundo
Ocidental foi a de Bolonha (1158), na Itália, que teve a sua origem na
fusão da escola episcopal com a escola monacal camaldulense de São
Félix. Em 1200 Bolonha tinha dez mil estudantes (italianos, lombardos,
francos, normandos, provençais, espanhóis, catalães, ingleses germanos,
etc.). A segunda, e que teve maior fama foi a Universidade de Paris, a
Sorbone, que surgiu da escola episcopal da Catedral de Notre Dame. Foi
fundada pelo confessor de S. Luiz IX, rei de França, Sorbon. Ali foram
estudar muitos grandes santos como Santo Inácio de Loyola, São Francisco
Xavier e São Tomás de Aquino. A universidade de Paris (Sorbonne) era
chamada de “Nova Atenas” ou o “Concílio perpétuo das Gálias”, por ser
especialmente voltada à teologia.
O documento mais antigo que contém a
palavra “Universitas” utilizada para um centro de estudo é uma carta do
Papa Inocêncio III ao “Estúdio Geral de Paris”. A universidade de
Oxford, na Inglaterra surgiu de uma escola monacal organizada como
universidade por estudantes da Sorbone de Paris. Foi apoiada pelo Papa
Inocêncio IV (1243-1254) em 1254.
Salamanca é a Universidade mais antiga
da Espanha das que ainda existem, fundada pela Igreja; seu lema é “Quod
natura non dat, Salmantica non praestat” (O que a natureza não nos dá,
Salamanca não acrescenta”. Entre as universidades mais antigas está a de
Santiago de Compostela. A cidade foi um foco de cultura desde 1100
graças ao prestígio de sua escola capitular que era um centro de
formação de clérigos vinculados à Catedral. A Universidade de Valladolid
é anterior à de Compostela já que em 1346 obteve do papa Clemente VI a
concessão de todas as faculdades, exceto a de Teologia.
Em 1499, o Cardeal Cisneros fundou a
famosa universidade “Complutense” mediante a Bula Pontifícia concedida
pelo Papa Alexandre VI. Nos anos de 1509-1510 já funcionavam cinco
Faculdades: Artes e Filosofia, Teologia, Direito Canônico , Letras e
Medicina.
Até 1440 foram erigidas na Europa 55 Universidades e 12 Institutos de
ensino superior, onde se ministravam cursos de Direito, Medicina,
Línguas, Artes, Ciências, Filosofia e Teologia. Todos fundados pela
Igreja. O Papa Clemente V (1305-1314) no Concilio universal de Viena em
1311, mandou que se instaurassem nas escolas superiores cursos de
línguas orientais (hebreu, caldeu, árabe, armênio, etc.), o que em breve
foi feito também em Paris, Bolonha, Oxford, Salamanca e Roma.
A atual Universidade de Roma, La
Sapienza – onde tristemente estudantes e professores impediram o Papa
Bento XVI de proferir a aula inaugural em 2008 - foi fundada há sete
séculos, em 1303, pelo Papa Bonifácio VIII (1294-1303), com o nome de
“Studium Urbis”.
Das 75 Universidades criadas de 1500, 47 receberam a Bula papal de fundação, enquanto muitas outras, que surgiram espontaneamente ou por decisão do poder secular, receberam em seguida a confirmação pontifícia, com a concessão da Faculdade de Teologia ou de Direito Canônico. (Sodano, 2004).
Das 75 Universidades criadas de 1500, 47 receberam a Bula papal de fundação, enquanto muitas outras, que surgiram espontaneamente ou por decisão do poder secular, receberam em seguida a confirmação pontifícia, com a concessão da Faculdade de Teologia ou de Direito Canônico. (Sodano, 2004).
As universidades atraíam multidões de
estudantes, da Alemanha, Itália, Síria, Armênia e Egito. Vinham para a
de Paris chegavam a 4000, cerca de 10% da população.
Só na França havia uma dezena de universidades: Montepellier (1125),
Orleans (1200), Toulouse (1217), Anger (1220), Gray, Pont-à-Mousson,
Lyon, Parmiers, Norbonne e Cabors. Na Itália: Salerno (1220), Bolonha
(1111), Pádua, Nápoles e Palerno. Na Inglaterra: Oxford (1214), nascida
das Abadias de Santa Frideswide e de Oxevey, Cambridge. Além de Praga na
Boêmia, Cracóvia (1362), Viena (1366), Heidelberg (1386). Na Espanha:
Salamanca e Portugal, Coimbra. Todas fundadas pela Igreja. Como dizer
que a Idade Média cristã foi uma longa “noite escura” no tempo? As
universidades medievais foram centros de intensa vida intelectual, onde
os grandes homens se enfrentavam em discussões apaixonadas nos grandes
problemas. E a fé era o fermento que fazia a cultura crescer.
Graças ao latim todos se entendiam, era a
língua universal e acadêmica; esta permitia aos sábios comunicar-se de
um ponto a outro da Europa Ocidental. Havia uma unidade interna e de
obediência aos mesmos princípios; era o reflexo de uma civilização
vigorosa, segura de sua força e de si mesma.
A partir de 1250, o grego foi ensinado
nas escolas dominicanas e, a partir de 1312 nas universidades de
Sorbonne, Oxford, Bolonha e Salamanca. Abria-se assim um novo campo ao
pensamento que desencadeou uma onda de paixão filosófica no nascimento
da Escolástica-teologia e filosofia unidas para provar uma proposição de
fé.
Santo Agostinho, Cassidoro, Santo
Isidoro de Sevilha, Rábano Mauro e Alamino, os grandes mestres da
Antigüidade, se apoiavam sobretudo nas Sagradas Escrituras. Agora o
intelectual cristão da Idade Média quer demonstrar que os dogmas estão
de acordo com a razão e que são verdadeiros. É a “teologia
especulativa”, onde a filosofia é amiga da teologia. Os problemas do
mundo são estudados agora sob esta dupla ótica.
A Universidade medieval era um mundo
turbulento e cosmopolita; os estudantes de Paris estavam repartidos em
quatro nações: os Picardos, os Ingleses, os Alemães e os Franceses. Os
professores também vinham de diversas partes do mundo: havia Sigério de
Brabante (Bélgica), João de Salisbury (Inglaterra), S. Alberto Magno
(Renânia), S. Tomás de Aquino e São Boaventua da Itália.
Os problemas que apaixonavam os
filósofos, eram os mesmos em Paris, em Oxford, em Edimburgo, em Colônia
ou em Pavia. O mundo estudantil era também um mundo itinerante: os
jovens saiam de casa para alcançar a Universidade de sua escolha;
voltavam para sua terra nas festas. O sistema universitário que temos
hoje com cursos de graduação, pós-graduação, faculdades, exames e graus
veio diretamente do mundo medieval.
Os papas sabiam bem da importância das
universidades nascentes para a Igreja e para o mundo, e por isso
intervinham em sua defesa muitas vezes. O Papa Honório III (1216-1227)
defendeu os estudantes de Bolonha em 1220 contra as restrições de suas
liberdades. O Papa Inocêncio III (1198-1216) interveio quando o
chanceler de Paris insistiu em um juramento à sua personalidade. O Papa
Gregório IX (1227-1241) publicou a Bula “Parens Scientiarum” em nome dos
mestres de Paris, onde garantiu à Universidade de Paris (Sorbonne) o
direito de se auto-governar, podendo fazer suas leis em relação aos
cursos e estudos, e dando à Universidade uma jurisdição papal,
emancipando-a da interferência da diocese.
O papado foi considerado a maior força
para a autonomia da Universidade, segundo A. Colban (1975). Era comum as
universidades trazerem suas queixas ao Papa em Roma. Muitas vezes o
Papa interveio para que as universidades pagassem os salários dos
professores; Bonifácio VIII (1294-1303), Clemente V (1305-1314),
Clemente VI (1342-1352), e Gregório XI (1370-1378) fizeram isso.
“Na universidade e em outras partes,
nenhuma outra instituição fez mais para promover o saber do que a Igreja
Católica”, garante Thomas Woods (p. 51).
O processo para se adquirir a licença
para ensinar era difícil. Para se ter ideia da solenidade e importância
do ato, basta dizer que a pessoa para ser licenciada se ajoelhava diante
do Vice-chanceler, que dizia:
“Pela autoridade dos Apóstolos
Pedro-Paulo, dou-lhe a licença de ensinar, fazer palestras, escrever,
participar de discussões… e exercer outros atos do magistério, ambos na
Faculdade de Artes em Paris e outros lugares, em nome do Pai, e do Filho
e do Espírito Santo. Amém” [Daly, 1961; p. 135].
Uma riqueza da universidade medieval é
que era atenta às finalidades sociais. Não se aceitava a ideia de uma
cultura desinteressada, ou um saber exclusivamente para seu próprio
benefício pessoal. “Deve-se aprender apenas para a própria edificação ou
para ser útil aos outros; o saber pelo saber é apenas uma vergonhosa
curiosidade”, já havia dito São Bernardo (1090-1153).
Para Inocêncio IV (1243-1254) a
Universidade era o “Rio da ciência que rege e fecunda o solo da Igreja
universal”, e Alexandre IV (1254-1261) a chamava de: “Luzeiro que
resplandece na Casa de Deus” (Daniel Rops, p.348).
Portanto, são maldosos ou ignorantes da
História aqueles que insistem em se referir à Idade Média e à Igreja
como promotoras da inimizade à Ciência e perseguidora dos cientistas.
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