“Não
pronunciarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão” (Ex 20,7). O nome do
Senhor é santo, é sagrado, os judeus nem mesmo o pronunciavam, ao invés
de Iahweh, diziam ‘Adonai’ (meu Senhor), por respeito. Por isso o homem
não pode abusar do nome de Deus.
Deve guardá-lo na memória num silêncio
de adoração amorosa. Não fará uso dele a não ser para bendizê-lo,
louvá-lo e glorificá-lo.
O segundo mandamento regula o respeito e
os sentimentos para com tudo o que é sagrado. O cristão deve
testemunhar o nome do Senhor, confessando sua fé sem ceder ao medo e as
ameaças, e defender com zelo tudo o que ensina a Igreja ensina. São
Cipriano de Cartago dizia que “quem não tem a Igreja por mãe, não tem
Deus como Pai.”
O segundo mandamento proíbe o abuso do
nome de Deus, de Jesus Cristo, da Virgem Maria e de todos os santos.
(CIC. §2146). A blasfêmia é pecado grave contra o segundo Mandamento.
Ela consiste em proferir contra Deus interior ou exteriormente palavras
de ódio, de ofensa, de desafio. S. Tiago reprova “os que blasfemam
contra o nome sublime (de Jesus) que foi invocado sobre eles” (Tg 2,7). A
proibição da blasfêmia se estende às palavras contra a Igreja de
Cristo, os santos, as coisas sagradas.
Jesus expôs o segundo Mandamento no
Sermão da Montanha: “Ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não
perjurarás, mas cumprirás os teus juramentos para com o Senhor’. Eu,
porém, vos digo: não jureis em hipótese nenhuma (…). Seja o vosso ‘sim’,
sim, e o vosso ‘não’, não. O que passa disso vem do Maligno” (Mt
5,33-34.37).
O segundo Mandamento lembra que o “nome
de Batismo” dado a uma criança deve ser o nome de um santo, ou também
exprimir um mistério cristão ou uma virtude cristã.” O cristão começa
seu dia, suas orações e suas ações com o sinal-da-cruz, “em nome do Pai,
do Filho e do Espírito Santo. Amém”. O sinal-da-cruz nos fortifica nas
tentações e nas dificuldades.
Deus chama a cada um por seu nome. O
nome de todo homem é sagrado. O nome é o ícone da pessoa. Exige
respeito, em sinal da dignidade de quem o leva. (cf. §2158). Por isso
não se deve usar apelidos. O nome recebido é um nome eterno. No Reino, o
caráter misterioso e único de cada pessoa marcada com o nome de Deus
resplandecerá em plena luz. “Ao vencedor (…) darei uma pedrinha branca
na qual está escrito um nome novo, que ninguém conhece, exceto aquele
que o recebe” (Ap 2,17). “Tive esta visão: eis que o Cordeiro estava de
pé sobre o Monte Sião com os cento e quarenta e quatro mil que traziam
escrito sobre a fronte o nome dele e o nome de seu Pai” (Ap 14,1).
(§2159)
Prof. Felipe Aquino
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