No
céu os Santos sabem, através da comunhão com Deus, de nossas condições
aqui na terra. A sua felicidade no céu consiste em compreender a Deus.
Eles participam da comunhão e do interesse de Deus por nós. Deus não é
indiferente ao que está acontecendo aos seus filhos da terra por ele
criados. Os Santos, que tanto se assemelham a Deus no seu amoroso
interesse por nós, também acompanham as nossas lutas.
Podemos invocá-los, e eles podem ouvir as nossas preces. Como?
É claro que os Santos não são
oniscientes e nem onipresentes, mas no Céu todos os seus desejos
razoáveis são satisfeitos pelo poder de Deus. É razoável que eles
desejem conhecer os pedidos a eles dirigidos. Então, Deus habilita-os a
conhecer as nossas preces. A perfeita comunhão com Deus permite aos
Santos conhecerem nossos pedidos e interceder por nós. Eles não estão
dormindo. A alma não dorme.
A Carta aos Hebreus ensina:
“Está determinado que cada um morra uma
só vez, e em seguida vem o juizo (de Deus)” (Hb 9,27). Ora. é óbvio que
logo após a morte a alma não será julgada por Deus dormindo (.).
O tempo e a distância não são empecilhos
para que os Santos ouçam nossas preces e nos socorram com sua
intercessão; estas realidades que tratamos são coisas do espírito. Na
vida eterna não existe mais a limitação do tempo e do espaço que nos
impedem, por exemplo, aqui na terra a bilicação. Por mais secretas que
sejam, eles conhecem as nossas preces. Querem ajudar-nos, por mais
desesperada que seja a nossa necessidade.E podem ajudar-nos. Este é
talvez o fato mais importante de todos. Eles são amigos de Deus, muito
chegados a Ele pela sua santidade, que os fez “participantes da sua
natureza divina”, como diz S. Pedro. Eles têm grande influência junto ao
“Pai das luzes” de quem vem “todo dom melhor e todo dom perfeito” (Tg
1, 17).
Que fique claro, o Santo intercede diante de Deus, mas é Deus quem faz o milagre.
Precisamos conhecer as vidas dos Santos e
precisamos invocá-los em nossas necessidades continuamente. Devemos
fazer todo esforço para nos lembrar deles. As imagens e os quadros são
grandes auxílios para isto; nos inspiram seus exemplos e nos convidam à
oração. Dias especiais de honra tributada aos Santos particulares
renovam o nosso interesse por eles. Novenas, demonstrações públicas
especiais, Procissões, a coroação da imagem da Santíssima Mãe de Deus no
último de Maio, as peregrinações aos santuários, a dedicação de igrejas
a um santo particular – todos estes são apenas alguns dos meios
honestos, humanos, de nos ajudar a recordar e imitar os Santos.
Santo Afonso de Ligório, doutor da
Igreja, insistia sobre a necessidade de nos “recomendarmos”
continuamente aos Santos. Santa Teresa de Ávila, também doutora da
Igreja, tinha devoção especial a São José e a Santo Agostinho.
No Batismo, a cada criança católica deve
ser dado o nome de um Santo. É bom que um novo cristão tome o nome de
um dos heróis da fé cristã. Além disto, o nome dá honra ao Santo, tal
como um homem na terra é honrado por ter um filho com o seu nome. E, do
mesmo modo que um homem acompanha com interesse e afeição a carreira do
seu homônimo, assim também o Santo no céu se interessa por aqueles que
trazem os seus nomes na terra e os ajuda.
Antigamente na ocasião em que era
recebido o Sacramento da Confirmação, a Crisma, os católicos às vezes
juntavam ao seu nome o de outro santo. A Confirmação introduz um homem
numa nova fase da sua vida, a de “soldado de Cristo”. É apropriado ter
outro santo a velar por ele na sua nova condição.
Não somente os indivíduos têm Patronos,
mas também os grupos. A piedade cristã tem sugerido que certas
profissões sejam colocadas sob a proteção de Santos que tiveram similar
estado na vida. Os médicos são abençoados tendo como seu padroeiro S.
Lucas, “o médico caríssimo” (Col 4, 14) e companheiro de São Paulo.
Santo André é o Padroeiro dos pescadores, como é apropriado; S. José,
dos carpinteiros e trabalhadores de modo geral; S. Marcos, dos escrivães
públicos (ele era como que secretário de S. Pedro), e assim por diante.
Outros padroeiros foram sugeridos, numa
época de fé. S. Cristóvão tornou-se padroeiro dos motoristas. Santo
Estêvão, que foi o primeiro cristão a morrer pela sua fé – foi
apedrejado até morrer – tornou-se o santo padroeiro dos pedreiros. S.
Dimas, o bom ladrão, tornou-se o padroeiro dos condenados à morte.
Nenhuma condição de vida deixa de ter o
seu padroeiro. Os agricultores têm Santo Isidoro; os vinhateiros, S.
Vicente Mártir; os sapateiros, S. Crispim. Há um padroeiro dos
comediantes, S. Vito. Veja como a Igreja dá importância à proteção dos
Santos.
Conta-se a história de S. Brás, a quem,
enquanto aguardava o martírio na prisão, trouxeram uma criança em perigo
de sufocação por causa de uma espinha de peixe que lhe atravessara na
garganta. Pela oração do Santo, a aflição dissipou-se. Em igrejas
católicas, a 3 de fevereiro de cada ano é dada uma bênção especial aos
fiéis, rogando a S. Brás protegê-los contra as doenças da garganta.
Santo Antônio de Pádua é invocado quando
se precisa de assistência para achar alguma coisa perdida. Isto
aparentemente se origina de uma história de que um noviço, no mosteiro
dele, uma vez fugiu levando consigo um livro valioso. Pela oração de
Santo Antônio, o rapaz foi colhido por uma violenta tempestade.
Assustado, resolveu não somente devolver o livro, mas emendar sua vida.
Não se deve imaginar que seja uma
superstição infantil que sugere tais devoções. A oração pode ajudar-nos
mesmo nos negócios diários mais comuns. Certamente é mais apropriado
rezar a algum Santo que tenha ligação, embora remota, com a nossa
necessidade, do que rezar sozinho, sem o auxílio das orações.
Em épocas recentes, a Igreja Católica
declarou oficialmente certos santos patronos universais de obras
particulares. S. José, o pai adotivo de Cristo, é o Patrono da Igreja
Católica inteira. Isto foi declarado pelo Papa Pio IX em 1870. Santa
Teresa de Ávila diz que São José nos socorre em todas as necessidades,
seja qual for.
Se na terra São José foi o protetor do
próprio Menino-Deus, deve ser agora o Patrono (protetor, defensor,
guarda) do seu Corpo Místico, a Igreja.
É eloquente o testemunho de Santa Teresa devotíssima de São José. No “Livro da Vida”, sua autobiografia, ela escreveu:
“Tomei por advogado e senhor ao glorioso
São José e muito me encomendei a ele. Claramente vi que dessa
necessidade, como de outras maiores referentes à honra e à perda da
alma, esse pai e senhor meu salvou-me com maior lucro do que eu lhe
sabia pedir.
Não me recordo de lhe haver, até agora, suplicado graça que tenha deixado de obter. Coisa admirável são os grandes favores que
Deus me tem feito por intermédio desse bem-aventurado santo, e os perigos de que me tem livrado, tanto do corpo como da alma.
A outros santos parece o Senhor ter dado
graça para socorrer numa determinada necessidade. Ao glorioso São José
tenho experiência de que socorre em todas. O Senhor quer dar a entender
com isso como lhe foi submisso na terra, onde São José, como pai
adotivo, o podia mandar, assim no céu atende a todos os seus pedidos.
Por experiência, o mesmo viram outras pessoas a quem eu aconselhava
encomendar-se a ele. A todos quisera persuadir que fossem devotos
desse glorioso santo, pela experiência que tenho de quantos bens alcança
de Deus.
De alguns anos para cá, no dia de sua festa, sempre lhe peço algum favor especial. Nunca deixei de ser atendida”.
S. Vicente de Paulo é o padroeiro de todas as obras de caridade. Santo Tomás de Aquino é o patrono das universidades e escolas.
S. Francisco Xavier e Santa Teresa do
Menino Jesus são padroeiros das Missões e São Francisco de Sales, dos
escritores e jornalistas.
Se você quiser conhecer um pouco dos que os Santos nos ensinaram, pode ler os nossos livros:
“Na Escola dos Santos Doutores”;
“Ensinamentos dos Santos”,
“Relação dos Santos e Beatos da Igreja”;
“Intercessão e Culto dos Santos, relíquias e imagens”.
“Ensinamentos dos Santos”,
“Relação dos Santos e Beatos da Igreja”;
“Intercessão e Culto dos Santos, relíquias e imagens”.
Prof. Felipe Aquino
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