Vivemos em um mundo onde se faz necessário
acreditar, cada vez mais, naquilo que fazemos, naquilo que somos e no
porquê vivemos. Assim, é uma exigência natural de cada ser humano, viver
da fé. Ninguém consegue viver sem ter um relacionamento humano, natural
com outras pessoas, pois não somos ilhas. Ao mesmo tempo não
conseguimos viver sem um relacionamento, por menor que seja, com o
sobrenatural, que chamamos de Deus, de Ser Superior, de Arquiteto do
Universo, de Pai Criador, enfim, o nome de Deus revela a nossa relação e
o nosso jeito de ser aqui na terra.
O exemplo do incrédulo Tomé, cuja festa celebramos hoje, ilustra bem essa relação, que independe de uma experiência visível aos olhos humanos. As palavras de Jesus, ao encontrá-lo, é sem dúvida um chamado e uma exigência: "Não sejas incrédulo, toque aqui e veja" (Jo 20 27). O drama vivido por Tomé, em ver para crer, pode ser o drama de muitos, que hoje diante da vida tão materializada, acabam desejando materializar a própria fé. Se não vejo, se não toco, se não sinto, se não ... não acreditarei. Com certeza a vida ensina e a fé se torna uma exigência natural para que nossas obras humanas tomem um sentido que vai além da realidade que vivemos.
Nada melhor do que ouvir do Mestre, as palavras dirigidas à comunidade reunida naquela noite da segunda aparição de Jesus aos apóstolos: "Bem aventurados os que crêem sem terem visto"(Jo 20,29). Penso que esta bem-aventurança deveria ser repetida em todos os momentos em que agimos com fé e pela fé. A vitória da nossa fé é a salvação. Por isso, esse elogio de Jesus a todos os que crêem sem ver, faz antecipar a certeza de uma recompensa ainda maior. Não fomos feitos para as coisas da terra, mas para as coisas do céu.
A existência humana é feita de permanentes saltos no escuro. Quantas vezes, as decisões tiveram que ser tomadas sem nenhuma segurança, a não ser aquela de dizer: Se Deus quiser! Queira Deus que isso aconteça! Vou fazer a minha parte bem feita e depois Deus sabe o que faz! Assim é a atitude de quem acredita, assim agem os prudentes e sábios, assim serão chamados de felizes porque souberam fazer tudo como se só eles existissem e ao mesmo tempo como se só existisse Deus. Por isso, fica muito difícil acreditar que existe gente que não tenha um mínimo de fé em si mesmo, nos outros e em Deus.
Hoje, as estatísticas mostram que o número dos indiferentes, cresce de forma acentuada. Isso revela uma profunda insatisfação humana, cuja origem está na falta de uma experiência de fé e na independência, misturada com auto-suficiência, onde o centro do mundo, da vida, e das decisões é o próprio ser humano. O Cardeal Newman, anglicano convertido ao Catolicismo afirmava: "O indiferente é aquele que não quer compreender e nem quer que lhe ajudem a compreender". Assim se formam os donos da verdade, os donos do poder, capazes de determinar-se e determinar os outros. O perigo mora ao lado, porque ninguém sabe qual será a atitude no momento seguinte, de alguém que se confessa indiferente.
No momento atual precisamos acreditar cada vez mais em nós e nos outros, para poder acreditar cada vez mais no Pai Deus, que nos deu a capacidade de crer. A fé é presente e se não a temos é porque em algum momento esquecemos de colocá-la na bagagem. Não sejas incrédulo, mas fiel; assim tenho certeza que tudo será diferente.
Dom Anuar Battisti
O exemplo do incrédulo Tomé, cuja festa celebramos hoje, ilustra bem essa relação, que independe de uma experiência visível aos olhos humanos. As palavras de Jesus, ao encontrá-lo, é sem dúvida um chamado e uma exigência: "Não sejas incrédulo, toque aqui e veja" (Jo 20 27). O drama vivido por Tomé, em ver para crer, pode ser o drama de muitos, que hoje diante da vida tão materializada, acabam desejando materializar a própria fé. Se não vejo, se não toco, se não sinto, se não ... não acreditarei. Com certeza a vida ensina e a fé se torna uma exigência natural para que nossas obras humanas tomem um sentido que vai além da realidade que vivemos.
Nada melhor do que ouvir do Mestre, as palavras dirigidas à comunidade reunida naquela noite da segunda aparição de Jesus aos apóstolos: "Bem aventurados os que crêem sem terem visto"(Jo 20,29). Penso que esta bem-aventurança deveria ser repetida em todos os momentos em que agimos com fé e pela fé. A vitória da nossa fé é a salvação. Por isso, esse elogio de Jesus a todos os que crêem sem ver, faz antecipar a certeza de uma recompensa ainda maior. Não fomos feitos para as coisas da terra, mas para as coisas do céu.
A existência humana é feita de permanentes saltos no escuro. Quantas vezes, as decisões tiveram que ser tomadas sem nenhuma segurança, a não ser aquela de dizer: Se Deus quiser! Queira Deus que isso aconteça! Vou fazer a minha parte bem feita e depois Deus sabe o que faz! Assim é a atitude de quem acredita, assim agem os prudentes e sábios, assim serão chamados de felizes porque souberam fazer tudo como se só eles existissem e ao mesmo tempo como se só existisse Deus. Por isso, fica muito difícil acreditar que existe gente que não tenha um mínimo de fé em si mesmo, nos outros e em Deus.
Hoje, as estatísticas mostram que o número dos indiferentes, cresce de forma acentuada. Isso revela uma profunda insatisfação humana, cuja origem está na falta de uma experiência de fé e na independência, misturada com auto-suficiência, onde o centro do mundo, da vida, e das decisões é o próprio ser humano. O Cardeal Newman, anglicano convertido ao Catolicismo afirmava: "O indiferente é aquele que não quer compreender e nem quer que lhe ajudem a compreender". Assim se formam os donos da verdade, os donos do poder, capazes de determinar-se e determinar os outros. O perigo mora ao lado, porque ninguém sabe qual será a atitude no momento seguinte, de alguém que se confessa indiferente.
No momento atual precisamos acreditar cada vez mais em nós e nos outros, para poder acreditar cada vez mais no Pai Deus, que nos deu a capacidade de crer. A fé é presente e se não a temos é porque em algum momento esquecemos de colocá-la na bagagem. Não sejas incrédulo, mas fiel; assim tenho certeza que tudo será diferente.
Dom Anuar Battisti
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