domingo, 29 de setembro de 2013

Reflexão do Evangelho de hoje "O HOMEM RICO E O POBRE LÁZARO"

  O rico que hoje rega sua boca com finos vinhos, poderá um dia na mansão dos mortos, não ter uma gota de água para refrescar a sua língua. Enquanto que o miserável que tenta dormir na calçada, não tem uma gota de água para matar a sua sede, agora está salvo, feliz, pois ele morreu, e os anjos levaram-no para junto de Abraão! Esta é a palavra do Senhor. Escute-a enquanto é tempo.
Hoje devido a má distribuição da renda nacional, uma minoria de 20% da população vive no luxo, na opulência, bem vestidos e com muito dinheiro, jantam fora todas as noites. Enquanto que os Lázaros da sociedade, têm de sobreviver com salários de fome sob a ameaça de serem desempregados.
            Os pobres do tempo do profeta Amós, eram conformados com a sua situação de penúria, vítimas inocentes e silenciosas de um sistema que gerava injustiça, miséria, sofrimento, opressão, não sabiam o que fazer para sair daquela situação.  Hoje, ao contrário, a catequese do mal estampada nas diversas telas, TV. cinema, computador, ensina aos jovens que para comprar o tênis da hora, a roupa de marca e tudo mais que é  anunciado na propaganda, é muito fácil. Pois é só pegar um revolver, e sair por aí arrecadando dinheiro daqueles que têm muito. Assim temos os arrastões aos restaurantes, as invasões de residência, e os demais tipos de assaltos. E não adianta tentar combater essa violência com aparatos eletrônicos de segurança, soldados armados até os dentes, vidros a prova de bala, porteiros eletrônicos,nem mesmo a  prisão dos ladrões.  Pois tudo isso seria atacar a doença social pelo seu efeito, em vez de eliminar a sua causa, que é a má distribuição da renda. Enquanto tivermos uma minoria com muito dinheiro e uma maioria com muito pouco dinheiro e ainda uma mídia mostrando todos os produtos para todos comprarem, a violência não vai acabar, mais sim, pelo contrário, infelizmente vai aumentar. O Papa Francisco explicou isso em outras palavras em seu discurso no Rio de Janeiro em 2013.  

"Filho, lembra-te que tu recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado".
            Geralmente o pobre quando se vê diante de um rico arrogante,  esbanjando otimismo e contando vantagens, a tendência é: Sentir-se um verme, e ficar movido por um grande  sentimento de inveja.
            Quer um conselho? não faça isso! Pelo contrário, tenha pena daquele homem com muito dinheiro porém sem Deus. Ele é rico neste mundo, porém é pobre diante de Deus. Ele junta tesouros na Terra mais não tem nenhum tesouro depositado no banco da Vida Eterna, isto é,  nos Céus.  Ele se apega tanto ao dinheiro e aos bens materiais, justamente porque não tem Deus com ele. 
            Ao contrário, o pobre que não tem nada a se apegar, se apega com Deus diante de seus sofrimentos e necessidades.  O pobre, ao contrário do rico, o pobre que está com Deus, sabe que pode recorrer ao seu infinito poder e a sua infinita misericórdia, quando as coisas ficarem mais pretas do já estão. Isso não quer dizer que nem todo pobre vive na presença de Deus. Não podemos afirmar que só pelo fato de alguém ser pobre já está salvo pois Deus ama os pobres.  Sim, é verdade. Deus ama os pobres, tem preferência por eles, porém, nem todos os pobres são humildes, honestos, e dignos da amizade com o Criador. Infelizmente existem aqueles pobres que se desviaram do caminho da justiça e da paz.
            Desta forma, não é correto afirmar que  todo rico é arrogante , orgulhoso e descrente,  nem todo pobre é humilde, bonzinho, obediente a Deus.  
            Mais Deus em sua infinita bondade, quer a salvação de todos nós, pobres e ricos. Ele enviou o se Filho ao mundo para por em prática o seu Plano de salvação que é para todos, muito embora nem todos o aceitam. E é exatamente aí que reside o grande problema da humanidade!  A recusa do Plano de Deus é a causa de todo o mal no mundo.
            Você reparou que Jesus não fala o nome do homem rico? É porque o homem pobre , Lázaro, para Deus é mais importante! O pobre para Deus é mais importante do que o rico.
                O pobre Lázaro representa os mendigos de hoje, espalhados pelas calçadas da vida... São  também os zumbis da Cracolândia, jovens com cirrose hepática e sérias complicações cardíacas devido ao uso de drogas pesadas.
            O Lázaro da parábola são aqueles que não têm como tomar um banho, que não podem escovar os dentes, nem muito menos se livrar do frio, e esperam ansiosos que alguma alma caridosa lhes mate parte da sua fome com uma migalha de comida...  Enquanto o rico desfruta de todo o conforto sem nem pensar que naquele mesmo momento, há muitos Lázaros passando as maiores agruras por não possuírem absolutamente nada. Portanto, nem espere continuar essa mordomia na outra, vida! Pois depois da morte, é a vez do pobre desfrutar do que não pode aqui nesta vida.
E a advertência de Jesus para nós também é pesada:
“Ai dos que vivem despreocupadamente em Sião... e não se preocupam com a ruína de José!”
            Prezado irmão.  Enquanto é tempo vamos socorrer o nosso irmão. Imaginemo-nos no seu lugar! Se dentro do conforto do nosso lar é difícil suportar a dureza do frio intenso,  imagine aquele pobre coitado lá fora o que deve estar sentindo? Muitos morrem por não aceitar ajuda dos funcionários do abrigo público.
            Vamos lá! amoleça seu coração duro! Sejamos piedosos e caridosos para os nossos pobres e miseráveis irmãos, e assim também o Pai o será para conosco. Vamos dar um pouco do muito que Deus nos deu e assim estaremos construindo um tesouro Céus.
Vai e faça o mesmo.    Bom domingo.

Evangelho de hoje - Lc 16,19-31



Evangelho - Lc 16,19-31
Tu recebeste teus bens durante a vida e Lázaro os males;
agora ele encontra aqui consolo e tu és atormentado.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 16,19-31
Naquele tempo, Jesus disse aos fariseus:19'Havia um homem rico,que se vestia com roupas finas e elegantese fazia festas esplêndidas todos os dias.20Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas,estava no chão à porta do rico.21Ele queria matar a fomecom as sobras que caíam da mesa do rico.E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas.22Quando o pobre morreu,os anjos levaram-no para junto de Abraão.Morreu também o rico e foi enterrado.23Na região dos mortos, no meio dos tormentos,o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão,com Lázaro ao seu lado.24Então gritou: 'Pai Abraão, tem piedade de mim!Manda Lázaro molhar a ponta do dedopara me refrescar a língua,porque sofro muito nestas chamas'.25Mas Abraão respondeu: 'Filho, lembra-teque tu recebeste teus bens durante a vidae Lázaro, por sua vez, os males.Agora, porém, ele encontra aqui consoloe tu és atormentado.26E, além disso, há um grande abismo entre nós:por mais que alguém desejasse,não poderia passar daqui para junto de vós,e nem os daí poderiam atravessar até nós'.27O rico insistiu: 'Pai, eu te suplico,manda Lázaro à casa do meu pai,28porque eu tenho cinco irmãos.Manda preveni-los, para que não venham também elespara este lugar de tormento'.29Mas Abraão respondeu:'Eles têm Moisés e os Profetas, que os escutem!'30O rico insistiu: 'Não, Pai Abraão,mas se um dos mortos for até eles,certamente vão se converter'.31Mas Abraão lhe disse:`Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas,eles não acreditarão,mesmo que alguém ressuscite dos mortos'.'Palavra da Salvação.

O Sinal da Cruz

thumb.phpEm nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
A liturgia usa muito a linguagem dos sinais, dos gestos e das posições. O primeiro sinal o mais importante e o mais conhecido é o Sinal da Cruz. Já no catecismo da Primeira Comunhão aprendemos que o Sinal da Cruz é o sinal do Cristão, lembre-se?
O Sinal da Cruz é riquíssimo em significado. Por Ele expressamos, anunciamos três verdades ou dogmas fundamentais da nossa religião: o Dogma da Santíssima Trindade, da Encarnação e da Morte de Jesus Cristo. Quando você diz: “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, você está proclamando o Mistério da Santíssima Trindade. Quando você leva a testa as pontas do dedo da mão direita aberta, dizendo”: “Em nome do Pai”… você desse com a mão na vertical e toca na altura do estômago continuando: “…e do Filho”, você está indicando o mistério da Encarnação: o Filho de Deus desceu ao ceio da virgem Maria. Depois, levando a mão direita para o ombro esquerdo (e do Espírito…”) você completa a cruz tocando o ombro direito (“…Santo…”), você está indicando a morte de Jesus na Cruz.
Mas, veja bem: Jesus morreu numa cruz e a cruz é formada por uma haste vertical e uma haste horizontal, não é? O sinal da cruz de muita gente parece mais um espanador ou coisa que o valha . o indivíduo dá uma “espanada”, umas “voltinhas” com a mão direita na frente do peito, depois de Ter dado uma apontada com o indicador para cima… mas do que um sinal é um trejeito da Cruz. E depois termina dando um beijinho nos dedos; ou, se quiser, um tapinha na boca. Olhe Cristo não morreu pregado num espanador , mais numa Cruz.
Façamos o sinal da cruz com a mão direita aberta, toque a testa com a ponta dos dedos, dizendo: “Em nome do Pai …” desça em linha vertical até a altura do estômago: “…e do Filho…” leve a mão ao ombro esquerdo: “…e do Espírito”…, leve a mão ao ombro direito e conclua: “Santo. Amém”. E não precisa dar o “tapinha na boca” nem beijar os dedos. Devemos sempre através de nosso exemplo de Cristãos autênticos buscar corrigir nossos irmãos que ainda não conhecem e ensiná-los o significado importantíssimo do sinal da cruz, usando-o é claro, o bom senso para não ferir nem magoar ninguém. Sinal este que hoje, muitas vezes, passa despercebido seu verdadeiro significado.
Persignação
Nós cristãos temos este belo costume de persignar-se, ato ou efeito de benzer-se, fazendo três cruzes com o dedo polegar da mão direita, uma na testa outra na boca e outra no peito. Existe uma piedosa explicação que nos diz que a cruz na testa é para Deus nos livrar dos maus pensamentos; na boca, para nos livrar das más palavras; e, no peito, para nos livrar das más ações. Mas existe um sentindo Litúrgico mais abrangente e expressivo para o verdadeiro cristão autêntico na fé e na boa nova do Evangelho: A cruz na testa, lembra que o Evangelho deve ser entendido, estudado, conhecido; a cruz nos lábios lembra que o evangelho deve ser proclamado, anunciado (missão de todo cristão); e a cruz no peito, à altura do coração, nos indica que o evangelho, acima de tudo, deve ser vivido, pregado e testemunhado por todos os que acreditam que Cristo ressuscitou. Também o Cristão que for fazer a proclamação e leitura da Boa Nova, deve fazer a cruz na leitura do Evangelho a ser lido, indicando com isso que cada palavra pronunciada seja um despertar para cada cristão ser luz e sal para o mundo.
O momento em que geralmente fazemos o persignar-se é na liturgia da palavra, quando nos preparamos para ouvir a Palavra de Deus. Devemos com isso também estar-mos de Pé, indicando com essa posição, que estamos prontos para seguir, dispostos a marchar com Jesus para onde Ele nos levar.

Viver em Deus


O Cateclevanta-te1ismo da Igreja ensina, no primeiro parágrafo, que “Deus, em um desígnio de pura bondade, criou livremente o homem para fazê-lo participar de sua vida bem-aventurada”; isto é, para participar de sua felicidade eterna. “Fomos criados por Deus e para Deus; e somente em Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar” (n.27).
São Tomás de Aquino disse que “quanto mais o homem se afasta de Deus, mais experimenta o seu nada”. Este é problema do homem moderno, afastou-se de Deus, quis ser o seu próprio deus e nele perece. O cristão “vive em Deus”, como o peixe vive na água. São Paulo disse aos gregos em Atenas “Ele não está longe de cada um de nós. Porque Nele existimos, nos movemos e somos” (Atos 17,27-28).
Já neste mundo podemos começar a viver a vida eterna se vivermos em Deus todo o tempo, unidos à Trindade Santa que habita em nosso coração como em um Templo. Mais do que atos de piedade e devoção, Deus quer que vivamos unidos a Ele todo instante.
A Beata Elizabete da Trindade rezava: “Ó meu Deus, Trindade que adoro, ajudai-me a esquecer-me inteiramente, de mim mesma, para me fixar em Vós, imóvel e calma, como se minha alma estivesse já na eternidade: que nada possa perturbar-me  a paz, nem me fazer sair de Vós, ó meu Imutável, mas que cada instante me leve mais avante na profundidade de Vosso mistério”.
Santo Agostino também rezou: “Tarde Vos amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei! Eis que habitáveis dentro de mim, e eu, lá fora, a procurar-Vos! Disforme, lançava-me sobre estas formosuras que criastes. Estáveis comigo e eu não estava Convocpa_como_fazer_a_vontade_de_deussco! Retinha-me longe de Vós aquilo que não existiria, se não existisse em Vós. Porém, chamastes-me, com uma voz tão forte, que rompestes a minha surdez! Brilhastes, cintilastes, e logo afugentastes a cegueira! Exalastes perfume: respirei-o a plenos pulmões, suspirando por Vós. Saboreei-Vos e, agora, tenho fome e sede de Vós. Tocastes-me e ardi, no desejo da Vossa Paz”.
Se Deus não estivesse em nós não poderíamos sequer mover os olhos. “É Ele que opera em nós o querer e o fazer” (Fil 2,13). Não há nada que possa nos esconder dos olhos de Deus e de sua Presença; nem mesmo o pecado.  É Ele quem nos mantém fora do nada. Sem Ele nada podemos: “Sem mim nada podeis fazer” (João 

sábado, 28 de setembro de 2013

Reflexão do Evangelho de hoje A Ressurreição de Jesus

De alguém que está em seu auge, admirado, conhecido, respeitado; vislumbrando um sucesso maior ainda e consequentemente a conquista do poder, falar sobre sua morte é no mínimo de mau agouro. “Isola”, dirá alguém, batendo três vezes com, o nó do dedo em uma madeira.
Humanamente falando, tudo caminhava bem na missão de Jesus, e aos olhos dos discípulos aquele era um “Trem Bão”, podiam confiar que tudo iria dar certo. Nos dias de hoje ainda temos, infelizmente, um grande número de discípulos que pensam assim, “Encontrei Jesus e a minha vida agora é linda e maravilhosa, tudo está dando certo e a cada dia ele realiza novas maravilhas”. Jesus transformou-se no maior e mais poderoso amuleto da sorte.
Mas logo os seus discípulos ficaram decepcionados, quando Jesus começou a dizer-lhes”O Filho do Homem há de ser entregue nas mãos dos Homens”. A cabeça daqueles primeiros seguidores de Jesus, certamente deu um “nó”. Como poderia tal coisa?Então, o Filho do Homem, vitorioso e que viria nas nuvens, na visão de Daniel, passaria pelo fracasso de ser entregue nas mãos dos homens?.
É bom explicar que, o conceito de Ressurreição ainda era bem precário para os discípulos e a morte biológica era mesmo o fim de tudo. Depois viria o Xeol, a mansão dos mortos e nada mais. O Reino Messiânico era terreno e o Xeol escapa do domínio de Deus. Jesus não fala só da morte, mas da morte e ressurreição, portanto, a morte não é mais o fim de uma etapa, mas apenas parte de um processo onde a Vida é requalificada, tornando-se Vida Eterna.
Portanto, não tendo ainda aprimorado o pensamento teológico sobre a morte, e não tendo portanto esta visão de algo em sua plenitude, os discípulos têm medo de fazer perguntas e assim, permanecem na obscuridade sobre o mistério da morte. A Ressurreição de Jesus será a chave para se compreender a morte, que ilumina e dá sentido ao viver humano. Isso não é mais obscuro para a humanidade, Jesus desvendou o mistério, e o Cristão caminha em busca de algo que Jesus já nos deu, mas que ainda não se realizou plenamente. Mas parece que o Homem arrogante e prepotente dos nossos tempos, ainda está longe de compreender essa Verdade e tem medo de enfrentá-la, tentando responder com a mera razão, a uma questão que só pode ter resposta na Fé em Jesus Cristo, Senhor da Vida e das Morte, Senhor do Céu e da Terra.

Evangelho de hoje - Lc 9,43b-45



Evangelho - Lc 9,43b-45

O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens.
Eles tinham medo de fazer perguntas sobre o assunto.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 9,43b-45
Naquele tempo: 
43bTodos estavam admirados 
com todas as coisas que Jesus fazia. 
Então Jesus disse a seus discípulos: 
44'Prestai bem atenção às palavras que vou dizer: 
O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens.' 
45Mas os discípulos não compreendiam o que Jesus dizia. 
O sentido lhes ficava escondido, 
de modo que não podiam entender; 
e eles tinham medo de fazer perguntas sobre o assunto. 
Palavra da Salvação. 

Nulidade de Casamento

Causas qcasamento-alianca1ue podem tornar nulo o matrimônio sacramental:
1) Falhas no consentimento matrimonial,
2) impedimentos dirimentes e
3) falta de forma canônica.
A Igreja não anula uniões sacramentais validamente contraídas e consumadas, mas pode, após processo detalhado, reconhecer que nunca houve casamento, mesmo nos casos em que todos o tinham como válido.
Capacidades e limitações psíquicas dos noivos para contrair obrigações matrimoniais vitalícias.
1. O CONCEITO DE MATRIMÔNIO SACRAMENTAL
“Cânon 1055 – § 1º- A aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão de vida toda, é ordenada por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole, e foi elevada, entre os batizados, à dignidade de sacramento.
§ 2º- Portanto, entre batizados não pode haver contrato matrimonial válido que não seja, ao mesmo tempo, sacramento”.
RAZÕES PARA A NULIDADE
A. Falhas de consentimento  (cânones 1057 e 1095-1102)
A.1. Falta de capacidade para consentir (cânon 1095)
A.2. Ignorância (cânon 1096)
A.3. Erro (cânones 1097-1099)
A.4. Simulação (cânon 1101)
A.5. Violência ou medo (cânon 1103)
A.6. Condição não cumprida (cânon 1102)
B. Impedimentos dirimentes (cânones 1083-1094)
B.1. Idade (cânon 1083)
B.2. Impotência (cânon 1084)
B.3. Vínculo (cânon 1085)
B.4. Disparidade de culto (cânon 1086,- cf cânones 1124s)
B.5. Ordem Sacra (cânon 1087)
B.6. Profissão Religiosa Perpétua (cânon 1088)
B.7. Rapto (cânon 1089)
B.8. Crime (cânon 1090)
B.9. Consangüinidade (cânon 1091)
B.10.  Afinidade (cânon 1092)
B.11. Honestidade pública (cânon 1093)
B.12. Parentesco legal por adoção (cânon 1094)
C. Falta de forma canônica na celebração do matrimônio (cânones 1108-1123)
3. FALHAS DE CONSENTIMENTO (CÂNONES 1057 e 1095-1102)
Para contrair matrimônio validamente, os nubentes devem consentir livremente em unir suas pessoas numa comunhão de vida definitiva e irrevogável:
“Cânon 1057 – § 1º- O matrimônio é produzido pelo consentimento legitimamente manifestado entre pessoas juridicamente hábeis, e esse consentimento não pode ser suprido por nenhum poder humano.
§ 2º- O consentimento matrimonial é o ato de vontade pelo qual o homem e a mulher, por aliança irrevogável, se entregam e se recebem mutuamente para constituir matrimônio”.
FALHAS DE CONSENTIMENTO
3.1. Falta de capacidade para consentir (cânon 1095)
A pessoa que se casa tem que ter consciência das obrigações que assume e se decida com plena liberdade.
“Cânon 1095 – São incapazes de contrair matrimônio:
“§ 1º- … os que não têm suficiente uso da razão”.
“§ 2º- São incapazes… os que têm grave falta de discernimento a respeito dos direitos e das obrigações essenciais do matrimônio, que se devem dar e receber mutuamente”.
3º- os que não são capazes de assumir as obrigações essenciais do matrimônio por causas de natureza psíquica”.
“§ 2º – São incapazes… os que têm grave falta de discernimento a respeito dos direitos e das obrigações essenciais do matrimônio, que se devem dar e receber mutuamente”.
“§ 3º – Ineptos… os que não são capazes de assumir as obrigações essenciais do matrimônio, por causas de natureza psíquica”.
3.2. Ignorância (cânon 1096)
“Cânon 1096 – §1. Para que possa haver consentimento matrimonial, é necessário que os contraentes não ignorem, pelo menos, que o matrimônio é um consórcio permanente entre homem e mulher, ordenado à procriação da prole por meio de alguma cooperação sexual.
§ 2º – Essa ignorância não se presume depois da puberdade”.
3.3. Erro (cânones 1097 e 1099)
O erro distingue-se da ignorância, pois esta significa ausência de noções, ao passo que o erro implica presença de noções não verídicas ou falsas.

As modalidades de erro que tornam o casamento nulo:
3.3.1. Erro a respeito do próprio matrimônio (cânon 1099)
“Cânon 1099 – O erro a respeito da unidade, da indissolubilidade ou da dignidade sacramental do matrimônio, contanto que não determine a vontade, não vicia o consentimento matrimonial”.
Para evitar o erro de direito e os problemas daí decorrentes, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil emitiu a seguinte norma:
“Cuidem os sacerdotes de verificar se os nubentes estão dispostos a assumir a vivência do matrimônio com todas as suas exigências, inclusive a de fidelidade total, nas várias circunstâncias e situações de sua vida conjugal e familiar.  Tais disposições dos nubentes devem explicitar-se numa declaração de que aceitam o matrimônio tal como a lgreja o entende, incluindo a indissolubilidade” (Orientações Pastorais sobre o Matrimônio, nº 2.15).
3.3.2. Erro sobre a identidade da pessoa (cânon 1097 § 1º)
Reza o cânon 1097, § 1º:
“O erro de pessoa torna inválido o matrimônio”.
Distingamos entre identidade física e identidade moral.
A identidade física refere-se à pessoa como tal
A identidade moral diz respeito à personalidade.
Pe.  Jesus Hortal, S.J.:
“Quando a personalidade de um cônjuge se revela completamente diferente de como era conhecida antes do casamento, pode-se dizer que o consentimento matrimonial do cônjuge que errou, é verdadeiro?  Não acabou por casar com uma pessoa inexistente, que formou em sua imaginação?  Ao nosso modo de ver, nesse caso, poderia ser invocado, como causa de nulidade, o erro sobre a pessoa de que trata o cânon 1097 § 1º. 0 problema está em determinar o limite entre o que é apenas uma qualidade, mas que não muda fundamentalmente a personalidade, e a própria personalidade.  A dificuldade, porém, não deve impedir de reconhecer que pode haver matrimônios nulos por erro sobre a personalidade do cônjuge” (Casamentos que nunca deveriam ter existido. Uma solução pastoral, Ed.Loyola, São Paulo 1987, p. 19). 3.3.3. Erro sobre as qualidades da pessoa (cânon 1097 § 2)
Eis o texto em pauta:
Cânon 1097§ 2: “O erro de qualidade da pessoa, embora seja causa do contrato, não torna nulo o matrimônio, salvo se essa qualidade for direta e principalmente visada” (cânon 1097 § 2º).
3.3.4. O erro doloso (cânon 1098)
Cânon 1098: “Quem contrai matrimônio, enganado por dolo perpetrado para obter o consentimento matrimonial, a respeito de alguma qualidade da outra parte, qualidade que, por sua natureza, possa perturbar gravemente o consórcio da vida conjugal, contrai-o indevidamente”.
3.4. Simulação (cânon 1101)
Cânon 1101 – “Presume-se que o consentimento interno está em conformidade com as palavras ou os sinais empregados na celebração do matrimônio” (§ 1º).
“Contudo, se uma das partes ou ambas, por ato positivo de vontade, excluem o próprio matrimônio, algum elemento essencial do matrimônio ou alguma propriedade essencial, contraem invalidamente” (§ 2º).
3.5. Violência ou medo (cânon 1103)
Cânon 1103: “É inválido o matrimônio contraído por violência ou por medo grave proveniente de causa externa, ainda que não dirigido para extorquir o consentimento, e quando, para dele se livrar, alguém se veja obrigado a contrair o matrimônio”.
3.6. Condição não cumprida (cânon 1102)
Cânon 1102:
“§ 1. Não se pode contrair validamente o matrimônio sob condição de futuro.
§ 2. O matrimônio contraído sob condição de passado ou de presente é válido ou não, conforme exista ou não aquilo que é objeto da condição.”
§ 3. Todavia a condição mencionada no § 2 não pode licitamente ser colocada sem a licença escrita do Ordinário local”.
4. IMPEDIMENTOS DIRIMENTES (CANONES 1083-94)
1) A idade mínima para a validade de um casamento sacramental é 14 anos para as moças e 16 anos para os rapazes.  Os Bispos podem dispensar dessa condição, mas rarissimamente o fazem.  A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil exige dois anos mais para os casamentos no Brasil, ou seja, 16 e 18 anos respectivamente; todavia esta exigência incide sobre a liceidade, não sobre a validade do casamento . Cf. cânon 1083.
2) A impotência (ou incapacidade de praticar a cópula conjugal) anterior ao casamento e perpétua, absoluta ou relativa, é impedimento dirimente. Cf. cânon 1084.
3) É impedimento dirimente o vínculo de um matrimônio validamente contraído, mesmo que não consumado.  Cf. cânon 1085.
4) A disparidade do culto – É inválido o casamento entre um católico e uma pessoa não batizada, se a parte católica não pede dispensa do impedimento.  Esta pode ser concedida pelos Bispos desde que:
- a parte católica declare estar disposta a afastar os perigos de abandono da fé e prometa fazer tudo para que a prole seja batizada e educada na Igreja Católica;
- a parte não católica seja informada desse compromisso;
- ambas as partes sejam instruídas a respeito dos fins e propriedades essenciais do matrimônio, que nenhum dos contraentes pode excluir.
5) É impedimento dirimente para o matrimônio sacramental a ordenação diaconal, presbiteral ou episcopal.  Cf. cânon 1087.
6) Também é tal a profissão religiosa perpétua.  Cf. cânon 1088.
7) Rapto; cf. cânon 1089.  Uma mulher levada pela força não se pode casar validamente com quem a está violentando dessa maneira.
8) Crime; cf. cânon 1090.  Os que matam seu ou sua consorte, para facilitar um casamento posterior estão impedidos de realizar validamente esse casamento.  Da mesma forma, se um homem e uma mulher, de comum acordo, matam o esposo ou a esposa de um deles, não se podem casar validamente entre si.
9) Consanguinidade; cf. cânon 1091.  Não há dispensa na linha vertical (pai com filha, avô com neta… ); na linha horizontal, o impedimento (dispensável) vai até o quarto grau, isto é, atinge tio e sobrinha e primos irmãos.
10) Afinidade na linha vertical; cf. cânon 1092.  Não há matrimônio válido entre o marido e as consangüíneas da esposa e entre a esposa e os consangüíneos do marido, suposta a viuvez previamente ocorrida. (Nota do Autor: Por exemplo, um viúvo não pode casar-se com a mãe ou filha da ex-esposa). Na linha horizontal não há impedimento: um viúvo pode casar-se com uma irmã (solteira) de sua falecida esposa.
11) Honestidade pública; cf. cânon 1093.  Quem vive uma união ilegítima, está impedido de se casar com os filhos ou os pais de seu (sua) companheiro (a).
12) Parentesco legal; cf. cânon 1094.  Não é permitido o casamento entre o adotante e o adotado ou entre um destes e os parentes mais próximos do outro.  Este impedimento, como outros desta lista, podem ser dispensados por dispensa emanada da autoridade diocesana.
5. FALTA DE FORMA CANÔNICA NA CELEBRAÇÃO DO MATRIMÔNIO (CÂNONES 1108-23)
“Forma canônica” é o conjunto de elementos exigidos para a celebração ritual do casamento.  Requer-se, que a cerimônia se realize perante o pároco do lugar e, pelo menos, duas testemunhas (padrinhos).
A forma canônica só obriga os católicos.  Basta, porém, que um dos noivos seja católico para que a forma canônica seja obrigatória, isto é, para que o casamento deva ser celebrado na lgreja Católica sob pena de nulidade.
Pode haver dispensa da forma canônica. 0 Bispo tem a faculdade de concedê-la quando se trata de um casamento entre um católico e um não católico, especialmente se é um cristão batizado no Protestantismo ou na Ortodoxia.  Em tais casos, porém, o prelado determina qual outra cerimônia (civil ou religiosa) substitui a católica.
“Cânon 1116 – § 1. Se não é possível, sem grave incômodo, ter o assistente competente de acordo com o direito, ou não sendo possível ir a ele, os que pretendem contrair verdadeiro matrimônio podem contraí-lo válida e licitamente só perante as testemunhas:
1º- em perigo de morte;
2º- fora do perigo de morte, contanto que prudentemente se preveja que esse estado de coisas vai durar por um mês.
§ 2. Em ambos os casos, se houver outro sacerdote ou diácono que possa estar presente, deve ser chamado, e ele deve estar presente à celebração do matrimônio, juntamente com as testemunhas, salva a validade do matrimônio só perante as testemunhas”.
6. DISPENSA DO CASAMENTO (VÍNCULO NATURAL)
Há casos em que o matrimônio validamente contraído no plano natural é dissolvido pela Igreja em favor de um matrimônio sacramental.
6.1. O Privilégio Paulino (cânon 1143-47)
Em 1Cor 7,15 São Paulo considera o caso de dois pagãos unidos pelo vínculo natural; se um deles se converte à fé católica e o(a) consorte pagã(o) lhe torna difícil a vida conjugal, o Apóstolo autoriza a parte católica a separar-se para contrair novas núpcias, contanto que o faça com um irmão ou uma irmã na fé.  Antes, porém, da separação, é necessário interpelar a parte não batizada, perguntando-lhe se quer receber o Batismo ou se, pelo menos, aceita coabitar pacificamente com a parte batizada, sem ofensa ao Criador.  Isto se explica pelo fato de que, para o fiel católico, o matrimônio sacramental é obrigatório: ou ele o contrai com o cônjuge pagão ou, se este não o propicia, contrai-o com uma pessoa católica.  Cf. cânones 1143-47.
6.2. O Privilégio Petrino (privilégio da fé); cf. cânones 1148-1150
Há uniões matrimoniais não sacramentais entre pessoas não batizadas.  Suponhamos que alguma dessas uniões fracasse: em conseqüência, uma das duas partes (convertida ao Catolicismo ou não) quer contrair novas núpcias com uma pessoa católica, habilitada a receber o sacramento do matrimônio.  Esta pessoa católica pode então recorrer à Santa Sé e pedir a dissolução do vínculo natural do(a) seu (sua) pretendente, assim como a eventual dispensa do impedimento de disparidade de culto (caso se trate de um judeu, um muçulmano, um budista … ); realiza-se então a cerimônia do casamento católico.
7. DISSOLUÇÃO DO MATRIMÔNIO NÃO CONSUMADO (CÂNON 1142)
Diz o cânon 1142:
“O matrimônio não consumado entre batizados ou entre uma parte batizada e outra não batizada pode ser dissolvido pelo Romano Pontífice por justa causa, a pedido de ambas as partes ou de uma delas, mesmo que a outra se oponha”.

História da Igreja: A Igreja e as Missões

cidade_vaticano_grO Padroado
A Igreja no Brasil, durante quase quatro séculos, foi marcada pela instituição do padroado. Tratava-se de uma estreita ligação do rei de Portugal (e, após a independência, dos Imperadores do Brasil) com o poder eclesiástico, no sentido de que aquele teria certos direitos e privilégios, como nomear bispos, conferir benefícios eclesiásticos ou receber dízimos das igrejas sob sua jurisdição.
A origem do padroado situa-se na Idade Média, ligada a dois fatores: o sistema feudal e as Ordens Religiosas militares.
O sistema feudal: Durante a ldade Média, especialmente no séc. X, desenvolveu-se a praxe segundo a qual o Senhor do feudo era o patrono das igrejas situadas em seu domínio. Desse modo, os senhores feudais escolhiam os vigários e curas para as ditas igrejas. No Séc. XVI, visto que os reis da Espanha e Portugal se tinham empenhado na propagação da fé católica nas terras então descobertas, foram-lhes concedidos pela Santa Sé privilégios semelhantes.
As Ordens Militares: Outro fator que se encontra na origem do padroado consiste na formação de Ordens Militares, compostas de leigos que seguiam uma regra de vida aprovada pela Santa Sé. Tendo surgido no tempo das Cruzadas, muito se desenvolveram na Idade Média. Entre elas, destaca-se a Ordem dos Templários, a qual, com o passar do tempo, acumulou muitos bens. Estes foram cobiçados por Filipe, o Belo, rei da França (séc. XIV), que pressionou o Papa, com diversas acusações à Ordem, para obter a supressão da mesma. Esta, de fato, ocorreu na França em 1312. Em Portugal, o rei D. Diniz, com o fim de aproveitar os bens da dita Ordem, formou contra semelhante, a Ordem da Cavalaria de Nosso Senhor Jesus Cristo (em 1313, aprovada em 1319), mais tarde unida às Ordens de Aviz e de Santiago.
Em 1456 foi outorgada, pelo Papa Calixto III, à Ordem de Cristo, a jurisdição espiritual nas terras conquistadas (Bula “Inter Coetera”). Com isto o Prior do Convento de Tomar, da Ordem de Cristo, recebia, sobre as regiões conquistadas, os mesmos poderes de um bispo em sua diocese. Este poder, reservado ao Prior de Tomar, foi logo cobiçado pelos reis, que para isso procuraram para si o título de Grão-Mestre da Ordem.
Em Bula de 1516 o papa Leão X concedeu ao rei de Portugal o Padroado sobre todas as igrejas das terras conquistadas. A jurisdição espiritual, porém, era reservada ao Prior do Convento de Tomar. Muitos, porém, interpretaram erroneamente a Bula papal, outorgando a prerrogativa da jurisdição espiritual aos reis de Portugal, que possuíam o título de Grão-mestre da Ordem.
Houve assim abusos da parte da Coroa, especialmente em certas épocas, como o exigir que as Bulas pontifícias (exceto as de “foro da consciência”) fossem aprovadas pela Coroa antes de chegar ao clero português e que os bispos tivessem a concessão da Corte para manter relações com a Santa Sé.
O sistema do padroado, a par desses aspectos negativos, teve também seu saldo positivo, quando exercido dentro dos limites das Bulas: facilitou a ereção de igrejas; providenciou a remuneração do clero e dos missionários e a dotação de dioceses, paróquias, colégios…, favoreceu ainda as missões e a unidade da lgreja nas terras conquistadas.
Quando da independência do Brasil, o Papa Leão XII separou de Portugal a Ordem de Cristo e atribuiu a ela e a seus Grão-mestres(então, os Imperadores), o padroado (Bula Praeclara Portugaliae, 1827). Permaneceu assim estreitamente unida a Igreja ao Estado no Brasil. Isto levou a ingerência indevidas do poder civil na Igreja; no tempo do lmpério, um dos casos mais graves foi o historia_da_igreja_antigados Padres Feijó e Antônio Maria de Moura, apresentados pela Regência, em 1833, para bispos; a sua indicação não foi aceita pela Santa Sé, visto terem os referidos padres certas idéias discordes da Igreja. Houve fortes tensões, chegando um membro da Câmara a propor o desvinculamento da Igreja no Brasil frente do Vaticano, cuja autoridade se tranferiria para o Governo. Esta proposta não foi aprovada e a questão se resolveu com a renúncia de Pe. Feijó e Pe. Moura a mitra episcopal, tendo então o Governo apresentado novos nomes.
Outro grave conflito foi a chamada “Questão Religiosa”, durante o segundo lmpério.
A evangelização no Brasil Colônia
Os índios
Ao chegarem os portugueses ao Brasil, aqui encontraram os habitantes nativos, dispersos pelo, território, em vida semi-nômade e agrupados em diversas tribos. Em sua religião, possuíam vaga idéia de um Ser supremo e muito poderoso, a quem chamavam Tupã; criam também em espíritos, bons e maus (o espírito mau era denominado Anhangá). Algumas tribos cultuavam o Sol (Guaraci) e a Lua (Jaci). Não possuíam ídolos, templos ou sacerdotes, embora admitissem um feiticeiro ou curandeiro (o pagé).
Muitas teorias consideravam os índios seres inferiores, irracionais, incapazes de autodeterminação e assim destinados a ser dominados. Contra estas teorias lutou a lgreja, destacando-se nesse contexto o Breve do Papa Paulo III (Veritas ipsa, de 29.5.1537), que defendia a racionalidade dos indígenas, sua capacidade, por conseguinte, de se abrir a fé cristã e a abraçar; sendo seres livres, não poderiam ser obrigados a conversão nem submetidos à escravidão.
Primeira Evangelização
Embora estivesse os principais objetivos da ação da Coroa na terra recém-descoberta, não houve, até 1549, evangelização sistemática e continuada dos indígenas.
O primeiro trabalho de evangelização foi realizado certamente pelos degredados ou vítimas de naufrágio, talvez já pelos dois degredados aqui deixados por Cabral, pois é dito no relatório da expedição de Gonçalo Coelho (entre 1502 e 1503) que o capelão da nau batizou a muitos indígenas. Isto supõe um trabalho anterior de evangelização. Também os capelães das naus portuguesas e espanholas que aqui aportavam e permaneciam por algum tempo, dedicavam-se à evangelização, como, por exemplo, os padres Francisco Lemos e Francisco Garcia, no ano 1526 e seguintes.
Um número maior de indígenas, entretanto, foi evangelizado e batizado na época das feitorias (1516-1534). Como as condições eram ainda muito precárias, a evangelização foi bastante rudimentar.
A partir da formação de Capitanias, com a fundação das primeiras paróquias (1535), o trabalho de evangelização tornou-se mais organizado. A primeira missão se deu por iniciativa de franciscanos espanhóis, chefiados por Frei Bernardo de Armenta, que se dirigiahistoria-igreja-_dade-mediam ao Rio Prata. Desembarcando em Santa Catarina no ano de 1538, iniciaram uma missão entre os índios Carijós: a missão de Mabiaçá ou lmbiaça. Houve muitos convertidos, o trabalho prosperou mas a missão acabou em 1548 quando os aprisionadores de índios os levaram para São Vicente e Ilhéus.
Os jesuítas
A evangelização sistemática dos indígenas começou propriamente com a chegada dos membros da Companhia de Jesus ao Brasil, a quem se deve de fato o maior mérito na evangelização neste período. Os primeiros jesuítas chegaram com o Governador-Geral Tomé de Souza à Bahia em 1549. Vieram em número de seis, sendo quatro padres e dois irmãos: Pe. Manoel da Nóbrega (superior), Pe. Leonardo Nunes, Pe. João de Azpilcueta Navarro, Pe. Antônio Pires e os irmãos Vicente Rodrigues e Diogo Jácome, mais tarde ordenados.
Os primeiros contatos com os indígenas se deram nas aldeias próximas a Salvador. De início, limitaram-se a batizar crianças e adultos em perigo de vida. Pouco depois dedicaram-se a preparar os adultos para o batismo. Seu ensino consistia, segundo o costume da época, numa breve explicação das verdades fundamentais da fé. Os maiores problemas, porém, concentraram-se no combate a hábitos arraigados entre os indígenas, como a atropofagia e a poligamia. Quanto a isto, do catecúmeno adulto era exigido, para o batismo: não matar seus semelhantes, não comer carne humana, viver com apenas uma mulher. O costume de mais árduo combate foi a antropofagia, para o quê foram necessárias leis proibitivas de Tomé de Souza e Mem de Sá.
No início de 1550 chegaram mais quatro jesuítas, que se localizaram em São Vicente, com sete meninos órfãos que vinham para ajudar na catequese. Em julho de 1553, chegaram outros sete missionários à Bahia, entre os quais o Pe. Luís da Grã, futuro provincial, e o Ir. José de Anchieta mais tarde ordenado sacerdote, e que foi beatificado em 1980, pelo Papa João Paulo II.
O método utilizado pelos jesuítas consistia em contatos diretos com os índios e na formação de aldeamentos indígenas, com a finalidade de atraí-los para hábitos mais civilizados e para a fé cristã. Há quem julgue atualmente que os jesuítas teriam imposto o Cristianismo reprimindo os indígenas e usando a força. Ora, devemos observar em primeiro lugar que os índios possuíam um caráter belicoso, que os levava a numerosos ataques aos brancos, o que era duramente punido pela autoridade civil. Por outro lado, os portugueses agiam muitas vezes somente com o intuito de explorar. Tais abusos sempre foram condenados pelos missionários, de modo que não lhes podem ser atribuídos os desmandos da autoridade civil. Se muitas vezes os missionários aproveitaram da relativa pacificação dos índios, devida a força civil, para estender seu trabalho de evangelização, isto não significa obrigar a fé e impor o Cristianismo a força. Pelo contrário, era norma da Santa Sé respeitar a liberdade dos ameríndios adultos no tocante à aceitação ou não da fé cristã.
Em síntese, neste período o trabalho de evangelização foi repleto de dificuldades e não chegou a ser muito profundo: havia falta de pessoas aptas que conhecessem a língua e os costumes dos nativos; faltava também apoio mais expressivo (quando não havia hostilidade) dos colonizadores; além disso, o caráter semi-nômade das populações indígenas e as enormes distancias criaram outros tantos obstáculos.
Carmelitas, Beneditinos, Franciscanos
O trabalho de catequese, embora entregue principalmente aos jesuítas, contou ainda com colaboradores. A par dos padres diocesanos e da missão franciscana em Santa Catarina, vieram estavelmente, após a chegada dos jesuítas, outras Ordens Religiosas, que se fixaram no fim do séc. XVI: carmelitas, beneditinos, franciscanos.
Os Carmelitas foram os primeiros a se fixar após os jesuítas. Chegaram a Pernambuco, com a expedição de Frutuoso Barbosa, em 1580. 1012191_602753276421773_1864993989_nFixaram-se em Olinda. Outro grupo, chegado pouco mais tarde, dirigiu-se para a capitania de São Vicente. Não se dedicaram às missões indígenas, mas ao trabalho com os brancos.
Os Beneditinos tiveram em 1581 autorizada a fundação de um Mosteiro na cidade de Salvador, o qual foi elevado a Abadia em 1584. Com as vocações da terra e os auxílios provenientes de Portugal, foram feitas novas fundações: Rio de Janeiro (1585), Olinda (1590), Paraíba (1596) e São Paulo (1598). Por serem Ordem monástica, não se dedicaram às missões indígenas, mas muito contribuíram para o aprofundamento doutrinal e espiritual dos habitantes da terra.
Os Franciscanos estiveram presentes já bem cedo, na missão de Imbiaça (1538-48), bem como em Porto Seguro em 1520 e 1546. Em 1583 trabalharam perto de São Paulo e também no Espírito Santo. Sua fixação, porém, deu-se a partir de 1585, quando Frei Melquior de Santa Catarina chegou ao Brasil com a permissão de aqui fundar conventos. Neste mesmo ano foi fundado o Convento de Nossa Senhora das Neves em Olinda. Posteriormente a Ordem passou à Bahia, lgaraçu, Paraíba, Espírito Santo, dedicando-se a catequese indígena e aos colonos brancos.
Lançando um olhar panorâmico sobre esta época, podemos ver que o trabalho dos missionários foi rico de boa vontade e desenvolvido de acordo com os meios e o pensamento de então. Não é correto dizer que a cultura indígena não foi respeitada. A par do combate árduo, mas necessário, aos costumes indígenas, como a antropofagia, a poligamia, as bebedeiras, houve grande respeito aos valores positivos da cultura indígena e grande capacidade no tratar com os índios. Por outro lado, nunca houve uso da força para converter ao Cristianismo. A ação missionária da Igreja no Brasil nessa época tem, portanto, valioso saldo positivo.
Eis como, em sua visita ao Brasil, o S. Padre João Paulo II apreciou o trabalho missionário:
“Numa carta de 1º de junho de 1560, revelando a sua ânsia de conduzir ao Senhor os povos deste país, o Padre Anchieta escrevia textualmente: ‘Por este motivo, sem nos deixar intimidar pelas calmarias, tempestades, chuvas, correntezas espumantes e impetuosas dos rios, procuramos sem descanso visitar todas as aldeias e vilas, quer dos índios, quer dos portugueses; e mesmo de noite acorremos aos doentes, atravessando florestas tenebrosas, a custo de grandes fadigas, tanto pela aspereza dos caminhos como pelo mau tempo.’
Com esta mesma finalidade, levando em consideração os dotes e qualidades naturais dos índios, a sua sede de saber, a sua generosidade, hospitalidade e o seu senão comunitário, Anchieta promoveu e desenvolveu as ‘aldeias’, centros onde a vida de cada um se fundia com a dos outros, de maneira adequada, no trabalho, na solidariedade, na cooperação. Coração de cada um desses centros era sempre a Casa de Deus, onde o Sacrifício Eucarístico era celebrado regularmente e onde o Senhor Sacramentado permanecia presente.
Apreciando a sede de saber dos ‘brasis’, o seu acentuado talento para a música, a sua habilidade e outros dotes, criou para eles centros de formação cultural e artesanal que, pouco a pouco, contribuíram para elevar o nível geral das gerações futuras”. (Homilia proferida durante a missa em São Paulo, 3 de julho de 1980).

Adoração Eucarística

topicO que é Adoração Eucarística?
Na expressão “Adoração Eucarística”, a palavra “Adoração” é usada, de forma ampla, para significar qualquer espécie de oração, qualquer espécie de união com Deus. “Eucarística” significa rezando diretamente para Jesus presente na Eucaristia ou de forma centrada n’Ele. Adoração Eucarística, então, é qualquer oração endereçada a ou centrada em Jesus Cristo, presente na Eucaristia.
A Adoração Eucarística pode ser realizada na presença de Jesus na Eucaristia, em igreja ou em tabernáculo de capela. Ou pode ser feita diante da Eucaristia exposta no altar, por exemplo, em um ostensório.
Algumas igrejas mantêm a exposição da Eucaristia todos os dias. No centro de Roma, uma igreja faz a exposição todas as tardes, até o início da noite; outra expõe a Eucaristia todas as noites, das 18 às 22 horas. As pessoas vão até lá rezar por cinco minutos ou mais, por uma hora ou mais…
Por que fazer isto? Qual a importância da Adoração Eucarística, qual a importância de rezar a Jesus na Eucaristia? Por um lado, muitas pessoas acham esta uma maneira mais fácil de rezar, concentrando-se no Senhor, na presença de Jesus ali na Eucaristia. Por outro lado, Jesus na Eucaristia está presente exatamente para vir até nós, para estar unido a nós. Quando eu rezo a Jesus na Eucaristia, eu rezo a Ele, no que diz respeito a mim, como por meu alimento espiritual, presente diante de mim para uma união comigo, unindo-me a Ele de forma especial.
Jesus na Eucaristia é Jesus em Seu estado presente, não Jesus crucificado, mas Jesus ressuscitado, glorificado, entre a Sua Ascensão ao Céu e Sua segunda vinda à Terra; Jesus nressuscitado, presente para mim sob a aparência de pão. Sua presença é gloriosa, Sua aparência é simbólica – símbolo do que Ele está fazendo ali na Eucaristia, oferecendo-Se como meu alimento e força.
A Adoração Eucarística é comunhão espiritual. Cada vez que eu rezo a Jesus na Eucaristia, eu estendo minhas Santas Comunhões do passado até o presente, e antecipo minhas futuras Comunhões. A Adoração Eucarística faz sentido apenas no contexto da Santa Comunhão, assim como entre Comunhões.
Senhor Jesus, obrigado pela Sua presença na Eucaristia, para mim, para meu crescimento e sustento, e vigor, e encorajamento. Obrigado por amar-me tanto a ponto de querer estar unido a mim, em união comigo, em comunhão comigo. Amém.
O Bem-aventurado João de Ruysbrook – um grande escritor espiritual que viveu na Bélgica, no Século XIV – escreveu sobre a união com Jesus na oração: “Nesse encontro muito profundo, nesse encontro verdadeiramente íntimo e caloroso, Jesus e eu, cada um de nós quer aquilo que o outro é, e cada um de nós convida o outro a aceitar uma pessoa como ela é.” Em minha oração, Jesus me pede por mim mesma, e Ele Se dá, a Ele Mesmo, a mim, pedindo-me que O aceite exatamente da forma como Ele é. E eu me dou, a mim mesma, a Jesus, pedindo-Lhe que me aceite exatamente como eu for naquele momento e pedindo a Ele, por Ele Mesmo, que Se dê, a Ele Mesmo, a mim.
O que João de Ruysbrook escreveu sobre oração, eu posso aplicar à Adoração Eucarística. Porque o Bem-aventurado João vê a Eucaristia como sendo o indispensável caminho e modo de união com Jesus; ele escreve que Jesus “deu Sua carne para ser o
alimento de minha alma, e o Seu sangue para ser a bebida de minha alma. E a natureza do amor é sempre a de dar e tirar, amar e ser amado.”
Ele continua: “O amor é, ao mesmo tempo, um tomar fortemente amor e um doar generosamente amor. Ainda que Ele dê tudo o que Ele tem e tudo o que Ele é, Ele também tira de mim tudo o que eu tenho e tudo o que eu sou, e Ele exige de mim mais do que eu posso realizar. Sua fome é indescritivelmente grande. Ele me consome até o mais profundo do meu ser.”
Nós podemos aplicar isto também à Adoração Eucarística. Exatamente como na Santa Comunhão, eu consumo a Jesus, tomo-O, eu mesmo, dentro do meu coração – dentro de todo o meu íntimo e não apenas no interior do meu corpo físico. Então, na Adoração Eucarística, eu tomo a Jesus em meu coração, no meu íntimo, numa comunhão espiritual, mesmo se eu não O consumir fisicamente. E, na Adoração Eucarística, da mesma forma como eu consumo a Jesus espiritualmente, Ele também me consome; não apenas Se dá a mim, mas leva o meu íntimo para dentro de Seu coração, para dentro d’Ele Mesmo. Não somente faz com que eu O deseje; Ele me quer. Não apenas faz com que eu O leve para dentro do meu coração; Ele também me leva para dentro do Seu Coração Sagrado. Não apenas faz com que eu peça algo d’Ele; Ele também pede algo de mim.
O que Ele pede de mim? Ele pede meu coração, meu íntimo, dados a Ele. E, especialmente, pede que eu O encare seriamente como me amando, como desejando que estejamos unidos, juntos, em comunhão, e tão felizes como estamos.

Pnad 2012 1,3 mi de pessoas no Ceará não sabe ler nem escrever

No Ceará, o índice se estagnou e no Brasil a taxa de analfabetismo parou de cair, segundo a pesquisa nacional
Um Ceará ainda "cego" das letras. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2012) apontam o desafio da superação do analfabetismo: apesar de programas sociais, mais de 1,325 milhão de pessoas não sabe ler nem escrever, o que representa um total de 16,4% da população do Ceará. Esse índice quase se estagnou no Estado com a redução de apenas 0,1% (1,331 milhão de cearenses), comparado com o ano de 2011.

Apesar dos índices negativos, o Estado do Ceará conseguiu alcançar nota boa quando avaliada a Taxa de Escolarização, totalizada em 91% entre as crianças de 4 e 5 anos de idade; 98,4%, das pessoas entre 6 e 14 anos, e 85,7%, de 15 a 17

E esse movimento de "estagnação" foi sentido também no País. A taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais parou de cair no Brasil após um período de 15 anos de declínio, segundo a Pnad 2012.

A doméstica Irismar da Silva Marcelino, 55, é uma das que queria deixar de compor essa estatística. Seu maior sonho é saber "desenhar" o nome, ler letras do ônibus, passar as vistas em livro e saber "abecedário". É analfabeta. "Vejo, hoje, muitos jovens seguindo meu caminho e deixando de querer estudar. Assim, não vamos para a frente".

E o tempo dedicado aos estudos é também baixo. No Ceará, 18% da população não têm "instrução" e menos de um ano na escola. Em Fortaleza, a situação é semelhante, 10% (362 mil) são analfabetos: 64 mil crianças, entre 5 e 6 anos, e 113 mil, acima dos 60 anos.

Duas gerações desencontradas com as letras. Na Capital, apenas 24% estudaram mais do que dez anos e só 6,8% dedicaram 15 anos ou mais. Somente 14% dos fortalezenses estão na universidade (153 mil). E alguns índices caíram na Capital, por exemplo. Se a quantidade de alunos em creches cresceu (passou de 53 mil em 2011 para 64 mil em 2012), o número de estudantes do ensino fundamental regrediu: foram 2 mil alunos a menos, 598 mil em 2011 e 592 mil em 2012.

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E dessa "evasão", a dona de casa Maria da Piedade, 37, foi vítima. Abandou os estudos para trabalhar. Hoje, se arrepende, queria voltar. "Mas, falta estímulo. Escola é tão desinteressante, tão precária", desabafa a doméstica.

Já na outra ponta, a menor taxa foi entre jovens de 15 a 19 anos (1,2%). Por região, o Nordeste lidera esse indicador e concentrava em 2012 mais da metade do total de analfabetos de 15 anos ou mais de idade.

Além disso, a presença de crianças de 4 ou 5 anos nas escolas aumentou de 77,4% para 78,2% no período. Nas faixas de 6 a 14 anos e de 7 a 14 anos ficou estável em 98,2% e 98,5%, respectivamente, mas já num nível elevado. Em outras faixas houve alta, exceto na de "25 anos ou mais" em que ocorreu uma redução de 4,5% para 4,1%.

Mas, a Pnad apresenta avanços na educação. Com relação à Taxa de Escolarização, o Ceará teve nota boa em 2012: 91% entre 4 e 5 anos, 98,4% (seis e 14 anos), 85,7% (entre 15 a 17). Só teve queda entre 18 e 24 (26,5% em 2012 e 27,8% em 2012). Entre os que têm 25 anos ou mais, a escolaridade é 4% no Ceará.

Sobre a Pnad, a Secretaria Municipal de Educação de Fortaleza (SME) diz reconhecer esses dados, aponta a gravidade e reforça que a redução do analfabetismo será a grande prioridade dessa atual gestão. A coordenadora do ensino fundamental da SME, Dóris Leão, traz outros dados mais setorizados: em Fortaleza são, segundo balanço da secretaria, 12.700 não alfabetizados entre o 3º e 5º ano e mais de 277 entre o 6º e o 9º ano. "Estamos com vários programas de acompanhamento", conta a gestora.

A Secretaria de Educação do Ceará (Seduc) informou que com relação à queda na taxa de escolarização das pessoas de 18 a 24 anos, que passou de 27,8%, em 2011, para 26,5% em 2012, pode-se dizer que essa diferença não foi estatisticamente significativa. O Estado desenvolve o Programa de Alfabetização na Idade Certa (Paic) desde 2007. Os municípios passaram a contar com apoio técnico e financeiro para a gestão municipal.

61% são naturais da Capital
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2012) também desenhou uma geografia dos movimentos, da migração. E nessa dança, nesse vaivém, os dados revelam que 61% (2.323 mil) dos residentes de Fortaleza são naturais da Capital; 53% (2.024 mil) nunca mudaram de cidade e apenas 38% (1,456 mil) não são da Capital.

Nas "andanças" Brasil afora, Fortaleza ainda recebe, sim, muita gente externa: 34 mil moram na Capital, mas são nascidos em São Paulo, 32 mil são oriundos do Piauí e 23 mil do Maranhão.

Em menor expressão estão os alagoanos (5 mil), os amazonenses (4 mil) e os estrangeiros contabilizam apenas 4 mil.

De um total de 3.779 residentes na Capital, 94% são cearenses, nascidos em outros municípios (3.563) e 216 mil são de demais estados e países.

A estudante Silvana Rabelo, 23, é uma dessas que deixou a cidade natal, Mombaça, e veio para Fortaleza estudar. "Eu pensei que nunca fosse sair do lugar em que nasci, mas vi que essa mudança é algo comum", diz.

Movimento migratório é crescente. Entre os anos de 2011 e 2012, a capital recebeu novos quatro mil moradores oriundos do Interior do Ceará. Na busca de oportunidades ou fugindo da seca e da fome, a pesquisa não aponta, entretanto, os motivos.

Fortaleza conta hoje com 3.779 mil residentes, sendo 52% mulheres (1.789 mil) e 48% homens (1990). A maioria está na faixa entre 20 e 24 anos (363 mil); mas 11% são idosos e 31% têm entre 0 e 19 anos de idade.

Na Capital, houve um crescimento de 44 mil residentes. No Estado, a Pnad trouxe 8.751 mil residentes, sendo 48,2% homens (4219 mil) e 51,7% (4531 mil) mulheres. Um aumento de 80 mil novos moradores.

A população de pessoas que se declaram pardas no Ceará supera a de pretas, brancas, amarelas e indígenas. No ano passado, dos 8.751 no Estado, 5.598 se consideravam pardos, sendo 2762 homens e 2836 mulheres: 63,96% da população cearense.

Os brancos vêm em seguida, com 2792 (31,9%), sendo 1263 do sexo masculino e 1529 do sexo feminino. Os que se declararam pretos somam 336 (3,8%) , com 184 homens e 152 mulheres. Os amarelos ficam em quarto lugar, com 14 (0,15%), sendo cinco homens e nove mulheres (0,12%). O indígena foi de 11 , com 5 do sexo masculino e seis do feminino, segundo a Pnad.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Reflexão do Evangelho de hoje “QUEM DIZ O POVO QUE EU SOU?”

É pela fé, que reconhecemos Jesus como o nosso Deus e Senhor, o que não é fruto do esforço humano, mas sim, do acolhimento a este  dom de Deus, que  é a fé.
Não basta reconhecer Jesus como Deus e Senhor, e nem ser somente  um seu admirador, é preciso comprometer-se com Ele, testemunhá-Lo no nosso dia a dia, aceitar o seu chamado, aderindo à sua proposta de vida nova!
Nossa opção por Jesus deve ser radical, estar com Ele em toda e qualquer situação, ser um cristão por inteiro!
Muitas vezes, professamos a nossa fé em Jesus e até sentimos atraídos pelas suas palavras, mas quando tomamos conhecimento de que no seguimento a Ele, inclui a cruz, tendemos a recuar, um sinal de que ainda não temos uma fé suficientemente  madura para aceitarmos  o desafio da cruz!
O evangelho que a liturgia de hoje nos apresenta, vem nos despertar para a importância  de conhecer Jesus, e de nos tornar  íntimos Dele!
O texto nos diz que Jesus, no desejo de saber se os seus discípulos, já haviam entendido o seu messianismo, lança-lhes duas perguntas. “Quem dizem o povo que eu sou? Para esta pergunta, surgiu várias resposta, afinal, é fácil responder em nome do outro pois não compromete! Já  quando esta mesma pergunta, é direcionada aos discípulos, vem o silencio, afinal,  desta vez, a pergunta requer uma resposta pessoal, o que é  mais difícil, já que  exige  comprometimento! 
Pedro, foi o único que respondeu com firmeza: “Tu és o Messias de Deus”. Esta resposta de Pedro, é  fruto da sua convivência com Jesus,  ele  reconhece Jesus como Sendo  o Cristo de Deus, mas continua caminhando na obscuridade, ainda carregando consigo a mentalidade do mundo, alimentando dentro de  si,  a idéia de um messias glorioso sem a cruz.
 Mesmo afirmando reconhecer a identidade de Jesus, Pedro demonstra não  haver  assumido de fato a condição  de um verdadeiro discípulo de Jesus. E Jesus, que conhece tudo, percebe  a dificuldade dos discípulos  em aceitar o desafio da cruz, por isto insiste em   fazê-los compreender que, sem assumir a cruz, é impossível entender quem é Ele e o que significa  segui-Lo.
Jesus proíbe severamente aos discípulos de revelar a sua identidade a quem quer que fosse, afinal, um povo que esperava um Messias triunfalista com poderes políticos, jamais aceitaria um Messias  na condição de servo. Ele sabia que não seria reconhecido como  Filho de Deus,  sem antes passar pela cruz!
Hoje, depois  de ter passado pela cruz, de nos ter dado tão grande prova de amor, Jesus não nos faz mais  perguntas, mas Ele espera de cada um de nós, uma resposta de amor!
Façamos a nós mesmo uma pergunta: “O que temos  feito da nossa  vida, que custou a vida de Jesus? Com certeza, a nossa resposta chegará até  Ele, não com palavras, mas com as nossas atitudes do dia a dia. É nas ações do nosso dia a dia, que vamos respondendo  ao tão grande amor de Jesus!
Sem  aprofundarmos no conhecimento à Jesus, ficamos  no superficial da fé, na lógica dos homens,  não vamos compreender, que, para ganhar a vida, é preciso passar pela cruz, assim como Jesus passou.
O seguimento a  Jesus inclui  à cruz, pois a nossa  adesão a Ele, nos leva a atitudes que contrariam  os seus opositores.
Carregar a cruz, não é buscar  sofrimento, e sim, viver as conseqüências  de uma vida pautada no exemplo de Jesus, de uma vida coerente com o evangelho.