sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Pode um cego guiar outro cego?

A responsabilidade é um assunto difícil. As pessoas tendem a não assumir a culpa gerada pela própria responsabilidade. Buscamos mecanismos para desculpar a nós mesmos e a culpar os outros. É difícil olhar para nós mesmos e assumirmos as consequências de nossas ações. Jesus chama a nossa atenção justamente sobre essa atitude de vida.
Tentamos imaginar a comunidade a quem se destina o evangelho. Provavelmente pensamos em muitas divergências circulando em seu interior, e talvez muitas pessoas que se acreditavam mestras de sabedoria. Diante dessa situação, Jesus afirma que o verdadeiro discípulo é aquele que tem a capacidade e reconhecer seus erros e sentir-se parte constitutiva de uma comunidade.
Em nossas famílias, comunidades e grupos são comuns as dificuldades nas relações interpessoais. É importante gerar dinâmicas, trabalhos e espaços que nos ajudem a reconhecer nossas próprias limitações pessoais e comunitárias, que ajudem a nos reconciliar, e que nos permitam estabelecer melhores relações.
Muitos projetos e experiências, bons em si mesmos, porém terminam fracassando por problemas de comunicação. É muito bom saber reconhecer a nós mesmos tal como somos, ter ciência de nossas fraquezas e debilidades, a cultivar a humildade e a valorizar os irmãos tal como são.
            E continuemos a nos refletir em outra dimensão, aonde devemos andar!
Você já reparou como nós somos especialistas em corrigir as pessoas? Em apontar os seus erros como se fôssemos perfeitos?  Já reparou na cara e na postura do gerente,  do diretor, do comandante, e até mesmo do professor?  Todos fazem uma cara de quem sabe tudo, de quem é perfeito de quem nunca cometeu nenhum errinho...
Nem sempre nos preocupamos em corrigir nossos próprios defeitos, e apresentamos como modelo de perfeição que deve ser seguido pelos demais. No evangelho de hoje Jesus está denunciando essa nossa pretensão inconsequente. A pretensão de querer guiar os outros, sem estar apto para isto, é igualzinho a um ego que fala para o outro cego. Não esquenta. Deixa que eu vou te guiar. Vem comigo que eu te levo até lá. Vão é cair no próximo buraco.
Outro grande defeito nosso é a grande capacidade de perceber as limitações e os pecados das outras pessoas. Reparou que nas brincadeiras entre nós constantemente estamos mostrando os defeitos dos colegas? Principalmente se temos inveja de alguém.  Na rodinha da conversa durante o almoço, durante o intervalo, a tônica é apontar brincando, é claro, os defeitos e as coisas erradas que os companheiros fazem.
Se por um lado isso é bom, porque nós não enxergamos os nossos defeitos, e assim vamos procurar melhorar quando alguém nos aponta as nossas falhas, isso magoa muito principalmente quando temos uma grande falha. Suponhamos que um dos funcionários seja gago. Na hora do lanche, um engraçadinho começa a imitá-lo. Ele pode até levar na brincadeira, mais por dentro aquilo está lhe cortando, lhe magoando muito, porque ele não é assim porque o quer.
 Uma coisa que acontece muito na sala de aula, e na vida em geral, é o seguinte: Um aluno ou um funcionário tem pouca inteligência e por isso enfrenta grande dificuldade para entender as matérias e para fazer os exercícios, provas e ou executar as tarefas no setor de trabalho. E por causa disso os demais fazem chacotas, piadinhas, cochichos, como se aquela pessoa tivesse culpa de não ser inteligente como os demais. Se você tem o hábito de participar dessas rodinhas, pare com isso. Porque a pessoa que  é criticada por não ser inteligente sofre demais! Em vez de " tirar o sarro" , procure ajudá-la, procure impedir que os demais fiquem apontando os seus erros. Afinal, você é cristã, você é cristão e tem de dar bom exemplo não só dentro da igreja, mais na sala de aula, no ambiente de trabalho,  na rua etc.

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