Numa sociedade preconceituosa, que não enxerga a “pessoa”, somente as suas falhas, são muitos os excluídos do convívio social e até mesmo religioso! Irmãos nossos, que às vezes só precisam de se sentirem amados, para mudar de vida!
É compromisso cristão, trazer de volta ao convívio do Pai, àqueles que se perderam pelos caminhos da vida! É acolhendo estes irmãos, que os recolocamos no caminho da felicidade plena!
Deus não desiste de sua criação, para Ele, não existe caminho sem volta, e nem ponto final para uma história de amor!
No evangelho de hoje, Jesus nos pede para que sejamos misericordiosos para com àqueles que se enveredaram por caminhos contrários, mas que desejam voltar, que acolhamos estes irmãos e nos alegremos com a sua volta à vida, o que não significa concordar com os seus erros e sim, acreditar que uma pessoa criada à imagem e semelhança de Deus pode mudar de vida!
O texto nos fala da grandiosidade do coração do Pai, um coração misericordioso que vê o “homem” e não o seu pecado!
A narrativa nos diz, que os fariseus e doutores da lei, criticaram Jesus por acolher os pecadores, como se eles não fossem também pecadores. Em resposta a estas criticas, Jesus conta-lhes três parábolas. A primeira e a segunda parábola, podemos dizer que são gêmeas, pois as duas expressam a alegria de quem encontra a preciosidade que havia perdido! A parábola da ovelha perdida, nos fala da alegria do pastor ao reencontrar a ovelha que havia extraviado do seu rebanho, simbolizando a alegria de Deus Pai, quando recebe um filho de volta! Assim como a primeira, a segunda parábola nos fala também de alegria, da alegria de uma mulher que encontra algo que havia perdido, e que era de vital importância para sua sobrevivência: uma moeda de prata! Já a terceira parábola, é bem mais profunda e rica em detalhes! Nela, podemos perceber que há um confronto entre a lógica dos homens e a lógica de Deus! É a parábola do filho pródigo, que deveria se chamar: “Parábola do pai misericordioso!”
A história nos mostra com detalhes, a atitude de um pai, diante a conduta de seus dois filhos, ou seja, diante à ingratidão do filho mais novo e a dureza de coração do filho mais velho. É interessante observarmos, que a partir do momento em que o filho mais novo manifesta o desejo de sair de casa, o pai não interfere, deixa o filho partir, o que vem nos dizer, que Deus também é assim, Ele não interfere em nossas decisões, nos deixa livres para fazermos as nossas escolhas! Observamos também, a repreensão do pai, ao filho mais velho, que sentiu-se injustiçado diante ao acolhimento caloroso oferecido ao irmão mais novo que desperdiçou os bens herdados do pai, o que vem nos falar da dureza de coração, de quem não se abre ao amor misericordioso!
Na história, podemos perceber ainda, a paciência de um Pai que não desiste do filho, que espera por ele, dia pós dia, com os olhos fixos no caminho! É assim que o nosso Pai do céu espera por nós: dia pós dia!
Com estas parábolas, Jesus, além de nos despertar sobre importância do acolhimento à aqueles que desviaram do caminho de Deus, nos tranquiliza, quando estes, somos nós, nos assegurando de que todos nós, podemos voltar ao convívio do Pai!
As parábolas são também um convite, tanto à nossa conversão, quanto a sermos caminho de conversão para o outro! É importante termos consciência de que nós, somos tão pecadores, quanto àqueles que aos nossos olhos se afastaram de Deus.
A parábola tem como foco, o amor incondicional do Pai para com os seus filhos! Deus é um Pai solícito, amoroso, que está sempre pronto para nos perdoar e nos acolher de volta, esquecendo todo o nosso passado pecador. O que vale para Deus, é o que somos a partir da nossa conversão, o passado, para Deus não conta.
Sabemos que são muitos os que estão sobre a terra, mas que se sentem soterrados por não encontrarem motivação para se reerguerem. E quantos de nós, que dizemos seguidores de Jesus, comportamos igual os fariseus, ao invés de ajudar estes irmãos a se reerguerem, contribuímos para que eles se percam ainda mais, com o nosso desamor!
Tenhamos um coração misericordioso, semelhante ao coração do Pai, um coração aberto ao amor, ao acolhimento a àqueles que desejam voltar à vida!
O amor tem uma força irresistível, é caminho que traz de volta àquele que dispersou! Sejamos pois, a força deste amor na vida do outro, pois, é sendo amada, que uma pessoa aprende a amar!
Nenhum comentário:
Postar um comentário