terça-feira, 3 de setembro de 2013

Aceitar a família

899267-family-in-silhouetteVocê desistiria de construir sua casa só porque o material enviado não foi o mesmo que você encomendou?
Você jogaria fora a lã do seu tricô, só porque a cor não era exatamente igual a amostra?
Você teria a coragem de abandonar seu filho só porque seu temperamento e seu físico não correspondiam ao que você esperava dele?
Você renunciaria a construir sua família porque seu marido não é aquele que você tinha sonhado, porque sua esposa não é como você esperava?
Se você desposou seu sonho, agiu como um adolescente. Não acuse disso a ninguém, senão a você mesmo, e não acuse ao seu cônjuge por não ser aquele que você desejava.
Se você se decepcionou e se entrega a sua decepção, mas cedo ou mais tarde você o demonstrará, e se isso acontecer afastará o outro mais um pouco porque o outro, para aproximar-se precisa de confiança.
Seu arrependimento é uma barreira que separa, quando é preciso unir.
Nunca é tarde demais para desposar, enfim, aquele que compartilha de sua vida. É preciso apenas que você tome uma decisão firme.
Você não pode fazer parte de um casal a três: você, seu marido e seu sonho. Se você quiser casar-se seriamente, divorcie-se do seu sonho.
Se você não pode construir um palácio, pode ao menos edificar uma choupana, mas não ficará feliz em sua choupana enquanto sonhar com o palácio.
Você já decidiu romper com seu sonho, abandonar seu palácio… mas ainda não suprimiu suas ilusões.
Comece por perdoar seu marido ou sua esposa, caso você ainda não o tenha perdoado por não ser aquilo que você imaginou.
Ofereça a Deus a sua decepção, seu sonho desfeito e tudo o que fermentou e ainda fermenta em você de rancor, amargura e desespero. Aceite, enfim, a REALIDADE do outro e a do seu lar.
Não se trata de refazer a sua vida, mas de refazer você.
E se ele não a tiver amado autenticamente, desejando apenas para si? E se ele não ativer amado autenticamente, desejando você só para ele?… é que os seus dois egoísmos, reuniram-se e, por um momento, deram a ilusão do amor.
Mesmo se a afeição sensível tiver aparentemente desaparecido, você pode amá-lo, querendo o bem dele. Mas, e ele?… E ela?…
Não julgue o outro, julgue-se só a você; se realmente ele não a ama mais, ame-o você mais intensa e gratuitamente. Raros são aqueles que resistem muito tempo a um amor autêntico. É amando que você ajudará a amar.
Você costuma pensar: ele me decepcionou.
Habitue-se a pensar assim: eu o decepcionei também.
Foi ele que começou…
Assim, cada argumento por sua vez, e recomece a amá-lo com um coração novo em folha!
Se o seu copo estiver vazio você pode enchê-lo. Mas, e se ele estiver cheio?
É a profundidade de sua alma a medida do amor que você recebe.
Você diz que ele tem todos os defeitos. Mas, antes você afirmava que ele tinha todas as qualidades. Ontem você se enganava, e hoje também. Ele tem qualidades e defeitos, e você deve desposá-los todos.
A culpa não é minha; como ele mudou!
Mas, não terá sido você quem mudou? E se foi ele, porque você se espanta? Foi com um ser vivo que você se casou, e não com uma imagem parada. Amar não é uma opção de momento, mas uma opção de cada momento.
Amar um homem ou uma mulher é amar sempre um ser imperfeito, um doente, um débil, um pecador…
Mas, se você o amar verdadeiramente, você o curará, o sustentará e o salvará.
Amar talvez seja- nos casos limites- sofrer a vida inteira. Que todos aqueles que querem amar, tenham a lembrança de refletir sobre essa verdade, antes de começar…
O sacramento do matrimônio consagrou a união de vocês, a ajudá-los-á a realizá-la a cada dia. No âmago do lar de vocês, apenas Cristo poderá resgatar o egoísmo e restituir o amor; mas para entrar em sua casa, hoje como ontem, ele tem necessidade de um SIM.
Aceitar o casamento é aceitar o outro, e é também aceitar Cristo Salvador.

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