quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Reflexão do Evangelho de hoje Semente em terra boa!

Neste Evangelho Jesus compara o nosso coração a um terreno onde é plantada uma semente. E explica que esta semente é a Palavra de Deus jogada na terra do nosso coração e que, na medida em que for acolhida será também, compreendida e em consequência vivenciada. Refletindo sobre a exposição que Jesus faz dos tipos de terrenos, todos nós temos a chance de sondar a terra do nosso coração e perceber se a Palavra está ou não dando frutos na nossa vida. Ou, se pelo contrário estamos apenas nos preocupando em ouvir falar das coisas de Deus, mas ela não dá fruto na nossa vida, porque não a estamos pondo em prática. Por causa das preocupações, do trabalho, das ocupações, das tribulações nós nos afastamos e não perseveramos adubando a terra e regando a semente. Percebemos que Jesus explicou a parábola apenas para aqueles que estavam próximos a Ele, os seus discípulos. Eles subiram na barca com Jesus, estavam perto Dele, O escutavam e, por isso, tinham a chance de apreender melhor. “Para os que estão fora, tudo acontece em parábolas”, foi esta a explicação que Jesus deu a eles! Assim sendo Jesus nos dá a chave do mistério do reino de Deus: estar próximo a Ele, subir na Sua barca que é a Igreja! Quem está longe das coisas de Deus, longe da Igreja, vê, mas não enxerga, escuta, mas não compreende, por isso não se converte e permanece na escuridão. Na Igreja e em comunidade nós temos a oportunidade de escutar melhor para entender os ensinamentos de Jesus. O terreno do nosso coração só será uma terra boa quando a Palavra acontecer na nossa vida e assim, mesmo no meio das provocações, nós darmos testemunho da nossa fé e confiança nos desígnios de Deus para nós. - Onde você tem buscado o entendimento das coisas de Deus? – Quando você “escuta “ a Palavra de Deus tem o propósito de vivenciá-la? – Você tem acolhido a Semente da Palavra com o coração aberto? – Você procura sempre estar na barca com Jesus? – Qual é a barca de Jesus para você?

Evangelho de hoje - Mc 4,1-20

Evangelho - Mc 4,1-20
O semeador saiu a semear.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos 4,1-20
Naquele tempo:
1Jesus começou a ensinar de novo
às margens do mar da Galiléia.
Uma multidão muito grande se reuniu em volta dele,
de modo que Jesus entrou numa barca e se sentou,
enquanto a multidão permanecia junto às margens, na praia.
2Jesus ensinava-lhes muitas coisas em parábolas.
E, em seu ensinamento, dizia-lhes:
3'Escutai! O semeador saiu a semear.
4Enquanto semeava,
uma parte da semente caiu à beira do caminho;
vieram os pássaros e a comeram.
5Outra parte caiu em terreno pedregoso,
onde não havia muita terra;
brotou logo, porque a terra não era profunda,
6mas, quando saiu o sol, ela foi queimada;
e, como não tinha raiz, secou.
7Outra parte caiu no meio dos espinhos;
os espinhos cresceram, a sufocaram,
e ela não deu fruto.
8Outra parte caiu em terra boa
e deu fruto, que foi crescendo e aumentando,
chegando a render trinta, sessenta e até cem por um.'
9E Jesus dizia:
'Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.'
10Quando ficou sozinho,
os que estavam com ele, junto com os Doze,
perguntaram sobre as parábolas.
11Jesus lhes disse:
'A vós, foi dado o mistério do Reino de Deus;
para os que estão fora, tudo acontece em parábolas,
12para que olhem mas não enxerguem,
escutem mas não compreendam,
para que não se convertam e não sejam perdoados.'
13E lhes disse:
'Vós não compreendeis esta parábola?
Então, como compreendereis todas as outras parábolas?
14O semeador semeia a Palavra.
15Os que estão à beira do caminho
são aqueles nos quais a Palavra foi semeada;
logo que a escutam, chega Satanás
e tira a Palavra que neles foi semeada.
16Do mesmo modo,
os que receberam a semente em terreno pedregoso,
são aqueles que ouvem a Palavra
e logo a recebem com alegria,
17mas não têm raiz em si mesmos, são inconstantes;
quando chega uma tribulação ou perseguição,
por causa da Palavra, logo desistem.
18Outros recebem a semente entre os espinhos:
são aqueles que ouvem a Palavra;
19mas quando surgem as preocupações do mundo,
a ilusão da riqueza e todos os outros desejos,
sufocam a Palavra, e ela não produz fruto.
20Por fim, aqueles que recebem a semente em terreno bom,
são os que ouvem a Palavra, a recebem e dão fruto;
um dá trinta, outro sessenta e outro cem por um.'
Palavra da Salvação.

Como morreram os apóstolos?

didaque-225x225Segundo a Tradição, assim terminaram as vidas dos apóstolos e evangelistas:
Mateus: Foi morto à espada na cidade de Etiópia.
Marcos: Foi arrastado pelas ruas de Alexandria e Egito, até expirar.
Lucas: Foi enforcado em uma oliveira na Grécia.
João: Foi metido numa caldeira de azeite a ferver, em Roma, mas escapou ileso e morreu mais tarde de morte natural, em Éfeso, Ásia Menor.
Tiago Maior: Segundo o testemunho da Bíblia, foi degolado em Jerusalém.
Tiago Menor: Foi precipitado de um pináculo do templo de Jerusalém ao solo; a seguir, foi esbordoado até morrer.
Filipe: Foi enforcado de encontro a um pilar em Hierápolis (Frígia, Ásia Menor).
Bartolomeu: Foi esfolado vivo por ordem de um rei cruel.
André: Foi crucificado e da cruz pregou ao povo até morrer.
Pedro: Foi crucificado de cabeça para baixo, em Roma, durante o reinado de Nero.
Paulo: Foi decapitado em Roma, também durante o reinado de Nero.

O que é a Didaqué?

didaqueA Didaqué é um documento do primeiro século,e foi chamado de “Doutrina dos Doze Apóstolos”; um catecismo simples da vida cristã e um ritual, que trata do Batismo, da Eucaristia, da celebração do domingo, e do jejum.

Onde estava o homem?

holocaustoimagesEm vista do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, 27 de janeiro, foi celebrada no domingo (26) uma missa na catedral da Sé na qual também estiveram presentes numerosos membros da comunidade judaica de São Paulo.
“Não viu nenhum homem a seu irmão e não se levantou nenhum homem de seu lugar” (Êxodo, 10:23). O versículo que descreve a praga da escuridão que se abateu sobre os egípcios por três dias consecutivos abre margem para uma interpretação metafórica daquela situação.
Os escravizadores tinham perdido toda a sensibilidade e ficaram completamente cegos para os sofrimentos dos filhos de Israel; não eram mais capazes de enxergar a humanidade do próximo, ainda que esta estivesse a poucos centímetros de seus olhos.
Talvez a praga da escuridão que se abateu sobre o Faraó e seu povo não se refira à ausência de luz, mas à falta total de sensibilidade e consideração diante dos sofrimentos alheios. Haviam perdido a capacidade de se importar e ninguém se moveu de seu lugar; todos aceitaram as ordens do Faraó com cegueira covarde. Por isso diz o Pentateuco: “Nenhum homem viu seu irmão”.
Após 3.500 anos, a Europa nazifascista mostrou não ter aprendido a lição. Os novos egípcios requintaram seus métodos de tortura e assassinato. A escravidão passou para os campos de trabalho forçado. Não apenas meninos recém-nascidos foram mortos, mas todos os que a loucura ariana considerava inúteis ou inferiores.
Diversos pensadores questionam como Deus permitiu que o Holocausto acontecesse. Como se pode ainda acreditar em Deus depois de Auschwitz? Onde estava Deus num dos capítulos mais terríveis da história?
As respostas são contraditórias. Para Richard Rubenstein, a única resposta intelectualmente honesta para o Holocausto é a rejeição de Deus e o reconhecimento de que toda a existência é sem sentido. Para ele, Deus não se importa com o mundo. Já Emil Fackenheim sugere que se olhe atentamente para o Holocausto e se encontre nele uma nova revelação de Deus; rejeitar Deus por causa do Holocausto significaria dar vitória póstuma a Hitler. Segundo o rabino Eliezer Berkovits, o livre-arbítrio humano só é possível quando Deus permanece oculto; intervindo na história, Deus anularia a liberdade humana e sua capacidade de fazer escolhas. Para o rabino Harold Kushner, Deus não é onipotente e, portanto, não haveria contradição entre a existência de um Deus bom e a maldade de certos humanos. Na peça “O Julgamento de Deus”, Elie Wiesel coloca o Criador no banco dos réus, com argumentos contra e a favor de Deus. A obra reflete experiências vividas pessoalmente por Wiesel durante a sua adolescência em Auschwitz.
Diante das tragédias humanas, com frequência, buscamos causas que vão além do âmbito das decisões humanas. Será essa a saída adequada? Questionar-se sobre o lugar de Deus no Holocausto é importante para toda pessoa de fé.
Mas, como refletiu Bento 16 na visita ao campo de Auschwitz, em 2006: “Somos incapazes de perscrutar o segredo de Deus; nós vemos apenas fragmentos e enganamo-nos se pretendemos arvorar-nos em juízes de Deus e da história”. No entanto, devemos fazer-nos este outro questionamento, bem mais incômodo: onde estava o homem?
A Shoá não foi obra de Deus ou de anjos malvados: foi de homens, com suas ideologias e sistemas desumanos, de pessoas incapazes de enxergar o outro: “Não viu nenhum homem a seu irmão e não se levantou nenhum homem de seu lugar”.
Somente quando buscamos e assumimos a responsabilidade do homem nos tornamos senhores da história e desenvolvemos a possibilidade de educar as novas gerações para a moderação, o respeito e a paz.
MICHEL SCHLESINGER, 36, é rabino da Congregação Israelita Paulista e representante da Confederação Israelita do Brasil para o diálogo inter-religioso
CARDEAL DOM ODILO PEDRO SCHERER, 64, doutor em teologia pela Universidade Gregoriana (Roma), é arcebispo de São Paulo.
Publicado originalmente no periódico Folha de São Paulo.
Fonte: http://www.votocatolico.net.br/artigos/onde-estava-o-homem

O Espírito Santo nos inspira na defesa da nossa fé

1377620_647867408577026_1026272914_nÉ o Espírito Santo que inspirou os profetas, os evangelistas e os apóstolos; e é Ele que inspira todo aquele que trabalha pelo Reino de Deus, segundo o ensinamento da Igreja.
“Quando, porém, vos levarem às sinagogas, perante os magistrados e as autoridades, não vos preocupeis com o que haveis de falar em vossa defesa, porque o Espírito Santo vos inspirará naquela hora o que deveis dizer”. (Lc 12,12; Mc 13,11, Mt 10,20).
Jesus, o Filho de Deus foi consagrado Cristo (Messias, ungido) pela unção do Espírito Santo em sua Encarnação. Por sua Morte e Ressurreição, Jesus foi “constituído Senhor e Cristo na glória” (At 2,36), disse S. Pedro à multidão no dia de Pentecostes.
De sua plenitude na glória da Trindade Santa, Ele derramou o Espírito Santo sobre os Apóstolos e a Igreja para que ela possa levar a salvação a todos os homens. Mesmo que os filhos da Igreja possam pecar e possam ter cometidos erros no passado e no presente, mas o Espírito Santo não deixa o Magistério da Igreja (Papa e Bispos) errar quando nos ensina sobre a doutrina e a moral.
Cristo, cabeça da Igreja, derrama o Espírito Santo em seus membros; e assim Ele constrói, fortalece, instrui, anima e santifica a Igreja. Ela é o Sacramento da comunhão da Santíssima Trindade e dos homens.
A Igreja, Comunhão viva na fé dos apóstolos, é o lugar do nosso conhecimento do Espírito Santo. Santo Hipólito (160-235) dizia que: “A Igreja é o local onde floresce o Espírito.”
Retirado do livro “Crisma”- Coleção Sacramentos- Ed. Canção Nova

São Francisco de Assis e o Santíssimo Sacramento

saofcoassisO site indicado no final deste artigo trouxe uma importante matéria sobre como São Francisco de Assis recomendava colocar o melhor que se podia em honra do Santíssimo Sacramento.
Em uma carta de São Francisco de Assis a todos os Superiores dos Frades Menores, ele diz:
“A todos os Custódios dos frades menores que receberem esta carta, Frei Francisco, pequenino servo vosso em Deus Nosso Senhor… Peço-vos ainda com mais insistência do que se pedisse por mim mesmo, supliqueis humildemente aos clérigos, todas as vezes que o julgueis oportuno e útil, que prestem a mais profunda reverência ao Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo bem como a seus santos nomes e palavras escritos, que tornam presente o seu Sagrado Corpo.
Os cálices e corporais que usam, os ornamentos do altar, enfim tudo quanto se relaciona ao sacrifício, sejam de execução preciosa.
E se em alguma parte o Corpo do Senhor estiver sendo conservado muito pobremente, reponham-no em lugar ricamente adornado e ali o guardem cuidadosamente encerrado segundo as determinações da Igreja, levem-no sempre com grande respeito e ministrem-no com muita discrição.
Igualmente os nomes e palavras escritos do Senhor deverão ser recolhidos, se encontrados em algum lugar imundo, e colocados em lugar decente.
E em todas as pregações que fizerdes, exortai o povo à penitência e dizei-lhe que ninguém poder salvar-se se não receber o Santíssimo Corpo e Sangue do Senhor.
E quando o sacerdote o oferecer em sacrifício sobre o altar, e aonde quer que o leve, todo o povo dobre os joelhos e renda louvor, honra e glória ao Senhor Deus vivo e verdadeiro.
Anunciai e pregai a todo o povo o seu louvor, de modo que a toda hora, ao dobre dos sinos, o povo todo, no mundo inteiro, renda sempre graças e louvores ao Deus onipotente.
E todos os meus Irmãos custódios que receberem esta carta e a copiarem e guardarem consigo e a fizerem copiar para os Irmãos incumbidos da pregação e do cuidado dos Irmãos, e pregarem até o fim o que nela está escrito, saibam que terão a bênção do Senhor Deus e a minha.
E isto lhes seja imposto em virtude da verdadeira e santa obediência. Amém.”
Numa segunda carta São Francisco insistia:
“A todos os custódios dos frades menores que receberem esta carta, Frei Francisco, o menor dos servos de Deus, envia saudação e santa paz no Senhor. Sabei que existem algumas coisas que aos olhos de Deus são sumamente superiores e sublimes, as quais os homens por vezes julgam vis e abjetas; e outras existem que os homens tem em alto preço e admiração, ao passo que Deus as vê como as mais vis e abjetas. Peço-vos, diante de Deus Nosso Senhor, tanto quanto posso, que entregueis aquela carta que trata do Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor aos bispos e clérigos e guardai bem na memória o que a respeito disso vos recomendamos.
Acerca da outra carta que vos envio, rogo-vos que a façais chegar às mãos dos podestás, cônsules e regentes; fazei dela muitas cópias, para que se divulguem entre os povos e publicamente os louvores de Deus. Cuidai bem de entregá-la àqueles que a devem receber.”
Fonte: “Cartas de São Francisco de Assis”, edição digital INTRATEXT. Disponível em: http://joiasesimbolosmedievais.blogspot.com.br/2013/04/sao-francisco-de-assis-exorta.html

Feminismo ideológico e teologia da mulher

símbolo-femininoDom Juan Antonio Reig Pla, que é  bispo de Alcalá de Henares, durante a apresentação do livro “A teologia feminista: significado e avaliação” (de Manfred Hauke), fez uma análise do feminismo, mostrando o perigo dessa ideologia que passou da igualdade ao radicalismo.
Dom Reig explicou o início da “dialética dos sexos” marxista e a figura de Simone de Beauvoir, “que une as raízes marxistas ao liberalismo, entendido como exaltação do indivíduo autônomo, partindo da liberdade individual como determinante de tudo”.
Nesta linha, ele explicou que os protestos estudantis de 1968, a revolução sexual, a ideologia de gênero desconstrutiva, a Nova Era e o ecologismo são o “coquetel” do feminismo atual. Falando sobre a “teologia da mulher”, explicou que esse feminismo tem uma vontade de voltar a abordar desde a raiz todo o sistema teológico: o conceito de Deus, a antropologia, a cristologia-soteriologia, a mariologia, a eclesiologia, a liturgia, a escatologia, etc., interpretando tudo em chave nova e falsa. E, no âmbito cultural, promovem o aborto, o ataque ao casamento monogâmico e indissolúvel e a maternidade. Deixou claro que “o feminismo ideológico é um passo a mais no processo de desconstrução da pessoa”, aproximando-se das teorias Queer e Cyborg.
Dom Reig disse que é necessário apresentar de maneira clara a proposta da Igreja, segundo o rico magistério dos papas: “Chegou a hora de a vocação da mulher se cumprir em plenitude”. “Os próprios dons da mulher precisam ser realizados em fidelidade à Sagrada Escritura, à tradição e ao Magistério da Igreja”.
Dom Juan afirmou quatro verdades inevitáveis: cada um dos sexos é imagem do poder e da ternura de Deus; a unidade substancial corpo-espírito; a diferença sexual não é um acidente; o aprofundamento na contribuição da mulher não passa pela sua clericalização. Ele pediu, então, às mulheres verdadeiramente cristãs, “que sejam promotoras de um novo feminismo, que, sem cair na tentação de seguir modelos machistas, saiba reconhecer e expressar o verdadeiro espírito feminino. Destacou também o “gênio feminino”.
Dom Reig não deixou de dizer que: “A Igreja também tem uma palavra para as pessoas que defendem os postulados do feminismo radical: elas merecem respeito e amor. É preciso propor-lhes a verdade, com caridade, e orar por elas”. “Amor e verdade são dois nomes da mesma realidade, dois nomes de Deus”.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Papa assina decreto: um novo Bem-Aventurado e sete veneráveis


Papa Francisco desfila pelo centro do RJO Site Gaudium Press informou nesta terça-feira (28/01/14) que o Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, foi recebido pelo Papa Francisco na manhã de segunda-feira, 27.
O Pontífice autorizou a Congregação a promulgar os decretos que reconhecem:
O martírio do Servo de Deus Pietro Asúa Mendía, sacerdote diocesano oriundo de Valmaseda, na Espanha, morto por ódio à Fé em Liendo, em 29 de agosto de 1936;
As virtudes heroicas do Servo de Deus Giuseppe Girelli, sacerdote diocesano nascido em Dossobuono, na Itália, e morto em Negrar, em 1° de maio de 1978;
As virtudes heroicas do Servo de Deus Zaccaria di Santa Teresa (Zaccaria Salteráin Vizcarra), sacerdote da Ordem dos Carmelitas Descalços nascido em Abadiano, na Espanha, e falecido em Vellore em 23 de maio de 1957;
As virtudes heroicas da Serva de Deus Marcella Mallet, fundadora das Irmãs da Caridade de Québec, nascida em Côte des-Neiges, no Canadá, e falecida em Québec, em 9 de abril de 1871;
As virtudes heroicas da Serva de Deus Maria Benedetta Arias, fundadora das Irmãs Servas de Jesus no Sacramento, nascida em La Carlota di Rio Cuarto, Argentina, e falecida em Buenos Aires, em 25 de setembro de 1894;
As virtudes heroicas da Serva de Deus Margarida do Sagrado Coração de Jesus (no século Virginia De Brincat), fundadora das Irmãs Franciscanas do Coração de Jesus, nascida em Kercem, Ilha de Gozo, Malta, e falecida em Victoria, em 22 de janeiro de 1952;
As virtudes heroicas da Serva de Deus Serafina (Noemy Cinque), religiosa brasileira da Congregação das Irmãs Adoradoras do Sangue de Cristo, nascida em Urucurituba (AM), e morta em Manaus em 21 de outubro de 1988;
As virtudes heroicas da Serva de Deus Elisabetta Sanna, viúva, professa da Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco, do Sodalício da União do Apostolado Católico fundado por São Vicente Pallotti, nascida em Codrongianos, Itália, e falecida, em Roma, em 17 de fevereiro de 1857. (LMI)
Fonte: http://www.gaudiumpress.org/content/55274-Papa-assina-decreto–um-novo-Bem-Aventura-e-sete-veneraveis

Reflexão do Evanjelho de hoje “fazer a vontade de Deus ”

Jesus não deixou a multidão de lado para correr ao encontro da sua família. Ele tinha consciência de que a Sua Missão aqui na Terra era também dar dignidade ao homem em todos os sentidos a fim de que Ele participasse da vida divina e apreendesse os ensinamentos do Pai. Ele queria fazer a vontade do Pai e, naquele momento, a vontade do Pai consistia em que Ele pregasse, libertasse, curasse aquele povo dos males que o afligia. E explicou para nós o princípio básico a fim de que também sejamos alguém da Sua casta, dizendo: “Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. Fazer a vontade do Pai, portanto é a única condição para que, como Maria, pertençamos à família de Jesus, não pela carne, mas pelo Espírito Santo que nos governa e nos ensina a viver em comunhão com a vontade de Deus. Os nossos sentimentos, pensamentos e nossas obras são uma demonstração da nossa real condição, por isso, resta a cada um de nós também refletir: somos da família de Jesus? Fazemos a vontade do Pai? Quem está norteando as nossas ações e os nossos empreendimentos? – O que temos ofertado a Deus para que a vontade Dele se faça acontecer em nós

Evangelho de hoje - Mc 3,31-35

Evangelho - Mc 3,31-35
Quem faz a vontade de Deus,
esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos 3,31-35
Naquele tempo:
31Chegaram a mãe de Jesus e seus irmãos.
Eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo.
32Havia uma multidão sentada ao redor dele.
Então lhe disseram:
'Tua mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura.'
33Ele respondeu:
'Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?'
34E olhando para os que estavam sentados ao seu redor,
disse: 'Aqui estão minha mãe e meus irmãos.
35Quem faz a vontade de Deus,
esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.'
Palavra da Salvação.

Os frutos da Eucaristia

eucaristia-jesus-eucaristico-wallpaper-papel-de-paredeComo a sagrada Eucaristia nos põe em comunhão íntima e profunda com o Senhor, os seus frutos são abundantes quando ela é recebida com as “disposições necessárias”: estado de graça, desejo de santidade, fervor apostólico, ação de graças etc.
O Senhor diz: “Quem come a minha Carne e bebe meu Sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6,56). “Assim como o Pai, que vive, me enviou e eu vivo pelo Pai, também aquele que de mim se alimenta viverá por mim” (Jo 6,57).
O que o alimento produz em nossa vida corporal, a comunhão o realiza de maneira admirável em nossa vida espiritual. A comunhão da Carne de Cristo ressuscitado, “vivificado pelo Espírito Santo e vivificante” (PO 5), conserva, aumenta e renova a vida da graça recebida no Batismo. Este crescimento da vida cristã precisa ser alimentado pela comunhão eucarística, pão da nossa peregrinação, até o momento da morte, quando nos será dado como viático.
A comunhão livra-nos do pecado
O Corpo de Cristo que recebemos na comunhão é “entregue por nós”, e o Sangue que bebemos é “derramado por muitos para remissão dos pecados”. Por isso a Eucaristia purifica-nos ao mesmo tempo dos pecados cometidos e preserva-nos dos pecados futuros. Santo Ambrósio dizia:
“Se anunciamos a morte do Senhor, anunciamos a remissão dos pecados. Se, toda vez que o Sangue é derramado, o é para a remissão dos pecados, devo recebe-lo sempre, para que perdoe sempre os meus pecados. Eu que sempre peco, devo ter sempre um remédio” (Sacr. 4,28).
O Concílio de Trento ensinou que como o alimento corporal serve para restaurar a perda das forças, a Eucaristia fortalece a caridade que, na vida diária, tende a arrefecer; e esta caridade vivificada apaga os pecados veniais (DS 2638). Ao dar-se a nós, Cristo reativa o nosso amor e nos torna capazes de romper as amarras desordenadas com as criaturas e de enraizar-nos nele. É por isso que muitos vícios (bebida, jogo, cigarro, drogas, masturbação etc.) são deixados quando a pessoa comunga com frequência.
Acima de tudo a Eucaristia nos preserva dos pecados mortais futuros; isto é da perda da graça santificante e da amizade de Deus. Quanto mais participarmos da vida de Cristo e quanto mais progredirmos na sua amizade, tanto mais difícil dele separar-nos pelo pecado mortal.
A comunhão renova, fortalece e aprofunda a nossa incorporação à Igreja, realizada já pelo Batismo. No Batismo fomos chamados a construir um só Corpo (1 Cor 12,13). A Eucaristia realiza isto.
“O cálice de bênção que abençoamos não é comunhão com o Sangue de Cristo? Já que há um único pão, nós embora muitos, somos um só Corpo, visto que todos participamos deste único pão” (1 Cor 10,16-17).
A Eucaristia compromete-se com os pobres
S. João Crisóstomo dizia: “Degustaste o Sangue do Senhor e não reconheces sequer o teu irmão. Desonras esta própria mesa, não julgando digno de compartilhar do teu alimento aquele que foi julgado digno de participar desta mesa. Deus te libertou de todos pecados e te convidou para esta mesa. E tu, nem mesmo assim, não te tornaste mais misericordioso” (Hom. In 1Cor 27,5).
Para receber, na verdade, o Corpo e o Sangue de Cristo entregues por nós, devemos reconhecer o Cristo nos mais pobres, seus irmãos; especialmente os famintos, nus, presos e enfermos (Mt 25,40). A madre Teresa de Calcutá ensinava às suas irmãs a adorarem o Cristo no Sacrário antes de o socorrerem nas ruas na presença do pobre necessitado.
Ensinamentos dos Santos sobre a Eucaristia
São João Crisóstomo: “Deu-se todo, não reservando nada para si”. “Não comungar seria o maior desprezo a Jesus que se sente doente de amor” (Ct 2,4-5).
São Boaventura: “Ainda que friamente aproxime-se [para comungar] confiando na misericórdia de Deus”.
São Francisco de Sales: “Duas espécies de pessoas devem comungar com frequência: os perfeitos para se conservarem perfeitos, e os imperfeitos para chegarem à perfeição”.
Santa Teresa de Ávila: “Não há meio melhor para se chegar à perfeição”. “Não percamos tão grande oportunidade para negociar com Deus. Ele [Jesus] não costuma pagar mau a hospedagem se o recebermos bem”.
“Devemos estar na presença de Jesus Sacramentado, como os Santos no céu, diante da Essência Divina”.
São Bernardo: “A comunhão reprime as nossas paixões: ira e sensualidade principalmente”. “Quando Jesus está presente corporalmente em nós, ao redor de nós, montam guarda de amor os anjos”.
Santo Ambrósio: “Eu que sempre peco, preciso sempre do remédio ao meu alcance”.
São Gregório Nazianzeno: “Este pão do céu requer que se tenha fome. Ele quer ser desejado”. “O Santíssimo Sacramento é fogo que nos inflama de modo que, retirando-no do altar, espargimos tais chamas de amor que nos tornam terríveis ao inferno”.
São Tomás de Aquino: “A comunhão destrói a tentação do demônio”.
Santo Afonso de Ligório: “Ficai certos de que todos os instantes da vossa vida, o tempo que passardes diante do Divino Sacramento será o que vos dará mais força durante a vida, mais consolação na hora da morte e durante a eternidade”.
São Pio X: “A devoção à Eucaristia é a mais nobre de todas as devoções, porque tem o próprio Deus por objeto; é a mais salutar porque nos dá o próprio autor da graça; é a mais suave, pois suave é o Senhor”.
“Se os anjos pudessem sentir inveja, nos invejariam porque podemos comungar”.
Santo Agostinho: “Não somos nós que transformamos Jesus Cristo em nós, como fazemos com os outros alimentos que tomamos, mas é Jesus Cristo que nos transforma nele”.
“Sendo Deus onipotente, não pode dar mais; sendo sapientíssimo, não soube dar mais; e sendo riquíssimo, não teve mais o que dar”.
“A Eucaristia é o pão de cada dia que se toma como remédio para a nossa fraqueza de cada dia”.
“Na Eucaristia Maria perpetua e estende a sua maternidade”.
São Gregório de Nissa: “Nosso corpo, unido ao Corpo de Cristo, adquire um princípio de imortalidade, porque se une ao Imortal”.
São João Maria Vianney: “Cada hóstia consagrada é feita para se consumir de amor em um coração humano.
Santa Teresinha: “Não é para ficar numa âmbula de ouro, que Jesus desce cada dia do céu, mas para encontrar um outro céu, o da nossa alma, onde Ele encontra as suas delícias”.
“Quando o demônio não pode entrar com o pecado no santuário de uma alma, quer pelo menos que ela fique vazia, sem dono e afastada da comunhão”.
Santa Margarida Maia Alacoque: “Nós não saberíamos dar maior alegria ao nosso inimigo, o demônio, do que afastando-nos de Jesus, o qual lhe tira o poder que ele tem sobre nós”.
São Felipe Néri: “A devoção ao Santíssimo Sacramento e a devoção à Santíssima Virgem são, não o melhor, mas o único meio para se conservar a pureza. Somente a comunhão é capaz de conservar um coração puro aos 20 anos. Não pode haver castidade sem a Eucaristia”.
Santa Catarina de Gênova: “O tempo passado diante do Sacrário é o tempo mais bem empregado da minha vida”.
São João Bosco: “Não omitais nunca a visita a cada dia ao Santíssimo Sacramento, ainda que seja muito breve, mas contanto que seja constante”.
“Quereis que o Senhor vos dê muitas graças? Visitai-o muitas vezes. Quereis que Ele vos dê poucas graças? Visita-o poucas vezes. Quereis que o demônio vos assalte? Visitai raramente a Jesus Sacramentado. Quereis que o demônio fuja de vós? Visitai a Jesus muitas vezes. Querei vencer ao demônio? Refugiai-vos sempre aos pés de Jesus. Quereis ser vencidos? Deixai de visitar Jesus…”
Retirado do livro “Eucaristia”- Coleção Sacramentos- Ed. Canção Nova

Não haverá mais nações pobres?


imagens-imagens-do-globo-terrestre-fd995f“Nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” Mt 4,4
Em matéria publicada pela “Folha de São Paulo” (21/01/2014), Bill Gates, fundador da Microsoft, afirmou em sua “Carta anual de filantropia” que: “Até 2035, não sobrará quase nenhum país pobre no mundo. Em sua previsão muito audaciosa, em pouco mais de 20 anos, quase todas as nações serão o que chamamos hoje de renda média inferior (US$ 1.036 a US$ 4.085, segundo o Banco Mundial) ou mais ricas, e haverá pouquíssimos países de baixa renda (renda per capita de US$ 1035 ou menos).
Na sua Carta anual, ele faz uma crítica aos que insistem em que “países pobres estão condenados a permanecer pobres”. “Por quase qualquer medida, o mundo está melhor do que jamais foi. As pessoas estão vivendo mais, e vivendo vidas mais saudáveis; a pobreza extrema foi reduzida pela metade nos últimos 25 anos”, ele disse. E ataca os críticos da ajuda externa: “Dizer que ajuda externa não funciona é apenas um pretexto para os políticos cortarem o orçamento de auxílio a outros países – e isso significaria que menos vidas seriam salvas”. Segundo Gates, os EUA gastam em subsídios agrícolas o dobro do que despendem em ajuda a projetos de saúde. E gastam 60 vezes mais em assuntos militares. O total de ajuda externa da Noruega, a nação mais generosa de todas, corresponde a 3% de seu orçamento. Nos EUA, é menos de 1% do orçamento.
Toda essa preocupação de Bill Gates é justa e necessária – embora muitos questionem a maneira como está sendo realizada –  lutar para por fim à pobreza e miséria é obrigação de todos. No entanto, será que basta isso? É claro que não. O homem não é apenas um ser biológico; ele tem muito mais necessidades do que apenas pão. Jesus disse que “nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”.
Infelizmente os países que hoje mais se afastam de Deus são exatamente os mais ricos, como a Holanda, Bélgica, Dinamarca, Noruega, Suíça…, onde se legaliza o aborto, a eutanásia, a contracepção generalizada, o casamento gay, e tantas outras atividades que não se coadunam com a Lei de Deus. Há muitos suicídios de jovens e velhos nesses países porque falta-lhes o sentido último da vida que só Deus pode dar. Principalmente nesses países se vê aquilo que os últimos papas disseram: “um mundo que não tem mais lugar para Deus”. É isso que queremos?
Importa sim, é claro, que se extinga toda a fome do mundo, que, como disse o Papa Francisco, “é um escândalo”, porque no mundo há alimento para todos e recursos para satisfazer as necessidades de todos, desde que aconteça o que João Paulo II chamou de “globalização da solidariedade”. Mas sem Deus, tudo isso não terá sentido; e o homem continuará vazio e deprimido porque ficaria sem o destino de sua existência: Deus. São Tomás de Aquino disse que “quanto mais o homem se afasta de Deus, mais ele experimenta o seu nada”.
Prof. Felipe Aquino

A certeza do Céu vence a dor!


tumblr_m7io1qvfKl1qklhh3o1_500_largeA vida da graça é o gérmen da vida eterna em Deus.
O grão de trigo precisa aceitar morrer na terra úmida das provações desta vida para renascer para a glória.
Santa Bernadete, depois das visões de Nossa Senhora em Lourdes, dizia: “O Céu! O Céu! Trabalhemos pelo Céu! Soframos pelo Céu! O resto nada vale! Nossa Senhora é tão bela que depois que a vimos uma vez, custa suportar a vida até de novo a rever no Céu.”
Há muitas moradas no Céu, disse Jesus, mas há um único caminho para chegar lá, o da santa cruz; ela nos faz desiludir das criaturas e se apegar somente a Deus. Enquanto não chegarmos a isto não estaremos aptos para o Céu.
Santa Teresinha dizia que “o tempo passa como um sonho, mas Deus já nos vê na glória e se regozija com a nossa eterna felicidade. Compreendo porque Ele nos deixa sofrer” (Carta à Celina).
A esperança do Céu nos dá forças para vencer as lutas da vida e carregar a cruz até o fim.
Santa Teresinha repetia muitas vezes: “Tenho sede do Céu, dessa mansão bem aventurada, onde se amará Jesus sem restrição! Mas para lá chegar é preciso sofrer e chorar.”
A figura deste mundo passa rápido, disse o profeta Isaías (Is 64,4).
A maioria das pessoas, mesmo os cristãos, passam a vida lutando para “construir o céu na terra”. É um grande engano. Jamais construiremos o céu na terra; jamais a felicidade será perfeita neste vale que o pecado transformou num vale de lágrimas.
Enquanto não decidirmos buscar o céu, acima de tudo, abrindo mão das consolações efêmeras dessa vida terrena, não deixaremos de sofrer as contrariedades desta vida.
Por mais distante que esta meta possa parecer estar de nós, no entanto, não devemos nem desanimar e nem desesperar; mas, tão somente, buscá-la a cada dia, com a graça de Deus e com perseverança.
É tarefa para a vida inteira, é para isso que Deus nos dá uma longa vida e muitos meios de santificação. É preciso ter a esperança de Santo Agostinho que dizia consigo mesmo: “se muitos o conseguiram, eu também conseguirei”.
Prof. Felipe Aquino

Sobre a Vida dos Primeiros Cristãos (Parte 1)

tn_santo-aristides-de-atenas (1)Aristides de Atenas (+ 130) ao imperador Adriano:
“Os cristãos ó rei, vagando e buscando, acharam a verdade conforme pudemos achar em seus livros, estão mais próximos que os outros povos da verdade e do conhecimento certo, pois creem no Deus criador do céu e da terra, naquele em quem tudo é e de quem tudo procede, que não tem outro Deus por companheiro e do qual eles mesmos receberam os preceitos que guardam no coração, com a esperança e expectativa do século futuro. Por isso, não cometem adultério, não praticam a fornicação, não levantam falso testemunho, não recusam devolver um depósito, não se apropriam do que não lhes pertence. Honram pai e mãe, fazem bem ao próximo e, quando em juízo, julgam com equidade. Não adoram os ídolos – semelhantes aos homens. O que não desejam lhes façam os outros não o fazem também; não comem alimentos de sacrifícios idolátricos, pois são puros. Exortam os que os afligem, a fim de fazê-los amigos. Suas mulheres, ó rei, são puras como virgens, suas filhas são modestas. Seus homens se abstém de toda união ilegítima e da impureza, esperando a retribuição que terão no  outro mundo. Aos escravos e escravas, bem como a seus filhos – se os têm – persuadem a tornar-se cristãos, em razão do amor que lhes dedicam, e quando se tornam, chamam-nos indistintamente irmãos. Não adoram a deuses estranhos e vivem com humildade e mansidão, sem qualquer mentira entre eles. Amam-se uns aos outros, não desprezam as viúvas. Protegem o órfão dos que os tratam com violência. Possuindo bens, dão sem inveja aos que nada possuem. Avistando o forasteiro, introduzem-no na própria casa e se alegram por ele, como se fora verdadeiro irmão: pois se dão o apelativo de irmãos, não segundo o corpo, mas segundo o espírito e em Deus. Se algum pobre passa deste mundo, alguém sabendo, encarrega-se – na medida de suas forças – de dar-lhe sepultura. Se conhecem um encarcerado ou oprimido por causa do nome do seu Cristo, ficam solícitos a seu respeito e se possível libertam-no.
Quando um pobre ou necessitado surge entre eles e não possuem abundância de recursos para ajudá-lo, jejuam dois ou três dias para obter o necessário para o seu sustento. Guardam com diligência os preceitos do seu Cristo, vivem reta e modestamente – conforme lhes ordenou o Senhor Deus. Todas as manhãs e horas louvam e glorificam a Deus pelos benefícios recebidos, dando graças por seu alimento e bebida. Mesmo se acontece que um justo – entre eles – passa deste mundo, alegram-se e dão graças a Deus, ao acompanharem o cadáver, como se emigrasse de um lugar para outro. E assim como quando nasce um filho louvam a Deus, também se ele morre na infância glorificam a Deus, por quem atravessou o mundo sem pecados. Mas vendo alguém morrer na malícia e nos pecados, choram amargamente e gemem por ele, supondo´o ir ao castigo. Tal é, ó rei, a constituição da lei dos cristãos e tal a sua conduta”. (Apologia).
Da Carta a Diogneto:
Esta Carta é um dos mais antigos documentos que conta a vida dos primeiros cristãos; é de um autor desconhecido, que escreveu a Diogneto; é do século II.
Em seguida, temos um trecho da Carta: “Dai a cada um o que lhe é devido: o imposto a quem é devido; a taxa a quem é devida; a reverência a quem é devida; a honra a quem é devida [Rom 13,7]. Os cristãos residem em sua própria pátria, mas como residentes estrangeiros. Cumprem todos os seus deveres de cidadãos e suportam todas as suas obrigações, mas de tudo desprendidos, como estrangeiros… Obedecem as leis estabelecidas, e sua maneira de viver vai muito além das leis… Tão nobre é o posto que lhes foi por Deus outorgado, que não lhes é permitido desertar” (5,5; 5,10;6,10). Os cristãos não diferem dos demais homens pela terra, pela língua, ou pelos costumes. Não habitam cidades próprias, não se distinguem por idiomas estranhos, não levam vida extraordinária. Além disso, sua doutrina não encontraram em pensamento ou cogitação de homens desorientados. Também não patrocinam, como fazem alguns, dogmas humanos… Qualquer terra estranha é pátria para eles; qualquer pátria, terra estranha. Tem a mesa em comum, não o leito. Vivendo na carne, não vivem segundo a carne. Na terra vivem, participando da cidadania do céu. Obedecem às leis, mas as ultrapassam em sua vida. Amam a todos, sendo por todos perseguidos (…). E quando entregues à morte, recebem a vida. Na pobreza, enriquecem a muitos; desprovido de tudo, sobram-lhes os bens. São desprezados, mas no meio das desonras, sentem-se glorificados. Difamados, mas justo; ultrajados, mas benditos, injuriados prestam honra. Fazendo o bem são punidos como malfeitores; castigados, rejubilam-se como revificados. Os judeus hostilizam-nos como alienígenas; os gregos os perseguem, mas nenhum de seus inimigos pode dizer a causa de seu ódio. Para resumir, numa palavra, o que é a alma no corpo, são os cristãos no mundo: como por todos os membros do corpo está difundida a alma, assim os cristãos, por todas as cidades do universo (…)”.
Sobre o Martírio dos cristãos
Santo Inácio de Antioquia (+107):
“De viagem da Síria para Roma estou lutando com feras, por terra e por mar, de noite e de dia. Acorrentado a dez leopardos, os milicianos da minha escolta militar… Espero poder enfrentar com alegria as feras que estão preparando para mim, e peço a Deus que eu possa encontrá-las prontas a lançarem-se sobre mim. Se não quiserem, eu mesmo as instigarei para que me devorem num instante (…). Vocês tenham compaixão de mim. Eu sei muito bem o que é útil para mim. Somente agora começo a ser discípulo. Não me deixo impressionar por coisa alguma, visível ou invisível, para poder unir-me a Cristo Jesus. Fogo, cruzes, feras, lacerações, desconjuntura dos ossos, o corpo reduzido a pedaços, as piores torturas caiam sobre mim: importante é unir-me a Jesus Cristo. Que proveito poderão dar-me os prazeres do mundo ou os reinos da terra? Nenhum. Para mim é melhor morrer por Jesus Cristo, do que reinar sobre toda a terra. A minha vida é busca contínua daquele que morreu por nós: quero aquele que por nós ressuscitou. Vejam, meu nascimento se aproxima. Nada melhor podeis fazer por mim, do que deixar que eu seja sacrificado a Deus… Rogo-vos, não tenhais para comigo uma benevolência inoportuna! Deixem-me ser pasto das feras, pelas quais chegarei a Deus. Sou o trigo de Deus, moído pelos dentes das feras para tornar-me o pão duro de Cristo… Quando o mundo não puder mais ver o meu corpo, serei verdadeiramente discípulo de Cristo.” (Carta aos Romanos).
São Policarpo (+156):
Diante do martírio no anfiteatro de Esmirna “Eu te bendigo [Senhor] por me terdes julgado digno deste dia e dessa hora, digno de ser contado no número dos vossos mártires… guardastes vossa promessa, Deus da felicidade e da verdade. Por essa graça e por todas as coisas, eu vos louvo, vos bendigo e vos glorifico pelo eterno e celeste sacerdote, Jesus Cristo, vosso Filho bem amado. Por Ele, que está conosco e com o Espírito, vos seja dada a glória, agora e por todos os séculos. Amém.” (Martírio 14,2-3)
Martírio dos primeiros cristãos de Roma
Na primeira perseguição contra a Igreja, desencadeada pelo imperador Nero, depois do incêndio da cidade de Roma no ano 64, muitos cristãos foram martirizados com atrozes tormentos. Este fato é testemunhado pelo escritor pagão Tácito (annales 15,44) e por São Clemente, bispo de Roma, papa, na sua Carta ao Coríntios (cap.5-6), do ano 96: “Deixemos de lado os exemplos dos antigos e falemos dos nossos atletas mais recentes. Apresentemos os generosos de nosso tempo. Vítimas do fanatismo e da inveja, sofreram perseguição e lutaram até à morte. Tenhamos diante dos olhos os bons apóstolos. Por causa de um fanatismo iníquo, Pedro teve de suportar duros tormentos, não uma ou duas vezes, mas muitas; e depois de sofrer o martírio, passou para o lugar que merecia na glória. Por invejas e rivalidades, Paulo obteve o prêmio da paciência: sete vezes foi lançado na prisão, foi exilado e apedrejado, tornou-se pregoeiro da Palavra no Oriente e no Ocidente, alcançando assim uma notável reputação por causa da sua fé. Depois de ensinar ao mundo inteiro o caminho da justiça e de chegar até os confins do ocidente, sofreu o martírio que lhe infligiram as autoridades. Partiu, pois, deste mundo para o lugar santo, deixando-nos um perfeito exemplo de paciência.
A estes homens, mestres de vida santa, juntou-se uma grande multidão de eleitos que, vítimas de um ódio iníquo sofreram muitos suplícios e tormentos, tornando-se, desta forma, para nós um magnífico exemplo de fidelidade. Vítimas do mesmo ódio, mulheres foram perseguidas, como Danaides e Dircéia. Suportando graves e terríveis torturas, correram até o fim a difícil corrida da fé e mesmo sendo fracas de corpo, receberam o nobre prêmio da vitória. O fanatismo dos perseguidores separou as esposas dos maridos, alterando o que disse nosso pai Adão: É osso dos meus ossos e carne de minha carne (cf. Gn 2,23). Rivalidades e rixas destruíram grandes cidades e fizeram desaparecer povos numerosos. Escrevemos isto, não apenas para vos recordar os deveres que tendes, mas também para nos alertarmos a nós próprios. Pois nos encontramos na mesma arena e combatemos o mesmo combate. Deixemos as preocupações inúteis e os vãos cuidados, e voltemo-nos para a gloriosa e venerável regra da nossa tradição.
Consideramos o que é belo, o que é bom, o que é agradável ao nosso Criador. Fixemos atentamente o olhar no sangue de Cristo e compreendamos quanto é precioso aos olhos de Deus seu Pai esse sangue que, derramado para nossa salvação, ofereceu ao mundo inteiro a graça da penitência.”
Martírio de São Policarpo (+156)
Carta Circular da Igreja de Esmirna
“A Igreja de Deus, estabelecida em Esmirna, à Igreja de Deus estabelecida em Filomélia e a todas as comunidades da Igreja santa e universal, onde quer que esteja: a misericórdia, a paz e a caridade de Deus Pai, de Jesus Cristo nosso Senhor, superabundem em vós. Escrevemo-vos, irmãos, a respeito dos mártires e do bem-aventurado Policarpo, cujo martírio foi, por assim dizer, o selo final, que pôs termo à perseguição. Na verdade, quase todos os acontecimentos anteriores se efetuaram para que o Senhor nos mostrasse do céu o martírio narrado no Evangelho. Policarpo esperou tranquilamente ser entregue, como o Senhor, para que aprendêssemos, com seu exemplo, a não ter em mira somente o que nos concerne, mas também os interesses do próximo (Fl 2,4).
Realmente, a caridade verdadeira e firme consiste em não desejar apenas a própria salvação, mas a dos irmãos. Felizes, pois, e generosos todos estes martírios que se deram conforme a vontade de Deus. Pois é dever da nossa piedade tudo atribuir ao poder de Deus. Deveras, quem não admiraria a generosidade desses mártires, a sua paciência, e amor ao Mestre? Dilacerados pelos açoites a ponto de se tornar visível a estrutura íntima da carne, das veias e das artérias, suportaram tudo com tal firmeza que os circunstantes se compadeciam e choravam. Eles, porém, chegaram a tanto heroísmo, que de nenhum se ouviu grito ou se viu lágrima. Assim, esses generosos mártires de Cristo mostraram que naquela hora em que sofriam não estavam mais no corpo; mais ainda que o próprio Cristo, presente, se entretinha com eles. Confiando unicamente na graça de Cristo, desprezavam os sofrimentos do mundo e, por uma hora de tormento, se resgatavam do castigo eterno. O fogo dos algozes cruéis parecia´lhes frio; querendo fugir do fogo que não se apaga eternamente, fitavam com os olhos do coração os bens reservados aos que perseveram até o fim – “bens que o ouvido não ouviu, os olhos não viram, nem subiram ao coração do homem”, (1Cor 2,9), mas que o Senhor lhes mostrava porque já não eram homens e sim anjos. Com a mesma coragem, outros enfrentaram sofrimentos horríveis; lançados às feras, estirados sobre conchas marinhas, torturados por toda sorte de suplícios, que o tirano prolongava para ver se seria possível induzi-los a renegar. Mas apesar de Satanás ter maquinado muitas coisas contra eles, graças a Deus nada alcançou.
Pois Germânico fortaleceu pela heroica resistência, no seu maravilhoso combate com as feras, a pusilanimidade de outros.
Querendo o cônsul persuadi-lo a ter compaixão da sua juventude, Germânico, ao contrário, com pancadas excitou a fera contra si, na ânsia de livrar-se quanto antes da convivência daquela gente iníqua e criminosa. Por isso o povo, espantado diante do heroísmo
dos cristãos, dessa raça que ama a Deus e é amada por ele, gritou: “Abaixo os ateus! (Ateus aqui seriam os cristãos). Tragam Policarpo!” Um apenas, chamado Quinto, frígio e recentemente chegado da Frígia, ao ver as feras, acovardou-se. Esse, justamente, tinha desafiado espontaneamente o poder público e incitado outros a fazerem o mesmo. Mas não resistiu às instâncias repetidas do procônsul, fez juramento e ofereceu. Eis por que, irmãos, não louvamos os que se entregam espontaneamente a si mesmo; de mais a mais não é isso que ensina o Evangelho. Policarpo, o mais admirável longe de se perturbar ao receber esta notícia, quis permanecer na cidade. Muitos, entretanto, o persuadiram a retirar-se. E ele se retirou para uma pequena casa de campo, a pouca distância, onde permaneceu, com poucos amigos, nada fazendo senão rezar dia e noite por todos e por todas as igrejas conforme o seu hábito. E quando rezava teve uma visão, três dias antes de ser preso. Viu seu travesseiro pegando fogo.
Voltando-se para os que estavam com ele, disse-lhes: ” Devo ser queimado vivo”. Como prosseguissem em buscá-lo, transferiu-se Policarpo para outra casa de campo. Logo depois chegaram seus perseguidores, e como não o achassem, prenderam dois jovens escravos, um dos quais, vencido pela tortura, lhes deu a indicação. Já então não lhe era mais possível escapar, uma vez que os traidores eram de sua própria casa. O chefe de polícia, que com razão tinha o nome de Herodes, apressou-se em conduzir Policarpo para o estádio. Assim devia ele obter sua parte na herança do Cristo a quem aderira; ao passo que os traidores, parte no castigo de Judas. Numa Sexta-feira, mais ou menos pela hora da ceia, partiram os perseguidores com um destacamento de cavalaria, armado na forma habitual, “como se procurassem um ladrão” (Mt 26,55). Servia-lhes de guia um escravo. Chegando alta noite foram encontrar Policarpo no primeiro andar da pequena casa. Teria tido tempo de buscar outro refúgio; mas não o quis, dizendo: “Seja feita a vontade de Deus”. Informado da presença dos soldados, desceu e conversou com eles, que ficaram pasmos vendo sua idade e sua calma, e perguntaram entre si por que capturar com tanto empenho um ancião como aquele.
Policarpo, entretanto, mandou servir´lhes comida e bebida à vontade e pediu-lhes apenas o prazo de uma hora para rezar livremente. Tendo eles consentido, Policarpo começou de pé a sua oração; a graça divina transbordava nele de tal maneira que pelo espaço de duas horas não pôde interrompê-la. Todos os que ouviram se encheram de espanto e muitos se arrependeram de perseguir a um ancião tão cheio do amor de Deus. Concluindo a oração, na qual se lembrara de todos que havia conhecido, grandes e pequenos, nobres e humildes e da Igreja católica de toda parte do mundo, chegou o momento da partida. Montando um jumento foi conduzido para a cidade, já na manhã do grande Sábado. Vieram a seu encontro Herodes, o chefe de polícia, e Niceto, seu pai, os quais o fizeram sentar-se consigo no carro e tentaram persuadi-lo: “Que mal pode haver em dizer: César é Senhor, oferecer o sacrifício, e dizer as coisas que o seguem, para salvar-se?” A princípio não respondeu, mas como insistissem, disse-lhes Policarpo: “Não teria o que me aconselhais! “Perdida assim, a esperança de seduzi-lo, insultaram-no com palavras ameaçadora e jogaram-no do carro com tanta precipitação que feriu na queda a parte anterior da perna. Policarpo nem sequer voltou-se, mas prosseguiu alegremente o caminho para o estádio, depressa como se nada houvesse sofrido. Aí, reinava tal tumulto que ninguém podia fazer-se ouvir. Quando ele entrou, foi ouvida uma voz do céu, dizendo: “Coragem, Policarpo, seja homem!” Ninguém viu quem falou, mas a voz foi ouvida pelos irmãos presentes.
No momento em que Policarpo chegou e a multidão soube que estava preso, aumentou o barulho. Foi levado à presença do procônsul, que iniciou o interrogatório, perguntando se de fato era Policarpo. Recebida a resposta afirmativa tentou persuadi-lo a renegar a fé: “Respeita a tua velhice”. E seguiram-se os argumentos usuais, em tais circunstâncias. “Jura pela sorte de César, renega as tuas ideias e dizer: Morte aos ateus!” Policarpo então, voltando-se para a multidão do estádio, fixando firmemente com um olhar severo aquela ralé criminosa, elevou a mão contra ela e disse, com os olhos voltados para o céu: “Morte aos ateus”. Insistiu ainda o procônsul: “Fazer o juramento e eu te libertarei. Insulta ao Cristo”. Respondeu Policarpo: “Há oitenta e seis anos que o sirvo e nunca me fez mal algum. Como poderia blasfemar meu Rei e Salvador?” Como de novo insistisse, dizendo: “Jura pela sorte de César”, replicou Policarpo: Se esperas, em vão, que vá jurar pela sorte de César, simulando ignorares quem sou, ouve o que te digo com franqueza: sou cristão! Se, por acaso, quiseres aprender a doutrina do cristianismo, concede-me o prazo de um dia e presta atenção!” Disse-lhe o procônsul: “Experimenta persuadir o povo”. Respondeu-lhe Policarpo: ” Julgo que diante de ti devo explicar´me, pois aprendemos a honrar devidamente os princípios e as autoridades estabelecidas por Deus quando não são nocivas à nossa fé. Quanto àquela gente, porém, não a julgo digna de ouvir a minha justificação”. Nem com isso desistiu o procônsul: “Tenho feras”, disse, “às quais te lançarei, se não te converteres”.
“Faze-as vir”, respondeu Policarpo; “impossível para nós uma conversão do melhor ao pior; o bem é poder passar dos males à justiça”. De novo, o procônsul: “Se não te convertes, se desprezas as feras, eu te farei consumir pelo fogo”. Policarpo: “Ameaças com o fogo que arde um momento e logo se apaga. Não conheces o fogo do juízo que há de vir e da pena eterna onde serão queimados os inimigos de Deus. Mas, que esperas ainda? Dá a sentença que te apraz!” Proferindo estas e outras palavras, transbordaram nele a generosidade e a alegria e no seu rosto resplandeceu a graça. Não somente o interrogatório não o perturbou, mas foi o procônsul quem perdeu a calma. Este mandou então o arauto proclamar por três vezes no estádio: “Policarpo acaba de confessar-se cristão”. Mal tinha anunciado, a multidão de gentios e judeus de Esmirna prorrompeu em gritos furiosos e desenfreados: “Eis o mestre da Ásia, o pai dos cristão, o blasfemador dos nossos deuses, o que induz tantos outros a não mais honrá-los com sacrifício e orações”. E assim gritando, exigiram do asiarca Filipe que lançasse um leão sobre Policarpo. Ele recusou-se, observando que isso era impossível, pois os combates de feras haviam sido proibidos. Ocorreu imediatamente outra idéia à multidão gritando, a uma só voz: “Que Policarpo seja queimado vivo!” Com efeito, era preciso que se cumprisse a visão do travesseiro. Tinha visto em chamas, quando estava em oração e voltando-se para os fiéis que o rodeavam dissera em tom profético: “Devo ser queimado vivo”. E isso foi feito mais rapidamente do que falado. O povo saiu à busca de lenha nos armazéns e nos banhos, e, como sempre nestas ocasiões, os judeus eram os mais ardorosos. Armada a fogueira, Policarpo despiu as suas vestes, desatou o cinto, tentou desamarrar as sandálias, o que já não fazia, pois os fiéis sempre se apressavam em ajudá-lo, no desejo de tocar-lhe o corpo, no qual muito antes do martírio já brilhava o esplender da santidade de sua vida.
Rapidamente cercaram-no com as coisas trazidas para o fogo. Quando os algozes quiseram amarrá-lo, disse-lhes: “Deixa-me livre. Quem me dá forças para suportar o fogo, dar-me-á igualmente a de ficar nele imóvel sem necessitar deste vosso cuidado”. Não o fixaram, amarram-lhe apenas as mãos. Policarpo, de mãos ligadas às costas, cordeiro de escolha tomado de um grande rebanho para o sacrifício, holocausto agradável preparado ao Senhor, olhando o céu disse: “Senhor, Deus onipotente, Pai de Jesus Cristo, teu Filho amado e bendito, pelo qual te conhecemos: Deus de toda a família dos justos que vive na tua presença – eu te bendigo por me haveres julgado digno deste dia e desta hora, digno de participar no número dos mártires, do cálice do teu Cristo para a ressurreição da vida eterna do corpo e da alma, na incorruptibilidade do Espírito Santo! Recebe-me, hoje, com eles, na tua presença como sacrifício agradável e perfeito e o que me havias preparado e revelado realiza-o agora, Deus da verdade.
Por isto e por tudo eu te louvo, te bendigo, te glorifico por teu Filho, Jesus Cristo, nosso eterno Sumo Sacerdote no céu. Por ele, com ele e o Espírito Santo, glória seja dada a ti, agora e nos séculos futuros. Amém”. Pronunciado este amém e completa a oração, os algozes atearam o fogo e levantou-se uma grande chama. Nós – a quem foi dado ver – vimos um prodígio (e para anunciá-lo aos outros fomos poupados), o fogo tomou uma forma de cúpula, como a vela de um barco batido pelo vento e envolveu o corpo do mártir por todos os lados. Ele estava no meio, não como carne queimada, mas como um pão que se assa ou como ouro ou para candentes, na fornalha. Sentimos então um odor suave como o do incenso ou de outra essência preciosa. Vendo, afinal que o fogo não conseguia consumir o corpo, os ímpios mandaram o executor transpassá-lo com o punhal. E quando isto foi feito, saiu da ferida tal quantidade de sangue que apagou o fogo. E toda a multidão ficou pasma ao verificar tão grande diferença entre os infiéis e os eleitos. Um destes era certamente Policarpo, o admirável mártir bispo da Igreja católica de Esmirna, que, em nossos dias foi verdadeiramente apóstolo e profeta, pela doutrina, pois toda a palavra saída da sua boca já foi ou será realizada.
Mas o espírito maligno, invejoso, perverso adversário do povo dos justos, conhecendo a vida de Policarpo, imaculada desde o começo, e vendo que agora, depois do seu admirável martírio, recebera a coroa da imortalidade e entrara na posse da recompensa eterna, que ninguém poderia mais disputar ou roubar, fez tudo que pôde para impedir que seu corpo fosse levado por nós, embora muitos desejassem possuir seus santos despojos, Satanás sugeriu a Nicete, pai de Herodes e irmão de Alceu, que fosse ter com o governador para pedir-lhe que não entregasse o corpo. “Seriam capazes”, disse Niceto, “de abandonar o crucificado, para adorar a Policarpo”! isse tudo isso instigado e apoiado pelos judeus, que nos espiavam quando queríamos tirar o corpo do fogo. Ignoravam que nunca poderemos abandonar o Cristo que sofreu para a salvação dos que se salvam no mundo inteiro, inocente pelos pecadores. Como havíamos de adorar a outro? Ao Cristo adoramos como Filho de Deus, aos mártires amamos como discípulos e imitadores do Senhor, dignos da nossa veneração pela fidelidade inquebrantável ao seu Rei e Mestre.
Oxalá pudéssemos unir-nos a eles e tornar-nos seus condiscípulos! Vendo o centurião a oposição dos judeus, fez queimar publicamente o corpo, conforme o costume pagão. Deste modo pudemos mais tarde recolher seus restos, mais preciosos do que pedras raras e mais valiosos do que ouro, para depositá-los em lugar conveniente, onde todos, quando possível, nos reunimos com a ajuda do Senhor, para celebrar com alegria e júbilo o dia do seu nascimento pelo martírio, em memória dos que combateram antes de nós, preparando-nos e fortificando-nos para as lutas futuras. Eis a história do bem-aventurado Policarpo. Com os outros cristão de Filadélfia foi o duodécimo martirizado em Esmirna. Mas dele principalmente se conservou a memória, e até os pagãos falam em toda parte. Não foi somente mestre pela doutrina, foi mártir extraordinário, cujo martírio conforme o Evangelho de Cristo todos desejam imitar.
Triunfou sobre o governador iníquo por sua paciência e conquistou assim a coroa da incorruptabilidade. Por isso participa da alegria dos apóstolos e dos justos, glorifica a Deus, Pai todo-poderoso, e bendiz a nosso Senhor Jesus Cristo, Salvador das nossas almas e guia dos nossos corpos, Pastor da Igreja católica espalhada pela terra. Pedistes uma narração pormenorizada dos acontecimentos. Mas por enquanto fizemos redigir, por nosso irmão Marcião, somente um resumo. Lida esta carta mandai-a aos irmãos que moram mais longe para que também louvem ao Senhor pelas escolhas que faz entre os seus servos. A Deus, que na sua graça e liberalidade pode fazer entrar no seu reino eterno a todos nós por Jesus Cristo, seu Filho unigênito – glória, honra, poder e majestade pelos séculos! Saudai todos os santos. Saudações dos nossos e de Evaristo, que escreve esta carta, e de toda a sua casa.
O santo Policarpo sofreu o martírio no dia dois do mês Xanthicos (22 de fevereiro), sétimo dia antes das calendas de Março, num Sábado, à hora oitava (2 horas da tarde). Quem o prendeu foi Herodes, sob o pontificado de Filipe de Trales, sendo procônsul Estácio Quadrado, no reinado eterno de nosso Senhor Jesus Cristo, a quem sejam glória, honra, majestade e o trono de geração em geração. Amém.” (Patrologia Grega 5, 1029-1045).

Relíquia com sangue do Beato João Paulo II roubada na Itália


ppjpii240114O site ACI/EWTN Noticias informou nesta segunda-feira (27/01/14) que, faltando apenas três meses para a canonização do Beato João Paulo II que se realizará no dia 27 de abril em Roma, desconhecidos roubaram, no Santuário de São Pedro de Ienca, da Diocese de L’Áquila (Itália), uma das quatro ampolas no mundo que contêm o sangue do Pontífice polonês.
O furto ocorreu na madrugada do sábado passado, 25 de janeiro. Os ladrões entraram sem forçar a porta da sacristia, romperam o cristal de uma janela e cortaram os barrotes que protegem o relicário. Junto à ampola também levaram um crucifixo do altar.
Em declarações ao Grupo ACI, o presidente da Associação Cultural do Santuário de João Paulo II em São Pedro da Ienca, Pasquale Corriere, explicou que “se trata de um roubo muito grave a nível mundial, um sacrilégio que afeta a todos os católicos no mundo e não apenas aos habitantes deste pequeno povo”.
“Não temos nenhuma ideia de quem poderá ter feito isso, pensamos que pode ser um roubo por comissão porque se os ladrões estivessem procurando dinheiro, teriam quebrado também as caixas da esmola”, acrescentou.
A polícia está investigando os fatos, mas até agora não há resultados. Segundo Montagna TV, alguns assinalam que existiria “a possibilidade de que os ladrões tivessem se livrado do objeto sagrado”, mas no momento não há nada confirmado.
A relíquia de João Paulo II tinha sido doada pelo secretário pessoal do Pontífice por mais de 40 anos, o agora Cardeal Estanislao Dziwisz, com motivo da fundação do santuário em 2011, o primeiro santuário na Europa dedicado ao Papa peregrino depois de sua beatificação em 1º de maio desse mesmo ano.
O sangue da ampola tinha sido extraído do Pontífice nos últimos dias de sua vida para coloca-lo a disposição do Centro de Transfusões do Hospital Bambino Gesù, onde ainda se conserva uma das quatro que em total se extraíram.
Fonte: http://acidigital.com/noticia.php?id=26615

Ângelus: Jesus começou a evangelização nas periferias para que ninguém fosse excluído

papa_15_dic_2013O site ACI/EWTN Noticias publicou neste domingo (26/01/14) as palavras do Santo Padre, prévias à oração do Ângelus dominical, na qual assinalou que Cristo começou seu trabalho evangelizador na Galileia, a terra dos gentis e zona de fronteira “desprezada pelos judeus mais observadores”, “para nos ensinar que ninguém está excluído da salvação”.
O Santo Padre refletiu sobre o Evangelho do domingo que narra “os inícios da vida pública do Jesus nas cidades e aldeias da Galileia”. A missão de Cristo, recordou, “são parte de Jerusalém, isso é, do centro religioso, centro também social e político, mas parte de uma zona periférica, uma zona desprezada pelos judeus mais observadores, por motivo da presença naquela região de diversas populações estrangeiras; por isto o profeta Isaías a indica como “Galileia dos gentios” (Is 8, 23)”.
“É uma terra de fronteira, uma zona de trânsito onde se encontram pessoas diferentes por raças, culturas e religiões. A Galileia torna-se assim o lugar simbólico para a abertura do Evangelho a todos os povos. Deste ponto de vista, a Galileia assemelha-se”, explicou.
Francisco disse que “também nós estamos imersos a cada dia em uma “Galileia dos gentios”, e neste tipo de contexto podemos nos assustar e ceder à tentação de construir cercas para estar mais seguros, mais protegidos. Mas Jesus nos ensina que a Boa Nova, que Ele traz, não é reservada a uma parte da humanidade, é para comunicar-se a todos. É um bom anúncio destinado a quantos o esperam, mas também a quantos talvez não esperam mais nada e não têm sequer a força de procurar e de pedir.”.
“Partindo da Galileia, Jesus nos ensina que ninguém está excluído da salvação de Deus, antes, que Deus prefere partir da periferia, dos últimos, para alcançar todos. Ensina-nos um método, o seu método, que porém exprime o conteúdo, isso é, a misericórdia do Pai. “Cada cristão e cada comunidade discernirá qual seja o caminho que o Senhor pede, mas todos somos convidados a aceitar este chamado. Sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que têm necessidade da luz do Evangelho”, afirmou o Pontífice.
“Para escolher os seus primeiros discípulos e futuros apóstolos, não se dirige às escolas dos escribas e dos doutores da Lei, mas às pessoas humildes e simples, que se preparam com empenho à vinda do Reino de Deus. Jesus vai chamá-los lá onde trabalham, na margem do lago: são pescadores. Chama-lhes, e esses O seguem, imediatamente. Deixam as redes e vão com Ele: as suas vidas se tornarão uma aventura extraordinária e fascinante”, recordou também Francisco.
“Queridos amigos e amigas, o Senhor chama também hoje! O Senhor passa pelos caminhos da nossa vida cotidiana. Também hoje, neste momento, aqui, o Senhor passa pela praça. Chama-nos para andar com Ele, para trabalhar com Ele pelo Reino de Deus, as “Galileias” dos nossos tempos. Cada um de vocês pense: o Senhor passa hoje, o Senhor me olha, está me olhando! O que me diz o Senhor? E se algum de vocês ouve que o Senhor lhe diz “siga-me”, seja corajoso, vá com o Senhor. O Senhor não desilude jamais. Sintam em seu coração se o Senhor vos chama para segui-Lo. Deixemo-nos alcançar pelo seu olhar, pela sua voz e O sigamos!  “Para que a alegria do Evangelho alcance até os confins da terra e nenhuma periferia seja privada da sua luz”, culminou.
Fonte: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=26606

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Reflexão do Evangelho de hoje "O pecado contra o Espírito Santo"

Diante da rebeldia dos mestres da Lei Jesus dá um ensinamento prático, claro e concreto, que serve também para nós, hoje. “Se um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se” e acrescenta a mesma fórmula para a família. Esta constatação nós fazemos em cada circunstância em que vemos sociedades se desfazendo, famílias se desestruturando, irmãos em litígio por herança! Tudo caminha para o fracasso e nada é construído. Toda obra, porém, que é regida pelo Espírito Santo e orientada pela Palavra de Deus, tende a prosperar. O que acontece muitas vezes é que mesmo conhecendo o poder do Espírito Santo, mesmo sabendo que Ele é o doador dos dons e o próprio Deus que veio nos santificar e auxiliar, nós O desprezamos e deixamos de lado. Este é o pecado contra o Espírito Santo a que Jesus se refere: mesmo diante das evidências e das provas nós não queremos reconhecer o poder de Deus e, o pior, atribuímos a Ele o mal que nos acontece. Deus não pode fazer mal porque Ele É O BEM. Por isso é que para o pecado contra o Espírito Santo não há escapatória, a menos que se volte atrás e dê o seu ao seu dono. A Deus pertencem, o poder, a glória, o bem, o amor e tudo o que é de bom. O que é do demônio é o mal, a revolta, a mentira, a traição, a dissimulação, o desamor. Precisamos ter muito cuidado para não cairmos na tentação de pecar contra o Espírito Santo, atribuindo a Ele o mal que vem nos atingir ou ao demônio o bem que acontece conosco. O tempo da ignorância não conta mais, prossigamos dando a Deus o que é de Deus. – Você já soube de alguém que acha que o demônio pode fazer o bem e que está a serviço dele? – A quem você culpa quando as coisas não estão dando certo na sua vida? – Você reconhece que o Espírito Santo é o Defensor que Jesus nos mandou para lutar conosco pelas coisas boas? – Você tem costume de invocar o Espírito Santo?

Evangelho de hoje - Mc 3,22-30

Evangelho - Mc 3,22-30
Satanás será destruído.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos 3,22-30
Naquele tempo:
22Os mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém,
diziam que ele estava possuído por Beelzebu,
e que pelo príncipe dos demônios
ele expulsava os demônios.
23Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas:
'Como é que Satanás pode expulsar a Satanás?
24Se um reino se divide contra si mesmo,
ele não poderá manter-se.
25Se uma família se divide contra si mesma,
ela não poderá manter-se.
26Assim, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide,
não poderá sobreviver, mas será destruído.
27Ninguém pode entrar na casa de um homem forte
para roubar seus bens,
sem antes o amarrar.
Só depois poderá saquear sua casa.
28Em verdade vos digo:
tudo será perdoado aos homens,
tanto os pecados, como qualquer blasfêmia que tiverem dito.
29Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo,
nunca será perdoado,
mas será culpado de um pecado eterno.'
30Jesus falou isso, porque diziam:
'Ele está possuído por um espírito mau.'
Palavra da Salvação.

Uma atribuição quase divina

Na convivência humana é necessário que alguém tenha a última palavra. Os contenciosos são muitos. Podemos ter problemas com o semelhante por causa do direito à água, por roubos de bens que provieram do trabalho honesto, pelo não reconhecimento de limites de propriedades legítimas, por carregar o peso da má fama nascida de mentiras, pelo não reconhecimento da liberdade de culto...

É preciso que haja um poder humano que faça justiça. Caso contrário os espertos, os inescrupulosos, os poderosos políticos ou econômicos sempre tem razão. E espezinham impunemente os fracos e os honestos. Até Moises, homem de larga visão, estabeleceu juízes para dirimir as questões que tiravam a paz ao povo.

É claro que ele estava sempre atento às iniqüidades dos maus juízes, que sentenciavam de acordo com seus interesses, e não conforme a Lei e a obrigação de dar proteção aos mais fracos. Entre os povos civilizados da antiguidade, especialmente entre os romanos, o Direito estava bastante desenvolvido. Isso garantia a paz social.

Os verdadeiros juízes sentem a sua responsabilidade diante da sociedade, e também diante do Eterno Juiz. Conheci um magistrado que, diante de sentenças que precisava proferir, entregava-se ao mais reles alcoolismo (cachaça mesmo). Mas quando se aposentou abandonou magicamente o terrível vício.

No Brasil temos o poder judiciário nitidamente estabelecido. É verdade que se proferem muitas sentenças injustas, sentenças habilmente “pagas”, encaminhamentos rotundamente nocivos a indivíduos, e de proteção à parte podre da sociedade.

É conhecida a sentença de um Ministro do Supremo, com veleidades presidenciais que, contra toda a evidência, livrou um poderoso político de vultosa multa por ter feito campanha política antecipada. Tal Ministro, diante das pessoas que pensam, jamais vai recuperar a fama de fiel servidor da lei e da justiça.

Felizmente temos em nossos quadros jurídicos, magistrados que honram a toga que vestem. Os que mais convencem sobre sua retidão não são necessariamente os que mais falam sobre sua imparcialidade. O salmista, apesar de pertencer a um povo que só admitia um Deus, chama os juízes de “deuses”. Mas não deixa de advertir os maus magistrados, dizendo-lhes: “Vós sois deuses, mas morrereis como qualquer homem”  (Sl 82, 6-7).
 DOM ALOÍSIO ROQUE OPPERMANN
SCJ ARCEBISPO DE UBERABA, MG

Um povo pode viver sem lei?

As Escrituras, na sua sábia descrição da criação do homem, colocam nos lábios do Pai Eterno, uma lista de coisas que o casal humano pode fazer e usar legitimamente. É uma lista longa. Mas também estabelece algumas proibições. É um verdadeiro código de ética, simplificado. “Não comereis da fruta da árvore da vida” (Gen 2, 17 ). Mas os nossos primeiros pais não resistiram à propaganda enganosa do espírito do mal. A experiência eventual de conhecer o bem e o mal, e de serem poderosos como o Criador, apareceu como uma tentação irrefreável. Mais. Parecia que Deus tinha o desejo secreto de não permitir seu pleno desenvolvimento.

Daí sentiram a necessidade de “assassinar o pai”, definitivo símbolo da ordem e arquétipo  do bem comum. A paternidade respeitada tornar-se-ia a garantia da paz social, da liberdade e do progresso. A independência das ordens eternas foi um monumental erro. A desobediência lhes apareceu como um gesto de esperteza. Daí a partir para as rebeldias é um passo só. Ser contra o pai é uma involução. É tornar-se adepto da anarquia, sinônimo de falsa liberdade. O imperativo categórico do bem comum foi interpretado como inibição da realização. Embora as Escrituras digam: “fazei o bem e evitai o mal” (Is 7, 15), acha-se isso uma lei não obrigatória.

Os anarquistas tupiniquins realizam atos reprováveis. Antes guardam bem seus carros em estacionamentos, e depois vão quebrar as agências de automóveis; fazem seguro dos seus bens, e assaltam caminhões carregados de mercadorias; provocam os soldados da ordem pública, e acusam a reação dos homens da lei como selvageria.

Ao quebrarem e destruírem os bens de todos, esquecem o princípio de ouro da convivência humana: “Não faças aos outros o que não queres que te façam”. Esse quadro vai mudar? Acho difícil. No Brasil não há mais ensino religioso nas escolas; os delinqüentes não tem respeito pelo pai; não há punição exemplar dos delitos contra a sociedade; o nosso regime político  favorece a luta de classes quando propõe esquemas bolivarianos;  ninguém desses malfeitores freqüenta as comunidades religiosas para aprender a sabedoria divina. Assim mesmo, digo-lhes de coração, o que disse o Concílio Vaticano II: “Todos cultivem com grandeza de alma o amor à pátria” (GS 75).
  DOM ALOÍSIO ROQUE OPPERMANN
SCJ ARCEBISPO DE UBERABA, MG

Poderá ser um momento de graça

Vige entre nós católicos a convicção de que não existe mudança de opinião por parte daqueles que se apegaram a convicções religiosas dissidentes.

Talvez estejamos aplicando mal o que dizem as Escrituras: “É impossível que (os maus) se disponham ao arrependimento”  (Hb 6,6). Imaginando que a teimosia da opinião dos separados provenha unicamente de seu desejo de auto-realização e de incapacidade de obedecer. Isso nem sempre é o caso. Pode ser má compreensão, pode até ser convicção equivocada, como mesmo descoberta de falhas verdadeiras na Igreja-tronco.

O “entre vós não deve ser assim” que Jesus nos deixou, muitas vezes se converte em rispidez, ódio e separação. Se depender das nossas más tendências humanas - influenciadas pelo espírito do mal - as separações continuarão pelos séculos dos séculos. Mas felizmente, o Espírito Divino, que habita em nossos corações, com gemidos inenarráveis,  nos quer levar à união, à amizade, ao perdão mútuo e à correção.

Não deve ser diferente ao encararmos os 500 anos de separação entre os cristãos do ocidente, agora em 2018. Para os menos avisados poderia haver a interpretação de “querer festejar um erro”. Isso seria como introduzir mais material explosivo.

Para nossa alegria, a Federação Luterana Mundial teve um profícuo encontro com o Papa Francisco neste mês de outubro/2013. Nele transpareceu, a partir de ambos os lados, o desejo de expressar, neste quinto centenário, um pedido recíproco de perdão pelos males que nos impusemos mutuamente. Também seria a oportunidade para valorizar a saudade, que todos temos, pela plena unidade e comunhão.

Como a união entre todos não é, sabidamente, fruto de nosso esforço, mas é dom do Espírito Santo, devemos praticar o chamado ecumenismo espiritual. Este consiste essencialmente na oração. Juntemo-nos à oração de nosso Mestre e Senhor : “Pai,  que eles sejam um, assim como nós” (Jo 17, 11).

O caminho seguro para encontrar a fé


Havia, certa vez, um jovem universitário que não tinha fé. Ele desejava muito vencer a incredulidade e encontrar-se com Deus. Empregava todos os meios, mas não conseguia. Isso o angustiava e o tornava infeliz.

Um dia, lendo a Bíblia, ele encontrou a seguinte frase: "Aquele que ama conhece a Deus" (1Jo 4,7). Tentou então este caminho e começou a fazer o que podia pelo bem do próximo.

Logo encontrou a fé, e junto com ela o amor a Deus e a felicidade.

Foi este rapaz que disse aquela célebre frase: "Procurei a Deus, não encontrei; procurei a mim mesmo, não encontrei; procurei o próximo, encontrei os três".
Adaptação: Pe. Queiroz
www.a12.com

O dente de elefante

 

Certa vez, um senhor foi passear na África e ganhou um dente de elefante. Gostou do presente. Dali para frente, ele passou a carregar aquele objeto para onde ia, junto com a sua bagagem, com cuidado para não ser roubado, pois é puro marfim. Pensava dia e noite na segurança do seu dente de elefante.

Depois de vários dias, em um aeroporto, o homem descuidou-se e lhe roubaram o dente de elefante. Na hora, ele ficou triste. Mas depois percebeu que foi um alívio. Aquele dente de elefante estava acabando com o seu passeio.

Nós temos os nossos “dentes de elefante”. São objetos dos quais nunca precisamos, mas continuamos apegados. Que bom se tivéssemos um coração desapegado, preso somente em Deus e no desejo de fazer a sua vontade! Seríamos muito mais felizes, e também as pessoas ao nosso redor.

Os apegos a objetos inúteis fazem parte da estratégia do tentador, a fim de nos levar para o grupo dele.

Antes da Anunciação, Maria Santíssima possuía uma única riqueza: A graça de Deus. “Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo” (Lc 1,28). Mãe dos pobres, rogai por nós.
Adaptação: Pe. Queiroz
www.a12.com

domingo, 26 de janeiro de 2014

Reflexão do Evangelho de hoje Pescadores de homens

Jesus deixou Nazaré e foi morar em Cafarnaum, justamente na região de Zabulon e Neftali que no passado fora considerada pagã, para que se cumprisse a profecia de Isaias: “o povo que vivia nas trevas viu uma grande luz”… Desde então, Ele começou a cumprir a Sua missão de Salvador da humanidade anunciando o reino de Deus. No entanto, Jesus não quis fazer tudo sozinho, embora tivesse o poder do Espírito Santo para isso. E começou a chamar os Seus discípulos no meio do povo, não procurou os mestres da lei nem os entendidos. Ao mesmo tempo em que Ele exortava: “Convertei-vos, porque o reino dos céus está próximo” Ele também dizia: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens”. Jesus não se preocupou com o fato daqueles homens serem ignorantes e cheios de defeitos, mas com firmeza e convicção, os convocou para viver um tempo novo, abandonando tudo o que era velho. É assim que Ele faz até hoje, conosco também. Jesus nos chama, não porque sejamos os melhores e mais preparados, mas porque nos ama e quer nos regenerar, ao mesmo tempo em que, nos capacita a trabalhar no serviço do Seu reino. Jesus chamou os pescadores que eram homens acostumados com a busca do dia a dia, sem previsão de nada, sem planos, entregues à lida e às intempéries. Assim também é a missão de quem serve ao reino de Deus. Vai aonde Deus os manda e enfrenta todas as barreiras confiando somente Naquele que o chamou. Podemos dizer também que somos pescadores de homens e estamos a serviço do reino se nos desapegarmos das redes que nos amarram deixando-nos presos a nós mesmos e às nossas preocupações. Jesus chamou os seus discípulos, dois a dois, como para nos alertar que não podemos viver sozinhos entregues aos nossos ideais egoístas, mas precisamos uns dos outros para termos sucesso na nossa missão. Damos prova de que temos um coração convertido quando saímos de nós mesmos e buscamos salvar as almas para Jesus. – Você já aceitou o convite de Jesus? – Você acha que tem capacidade para pescar almas para Jesus? – Você ainda vive muito amarrado (a) aos seus ideais e suas preocupações? – Qual é a rede que o (a) prende e não o (a) deixa seguir a Jesus?

Evangelho de hoje - Mt 4,12-23

Evangelho - Mt 4,12-23
Foi morar em Cafarnaum, para se cumprir
o que foi dito pelo profeta Isaías.
+ Proclamaçóo do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 4,12-23
12Ao saber que João tinha sido preso,
Jesus voltou para a Galiléia.
13Deixou Nazaré e foi morar em Cafarnaum,
que fica às margens do mar da Galiléia,
14no território de Zabulon e Neftali,
para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías:
15'Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar,
região do outro lado do rio Jordão,
Galiléia dos pagãos!
16O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz
e para os que viviam na região escura da morte
brilhou uma luz.
17Daí em diante Jesus começou a pregar dizendo:
'Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo.
18Quando Jesus andava à beira do mar da Galiléia,
viu dois irmãos:
Simão, chamado Pedro, e seu irmão André.
Estavam lançando a rede ao mar, pois eram pescadores.
19Jesus disse a eles: 'Segui-me,
e eu farei de vós pescadores de homens.'
20Eles, imediatamente deixaram as redes e o seguiram.
21Caminhando um pouco mais, Jesus viu outros dois irmãos:
Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João.
Estavam na barca com seu pai Zebedeu
consertando as redes.
Jesus os chamou.
22Eles, imediatamente deixaram a barca e o pai,
e o seguiram.
23Jesus andava por toda a Galiléia,
ensinando em suas sinagogas,
pregando o Evangelho do Reino
e curando todo tipo de doença e enfermidade do povo.
Palavra da Salvação.

Vida em plenitude


"Tenho escrito a todas as Igrejas e a todas elas faço saber que morro por Deus com alegria, desde que vós não me impeçais.

Suplico-vos: não demonstreis por mim uma benevolência inoportuna.

Deixai-me ser alimento das feras; por elas pode-se alcançar a Deus.

Sou trigo de Deus, serei triturado pelos dentes das feras para tornar-me o puro pão de Cristo. Rogai a Cristo por mim, para que por este meio me torne sacrifício para Deus.

Nem as delícias do mundo nem os reinos terrestres são vantagens para mim. Mais me aproveita morrer em Cristo Jesus, do que imperar até os confins da terra. Procuro-O, a Ele que morreu por nós; quero-O, a Ele que por nossa causa ressuscitou.

Que não me entregueis ao mundo nem me fascineis com o que é material. Concedei-me, ser imitador da paixão de meu Deus"! (Santo Inácio de Antioquia).

O nosso conceito de vida é muito limitado. Quando aceitamos Jesus como Senhor de nossas vidas, experimentamos, de fato, a vida em plenitude, e a alegria passa ser a nossa companheira inseparável.

De forma que descobrimos o verdadeiro tesouro, que é Jesus, e tudo ganha um novo sentido e um novo brilho.