terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Não haverá mais nações pobres?


imagens-imagens-do-globo-terrestre-fd995f“Nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” Mt 4,4
Em matéria publicada pela “Folha de São Paulo” (21/01/2014), Bill Gates, fundador da Microsoft, afirmou em sua “Carta anual de filantropia” que: “Até 2035, não sobrará quase nenhum país pobre no mundo. Em sua previsão muito audaciosa, em pouco mais de 20 anos, quase todas as nações serão o que chamamos hoje de renda média inferior (US$ 1.036 a US$ 4.085, segundo o Banco Mundial) ou mais ricas, e haverá pouquíssimos países de baixa renda (renda per capita de US$ 1035 ou menos).
Na sua Carta anual, ele faz uma crítica aos que insistem em que “países pobres estão condenados a permanecer pobres”. “Por quase qualquer medida, o mundo está melhor do que jamais foi. As pessoas estão vivendo mais, e vivendo vidas mais saudáveis; a pobreza extrema foi reduzida pela metade nos últimos 25 anos”, ele disse. E ataca os críticos da ajuda externa: “Dizer que ajuda externa não funciona é apenas um pretexto para os políticos cortarem o orçamento de auxílio a outros países – e isso significaria que menos vidas seriam salvas”. Segundo Gates, os EUA gastam em subsídios agrícolas o dobro do que despendem em ajuda a projetos de saúde. E gastam 60 vezes mais em assuntos militares. O total de ajuda externa da Noruega, a nação mais generosa de todas, corresponde a 3% de seu orçamento. Nos EUA, é menos de 1% do orçamento.
Toda essa preocupação de Bill Gates é justa e necessária – embora muitos questionem a maneira como está sendo realizada –  lutar para por fim à pobreza e miséria é obrigação de todos. No entanto, será que basta isso? É claro que não. O homem não é apenas um ser biológico; ele tem muito mais necessidades do que apenas pão. Jesus disse que “nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”.
Infelizmente os países que hoje mais se afastam de Deus são exatamente os mais ricos, como a Holanda, Bélgica, Dinamarca, Noruega, Suíça…, onde se legaliza o aborto, a eutanásia, a contracepção generalizada, o casamento gay, e tantas outras atividades que não se coadunam com a Lei de Deus. Há muitos suicídios de jovens e velhos nesses países porque falta-lhes o sentido último da vida que só Deus pode dar. Principalmente nesses países se vê aquilo que os últimos papas disseram: “um mundo que não tem mais lugar para Deus”. É isso que queremos?
Importa sim, é claro, que se extinga toda a fome do mundo, que, como disse o Papa Francisco, “é um escândalo”, porque no mundo há alimento para todos e recursos para satisfazer as necessidades de todos, desde que aconteça o que João Paulo II chamou de “globalização da solidariedade”. Mas sem Deus, tudo isso não terá sentido; e o homem continuará vazio e deprimido porque ficaria sem o destino de sua existência: Deus. São Tomás de Aquino disse que “quanto mais o homem se afasta de Deus, mais ele experimenta o seu nada”.
Prof. Felipe Aquino

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