A Água:
A água simboliza a vida (remete-nos sobretudo ao nosso batismo, onde
renascemos para uma vida nova). Pode simbolizar também a morte (enquanto
por ela morremos para o pecado). Nesse sentido, ela é mãe e sepulcro,
de acordo com os Santos Padres. (Ver a referência litúrgica do nº 67, em
que se fala da água, nos ritos do Batismo, do Lavabo e do “asperges”).
O Fogo: O fogo ora
queima, ora aquece, ora brilha, ora purifica. Está presente na liturgia
da Vigília Pascal do Sábado Santo e nas incensações, como as brasas nos
turíbulos. O fogo pode multiplicar-se indefinidamente. Daí, sua forte
expressão simbólica. É símbolo sobretudo da ação do Espírito Santo (Cf.
Eclo 48,1; Lc 3,16; 12,49; At 2,3; 1Ts 5,19), e do próprio Deus, como
fogo devorador (Cf. Ex 24,17; Is 33,14; Hb 12,29).
A Luz: A luz brilha, em
oposição às trevas, e mesmo no plano natural é necessária à vida, como a
luz do sol. Ela mostra o caminho ao peregrino errante. A luz produz
harmonia e projeta a paz. Como o fogo, pode multiplicar-se
indefinidamente. Uma pequenina chama pode estender-se a um número
infinito de chamas e destruir, assim, a mais espessa nuvem de trevas. É o
símbolo mais expressivo do Cristo Vivo, como no Círio Pascal. A luz e,
pois, a expressão mais viva da ressurreição.
O Pão e o Vinho:
Símbolos do alimento humano. Trigo moído e uva espremida, sinais do
sacrifício da natureza, em favor dos homens. Elementos tomados por
Cristo para significarem o seu próprio sacrifício redentor.
O Incenso: Como se
falou no número 33, com sua especificidade aromática. Sua fumaça
simboliza, pois, a oração dos santos, que sobe a Deus, ora como louvor,
ora como súplica (Cf. Sl 140(141)2; Ap 8,4).
O Óleo: Temos na
liturgia os óleos dos Catecúmenos, do Crisma e dos Enfermos, usados
liturgicamente nos sacramentos do Batismo, da Crisma e da Unção dos
Enfermos. Nos três sacramentos, trata-se do gesto litúrgico da unção.
Aqui vemos que o objeto – no caso, o óleo – além de ele próprio ser um
símbolo, faz nascer uma ação, isto é, o gesto simbólico de ungir. Tal
também acontece com a água: ela supõe e cria o banho lustral, de
purificação, como nos ritos do Batismo e do “lavabo” (abluções), e do
“asperges”, este em sentido duplo: na missa, como rito penitencial, e na
Vigília do Sábado Santo, como memória pascal de nosso Batismo. A esses
gestos litúrgicos e tantos outros, podemos chamar de “símbolos rituais”.
A unção com o óleo atravessa toda a história do Antigo Testamento, na
consagração de reis, profetas e sacerdotes, e culmina no Novo
Testamento, com a unção misteriosa de Cristo, o verdadeiro Ungido de
Deus (Cf. Is 61,1; Lc 4,18). A palavra Cristo significa, pois, ungido.
No caso, o Ungido, por excelência.
As Cinzas: As cinzas,
principalmente na celebração da Quarta-Feira de Cinzas, são para nós
sinal de penitência, de humildade e de reconhecimento de nossa natureza
mortal. Mas estas mesmas cinzas estão intimamente ligadas ao Mistério
Pascal. Não nos esqueçamos de que elas são fruto das palmas do Domingo
de Ramos do ano anterior, geralmente queimadas na Quaresma, para o rito
quaresmal das cinzas.
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