O
fariseu e o publicano subiram ao templo para rezar e expunham diante de Deus os
seus corações. Aos olhos de Deus o ato de subir ao templo não é o que tem mais
valia, mas sim, o sentimento que trazemos em nós quando a Ele dirigimos as
nossas preces e a nossa adoração. O Senhor sonda os nossos corações e sabe como
somos! Assim sendo, o reconhecimento da nossa limitação e da nossa incapacidade
diante do pecado e o acolhimento da misericórdia revelada em Jesus Cristo é o
que nos justifica diante do Pai. A oração da auto louvação, isto é, da admiração
a nós mesmos (as) pelas coisas boas que fazemos ou das coisas ruins que não
praticamos é um discurso que não agrada a Deus. Ele conhece as nossas misérias,
por isso, a oração que proferirmos no silêncio será ouvida e agradável ou não
aos Seus ouvidos, na medida da nossa humildade. A ideia de humildade é muito
deturpada pela mentalidade do mundo. Alguns acham que ser humilde é se
rebaixar, deixar-se ser pisado, ficar calado (a) diante das injustiças e
deixar-se explorar. Humilde, no entanto é o homem ou a mulher que reconhecem a
sua limitação e a medida da sua capacidade. Por isso, Deus quer de nós uma
oração que parta de um coração contrito, arrependido, humilhado, penitente e
dependente do amor de Jesus para ser salvo, porque é Ele quem nos justifica
perante o Pai! O poder pertence a Jesus Cristo, a ação, é Dele e nós, somos
apenas instrumentos em Suas mãos misericordiosas. Se nos “acharmos justos (as)”
por nossa conta própria, não precisaremos de defensor, receberemos a nossa
própria justiça. Precisamos examinar se nós também não estamos fazendo como
aquele fariseu cheio de razão que olha para os publicanos ao nosso lado e os
julgamos piores do que nós! – Como é a sua oração diante de Deus? - Você
costuma se auto elogiar? - Você reconhece a medida da sua capacidade e da sua
incapacidade? -Você tem voltado para a casa justificado (a), ou não? – Você tem
feito o exame da sua consciência diante do Senhor? – Você crer que Jesus vê o
seu coração? – O que Ele acha de você?
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
sábado, 29 de março de 2014
Evangelho de hoje - Lc 18,9-14
Evangelho - Lc 18,9-14
O cobrador de impostos voltou para
casa justificado, o outro não.
casa justificado, o outro não.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 18,9-14
Naquele tempo:
9Jesus contou esta parábola
para alguns que confiavam na sua própria justiça
e desprezavam os outros:
10'Dois homens subiram ao Templo para rezar:
um era fariseu, o outro cobrador de impostos.
11O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo:
'Ó Deus, eu te agradeço
porque não sou como os outros homens,
ladrões, desonestos, adúlteros,
nem como este cobrador de impostos.
12Eu jejuo duas vezes por semana,
e dou o dízimo de toda a minha renda'.
13O cobrador de impostos, porém, ficou à distância,
e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu;
mas batia no peito, dizendo:
`Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!'
14Eu vos digo:
este último voltou para casa justificado, o outro não.
Pois quem se eleva será humilhado,
e quem se humilha será elevado.'
Palavra da Salvação.
O que significa o ‘símbolo do peixe’ para nós cristãos?
Qual é o destino do espírito daquele que é condenado ao inferno?
O
Catecismo da Igreja Católica ensina que a “pessoa humana, criada à
imagem de Deus, é um ser ao mesmo tempo corporal e espiritual” (CIC
362). Não há dúvida quanto ao significado de “corpo”. Já quanto à “alma”
o Catecismo diz que ela “muitas vezes designa na Sagrada Escritura a
vida humana ou a pessoa humana inteira. Mas designa também o que há de
mais íntimo no homem e o que há nele de maior valor, aquilo que mais
particularmente o faz ser imagem de Deus: ‘alma’ significa o princípio
espiritual no homem” (CIC 363).
Seria correto, portanto, dizer que o homem é constituído de “corpo e alma”, porém, como explicar a afirmação de São Paulo que se referiu ao homem como “corpo, alma e espírito” (conf. 1 Ts 5,23)? Novamente é o Catecismo que fornece a resposta ao dizer que ‘espírito’ significa que o homem está ordenado desde a sua criação para seu fim sobrenatural, e que sua alma é capaz de ser elevada gratuitamente à comunhão com Deus” (CIC 367).
A natureza humana surge da união profunda entre o corpo e a alma. Essa junção é tão íntima que “se deve considerar a alma como forma do corpo”, ou seja, é por causa da “alma espiritual que o corpo constituído de matéria é um corpo humano e vivo; o espírito e a matéria no homem não são duas naturezas unidas, mas a união deles forma uma única natureza” (CIC 365). À tendência do homem (corpo e alma) para Deus é que forma o espírito.
Deste modo, se o espírito é a tendência do homem para a comunhão com Deus, o Inferno é justamente não participar dessa comunhão, ou seja, é a ausência de Deus. Satanás foi criado para a comunhão com Deus e quando resolveu se fechar para ela, se autodestruiu. Esta é a realidade do Inferno, a autodestruição.
O pecado cometido e cultivado durante a vida será cristalizado no Juízo definitivo. Aquilo que se foi durante a vida é aquilo que se decidirá ser por toda a eternidade. De maneira concreta, o espírito que escolhe o Inferno, escolhe a autodestruição, escolhe a morte eterna.
O destino do espírito está nas mãos do próprio homem. Vivendo na terra uma vida em comunhão com Deus, renunciando e resistindo ao pecado – passando pela porta estreita – no momento final verá a face de Deus. Ao contrário, se durante a vida terrena voltar às costas para Deus, recusando-se a comungar e a ter parte com Ele, a aceitar e alimentar o espírito, Deus lhe fará a vontade, aceitando sua decisão. E no final, o seu espírito será assim, arrancado, apartado de Deus por toda a eternidade.
Padre Paulo Ricardo
Trecho extraído do livro: “A Resposta Católica, um pequeno manual para grandes questões”- Ed.Cléofas e Ed. Ecclesiae-p.29-30
Seria correto, portanto, dizer que o homem é constituído de “corpo e alma”, porém, como explicar a afirmação de São Paulo que se referiu ao homem como “corpo, alma e espírito” (conf. 1 Ts 5,23)? Novamente é o Catecismo que fornece a resposta ao dizer que ‘espírito’ significa que o homem está ordenado desde a sua criação para seu fim sobrenatural, e que sua alma é capaz de ser elevada gratuitamente à comunhão com Deus” (CIC 367).
A natureza humana surge da união profunda entre o corpo e a alma. Essa junção é tão íntima que “se deve considerar a alma como forma do corpo”, ou seja, é por causa da “alma espiritual que o corpo constituído de matéria é um corpo humano e vivo; o espírito e a matéria no homem não são duas naturezas unidas, mas a união deles forma uma única natureza” (CIC 365). À tendência do homem (corpo e alma) para Deus é que forma o espírito.
Deste modo, se o espírito é a tendência do homem para a comunhão com Deus, o Inferno é justamente não participar dessa comunhão, ou seja, é a ausência de Deus. Satanás foi criado para a comunhão com Deus e quando resolveu se fechar para ela, se autodestruiu. Esta é a realidade do Inferno, a autodestruição.
O pecado cometido e cultivado durante a vida será cristalizado no Juízo definitivo. Aquilo que se foi durante a vida é aquilo que se decidirá ser por toda a eternidade. De maneira concreta, o espírito que escolhe o Inferno, escolhe a autodestruição, escolhe a morte eterna.
O destino do espírito está nas mãos do próprio homem. Vivendo na terra uma vida em comunhão com Deus, renunciando e resistindo ao pecado – passando pela porta estreita – no momento final verá a face de Deus. Ao contrário, se durante a vida terrena voltar às costas para Deus, recusando-se a comungar e a ter parte com Ele, a aceitar e alimentar o espírito, Deus lhe fará a vontade, aceitando sua decisão. E no final, o seu espírito será assim, arrancado, apartado de Deus por toda a eternidade.
Padre Paulo Ricardo
Trecho extraído do livro: “A Resposta Católica, um pequeno manual para grandes questões”- Ed.Cléofas e Ed. Ecclesiae-p.29-30
A paciência na dor
“A
paciência produz uma obra perfeita”. Isso quer dizer que não existe
coisa mais agradável a Deus do que sofrer com paciência e paz todas as
cruzes por ele enviadas. É próprio do amor, fazer a pessoa que ama
semelhante à pessoa amada. Dizia São Francisco de Sales: “Todas as
chagas do Redentor são outras tantas palavras que nos ensinam como
devemos sofrer por ele. Esta é a sabedoria dos santos, sofrer
constantemente por Jesus; assim ficaremos logo santos”. Quem ama o
Salvador deseja ser como Ele, pobre, sofredor e desprezado. São João viu
todos os santos vestidos de branco, segurando palmas nas mãos. A palma é
um símbolo de martírio; mas nem todos os santos foram martirizados. Por
que então todos seguram palmas?
Responde São Gregório que todos os
santos foram mártires ou pela espada ou pela paciência. E acrescenta:
“Nós podemos ser mártires sem a espada, se guardarmos a paciência”.
O mérito de uma pessoa que ama Jesus
Cristo consiste em amar e sofrer. Eis o que Deus fez Santa Teresa
entender: “Pensa, minha filha, que o mérito consiste no gozar? Não, o
mérito consiste em sofrer e amar. Veja minha vida cheia de dores.
Acredite, minha filha, aquele que é mais amado por meu Pai recebe dele
cruzes maiores; ao sofrimento corresponde o amor. Veja estas minhas chagas,
as suas dores nunca chegarão a tanto. Pensar que meu Pai admite alguém
na sua amizade sem o sofrimento é um absurdo…Mas acrescenta Santa
Teresa: “Deus não manda nenhum sofrimento sem pagá-lo imediatamente com
algum favor”.
São três as principais graças que Jesus
faz às pessoas amadas por ele: a primeira, não pecar; a segunda, que é
maior, o fazer boas obras; a terceira, que é a maior de todas, sofrer a
por seu amor. Dizia Santa Teresa, que quando alguém faz algum bem a
Deus, o Senhor lhe paga com alguma cruz. Eis porque os santos agradeciam
a Deus ao receberem os sofrimentos.
São Luís, Rei da França, falando da
escravidão que sofreu na Turquia, diz: “Eu me alegro e fico muito
agradecido a Deus mais pela paciência que me concedeu na minha prisão do
que se tivesse conquistado a terra inteira”. Sana Isabel, rainha da
Hungria, tendo perdido seu esposo, foi expulsa do lugar onde morava com
seu filho. Sem abrigo e abandonada por todos, dirigiu-se a um convento
dos franciscanos e mandou cantar um hino de ação de graças a Deus pelo
favor que ele lhe concedia ao fazê-la sofrer por seu amor.
São Afonso Maria de Ligório
LIGÓRIO, S. Afonso Maria. A prática do
amor a Jesus Cristo. Trad. Pe.Gervásio Fábri dos Anjos, C.SS.R. Ed.
Santuário: Aparecida/SP,1982,p.59-60.
Namoro, tempo de conhecer e escolher
Quando
você vai comprar um sapato ou um vestido, não leva para casa o primeiro
que experimenta, é claro. Você escolhe, escolhe (…), até gostar da cor,
do modelo, do preço, e servir bem nos seus pés ou no seu corpo. Se você
escolhe com tanto cuidado um simples sapato, uma calça, quanto mais
cuidado você precisa ter ao escolher a pessoa que deve viver ao seu lado
para sempre!
Talvez você possa um dia mudar de casa, mudar de profissão, mudar de cidade, mas não poderá trocar de esposa ou de marido.É claro que você não vai escolher a futura esposa, ou o futuro marido, como se escolhe um sapato. Já dizia o poeta que “com gente é diferente”. Mas, no fundo será também uma criteriosa escolha.
Se você quiser levar para casa o primeiro par de sapatos que você calçou, só porque o preço é bom, pode ser que você se arrependa depois quando perceber que não era de couro legítimo, mas sintético.
Se você escolher namorar aquela garota, só porque ela é “fácil”, pode ser que você chore depois se ela o deixar por outro, fazendo o seu coração sangrar.
Se você decidir levar aquele par de sapatos, só porque é bonito e está na moda, mesmo que aperte um pouco os seus pés, pode ser que depois você volte do baile com ele nas mãos porque não o aguenta mais nos pés.
Se você escolher aquele rapaz só porque ele é um “gato”, pode ser que amanhã ele faça você chorar quando se cansar de você.
O namoro é este belo tempo de saudável relacionamento entre os jovens, onde, conhecendo-se mutuamente, eles vão se descobrindo e fazendo “a grande escolha”.
Já ouvi alguém dizer,erradamente, que “o casamento é um tiro no escuro” ; isto é, não se sabe onde vai acertar; não se sabe se vai dar certo.
Isto acontece quando não há preparação para a união definitiva, quando não se leva a sério o amor pelo outro.
A preparação para o seu casamento começa no namoro, quando você conhece o outro e verifica se há afinidade dele com você e com os seus valores.
O casamento só é um “tiro no escuro”, para aqueles que se casaram sem se conhecer, porque, então, namoraram mal.
Se o seu namoro for sério, seu casamento não será um tiro no escuro, e nem uma roleta da sorte.
O seu casamento vai começar num namoro.
É claro que a primeira exigência tem que ser a reta intenção sua e do outro, mesmo que ninguém esteja pensando ainda em noivado.
Não brinque com o namoro, não faça dele apenas um passa – tempo, ou uma “gostosa” aventura; você estaria brincando com a sua vida e com a vida do outro.
Só comece a namorar quando você souber porque vai namorar.
Mais importante do que a idade para começar a namorar, 15 anos, 17 anos, 22 anos, é a sua maturidade.
A idade em que você deve começar a namorar é aquela na qual você já pensa no casamento, com seriedade, mesmo que ele esteja ainda longe.
Para que você possa fazer bem uma escolha, é preciso que saiba antes o que você quer. Sem isto a escolha fica difícil.
Não é verdade que quando você sai para comprar um sapato, já sabe qual é a cor que prefere, o modelo e o preço adequado ao seu bolso?
Que tipo de rapaz você quer?
Que qualidades a sua namorada deve ter?
O que você espera dele ou dela?
Esta premissa é fundamental.
Se você não sabe o que quer, acaba levando qualquer um … só porque caiu na sua frente.
Os valores do seu namorado devem ser os mesmos valores seus, senão, não haverá encontro de almas.
Se você é religiosa e quer viver segundo a Lei de Deus, como namorar um rapaz que não quer nada disso?
É preciso ser coerente com você.
Não basta que o sapato seja bonito, tem que servir nos seus pés.
Se você tem uma boa família, seus pais se amam, seus irmãos estão juntos, então será difícil construir a vida com alguém que não tem um lar e não dá importância para o valor da família.
Quem não experimentou o calor de um lar não sabe dar valor para a família. Será difícil construir uma família junto com alguém que não entende a sua importância.
As leis de Deus e da Igreja são exigentes e determinam o nosso comportamento. Será impossível vivê-las se o outro não os aceita.
Tenho encontrado muitos casais de namorados e de casados que vivem uma dicotomia nas suas vidas religiosas; e isto é motivo de desentendimento entre eles.
Há jovens que pensam assim: “eu sou religiosa e ele não; mas, com o tempo eu o levo para Deus”.
Isto não é impossível; e tenho visto acontecer muitas vezes. No entanto, não é fácil. E a conversão da pessoa não basta que seja aparente e superficial; há que ser profunda, para que possa satisfazer os seus anseios religiosos.
Não se esqueça que a religião é um fator determinante na educação dos filhos, para aqueles que a prezam.
Não tenho dúvida de dizer a você que não renuncie aos seus valores na escolha do outro.
Se é lícito você tentar adequar-se às exigências do outro, por outro lado, não é lícito você matar os seus valores essenciais para não perdê-lo.
Não sacrifique o que você é, para conquistar alguém.
Há coisas secundárias dos quais podemos abdicar, sem comprometer a estrutura básica da vida, mas há valores essenciais que não podem ser sacrificados.
Você poderá aceitar uma vida mais simples e mais pobre do que aquela que você tinha na sua família, ou poderá viver numa outra cidade que não é a que você gostaria, etc.
São preferências periféricas, que são superadas pelo amor que o outro dedica a você. Mas aquilo que é essencial, não pode ser abdicado.
Já vi muitas moças cristãs aceitarem um namoro com alguém divorciado, por medo de ficarem sós. É melhor ficar só, do que violar a Lei de Deus; pois ninguém pode ser plenamente feliz se não cumpre a vontade d’Aquele que nos criou.
Portanto, saiba o que você quer, e saiba conquistá-lo sem se render. Não se faça de cego, nem de surdo, e nem de desentendido.
Para que você possa chegar um dia ao altar, você terá que escolher a pessoa amada; e, para isto é fundamental conhecê-la.
O namoro é o tempo de conhecer o outro. Mais por dentro do que por fora.
E para conhecer o outro é preciso que ele “se revele”, se mostre. A recíproca é verdadeira.
Saiba que cada um de vocês é um mistério, desconhecido para o outro. E o namoro é o tempo de revelar ( tirar o véu) esse mistério.
Cada um veio de uma família diferente, recebeu valores próprios dos pais, foi educado de maneira diferente e viveu experiências próprias, cultivando hábitos e valores distintos.
Tudo isto vai ter que ser posto em comum, reciprocamente, para que cada um conheça a “história ” do outro. Há que revelar o mistério!
Se você não se revelar, ele não vai conhecê-la, pois este mistério que é você, é como uma caixa bem fechada e que só tem chave por dentro.
É a sua intimidade que vai ser mostrada ao outro, nos limites e na proporção que o relacionamento for aumentando e se firmando.
É claro que você não vai mostrar ao seu namorado, no primeiro dia de namoro, todos os seus defeitos.
Isto será feito devagar, na medida que o amor entre ambos se fortalecer.
Mas há algo muito importante nesta revelação própria de cada um ao outro: é a verdade e a autenticidade.
Seja autêntico, e não minta.
Seja aquilo que você é, sem disfarces e fingimentos mostre ao outro, lentamente, a sua realidade.
Não faça jamais como aquele rapaz que, querendo conquistar uma bela garota, garantiu-lhe que o pai tinha um belo carro importado…; mas quando ela foi conferir havia só um velho fusca na garagem.
A mentira destrói tudo, e principalmente o relacionamento.
Mas para que você faça uma boa comunicação de você mesmo é preciso que tenha autocrítica e auto aceitação. Só depois é que você pode se revelar claramente. É preciso coragem para fazer esta auto análise e se conhecer, para se revelar.
Não tenha vergonha da sua realidade, dos seus pais, da sua casa, dos seus irmãos, etc.
Se o outro não aceitar a sua realidade, e deixá-lo por causa dela, fique tranquilo, esta pessoa não era para você, não o amava.
Uma qualidade essencial do verdadeiro amor é aceitar a realidade do outro.
O amor pelo outro cresce na medida que você o conhece melhor. Não se ama alguém que não se conhece.
Não fique cego diante do outro por causa do brilho da sua beleza, da sua posição social ou do seu dinheiro. Isto impediria você de conhecê-lo interiormente e verdadeiramente.
Lembre-se de uma coisa, aquilo que dizia Saint Exupéry: “o importante é invisível aos olhos”. “Só se vê bem com o coração”. São Paulo nos lembra que o que é material é terreno e passageiro, mas o que é espiritual é eterno.
Tudo o que você vê e toca pode ser destruído pelo tempo, mas o que é invisível aos olhos está apegado ao ser da pessoa e nada pode destruir. Esse é o seu verdadeiro valor.
O carro que ele tem hoje, amanhã pode não ter mais.
A beleza do corpo dela hoje, amanhã não existirá mais quando o tempo passar, os filhos crescerem…
Mas aquilo que está no “ser” dele ou dela, ficará sempre, e é isto que dará estabilidade ao casamento e garantirá a felicidade duradoura de você, da família e dos filhos.
Portanto, conheça a “história” e o “coração” da pessoa que está hoje ao seu lado. Quem ele é?
Logo que a criança entra na escola e aprende a ler, já começa a estudar a história do Brasil.
É para que ela conheça o Brasil; e conhecendo-o, compreenda-o, ame-o, ajude-o…
O mesmo se dá entre as pessoas.
Quando você mergulha na história do outro, conhece os seus dramas e os fatos que a determinaram, então você o compreende melhor e tem mais motivações para compreendê-lo, tem mais paciência para ouvi-lo, perdoá-lo e ajudá-lo.
Aí está o segredo de um relacionamento profundo e que propicia um conhecimento interior adequado de ambas as partes.
E aqui você percebe porque é importante que o relacionamento seja maduro; cada um vai expor ao outro o seu coração, as suas reservas mais secretas.
É por isso que o namoro não pode ser uma brincadeira sem qualquer responsabilidade.
Você precisa saber guardar as confidências do outro, mesmo amanhã se o namoro terminar.
Há coisas que temos de ter a grandeza de levar para o túmulo conosco, sem revelar a ninguém.
Quando alguém abre-lhe o coração está depositando toda a confiança em você, e espera não ser traído.
Portanto, cuidado com o que você conta a terceiros sobre o seu namoro; nem tudo poderá ser contado aos outros.
Você não gostaria que ele revelasse aos outros as sua confidências, então não revele as confidências dele.
Jesus nos manda não fazer aos outros aquilo que não queremos que seja feito conosco. É uma regra de ouro.
Quando conhecemos o interior de uma caverna vemos coisas belas, mas outras assustadoras. Há belos lagos escondidos, com águas cristalinas, e formações calcáreas bonitas; mas há também cantos escuros com morcegos e outros bichos. Nem por isso a caverna deixa de ser atraente e rica.
Da mesma forma a pessoa que está a seu lado. No seu interior há belas passagens, mas pode haver também recantos escuros. Saiba valorizar o que há de belo no interior da pessoa, antes de deter-se nos seus pontos escuros.
Saiba ver no outro, primeiro o que ele tem de bom, e só depois encare o seu lado difícil. Saiba elogiar e fazer crescer o que há de bom, e cure com carinho as feridas que precisam ser tratadas.
Isto mostra-nos que não há o chamado “amor a primeira vista”.
O amor não é um ato de um momento, mas se constrói “a cada momento”. Não se pode conhecer uma pessoa “à primeira vista”, é preciso todo um relacionamento.
Só o tempo poderá mostrar se um namoro deve continuar ou terminar, quando cada um poderá conhecer o interior do outro, e então, puder avaliar se há nele as exigências fundamentais que você fixou.
Um indício de que o relacionamento começou bem é a ausência de brigas e desentendimentos, por pequenas coisas sobretudo.
Se nesta fase feliz do namoro, onde as preocupações de cada um são poucas, já existem muitas brigas, creio que isto seja um sinal de que a coisa não vai bem.
Não há que se ter escrúpulos para terminar um namoro; basta que haja sinceridade e delicadeza para que o seu término não deixe feridas em cada um.
Eis aqui uma questão importante; você não pode criar uma esperança vazia no outro, levá-lo às alturas nos seus sonhos, e depois, de repente, jogar tudo no chão. Seria uma covardia!
Não brinque com os sentimentos e com a vida do outro, da mesma forma que você não quer que faça assim com a sua. Não alimente no outro esperança falsa.
É válido tentar prolongar um pouco aquele namoro difícil, para tentar ainda um discernimento melhor; mas você não deve iludir o outro nem um dia a mais, se chegou à conclusão que não é com esta pessoa que você vai poder construir uma vida a dois.
É melhor ter a coragem de terminar hoje um namoro que não vai bem, do que chorar amanhã por ter perdido o tempo em um relacionamento infrutuoso.
O tempo de namoro é também o tempo de conhecer a família do outro.
Conhecer a família é imprescindível para você conhecer a história da pessoa, já que ela é seu fruto.
Em todas as famílias há valores próprios, denominadores comuns, frutos da cultura familiar e da educação, isto que o povo chama de “berço”. Ali você encontrará valores e desvalores; e saiba que o seu namorado vai trazê-los para o relacionamento com você.
Isto é certo. Portanto, para conhecer bem e poder escolher bem, você terá que olhar “de olhos abertos” a realidade familiar do outro que se põe diante de você; não para discriminar, mas para conhecer.
É um grave engano pensar que você vai namorar, e quem sabe casar-se com ele ou com ela, e não com a sua família; e que portanto, a sua família não importa.
A voz do sangue fala muito forte em todos nós; e, se não soubermos lidar com ela, muitos estragos podem acontecer.
Não se assuste com aquilo que você não gostar na família dele; aceite a sua realidade, e não a condene. Saiba discernir com sabedoria e coragem se nesta realidade que você encontrou há aqueles valores mínimos que você já fixou para a sua vida.
Não feche os olhos para a realidade da família do outro, para que você possa conhecê-lo. Saiba que nunca você vai encontrar uma família ideal, mas procure conhecê-la, para conhecer quem está com você.
Conhecendo a família dele você vai conhecer muito daquilo que está no seu interior.
Toda família tem uma série de valores e também de problemas.
Você terá que avaliar também isto para chegar ao discernimento sobre o seu namoro.
Não se trata de “julgar” a família do outro, e muito menos de menosprezá-la; mas você tem o direito de construir a sua vida e a sua família sobre valores que lhe são caros.
É verdade que mesmo de famílias complicadas, e às vezes até destruídas, podem sair belas criaturas, mas saiba que isto não é a regra geral.
O normal é que as pessoas bem formadas estejam nas famílias que se prezam.
Tudo isto é importante para que o seu casamento, no futuro, não seja “um tiro no escuro”.
O importante é ter os olhos abertos e não se fazer de cego. O coração não pode cegar o espírito.
Não deixe de ouvir a opinião de seus pais.
Muitos namoros e casamentos foram mal porque os jovens não quiseram ouvir os pais. Eles são experientes, e amam você, de verdade. Não se faça de surdo às suas advertências. Eles conhecem os perigos da vida muito melhor do que você.
Para você meditar: Seja!
Se você não puder ser um pinheiro no topo de uma colina,
Seja um arbusto no vale.
Mas seja o melhor arbusto à margem do regato.Seja um ramo, se não puder ser uma árvore.
Se não puder ser um ramo, seja um pouco de relva
E dê alegria a algum caminho.
Se você não puder ser almíscar, seja então apenas uma tília.
Mas a tília mais viva do lago !
Não podemos ser todos capitães; temos de ser tripulação.
Há alguma coisa para todos nós aqui.
Há grandes obras e outras menores a realizar,
E é a próxima tarefa que devemos empreender.
Se você não puder ser uma estrada, seja uma senda.
Se não puder ser o sol, seja uma estrela.
Não é pelo tamanho que terá êxito ou fracasso.
Mas seja o melhor do que quer que você seja! (Douglas Malloch)
Texto extraído do Livro: Namoro – Prof Felipe Aquino
Deus é responsável pelo Big Bang!
O
Papa Bento disse certa vez que: “A mente de Deus esteve por trás de
teorias científicas complexas como a do Big Bang, e os cristãos devem
rejeitar a ideia de que o Universo tenha surgido por acaso”(1).
A hipótese mais aceita na atualidade pelos cientistas considera que o
Universo foi formado há cerca de 13,8 bilhões de anos a partir de uma
grande explosão, o Big Bang.Poucos sabem, mas foi um padre, Georges Lemaître (1894-1966), quem propôs a teoria do Big Bang. Em 1927, baseando-se em cálculos da recente teoria da relatividade geral, o jesuíta belga enfrentou Einstein e a comunidade científica da época para propor seu modelo cosmológico. A Igreja católica não vê problemas de incompatibilidade entre o Big Bang e o relato bíblico.
Lemaître teve muita audácia para divulgar seu modelo. A comunidade científica no início do século XX acreditava num universo estacionário, ou seja, parado e sempre do mesmo tamanho. Conforme o modelo cosmológico newtoniano. O próprio Einstein acreditava nisso e diminuiu o trabalho de Lemaître dizendo que “seus cálculos estão corretos, mas seu conhecimento de física é abominável”. Entretanto em 1929, o astrofísico americano Edwin Hubble provou observacionalmente que as galáxias estavam todas se afastando umas das outras. Exatamente como o jesuíta havia previsto, por meios teóricos, apenas dois anos antes. Esta prova era contundente e o sábio físico alemão voltou atrás. Einstein e Lemaître proferiram várias palestras juntos e numa delas, de pé depois de aplaudir, Einstein disse que aquela era “a mais bela e satisfatória explicação da criação” que ele já ouvira. Em 1936, o Papa Pio XI o indicou para a Pontifícia Academia de Ciências. E em 1960, recebeu do Papa João XXIII o título de Monsenhor.
Com a descoberta do bóson de Higgs, foi encontrada a última sub partícula que faltava para confirmar a descoberta do padre Lemaître. Agora foi publicada uma fotografia fornecida pela Universidade de Harvard, datada de (31/03/2007), mostra o telescópio BICEP2 (em primeiro plano), no pólo sul, onde uma equipe de cientistas dos Estados Unidos detectou, pela primeira vez, através deste telescópio, as “ondas gravitacionais primordiais” que foram geradas após a criação do universo com o Big Bang. Essa descoberta espetacular foi anunciada nesta segunda-feira (17/03/2014) pelo Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, em Massachusetts, nos EUA. Isto confirma o Big Bang; mas, os cientistas agora sabem que não foi uma super explosão, mas uma super expansão. (Big Spansion)
A teoria do padre Lemaître prevê que o universo surgiu da expansão de um átomo primordial, infinitamente pequeno, quente e denso. Os físicos acreditam que antes do Big Bang não faz sentido falar na noção de tempo e nem de espaço. Depois dele, o cronômetro começou a correr e o universo a se expandir, crescendo sempre e sempre.
As mais importantes são a radiação cósmica de fundo, a quantidade de hidrogênio e hélio detectáveis hoje e o acordo entre as idades das estrelas mais velhas e a prevista para o universo pelo Big Bang, 14 bilhões de anos.
O cientista britânico Stephen Hawking disse (18/03/2014) que a detecção das ondas gravitacionais geradas depois da criação do Universo pelo Big Bang é “outra confirmação da expansão” cósmica.
Em suas declarações, Hawking ressaltou que a expansão pode gerar “ondas gravitacionais”, algo que foi confirmado agora por cientistas da Universidade americana de Harvard.
Agora fica uma pergunta: Como é possível o universo “nascer” de um átomo de tamanho infinitamente pequeno com uma massa imensa e temperatura descomunal, acima de bilhões de graus centígrados? Quem gerou essa matéria ultra comprimida de dimensão ínfima que se expandiu numa nuvem de energia e partículas elementares, aquecidas a uma temperatura inimaginável?. Dentro desta massa havia apenas fótons e nêutrons comprimidos de modo tal que um litro dessa matéria pesaria bilhões de toneladas e tinha a temperatura de 1015 (= 1.000.000.000.000.000 – quintilhões ) graus.
Apenas um centésimo de segundo (0,01s) após essa grande explosão, a temperatura descera a 300 bilhões de graus; os fótons e os nêutrons se condensaram em elétrons e núcleos, dando origem a uma massa de hidrogênio incandescente, que aos poucos foi se condensando em galáxias de estrelas. No interior das estrelas, a cerca de 20 milhões de graus, esse hidrogênio foi se transformando em hélio, num processo de combustão que liberava enormes quantidades de energia. Em seguida, num complexo processo de evolução química, esse hélio se converteu em outros elementos (oxigênio, carbono, nitrogênio, ferro…), que se encontram nas estrelas.
Bento XVI tem razão: Deus estava atrás do Big Bang; ou melhor, da Big Spansion.
(1)http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe0701201104.htm
Prof. Felipe Aquino
sexta-feira, 28 de março de 2014
Reflexão do Evangelho de hoje Qual o primeiro de todos os mandamentos?
A religião tem suas
exigências. É preciso, porém, ter bom senso para não atribuir a Deus exigências
humanas muitas vezes sem relevância. Assim como existem pessoas cuja tendência
é minimizar as exigências religiosas, existem outras que tendem para o exagero.
Ambas as posturas são incorretas, e não colaboram para um experiência religiosa
sadia.
No tempo de Jesus, havia uma ala do judaísmo tendente ao exagero, a ponto de reduzir a fé a um complexo de leis e mandamentos, de difícil execução. Será que Deus quer transformar nossa vida num infindável pode/não pode, deve/não deve, é permitido/é proibido? Uma religião assim vivida torna-se empobrecedora, porque torna o indivíduo escravo da Lei, sem tempo para relacionar-se com Deus de maneira prazerosa e alegre.
A fé pregada por Jesus apóia-se em dois pilares: o amor a Deus e o amor ao próximo. Isto é o essencial. Tudo o mais é complemento, e pode ser relativizado. Quem ama a Deus, recusa toda forma de idolatria, não aceitando ser subjugado por nenhum outro Absoluto fora dele. Quem ama o próximo, põe freios ao seu egoísmo, de modo a jamais desejar-lhe o mal, ou a fazer algo que possa prejudicá-lo.
Portanto, a única exigência da religião de Jesus é que a pessoa não coloque a si mesma como centro, e sim, Deus e o amor ao próximo.
Oração
Espírito de equilíbrio, que eu encontre, no amor a Deus e ao próximo, o eixo de minha prática religiosa, sem desviar-me para o exagero nem para a lassidão.
No tempo de Jesus, havia uma ala do judaísmo tendente ao exagero, a ponto de reduzir a fé a um complexo de leis e mandamentos, de difícil execução. Será que Deus quer transformar nossa vida num infindável pode/não pode, deve/não deve, é permitido/é proibido? Uma religião assim vivida torna-se empobrecedora, porque torna o indivíduo escravo da Lei, sem tempo para relacionar-se com Deus de maneira prazerosa e alegre.
A fé pregada por Jesus apóia-se em dois pilares: o amor a Deus e o amor ao próximo. Isto é o essencial. Tudo o mais é complemento, e pode ser relativizado. Quem ama a Deus, recusa toda forma de idolatria, não aceitando ser subjugado por nenhum outro Absoluto fora dele. Quem ama o próximo, põe freios ao seu egoísmo, de modo a jamais desejar-lhe o mal, ou a fazer algo que possa prejudicá-lo.
Portanto, a única exigência da religião de Jesus é que a pessoa não coloque a si mesma como centro, e sim, Deus e o amor ao próximo.
Oração
Espírito de equilíbrio, que eu encontre, no amor a Deus e ao próximo, o eixo de minha prática religiosa, sem desviar-me para o exagero nem para a lassidão.
Evangelho de hoje - Mc 12,28b-34
Evangelho - Mc 12,28b-34
Amarás o Senhor teu Deus.
Amarás o teu próximo.
Amarás o teu próximo.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo escrito por Marcos 12,28b-34
Naquele tempo: 28bUm mestre da Lei, aproximou-se de Jesus e perguntou: 'Qual é o primeiro de todos os mandamentos?' 29Jesus respondeu: 'O primeiro é este: Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. 30Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força! 31O segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo! Não existe outro mandamento maior do que estes'. 32O mestre da Lei disse a Jesus: 'Muito bem, Mestre! Na verdade, é como disseste: Ele é o único Deus e não existe outro além dele. 33Amá-lo de todo o coração, de toda a mente, e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo é melhor do que todos os holocaustos e sacrifícios'. 34Jesus viu que ele tinha respondido com inteligência, e disse: 'Tu não estás longe do Reino de Deus'. E ninguém mais tinha coragem de fazer perguntas a Jesus. Palavra da Salvação.
Exercita-te na piedade – EB
Certa vez o
Apóstolo São Paulo recomendou a seu jovem discípulo Timóteo:
“Exercita-te na piedade” (1Tm 4,7). Estes dizeres têm mais densidade do
que à primeira vista parecem ter.
Gýmnaze
seautòn pròs eusébeian. O verbo grego gýmnaze lembra a ginástica, o
exercício físico, o atletismo, que São Paulo mais de uma vez evoca para
ilustrar o que seja o treinamento espiritual do cristão (cf. 2Tm 2, 4). A
ginástica era, para os gregos, cultores da estética, um exercício
típico e compendioso, que implicava o cultivo das artes ou da técnica e
uma certa sabedoria…; em suma, era tida como indispensável à saúde do
corpo e à grandeza humana do indivíduo. Os gregos chegavam a atribuir ao
exercício físico um significado religioso: teria sido inventado pelos
deuses, de modo que os jogos atléticos na Ásia Menor (Turquia de hoje)
eram considerados cerimônias religiosas; a violação das regras do
esporte era tratada como sacrilégio.
O Apóstolo
exorta Timóteo à “ginástica” depois de lhe dizer que rejeite as fábulas
ímpias de pessoas caducas. O discípulo, portanto, não se deixará levar
pelo delírio e a caducidade de doutrinas levianas, mas há de manter a
forma… não no plano físico, e sim da eusébeia ou da piedade. Este é
outro vocábulo caro a São Paulo, que o utiliza dez vezes nas epístolas
pastorais (1/2Tm, Tt): significa mais do que a prontidão à oração;
designa, sim, o crescer na intimidade com Deus, a familiaridade com o
“mistério da piedade” (1Tm 3, 16). Frente aos erros que ameaçavam a
Igreja quando o Apóstolo escrevia a Timóteo, o treinamento na
familiaridade com Deus seria a salvaguardada e a defesa dos discípulos.
Corroborando
a exortação. O Apóstolo continua: “O exercício (gymnasía) corporal é
útil a pouca coisa” (1Tm 4,8). Com efeito; o Apóstolo reconhece os
enormes sacrifícios que faz um atleta para desenvolver a musculatura e
desempenhar-se galhardamente na corrida e no pugilato (cf. 1Cor 9,
25-27); mas verifica quão exíguos são os frutos de tal treinamento: a
coroa a ser conquistada é perecível, os aplausos humanos são efêmeros, o
corpo estará sempre sujeito à moléstia e à morte. Ao contrário, a
eusébeia produz frutos preciosos: “é proveitosa a tudo, pois contém a
promessa da vida presente e da futura” (1Tm 4,8).
É com
estas palavras do Apóstolo ante os olhos que iniciamos um novo ano (…).
Novo ano que não significará envelhecimento, mas, ao contrário, um
vigoroso rejuvenescer, se, no decorrer dos seus doze meses, soubermos
exercitar a piedade, a procura incessante de Deus e dos valores
definitivos; o treinamento espiritual há de ser fonte de fortaleza na
vida presente e penhor de inextinguível alegria na futura!
Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”
D. Estevão Bettencourt, osb
Nº 332 – Ano 1990 – p. 1
D. Estevão Bettencourt, osb
Nº 332 – Ano 1990 – p. 1
Como ler a Bíblia?
Devemos
compreender que a Bíblia é a Palavra de Deus escrita para os homens e
pelos homens; logo, ela apresenta duas faces: a divina e a humana. Logo,
para poder interpretá-la bem é necessário o reconhecimento da sua face
humana, para depois, compreender a sua mensagem divina.
Não se pode interpretar a Sagrada
Escritura só em nome da “mística”, pois muitas vezes podemos ser levados
por ideias religiosas pré-concebidas, ou mesmo podemos cair no
subjetivismo.
Por outro lado, não se pode querer usar
apenas os critérios científicos (linguística, arqueologia, história,…); é
necessário, após o exame científico do texto, buscar o sentido
teológico.
A Bíblia não é um livro caído do céu,
ela não foi ditada mecanicamente por Deus e escrita pelo autor bíblico
(= hagiógrafo), mas é um Livro que passou pela mente de judeus e gregos,
numa faixa de tempo que vai do século XIV a.C. ao século I d.C. E por
causa disto é necessário usar uma tradução feita a partir de originais e
com seguros critérios científicos.
Os escritos bíblicos foram inspirados a
certos homens; isto é, o Espírito Santo iluminou a mente do hagiógrafo a
fim de que ele, com sua cultura religiosa e profana, pudesse transmitir
uma mensagem fiel à vontade de Deus. A Bíblia é portanto um livro
humano-divino, todo de Deus e todo do homem, transmite o pensamento de
Deus, mas de forma humana. É como o Verbo encarnado, Deus e homem
verdadeiro. É importante dizer que a inspiração bíblica é estritamente
religiosa; isto é, não devemos querer buscar verdades científicas na
Bíblia, mas verdades religiosas, que ultrapassam a razão humana: o plano
da salvação do mundo, a sua criação, o sentido do homem, do trabalho,
da vida, da morte, etc.
Não há oposição entre a Bíblia e as ciências naturais, ao contrário,
os exegetas (estudiosos da Bíblia) usam das línguas antigas, da
história, da arqueologia e outras ciências para poderem compreender
melhor o que os autores sagrados quiseram nos transmitir.
Mas é preciso ficar claro que a
revelação de Deus através da Bíblia não tem uma garantia científica de
tudo o que nela está escrito. É inútil pedir à Bíblia uma explicação dos
seis dias da criação, ou da maneira como podiam falar os animais, como
no caso da jumenta de Balaão. Esses fatos não são revelações, mas
tradições que o autor sagrado usou para se expressar.
A própria história contida na Bíblia não
deve ser tomada como científica. O que importa é a “verdade religiosa”
que Deus quis revelar, e que às vezes é apresentada embutida em uma
parábola, ou outra figura de linguagem.
O mais importante é entender que a verdadeira leitura bíblica deve sempre ter em vista a finalidade principal de toda a Sagrada Escritura
que é a de anunciar Jesus Cristo e dar testemunho de sua pessoa. Para
aqueles que viviam no Antigo Testamento, se tratava apenas de um
Salvador desconhecido, que viria. Mas para nós, se trata do Salvador que
“habitou no meio de nós”, e que ressuscitado está no meio de nós até o
fim dos tempos, quando voltará visível e glorioso para encerrar a
história.
Por ser Palavra de Deus, a Bíblia nunca
envelhece, nem caduca; ela fala-nos hoje como para além dos séculos.
Cristo é o centro da Sagrada Escritura. O Antigo Testamento o anuncia em
figuras e na esperança; o Novo Testamento o apresenta como modelo vivo.
O Catecismo nos ensina que “Deus, na
condescendência de sua bondade, para revelar-se aos homens, fala-lhes em
palavras humanas” (§101).
“Através de todas as palavras da Sagrada
Escritura, Deus pronuncia uma só Palavra, seu Verbo único, no qual se
expressa por inteiro” (§102).
“Com efeito, as palavras de Deus,
expressas por linguagem humana, tal como outrora o Verbo do Pai Eterno,
havendo assumido a carne da fraqueza humana, se fez semelhante aos
homens” (DV,13).
Santo Agostinho ensinava que:
“É uma mesma Palavra de Deus que se ouve
em todas as Escrituras, é um mesmo Verbo que ressoa na boca de todos os
escritores sagrados, ele que, sendo no início Deus, junto de Deus, não
tem necessidade de sílabas, por não estar submetido ao tempo”(Sl
103,4,1).
Somente as palavras originais com as
quais a Bíblia foi escrita (hebraico, aramaico e grego) foram
inspiradas; as traduções não gozam do mesmo carisma da inspiração; é por
isso que a Igreja sempre teve muito cuidado com as traduções, pois
podem conter algum sentido que não foi da vontade do autor e de Deus.
As traduções devem ser fiéis aos originais; e isto não é fácil.
Prof. Felipe Aquino
Retirado do livro: “Escola da Fé- Vol. 2 – As Sagradas Escrituras”
O que está por trás da cultura da tatuagem e do piercing?
O
quinto mandamento da lei de Deus versa sobre o “não matarás”. Além do
entendimento óbvio de que não se deve tirar a vida de outrem, esse
mandamento fala também sobre a necessidade de se respeitar a vida humana
em todas as suas formas.
O Catecismo da Igreja Católica agrega nesse tópico as instruções
sobre a legítima defesa, o homicídio voluntário, o aborto, a eutanásia, o
suicídio. Fala também sobre o respeito que se deve ter pela alma do
outro, evitando o escândalo, sobre o posicionamento acerca das pesquisas
científicas, o respeito à integridade corporal, aos mortos, etc. É um
capítulo extenso que abarca tudo que se refere à vida humana.É neste mesmo capítulo, portanto, que se encontra o pensamento da Igreja sobre o respeito à saúde. Ele diz que “a vida e a saúde física são bens preciosos doados por Deus. Devemos cuidar delas com equilíbrio, levando em conta as necessidades alheias e o bem comum”. Ora:
“Se a moral apela para o respeito à vida corporal, não faz desta um valor absoluto, insurgindo-se contra uma concepção neopagã que tende a promover o culto ao corpo, a tudo sacrificar-lhe, a idolatrar a perfeição física e o êxito esportivo. Em razão da escolha seletiva que faz entre os fortes e os fracos, tal concepção pode conduzir à perversão das relações humanas.” (CIC, §2288-§2289)
“A perversão das relações humanas” é o que claramente se vê nos tempos atuais. Recordando-se que o pecado original introduziu na humanidade uma espécie de idolatria na maneira de amar, desvirtuando-a, observa-se que esta idolatria produz uma tendência de senhor/escravo. Quando essa dicotomia cresce sem controle torna-se o chamado sadomasoquismo, no qual o ‘senhor’ sente prazer em provocar dor e mutilação no ‘escravo’, que, por sua vez, se compraz em ser propriedade de alguém e em ser mutilado. É justamente essa a cultura que está na base do ‘piercing’.
O Catecismo é cristalino ao dizer que “fora das indicações médicas de ordem estritamente terapêutica, as amputações, mutilações ou esterilizações diretamente voluntárias de pessoas inocentes são contrárias à lei moral” (CIC §2297). Esta mesma orientação serve para as tatuagens.
É evidente que uma tatuagem e um piercing, de maneira isolada, não podem ser considerados intrinsecamente maus.
Necessário se faz, como a Igreja, analisar o conjunto, o contexto em que eles são empregados. Enxergar a razão pela qual a pessoa submete-se à violência que tanto um quanto o outro representa para seu próprio corpo e contra o quê, de fato, ela está lutando, constitui a resposta para esta questão.
O pecado, como se sabe, é uma invenção angélica, portanto, é uma realidade espiritual. Deste modo, a atitude espiritual por trás é que vai definir se determinada prática no mundo real é ou não uma transgressão.
O contexto espiritual da tatuagem na cultura ocidental, cuja matriz é cristã, é a atitude de revolta, do desejo de se romper com os parâmetros tradicionais e de se inventar um novo jeito de amar e ser amado. E, se o que rege esse novo modo de ser é o sadomasoquismo, então, adentrar nessa cultura pode ser o início do declive espiritual que leva a um erotismo exacerbado que acaba por degradar ainda mais a forma correta de amar.
Na base dessas duas práticas, em termos gerais, existe uma atitude espiritual de não respeito pela ordem da criação divina e pelo modo que Ele deixou como regra para amar. Além disso, observa-se também uma atitude de profanação e dessacralização do que é templo de Deus, o corpo humano. E isso é totalmente contrário ao quinto mandamento da lei divina. Não se esquecendo ainda que também o corpo, obra maior da Criação, vai ressuscitar e entrar no céu, na glória de Deus por todos os séculos.
Padre Paulo Ricardo
Trecho extraído do livro: “A Resposta Católica, um pequeno manual para grandes questões”- Ed.Cléofas e Ed. Ecclesiae-p.81-83
Saber Parar
Muitas
vezes o homem moderno apenas se suporta porque não tem mais tempo, ou
não sabe mais arranjar tempo de parar, e de se olhar interiormente, para
tomar consciência de si mesmo. À força de se omitir, não ousa mais
recolher-se, porque seria brutalmente recolocado diante de
responsabilidades que o amendrontam. Agitar-se dá-lhe a impressão de
estar vivendo, mas ele na realidade está se aturdindo, o que faz que ele
escape a si mesmo e se condene à vida instintiva.
Não é mais homem, e sim, animal. Aceitar parar é o primeiro ato que lhe vai permitir restituir-se a si mesmo.Se você força seu carro a andar sempre em grande velocidade, acabará por cansar o motor.
Se sua vida for continuamente “forçada”, seu corpo e seu espírito logo ficarão gastos.
À força de correr, você acabará por não encontrar mais ninguém em seu caminho, e, o que é pior, não encontrará mais nem você mesmo.
Se você quiser assenhorar-se daquilo que há de mais profundo em você, é preciso que saiba parar.
Se você comer de pé, fará má digestão. Sente-se.
Se você pensar correndo, fará má reflexão. Sente-se.
Não espere que Deus faça você parar para tomar consciência de que você existe. Quando isso se der, será tarde demais, e você não poderá mais ter mérito.
O professor, que não consegue impor disciplina aos alunos, gostaria de fugir da sala de aula.
A dona da casa que não sabe controlar o serviço de casa, amargura-se dentro de seu lar.
O homem que não se domina mais abandona-se a si mesmo, e passa diante de sua porta sem ousar entrar mais dentro de si.
Se você está atrasado no pagamento do aluguel, certamente não deseja encontrar o proprietário.
Se, por negligência você deixou de encontrar um amigo durante muito tempo, fica sem jeito para abordá-lo depois.
Se você não consegue parar, é porque tem medo de encontrar-se a si mesmo, e se você tem medo de encontrar-se é porque não está mais habituado consigo mesmo, porque não se conhece mais e porque tem medo de suas próprias censuras e de suas próprias exigências.
Você não tem tempo de parar? Seja franco: há momentos vazios entre suas ocupações, há um tempo “picadinho” em sua vida. Não se apresse em enchê-lo com barulho, com o jornal, com uma conversa, uma presença…
Enquanto você espera sua vez no barbeiro, não se precipite sobre uma revista. Pare.
Quando você estiver no ônibus, comprimido pela multidão, embalado pelo barulho anônimo, pare de devanear.
O almoço não está pronto. Não saia um minuto para telefonar.
Pare.
Se acontece dispor de um momento de silêncio, não ouça música. Pare…
Se o nadador ergue a cabeça fora da água, é para encher os pulmões de ar.
Se o automobilista estava diante do posto de gasolina, é para reabastecer o tanque.
Se você para, é para tomar consciência de si, reunir todas as suas forças e faculdades, ordená-las e dirigi-las, a fim de mergulhar fundo na vida.
Aceitar parar é sinal que você aceita olhar-se; e olhar-se já é começar a agir, pois é fazer penetrar o espírito no interior de si mesmo.
Você não se conhecerá e não se compreenderá perfeitamente senão sob a luz de Deus.
Você não agirá eficazmente senão em união com a ação de Deus.
Quando você marcar um encontro consigo mesmo, marque também um encontro com Deus.
No correr do seu dia, agarre todas as ocasiões que a vida lhe oferece, para se recuperar e unir-se a Deus:
a fila do ônibus
a linha que está ocupada
a mamadeira quente demais
o sinal vermelho
o sanduíche que o garçom demora a entregar…
Nunca “mate o tempo”. Por mais diminuto que ele seja, é providencial: o Senhor está presente nele. E ele o convida a reflexão e a decisão para que você se torne mais humano.
Michel Quoist
Trecho retirado do livro: “Construir o homem e o mundo”
quinta-feira, 27 de março de 2014
Reflexão do Evangelho de hoje CONFIGURADOS EM JESUS VENCEREMOS O INIMIGO
Neste
tempo forte, sugestivo à reflexão, somos convidados a confrontar o
nosso comportamento com a Palavra de Deus e numa revisão de vida
ajustar o nosso viver com os valores do evangelho!
De Olívia
Somos
nós que tecemos a nossa vida e quando optamos pelo fio da graça de
Deus, com certeza construímos um belo tecido! Para que sejamos tecidos
fortes, bonitos, resistentes, precisamos aprender com Jesus, como não
nos deixar enganar pelas linhas falsas que nos são oferecidas por aí.
São estas linhas falsas que comprometem a beleza e a resistência do
nosso tecido!
O evangelho de hoje nos desperta, sobre a importância da união, nos alerta sobre o perigo da divisão, seja na família, na comunidade no trabalho...
Precisamos estar sempre unidos, respeitando sempre as diferenças. Um
grupo significa um todo, por isto se torna forte, mas, se este "todo"
se divide, as duas partes enfraquecem e ao invés de produzirem frutos,
passam a ser adversárias! É aí que se abre uma porta para o mal!
Para
muitos de nós, quando criança, a figura do Demônio, ( aquele que
divide) que nos foi passada, era de um bicho feio com chifres e orelhas
compridas, mas hoje nós sabemos, que o demônio não se apresenta assim,
pelo contrario, ele é sedutor, aparece de uma forma bonita e sutil para
nos atrair!
Todos
nós sabemos que o demônio existe e que ele tem poder. Só Deus é mais
forte do que ele, por isto, é importante estarmos sempre em sintonia com
Deus, pois só em Deus, conseguiremos vencê-lo.
O
mal e o bem confrontam dentro de nós, somos nós, que vamos escolher
qual dos dois queremos cultivar! Permitir que o mal instale dentro de
nós, é ferir o coração do Criador, que criou-nos unicamente para o
bem!
Quando
o mal insiste em instalar dentro de nós, é sinal de que não estamos
cuidando do bem que Deus plantou em nossos corações. E ao invés de
alimentarmos este bem, estamos alimentando aquilo que é nocivo, que nos
impede de sermos felizes: o ódio, o ressentimento, a indiferença...
Assim
como as plantas bem cuidadas, conseguem crescer em meio às ervas
daninhas, nós também, quando enraizados em Cristo e nos deixamos ser
cuidados por Ele, conseguimos crescer, mesmo em meio as pedras e
espinhos, que muitas vezes tentam dificultar a nossa caminhada de fé.
Como cristãos verdadeiros comprometidos com o evangelho, não podemos deixar que nenhum inimigo se aposse de nós!
O
mal nunca sobreporá o bem, se estivemos embebidos no amor do Pai,
embasados na força do Filho, e iluminados pela luz do Espírito Santo.
Temos ao nosso alcance um poderoso “antivírus” contra o mal que é JESUS! Configurados Nele, venceremos o inimigo!
FIQUE NA PAZ DE JESUS - Olívia
Evangelho de hoje - Lc 11,14-23
Evangelho - Lc 11,14-23
Quem não está comigo, está contra mim.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 11,14-23
Naquele tempo:14Jesus estava expulsando um demônio que era mudo.
Quando o demônio saiu, o mudo começou a falar,
e as multidões ficaram admiradas.
15Mas alguns disseram:
'É por Belzebu, o príncipe dos demônios,
que ele expulsa os demônios.'
16Outros, para tentar Jesus, pediam-lhe um sinal do céu.
17Mas, conhecendo seus pensamentos, Jesus disse-lhes:
'Todo reino dividido contra si mesmo será destruído;
e cairá uma casa por cima da outra.
18Ora, se até Satanás está dividido contra si mesmo,
como poderá sobreviver o seu reino?
Vós dizeis que é por Belzebu que eu expulso os demônios.
19Se é por meio de Belzebu que eu expulso demônios,
vossos filhos os expulsam por meio de quem?
Por isso, eles mesmos serão vossos juízes.
20Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios,
então chegou para vós o Reino de Deus.
21Quando um homem forte e bem armado
guarda a própria casa,
seus bens estão seguros.
22Mas, quando chega um homem mais forte do que ele,
vence-o, arranca-lhe a armadura na qual ele confiava,
e reparte o que roubou.
23Quem não está comigo, está contra mim.
E quem não recolhe comigo, dispersa.
Palavra da Salvação.
Reflexões sobre a “ideologia de gênero”
A
“revolucionária” ideologia de gênero vem tentando se implantar no
Brasil por meio de grandes esforços do poder reinante ou dominante.
Diante desta situação, incumbe-nos, enquanto brasileiros e cristãos,
saber o que é essa ideologia muito comentada, mas pouco definida, quais
são suas raízes, como ela se impõe, que objetivos tem e qual deve ser a
nossa posição frente a ela.
É ponto de partida desse sistema
ideológico o seguinte postulado: nós nascemos com um sexo biológico
definido (homem ou mulher), mas, além dele, existiria o sexo psicológico
ou o gênero que poderia ser construído livremente pela sociedade na
qual o indivíduo está inserido. Desse modo, em última análise, não
existiria uma mulher ou um homem naturais. Ao contrário, o ser humano
nasceria sexualmente neutro, do ponto de vista psíquico, e seria
constituído socialmente homem ou mulher.
Nada de novo debaixo do sol. Simone de
Beauvoir, filósofa existencialista, já dizia exatamente isso. Não se
nasce mulher, mas você se torna mulher; não se nasce homem, mas você se
torna homem. Em suma, nada dependeria da natureza, mas, sim, de uma
construção sociocultural capaz de levar a relações igualitárias entre
dois seres humanos, naturalmente, diferentes quanto à sexualidade.
Uma nota da Conferência Episcopal do
Peru, emitida em abril de 1998, com o título La ideologia de género: sus
peligros y alcances aponta a raiz marxista e ateia desse sistema
ideológico e assegura que segundo a ideologia de gênero, não é a
natureza, mas a sociedade quem vai impondo ao homem ou à mulher certos
comportamentos típicos. Desse modo, se a menina prefere brincar de
casinha ou aconchegar a boneca isso não se deveria ao seu instinto
natural à maternidade, mas tão-somente a uma convenção social
dominadora. Se as mulheres se casam com homens e não com outras
mulheres, isso nada teria de natural, mas dever-se-ia apenas a uma
“tradição social” das classes dominantes.
Mais: se o homem brinca de bola e sente
necessidade de trabalhar fora de casa a fim de melhor sustentar a
família ao passo que as mulheres preferem, via de regra, passar mais
tempo em casa junto aos filhos (cf. Sueli C. Uliano. Por um novo
feminismo. São Paulo: Quadrante, 1995, p. 51-53), não estariam, de modo
algum, atendendo a seus anseios inatos, mas apenas se acomodando ao
desejo elitista de uma tradição opressora que deve ser rompida a
qualquer momento. Sim, pois segundo os defensores da ideologia de gênero
essas construções sociais opressivas só serviram até hoje para
minimizar a mulher frente aos homens. Seria necessário conscientizá-las
de que a sua vida de casa, cozinha e criança não tem mais sentido, essa
conscientização levaria a mulher a entender o quanto é explorada e
enganada pelo modelo patriarcal de sociedade em que vivemos.
Uma vez liberta, ela poderia optar por
reconstruir-se do modo que bem entender. Faria a sua escolha sexual com
todas as consequências dela derivadas, ou seja, poderia também optar por
levar adiante uma gravidez ou praticar o aborto que, na doutrina de
gênero, não seria crime algum, mas, ao contrário um direito que caberia à
mãe. Embora, para não chocar a sociedade com o homicídio, prefira-se um
termo manipulado por meio de engenharia verbal como é, por exemplo,
“interrupção voluntária da gravidez”.
Isso posto, já devemos – coma Carta aos
Bispos da Igreja Católica sobre a colaboração do Homem e da Mulher na
Igreja e na Sociedade, da Congregação para a Doutrina da Fé, de 31 de
maio de 2004 – aproveitar fazer, rapidamente, a refutação de duas
correntes contemporâneas que propalam pensamentos absurdos a respeito da
mulher: a subordinacionista, que a vê qual escrava, submissa ao homem
em nível familiar e social, e a de gênero, desejosa de apagar as
diferenças naturais entre homem e mulher. Afinal, a Escritura apresenta a
mulher como ezer (auxiliar ou companheira) do homem por analogia com
Deus que é ezer do homem (cf. Gn 2,4-25; Êx 18,4; Sl 10,35). Há entre
mulher e homem complementaridade, apesar das diferenças fisiológicas e
psicológicas (não meramente culturais). Iguais quanto à sua dignidade –
um não é mais que o outro – não se identificam em suas características
peculiares, pois Deus criou homem e mulher, não um andrógino polimorfo
ou capaz de ter várias formas.
Outro ponto a ser refutado é o que defende a liberdade de construção
sexual. Com efeito, assim como toda ideologia, a de gênero – considerada
pelo estudioso argentino Jorge Scala, em sua obra Ideologia de gênero:
neototalitarismo e morte da família (São Paulo: Katechesis, 2011), a
mais radical já conhecida na história, pois se aplicada destruiria o ser
humano em sua integralidade e, por conseguinte, a sociedade, cuja
célula-mãe é a família – é também mentirosa. Ela oferece às pessoas a
ilusão de que serão plenamente livres em matéria sexual, contudo, uma
vez que essas pessoas tenham tomado a mentira por verdade, são aqueles
que detêm o poder real que escolherão, a seu beneplácito, o modo como o
povo deverá – padronizadamente – exercer a sua sexualidade sob o olhar
forte do Estado que tutelaria para que cada um fizesse o que bem
entendesse. Dentro da cartilha estatal, é óbvio. Só não se toleraria,
por enquanto, as relações sexuais não consentidas, todas as demais
seriam válidas e deveriam ser toleradas pelo Governo e pela sociedade em
geral como lícitas.Ora, uma ideologia tão antinatural e artificial dessas não consegue se impor do dia para a noite, nem recebe tão fácil acolhida da população, mas, ao contrário, provoca resistências entre as pessoas sensatas em geral. Daí os arautos da ideologia de gênero usarem, de modo conjunto, importantes estratégias para dominarem o grande número de hesitantes.
Sim, é imprescindível contar com os meios de propaganda de grande alcance tais como o rádio, o jornal, as revistas, a TV, a internet, pois são veículos de comunicação unidirecionais, ou seja, não permitem que o receptor da informação dialogue com o emissor (sabemos como são manipuladas as opiniões que se enviam para os sites) para, no caso de gênero, por exemplo, contestá-lo das inverdades que diz. Apenas se aceita muito passivamente aquilo que lhe é transmitido.
Outro meio formidável é o sistema educacional formal ou a escola. Por meio dela – em um processo educacional inverso ao que sempre se conheceu, no qual o papel primordial da educação ética e religiosa cabe aos pais – se veiculariam os métodos impostos pelo Estado a ditarem as normas de vida social aos alunos e estes deveriam, em casa, ensinar seus pais ou responsáveis doutrinando-os a fim de que também aceitem as novas concepções totalitárias, incluindo como carro-chefe a revolucionária ideologia de gênero, mãe de todas os outros “libertinismos” sexuais.
Tudo isso, porém, depende, para ser imposto, de uma ardilosa máquina de propaganda que age especialmente, a partir de três etapas fundamentais: primeiro, usar, desde logo, uma palavra comum, mas com sentido totalmente diferente. Desse modo, falar-se-ia em sexo e gênero, alternadamente, como se fossem meros sinônimos até que as pessoas, de maneira imperceptível, começassem a usá-las sem se questionar, ao menos em alguns ambientes específicos como as escolas, redações de jornais, rádios, igrejas etc.
Segundo, bombardear a opinião pública pelos meios de educação formais (escola) e informais (rádios, TVs, jornais, revistas, internet) valendo-se da palavra antiga com sentido novo ou transfigurado pela cirurgia ideológica nela realizada. Aqui já se substituiria o vocábulo sexo por gênero e se lhe acrescentaria os sentidos revolucionários de “sexo socialmente construído” em oposição ao sexo biologicamente dado pela natureza, falar-se-ia em “tipos de casamentos” e não mais no matrimônio monogâmico e estável com bases religiosas, etc.
Observa-se, então, que as pessoas aceitariam o termo clássico (sexo) com um conteúdo novo (gênero). Estaria imposta, por uma forte “heterossugestão”, um novo modelo de pensar: simples homens e mulheres, sem qualquer pressuposto filosófico, sociológico ou antropológico, estaria falando, de modo falacioso, que gênero é a “autoconstrução livre da própria sexualidade”. A opinião pública estaria dominada para acatar todo tipo de “vida sexual” contrária à natureza: poligamia, prostituição, orgias, pedofilia, pornografia, zoofilia (relação sexual com animais), necrofilia (encenação de ato sexual com defuntos) etc.
Tudo isso graças ao substrato de uma nova linguagem de características obscuras, próprias para causar confusão na mente de quem com elas toma contato, evitando, assim, que o ouvinte ou o leitor consiga rebater a mensagem implícita naqueles termos que parecendo esdrúxulos têm uma finalidade muito específica na veiculação da ideologia de gênero. Alguns deles são “sexismo”, sexualidade polimórfica, homofobia, “androcentrismo”, tipos de família, “parentalidade”, heterossexualidade obrigatória, etc. e quem toma contato, sem pressupostos, aceita às escuras tais termos e os repete trabalhando, ingenuamente, para a ideologia de gênero e, por consequência, contra a vida, a família e os alicerces da própria sociedade.
Pergunta-se, então, se diante de uma ideologia “revolucionária” e perversa, como se revela ser a ideologia de gênero, cabe aos católicos a coragem ou o medo? – Scala responde com uma citação de Jean Gitton, filósofo francês, que diz o seguinte: “Em todos os séculos, diz-se que a Igreja vai cair, e ela se mantém. É incrível. Em cada século diz-se que não é como os séculos precedentes, que desta vez é definitiva e que a Igreja não se salvará. E sempre se salva. Veja, ainda no século XX. O comunismo a enterraria. Todo mundo dizia isso. Eu também esperava o pior, na Europa e em todos os lugares. O que aconteceu? A Igreja enterrou o comunismo. E já veremos que a mesma coisa vai acontecer com o liberalismo que se acredita eterno. Aos olhos humanos nenhuma pessoa sensata poria um centavo nas ações do ‘Catolicismo’. Hoje em dia se diz: o consumismo e o sexo varrerão a Igreja. Bom, eu não acredito. Uma vez mais, acontecerá algo, não sei o quê. Repito: é incrível. Toda esta história é inverossímil” (Mi testamento filosófico apud Scala, p. 195).
Certo é que não basta só confiar nessa força sobrenatural da Igreja, é preciso fazer a nossa parte conhecendo e apresentando ao público a verdadeira face da ideologia de gênero escondida atrás de uma fantasia carnavalesca. Olha-nos sorridente para conquistar-nos. Uma vez conseguido seu intento, fecha sua carranca e ataca-nos impiedosamente para destruir a vida, a família e os valores sociais alicerçados na lei natural moral que ensina a fazer o bem e evitar o mal. Todavia, quem se julgar livre para defender os valores naturais e cristãos pode ser duramente perseguido, moral e fisicamente, como já se faz, ainda que um tanto veladamente, em não poucos países. A classificação de “retrógrado” e outros nomes é muito comum na verbalização e condenação daqueles que conseguem refletir sobre esses fatos.
Em tempos como os nossos, ter coragem para defender os princípios cristãos libertadores – é para a liberdade que Cristo nos libertou, Gl 5,1 – é expor-se ao próprio martírio de sangue, mas as palavras do Senhor Jesus nos encorajam: No mundo tereis tribulações, mas tende bom ânimo. Eu venci o mundo (cf. Jo 15,18-27).
Fazemos votos para que todas as forças vivas da nação se unam em defesa da vida e da família e, consequentemente, da sociedade em geral a fim de que possamos, diante de Deus, deixar ao nosso povo em geral, especialmente às nossas crianças, adolescentes e jovens, a certeza de que não fomos omissos e lutamos, dentro da lei e da ordem, para que uma ideologia que pretende ser “revolucionária” como a de gênero não os prejudicasse. Nem hoje, nem amanhã.
Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ.
Como viver bem o tempo da Quaresma
Neste
tempo especial de graças que é a Quaresma devemos aproveitar ao máximo
para fazermos uma renovação espiritual em nossa vida. O Apóstolo São
Paulo insistia: “Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com
Deus!” (2 Cor 5, 20); “exortamo-vos a que não recebais a graça de Deus
em vão. Pois ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia
da salvação (Is 49,8). Agora é o tempo favorável, agora é o dia da
salvação.” (2 Cor 6, 1-2).
Cristo jejuou e rezou durante quarenta dias (um longo tempo) antes de
enfrentar as tentações do demônio no deserto e nos ensinou a vencê-lo
pela oração e pelo jejum. Da mesma forma a Igreja quer ensinar-nos como
vencer as tentações de hoje. Daí surgiu a Quaresma.Na Quarta-Feira de Cinzas, quando ela começa, os sacerdotes colocam um pouquinho de cinzas sobre a cabeça dos fiéis na Missa. O sentido deste gesto é de lembrar que um dia a vida termina neste mundo, “voltamos ao pó” que as cinzas lembram. Por causa do pecado, Deus disse a Adão: “És pó, e ao pó tu hás de tornar”. (Gênesis 2, 19)
Este sacramental da Igreja lembra-nos que estamos de passagem por este mundo, e que a vida de verdade, sem fim, começa depois da morte; e que, portanto, devemos viver em função disso. As cinzas nos lembram que após a morte prestaremos contas de todos os nossos atos, e de todas as graças que recebemos de Deus nesta vida, a começar da própria vida, do tempo, da saúde, dos bens, etc.
Esses quarenta dias, devem ser um tempo forte de meditação, oração, jejum, esmola (caridade), práticas que a Igreja chama de “remédios contra o pecado”. É tempo para se meditar profundamente a Bíblia, especialmente os Evangelhos, a vida dos santos, viver um pouco de mortificação (cortar um doce, deixar a bebida, cigarro, passeios, churrascos, a TV, alguma diversão, etc.) com a intenção de fortalecer o espírito para que possa vencer as fraquezas da carne.
Sabemos como devemos viver, mas não temos força espiritual para isso. A mortificação fortalece o espírito. Não é a valorização do sacrifício por ele mesmo, e de maneira masoquista, mas pelo fruto de conversão e fortalecimento espiritual que ele traz; é um meio, não um fim.
Quaresma é um tempo de “rever a vida” e abandonar o pecado (orgulho, vaidade, arrogância, prepotência, ganância, pornografia, sexismo, gula, ira, inveja, preguiça, mentira, etc.). Enfim, viver o que Jesus recomendou: “Vigiai e orai, porque o espírito é forte mas a carne é fraca”.
Embora este seja um tempo de oração e
penitência mais profundas, não deve ser um tempo de tristeza, ao
contrário, pois a alma fica mais leve e feliz. O prazer é satisfação do
corpo, mas a alegria é a satisfação da alma.
Santo Agostinho dizia que “o pecador não suporta nem a si mesmo”, e
que “os teus pecados são a tua tristeza; deixa que a santidade seja a
tua alegria”. A verdadeira alegria brota no bojo da virtude, da graça;
então, a Quaresma nos traz um tempo de paz, alegria e felicidade, porque
chegamos mais perto de Deus.
Para isso podemos fazer uma Confissão
bem feita; o meio mais eficaz para se livrar do pecado. Jesus instituiu a
Confissão em sua primeira aparição aos discípulos, no mesmo domingo da
Ressurreição (Jo 20,22) dizendo-lhes: “a quem vocês perdoarem os
pecados, os pecados estarão perdoados”. Não há graça maior do que ser
perdoado por Deus, estar livre das misérias da alma e estar em paz com a
consciência.
Jesus quis que nos confessemos com o Sacerdote da Igreja, seu
ministro, porque ele também é fraco e humano, e pode nos compreender,
orientar e perdoar pela autoridade de Deus. Especialmente aqueles que há
muito não se confessam, têm na Quaresma uma graça especial de Deus para
se aproximar do Confessor e entregar a Cristo nele representado, as
suas misérias.
Uma prática muito salutar que a Igreja
nos recomenda durante a Quaresma, uma vez por semana, é fazer o
exercício da Via Sacra, na igreja, recordando e meditando a Paixão de
Cristo e todo o seu sofrimento para nos salvar. Isto aumenta em nós o
amor a Jesus e aos outros.
Não podemos esquecer também que a Santa Missa é a prática de piedade
mais importante da fé católica, e que dela devemos participar, se
possível, todos os dias da Quaresma. Na Missa estamos diante do
Calvário, o mesmo e único Calvário. Sim, não é a repetição do Calvário,
nem apenas a sua “lembrança”, mas a sua “presentificação”; é a
atualização do Sacrifício único de Jesus. A Igreja nos lembra que todas
as vezes que participamos bem da Missa, “torna-se presente a nossa
redenção”.Assim podemos viver bem a Quaresma e participar bem da Páscoa do Senhor, enriquecendo a nossa alma com as suas graças extraordinárias; podendo assim ser melhor e viver melhor.
____________________
Prof Felipe Aquino
Tire suas dúvidas sobre o Sacramento da Confissão
Não há graça maior do que ser perdoado por Deus, estar livre das misérias da alma e estar em paz com a consciência
O tempo da Quaresma nos convida à
penitência, à conversão, à mudança de vida. E para nos prepararmos bem
neste período é necessário que façamos, pelo menos, uma boa confissão.
A melhor Penitência, sem dúvida, é a do Sacramento que tem esse nome.
Jesus instituiu a Confissão em sua primeira aparição aos discípulos, no
mesmo domingo da Ressurreição (Jo 20,22) dizendo-lhes: “a quem vocês
perdoarem os pecados, os pecados estarão perdoados”. Não há graça maior
do que ser perdoado por Deus, estar livre das misérias da alma e estar
em paz com a consciência.Sugerimos que assista aos vídeos gravados pelo Padre Demétrio para esclarecer todas as suas dúvidas sobre este assunto:
1. Santidade e pecado: https://www.youtube.com/watch?v=vEG4XQDb5zs
2. O Sacramento da Confissão: https://www.youtube.com/watch?v=b8VackITSoU
3. Pecados mortais e veniais: https://www.youtube.com/watch?v=weItnjTUHxM
4. O exame de consciência: https://www.youtube.com/watch?v=nLZxtSyeAS4
5. A confissão dos pecados: https://www.youtube.com/watch?v=4oZI7kBEbWw
6. A absolvição: https://www.youtube.com/watch?v=t5LIfFGVlSY
7. A satisfação: https://www.youtube.com/watch?v=D59kqaCGNc88. A confissão comunitária: https://www.youtube.com/watch?v=tvgIkvd_yRo
Exercita-te na piedade – EB
(1Tm 4,7)
O Apóstolo exorta Timóteo à “ginástica” depois de lhe dizer que rejeite as fábulas ímpias de pessoas caducas. O discípulo, portanto, não se deixará levar pelo delírio e a caducidade de doutrinas levianas, mas há de manter a forma… não no plano físico, e sim da eusébeia ou da piedade. Este é outro vocábulo caro a São Paulo, que o utiliza dez vezes nas epístolas pastorais (1/2Tm, Tt): significa mais do que a prontidão à oração; designa, sim, o crescer na intimidade com Deus, a familiaridade com o “mistério da piedade” (1Tm 3, 16). Frente aos erros que ameaçavam a Igreja quando o Apóstolo escrevia a Timóteo, o treinamento na familiaridade com Deus seria a salvaguardada e a defesa dos discípulos.
Corroborando a exortação. O Apóstolo continua: “O exercício (gymnasía) corporal é útil a pouca coisa” (1Tm 4,8). Com efeito; o Apóstolo reconhece os enormes sacrifícios que faz um atleta para desenvolver a musculatura e desempenhar-se galhardamente na corrida e no pugilato (cf. 1Cor 9, 25-27); mas verifica quão exíguos são os frutos de tal treinamento: a coroa a ser conquistada é perecível, os aplausos humanos são efêmeros, o corpo estará sempre sujeito à moléstia e à morte. Ao contrário, a eusébeia produz frutos preciosos: “é proveitosa a tudo, pois contém a promessa da vida presente e da futura” (1Tm 4,8).
É com estas palavras do Apóstolo ante os olhos que iniciamos um novo ano (…). Novo ano que não significará envelhecimento, mas, ao contrário, um vigoroso rejuvenescer, se, no decorrer dos seus doze meses, soubermos exercitar a piedade, a procura incessante de Deus e dos valores definitivos; o treinamento espiritual há de ser fonte de fortaleza na vida presente e penhor de inextinguível alegria na futura!
Certa vez o Apóstolo São Paulo
recomendou a seu jovem discípulo Timóteo: “Exercita-te na piedade” (1Tm
4,7). Estes dizeres têm mais densidade do que à primeira vista parecem
ter.
Gýmnaze seautòn pròs eusébeian. O verbo grego gýmnaze lembra a
ginástica, o exercício físico, o atletismo, que São Paulo mais de uma
vez evoca para ilustrar o que seja o treinamento espiritual do cristão
(cf. 2Tm 2, 4). A ginástica era, para os gregos, cultores da estética,
um exercício típico e compendioso, que implicava o cultivo das artes ou
da técnica e uma certa sabedoria…; em suma, era tida como indispensável à
saúde do corpo e à grandeza humana do indivíduo. Os gregos chegavam a
atribuir ao exercício físico um significado religioso: teria sido
inventado pelos deuses, de modo que os jogos atléticos na Ásia Menor
(Turquia de hoje) eram considerados cerimônias religiosas; a violação
das regras do esporte era tratada como sacrilégio.O Apóstolo exorta Timóteo à “ginástica” depois de lhe dizer que rejeite as fábulas ímpias de pessoas caducas. O discípulo, portanto, não se deixará levar pelo delírio e a caducidade de doutrinas levianas, mas há de manter a forma… não no plano físico, e sim da eusébeia ou da piedade. Este é outro vocábulo caro a São Paulo, que o utiliza dez vezes nas epístolas pastorais (1/2Tm, Tt): significa mais do que a prontidão à oração; designa, sim, o crescer na intimidade com Deus, a familiaridade com o “mistério da piedade” (1Tm 3, 16). Frente aos erros que ameaçavam a Igreja quando o Apóstolo escrevia a Timóteo, o treinamento na familiaridade com Deus seria a salvaguardada e a defesa dos discípulos.
Corroborando a exortação. O Apóstolo continua: “O exercício (gymnasía) corporal é útil a pouca coisa” (1Tm 4,8). Com efeito; o Apóstolo reconhece os enormes sacrifícios que faz um atleta para desenvolver a musculatura e desempenhar-se galhardamente na corrida e no pugilato (cf. 1Cor 9, 25-27); mas verifica quão exíguos são os frutos de tal treinamento: a coroa a ser conquistada é perecível, os aplausos humanos são efêmeros, o corpo estará sempre sujeito à moléstia e à morte. Ao contrário, a eusébeia produz frutos preciosos: “é proveitosa a tudo, pois contém a promessa da vida presente e da futura” (1Tm 4,8).
É com estas palavras do Apóstolo ante os olhos que iniciamos um novo ano (…). Novo ano que não significará envelhecimento, mas, ao contrário, um vigoroso rejuvenescer, se, no decorrer dos seus doze meses, soubermos exercitar a piedade, a procura incessante de Deus e dos valores definitivos; o treinamento espiritual há de ser fonte de fortaleza na vida presente e penhor de inextinguível alegria na futura!
Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”
D. Estevão Bettencourt, osb
Nº 332 – Ano 1990 – p. 1
D. Estevão Bettencourt, osb
Nº 332 – Ano 1990 – p. 1
terça-feira, 25 de março de 2014
30 mil devotos reverenciam Padre Cícero em Juazeiro
Com orações, choros e muitos louvores, os fiéis celebraram o
aniversário do religioso que ainda hoje congrega milhares de seguidores
na cidade
fotos: carlos bezerra
Juazeiro do Norte Fé, devoção, choro e muitas orações marcaram as comemorações em torno dos 170 anos de nascimento do Padre Cícero Romão Batista, realizadas ontem neste município. Os festejos começaram cedo, por volta das 5 horas da manhã, com show pirotécnico anunciando o nascimento do homem que, após 80 anos de sua morte, ainda hoje é visto como o maior benfeitor da cidade e uma das personalidades mais polêmicas das últimas décadas. Conforme cálculos da Polícia Militar, cerca de 30 mil pessoas participaram das celebrações eucarísticas realizadas nas comemoração.
A Semana Padre Cícero, que acontece dentro das comemorações em torno do aniversário do sacerdote, teve início no último domingo, com a realização de encontros, debates, palestras, apresentações de grupos de tradição, fanfarras, shows artísticos, peças de teatro, feira de artesanato, inaugurações e a 32º edição da Corrida Padre Cícero, que saiu da Praça da Sé, em Crato, com destino à Praça Padre Cícero, no Centro de Juazeiro do Norte, onde houve apresentações de grupos culturais da cidade e o corte de um bolo gigante, produzido com cerca de 170 metros de cumprimento, após milhares de pessoas entoarem o "Parabéns pra Você" em homenagem ao "Cearense do Século".
Ontem, por volta das 6 horas da manhã, dez párocos da Diocese de Crato celebraram missa campal, auxiliados por um frade capuchinho da Diocese de Recife, no adro da capela do Socorro. As comemorações se estenderam por quase todo o dia com a realização de celebrações eucarísticas em algumas paróquias e apresentações culturais ao pé da estátua do "Padim", na Colina do Horto.
Milhares de fiéis aproveitaram o feriado municipal para visitar o "casarão" onde o sacerdote gostava de receber visitas para tomar café e discutir assuntos de natureza política ou religiosa e o Museu de Padre Cícero, um dos principais pontos turísticos da cidade, onde estão guardadas muitas relíquias pertencentes ao líder religioso.
À tarde, foram realizadas missas na Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores e na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, no bairro do Salesianos. Por volta das 18 horas, milhares de fiéis saíram às ruas da cidade para participar da Procissão das Flores, que culminou com a realização da II Renovação do Sagrado Coração, no Largo do Socorro, marcando o encerramento da programação religiosa das comemorações natalícias.
A Polícia Militar estimou que cerca de 30 mil fiéis estiveram participando das programações religiosas realizadas nas imediações da capela do Socorro. Milhares de pessoas prestaram homenagens ao "Padim" ajoelhados em frente ao altar da capela, onde estão depositados os restos mortais do sacerdote.
Muitos fiéis, principalmente mulheres de idade mais avançada, não suportaram a emoção e choraram diante do túmulo de Padre Cícero. Caravanas de outros Estados chegaram à Juazeiro do Norte ainda na semana passada trazendo romeiros de cidades de Pernambuco, Paraíba e Piauí. Desta vez, o número de devotos alagoanos foi menor do que em anos passados.
Alguns dos romeiros que participaram da festa disseram que o número de participantes neste ano só não foi maior porque muitos motoristas de caminhões pau de arara não quiseram se arriscar nas rodovias federais, com receio de multas ou apreensão dos veículos. "Na minha cidade mesmo muita gente deixou de vir prestigiar "meu Padim" porque o menino do caminhão ficou com medo", disse o agricultor Cícero José de Oliveira, da cidade de Souza, na Paraíba, que veio prestar agradecimentos ao Padre Cícero por uma graça que diz ter alcançado.
"Minha filha era doente de uma perna e não tinha médico que desse jeito. A menina só se curou depois que eu me apeguei junto a Padre Cícero. Hoje, com as bênção de Deus e a intervenção do "Padim", a menina tá curada", afirma.
A professora aposentada Maria de Lourdes Batista, que é natural de Picos, no Piauí, mas mora em Juazeiro do Norte há cerca de 12 anos, diz que participou da festa com a intenção de orar pedindo que Deus conceda a ela a graça de ver seu "santo protetor" beatificado. "É o que eu mais peço a Deus hoje em dia. Já fui muito assistida por Padre Cícero e gostaria muito de poder viver até o dia em que ele possa ser reabilitado como sacerdote de Cristo na Terra pelo Vaticano. Tenho fé que o papa Francisco há de nós dar essa alegria", avalia a professora.
Caravana
As comemorações em torno dos 170 anos também marcam o deslocamento do projeto Caravana do Meu Padim, elaborado para difundir Juazeiro do Norte e propagar o Padre Cícero àqueles que ainda não conhecem a história do religioso, à outras regiões do país. O material, formado por relíquias de sacerdote, doadas por pessoas próximas a ele, será deslocado em um caminhão que percorrerá as nove capitais do Nordeste, começando o itinerário por Salvador (BA). Conforme o coordenador do projeto, Marcelo Fraga, esse percurso deverá durar cerca de seis meses.
A Caravana passará pela feira da São Cristóvão (RJ). De São Paulo, seguirá para Brasília, onde permanecerá de frente Esplanada dos Ministérios. Irá até o centro do poder, para receber parlamentares e autoridades do governo, na finalidade de expor um pouco da história e trajetória do Padre Cícero e sua importância para o Brasil.
Roberto Crispim
Colaborador
Mais informações:
Secretaria de Cultura e Romariade
Juazeiro do Norte
Rua Santo Agostinho, s/nº
Telefone(88)3512.3380
Centro–Juazeiro do Norte
Assinar:
Postagens (Atom)