O
Papa Bento disse certa vez que: “A mente de Deus esteve por trás de
teorias científicas complexas como a do Big Bang, e os cristãos devem
rejeitar a ideia de que o Universo tenha surgido por acaso”(1).
A hipótese mais aceita na atualidade pelos cientistas considera que o
Universo foi formado há cerca de 13,8 bilhões de anos a partir de uma
grande explosão, o Big Bang.Poucos sabem, mas foi um padre, Georges Lemaître (1894-1966), quem propôs a teoria do Big Bang. Em 1927, baseando-se em cálculos da recente teoria da relatividade geral, o jesuíta belga enfrentou Einstein e a comunidade científica da época para propor seu modelo cosmológico. A Igreja católica não vê problemas de incompatibilidade entre o Big Bang e o relato bíblico.
Lemaître teve muita audácia para divulgar seu modelo. A comunidade científica no início do século XX acreditava num universo estacionário, ou seja, parado e sempre do mesmo tamanho. Conforme o modelo cosmológico newtoniano. O próprio Einstein acreditava nisso e diminuiu o trabalho de Lemaître dizendo que “seus cálculos estão corretos, mas seu conhecimento de física é abominável”. Entretanto em 1929, o astrofísico americano Edwin Hubble provou observacionalmente que as galáxias estavam todas se afastando umas das outras. Exatamente como o jesuíta havia previsto, por meios teóricos, apenas dois anos antes. Esta prova era contundente e o sábio físico alemão voltou atrás. Einstein e Lemaître proferiram várias palestras juntos e numa delas, de pé depois de aplaudir, Einstein disse que aquela era “a mais bela e satisfatória explicação da criação” que ele já ouvira. Em 1936, o Papa Pio XI o indicou para a Pontifícia Academia de Ciências. E em 1960, recebeu do Papa João XXIII o título de Monsenhor.
Com a descoberta do bóson de Higgs, foi encontrada a última sub partícula que faltava para confirmar a descoberta do padre Lemaître. Agora foi publicada uma fotografia fornecida pela Universidade de Harvard, datada de (31/03/2007), mostra o telescópio BICEP2 (em primeiro plano), no pólo sul, onde uma equipe de cientistas dos Estados Unidos detectou, pela primeira vez, através deste telescópio, as “ondas gravitacionais primordiais” que foram geradas após a criação do universo com o Big Bang. Essa descoberta espetacular foi anunciada nesta segunda-feira (17/03/2014) pelo Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, em Massachusetts, nos EUA. Isto confirma o Big Bang; mas, os cientistas agora sabem que não foi uma super explosão, mas uma super expansão. (Big Spansion)
A teoria do padre Lemaître prevê que o universo surgiu da expansão de um átomo primordial, infinitamente pequeno, quente e denso. Os físicos acreditam que antes do Big Bang não faz sentido falar na noção de tempo e nem de espaço. Depois dele, o cronômetro começou a correr e o universo a se expandir, crescendo sempre e sempre.
As mais importantes são a radiação cósmica de fundo, a quantidade de hidrogênio e hélio detectáveis hoje e o acordo entre as idades das estrelas mais velhas e a prevista para o universo pelo Big Bang, 14 bilhões de anos.
O cientista britânico Stephen Hawking disse (18/03/2014) que a detecção das ondas gravitacionais geradas depois da criação do Universo pelo Big Bang é “outra confirmação da expansão” cósmica.
Em suas declarações, Hawking ressaltou que a expansão pode gerar “ondas gravitacionais”, algo que foi confirmado agora por cientistas da Universidade americana de Harvard.
Agora fica uma pergunta: Como é possível o universo “nascer” de um átomo de tamanho infinitamente pequeno com uma massa imensa e temperatura descomunal, acima de bilhões de graus centígrados? Quem gerou essa matéria ultra comprimida de dimensão ínfima que se expandiu numa nuvem de energia e partículas elementares, aquecidas a uma temperatura inimaginável?. Dentro desta massa havia apenas fótons e nêutrons comprimidos de modo tal que um litro dessa matéria pesaria bilhões de toneladas e tinha a temperatura de 1015 (= 1.000.000.000.000.000 – quintilhões ) graus.
Apenas um centésimo de segundo (0,01s) após essa grande explosão, a temperatura descera a 300 bilhões de graus; os fótons e os nêutrons se condensaram em elétrons e núcleos, dando origem a uma massa de hidrogênio incandescente, que aos poucos foi se condensando em galáxias de estrelas. No interior das estrelas, a cerca de 20 milhões de graus, esse hidrogênio foi se transformando em hélio, num processo de combustão que liberava enormes quantidades de energia. Em seguida, num complexo processo de evolução química, esse hélio se converteu em outros elementos (oxigênio, carbono, nitrogênio, ferro…), que se encontram nas estrelas.
Bento XVI tem razão: Deus estava atrás do Big Bang; ou melhor, da Big Spansion.
(1)http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe0701201104.htm
Prof. Felipe Aquino
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