Segue
abaixo a continuação de um pequeno trecho de uma bela obra de Scott
Hahn, chamada “O banquete do Cordeiro” na qual ele relata o começo de
sua experiência ainda como calvinista quando foi a estudo participar da
Santa Missa. Vale a pena ler até o fim:
A frase da missa que me venceu foi “Cordeiro de Deus”, porque eu sabia que esse Cordeiro era o próprio Jesus Cristo.Ninguém precisa lhe dizer isso. Talvez você já tenha entoado ou recitado estas palavras mil vezes: “Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, tende de piedade de nós”. Exatamente o mesmo número de vezes que viu o sacerdote elevar a hóstia partida e proclamar: “Eis o Cordeiro de Deus…”. O Cordeiro é Jesus. Isso não é novidade; é o tipo de fato que escondemos: afinal de contas, Jesus é muitas coisas: é Senhor, Deus, Salvador, Messias, Rei, Sacerdote, Profeta…e Cordeiro.
Contudo, se realmente refletíssemos, não esconderíamos esse último título. Examine de novo a lista: Senhor, Deus, Salvador, Messias, Rei, Sacerdote, Profeta e Cordeiro. Um desses títulos com os quais nos dirigimos tranquilamente a um Deus-Homem. São títulos como dignidade, que sugerem sabedoria, poder e posição social. Mas Cordeiro? Mais uma vez, peço-lhe que se desfaça de dois mil anos de sentido simbólico acumulado. Finja por um momento que jamais entoou o “Cordeiro de Deus”.
Esse título, então, parece quase cômico de tão inadequado. Em geral, cordeiros não ocupam os primeiros lugares das listas de animais mais admirados. Não são particularmente fortes, nem espertos, sagazes ou graciosos. Outros animais parecem mais merecedores. Por exemplo, é fácil imaginarmos Jesus como o Leão de Judá (Ap 5,5). Os leões são majestosos, fortes e ágeis, ninguém mexe com o rei dos animais. Mas o Leão de Judá desempenha apenas um papel efêmero no livro de Apocalipse. Ao mesmo tempo, o Cordeiro prevalece e aparece nada menos que vinte e oito vezes. O Cordeiro governa e ocupa o trono do céu (Ap 22,3). É o Cordeiro quem lidera um exército de centenas de milhares de homens e anjos, e acende o medo no coração dos ímpios (Ap 6,15-16). Esta última imagem, do Cordeiro feroz e assustador, é quase absurda demais para imaginarmos sem sorrir.
No entanto, para João, esse assunto do Cordeiro é sério. Os títulos “Cordeiro” e “Cordeiro de Deus” aplicam-se a Jesus quase exclusivamente nos livros do Novo Testamento atribuídos a João: o Quarto Evangelho e o livro do Apocalipse. Embora outros livros neotestamentários (veja At 8,32-35; 1Pd 1,19) digam que Jesus é como um cordeiro em certos aspectos, só João ousa chamar Jesus “o Cordeiro” (veja Jo 1,36 e o Apocalipse todo).
Sabemos que o Cordeiro é fundamental para a missa e também para o livro do Apocalipse. E sabemos quem o Cordeiro é. Entretanto, se queremos experimentar a missa como o céu na terra, precisamos saber mais. Precisamos saber o que o Cordeiro é e por que o chamamos “Cordeiro”. Para descobrir, temos de voltar no tempo, quase até o início.
HAHN, S. O banquete do Cordeiro: a missa segundo um convertido. 11ª edição. São Paulo: Ed. Loyola, 2009.
*Um dos livros de Scott Hahn, um renomado professor de teologia e de Escritura na Universidade Franciscana em Steubenville, nos Estados Unidos, fundador e dirigente do Institute off Applied Biblical Studies, é o “Banquete do Cordeiro”, no qual revela um segredo duradouro da Igreja: a chave dos cristãos para entender os mistérios da missa.
O autor explora o mistério da Eucaristia com os olhos novos e fala da missa como um poderoso dama sobrenatural, no qual o sacrifício real do Cordeiro traz o céu à terra. Hahn era protestante calvinista e quando se pôs a estudar sobre a vida dos primeiros cristãos, se aproximou da Eucaristia.
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