sábado, 31 de agosto de 2013

Reflexão do Evangelho de hoje "Como foste fiel na administração de tão pouco, vem participar da minha alegria!"

A parábola de hoje fala dos dons que gratuitamente recebemos: somos responsáveis por eles. Os dons não podem ficar ociosos; é preciso multiplicá-los. Aqui também nos encontramos com dois servidores prudentes e hábeis e um servidor preguiçoso e temeroso. Os primeiros multiplicam o dinheiro, enquanto o último, por medo de perdê-lo, o enterra.
A parábola é um convite para à descoberta de nossa identidade: do que somos capazes, quais são nossas virtudes e qualidades, considerando sempre que são um presente de Deus e que precisa ser multiplicado e partilhado. Como filhos de um mesmo Deus, temos dons e talentos que não passam somente pela inteligência, mas pela consciência das responsabilidades missionárias que isto implica.
É preciso evitar que a comodidade, a rotina, a preguiça, a indiferença e o medo destruam as bases éticas e cristãs de nossas famílias e de nossas comunidades. Quem ama a Deus ama a si mesmo e valoriza seus dons e talentos. Quem ama a Deus compromete-se com sua comunidade, serve a seus irmãos, oferece-lhes apoio para ativar seus próprios dons, aumentando, dessa maneira, o número de servidores para a grande missão que Deus nos encomendou.
O evangelho nos coloca a parábola dos talentos, que poderá ser mal compreendida, se não aprofundarmos a reflexão, pois não estamos diante de um simples acerto de conta entre um patrão e seus servos, mas diante de algo muito mais sério que é o sentido da nossa vida. A grande pergunta que estará em nosso coração e em nossa mente, quando esta vida estiver se esvaindo, é exatamente essa: Investimos a nossa existência em que? A vida valeu à pena?
Na contabilidade há um demonstrativo em cada final de exercício, que mostra aos investidores e acionistas, de que modo foi investido o capital por eles disponibilizado, esse balanço final mostra o Ativo e o Passivo, os ganhos e perdas da empresa, seus direitos e obrigações, seus valores a receber e suas contas a pagar, seu acréscimo patrimonial ou suas perdas, caso houver. Esta visão permite ao acionista decidir se continuará investindo ou se vai procurar outro negócio mais rentável.
Ora, Deus Pai investiu tudo em nós, o Filho pagou um alto preço, mais que todo o ouro, toda a prata e todas as fortunas que há no mundo, é um direito Dele portanto, querer saber no final de nossa vida, o que foi que fizemos com o nosso viver, com a sua graça, com a vida nova que tivemos acesso, com a obra da salvação, uma pessoa extremamente bondosa e amorosa para conosco, nunca nos cobra nada, pois o seu amor é incondicional e gratuito, mas a gente se sente na obrigação de dar um retorno, que pode ser uma grande alegria, como a dos dois primeiros servos, que duplicaram os talentos que lhes foram confiados, ou então será um momento de grande tensão e angústia, marcado pelo medo, por causa de uma relação distorcida com o Patrão. Podemos perceber que os outros dois não tiveram a preocupação de justificar o porquê,  aplicaram bem o talento recebido, pois independente do rigorismo e da exigência do Patrão, sentiram-se no dever de corresponder à confiança neles depositada.
Deus reconhece as nossas limitações, ele sabe muito bem que nem todos irão viver bem, descobrindo o sentido da vida e vivendo na essência do seu amor, e por isso, diante dele é válido todo e qualquer esforço de se viver, segundo suas leis e sua santa palavra. Podemos até dizer, que o talento dado, é a própria existência, visível aos nossos olhos, e que os talentos adquiridos com um bom investimento, são as graças sobrenaturais que antecipam em nosso caminhar, esta vida nova que Jesus nos presenteou. Na hora certa, esta vida não nos será tirada, mas enriquecida com os demais talentos ,quando vivemos bem a nossa vida terrena, entendendo que ela é muito mais do que aquilo que se vê, São Paulo chama isso de caminhar na Fé.
Porém, aquele que se apegou a esta simples existência, limitando-se a viver apenas na visão, alimentando sua esperança apenas com aquilo que esta vida terrena pode dar, este é o servo Mau e preguiçoso, que investiu mal a sua vida, e que no balanço final da sua existência, já diante de Deus, irá constatar horrorizado, que não auferiu nenhum lucro, e que o que pensava ser um grande lucro, foi na verdade uma grande e terrível perda, e que terminou o seu exercício terreno com um saldo negativo, devendo algo para Deus.
Há uma música pastoral belíssima, cujo refrão diz “tudo vale a pena, quando a alma não é pequena!” Eis o grande segredo que o homem precisa descobrir, que o viver não se restringe aos limites do corpo, mas que o homem traz em si as sementes da eternidade, de uma Vida renovada pela qual vale a pena lutar para buscá-la e mantê-la a cada dia, porque os nossos horizontes são muito mais amplos do que nossos olhos podem vislumbrar, e esta descoberta prodigiosa que muda tudo em nossa vida, só ocorre na vida de quem vive na Fé.
Ainda tomando o exemplo da Contabilidade empresarial, mês a mês se faz o balancete, que como o próprio nome diz, trata-se de um Balanço menor, que mostra os valores movimentados e ajudam o empresário a redirecionar seus investimentos, caso o resultado do balancete não seja bom, por isso esse evangelho nos convida também a um bom exame de consciência diante de Deus no sentido de saber com clareza e sinceridade, o que é que estamos fazendo da nossa vida, que são os talentos que Deus nos confiou, sempre é tempo de nos converter, de acertar as contas negativas e fazer novos investimentos na caridade, no amor, na solidariedade, com os lucros auferidos da Palavra de Deus e da força da Eucaristia.

A grande diferença da nossa vida de fé e de um controle contábil, é que o nosso Deus não é avarento nem egoísta, e o pouco que conseguirmos lucrar com a prática do amor cristão, já será suficiente para ouvirmos dele a palavra que o nosso coração anseia: “Porque foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!” Alegria que já experimentamos ainda nesta vida, quando colocamos todos os nossos talentos para servir os nossos irmãos, ajuntando um tesouro no céu. Este evangelho fecha com chave de ouro este mês Vocacional pois Vocação e Talento tem tudo a ver!

Evangelho de hoje - Mt 25,14-30

Evangelho - Mt 25,14-30
Como foste fiel na administração de tão
pouco, vem participar de minha alegria.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 25,14-30
Naquele tempo,Jesus contou esta parábola a seus discípulos:14Um homem ia viajar para o estrangeiro.Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens.15A um deu cinco talentos,a outro deu dois e ao terceiro, um;a cada qual de acordo com a sua capacidade.Em seguida viajou.16O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo,trabalhou com eles, e lucrou outros cinco.17Do mesmo modo, o que havia recebido doislucrou outros dois.18Mas aquele que havia recebido um só,saiu, cavou um buraco na terra,e escondeu o dinheiro do seu patrão.19Depois de muito tempo, o patrão voltoue foi acertar contas com os empregados.20O empregado que havia recebido cinco talentosentregou-lhe mais cinco, dizendo:`Senhor, tu me entregaste cinco talentos.Aqui estão mais cinco que lucrei'.21O patrão lhe disse: `Muito bem, servo bom e fiel!como foste fiel na administração de tão pouco,eu te confiarei muito mais.Vem participar da minha alegria!'22Chegou também o que havia recebido dois talentos,e disse:`Senhor, tu me entregaste dois talentos.Aqui estão mais dois que lucrei'.23O patrão lhe disse: `Muito bem, servo bom e fiel!Como foste fiel na administração de tão pouco,eu te confiarei muito mais.Vem participar da minha alegria!'24Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento,e disse: `Senhor, sei que és um homem severo,pois colhes onde não plantastee ceifas onde não semeaste.25Por isso fiquei com medoe escondi o teu talento no chão.Aqui tens o que te pertence'.26O patrão lhe respondeu: `Servo mau e preguiçoso!Tu sabias que eu colho onde não planteie que ceifo onde não semeei?27Então devias ter depositado meu dinheiro no banco,para que, ao voltar,eu recebesse com juros o que me pertence.'28Em seguida, o patrão ordenou:`Tirai dele o talento e dai-o àquele que tem dez!29Porque a todo aquele que temserá dado mais, e terá em abundância,mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado.30Quanto a este servo inútil,jogai-o lá fora, na escuridão.Ali haverá choro e ranger de dentes!'Palavra da Salvação.

O demônio pode ler nossos pensamentos? Como podem nos tentar?

estatua de anjoA Igreja nos ensina que os demônios são anjos que foram criados bons, mas que se tornaram maus por própria culpa, por orgulho e soberba; eles não são oniscientes, nem onipresentes e nem onipotentes, mas têm poderes de anjos, puros espíritos. Eles podem influenciar a nossa imaginação com pensamentos maus; é a tentação. Eles não tem capacidade para ler os nossos pensamentos, mas são muito inteligentes e podem deduzir o que estamos pensando em face de nossas atitudes. Sobre eles o Catecismo nos diz o seguinte:
§395 – Contudo, o poder de Satanás não é infinito. Ele não passa de uma criatura, poderosa pelo fato de ser puro espírito, mas sempre uma criatura: não é capaz de impedir a edificação do Reino de Deus. Embora Satanás atue no mundo por ódio contra Deus e seu Reino em Jesus Cristo, e embora a sua ação cause graves danos – de natureza espiritual e, indiretamente, até de natureza física – para cada homem e para a sociedade, esta ação é permitida pela Divina Providência, que com vigor e doçura dirige a história do homem e do mundo. A permissão divina da atividade diabólica é um grande mistério, mas “nós sabemos que Deus coopera em tudo  para o bem daqueles que o amam” (Rm 8,28).

§414 – Satanás ou o Diabo, bem como os demais demônios, são anjos decaídos por terem se recusado livremente a servir a Deus a seu desígnio. Sua opção contra Deus é definitiva. Eles tentam associar o homem à sua revolta contra Deus.

O culto a satanás – EB

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Em síntese: A Itália foi, em começo de 1996, abalada pela prisão de um fundador de seita devotada ao Maligno: os Bambini di Satana (os Meninos de Satanás). Marco Dimitri quer ser chamado “a Besta 666″ foi detido por haver violentado uma jovem de dezesseis anos durante uma “Missa Negra”. Os seus seguidores recrutam adeptos entre adolescentes alunos da Escola Média italiana. O fenômeno tende a se expandir na Itália e no mundo; explica-se, em parte, pelo desespero que acomete a sociedade contemporânea; descrente dos valores tradicionais, endeusa os antivalores (verdade é que o culto a Satanás já se praticava desde remotas épocas no seio do Cristianismo e fora). A “Missa Negra” é uma paródia da Missa católica; glorifica Satanás e leva à devassidão sexual, fruto de paixões excitadas.
No começo de 1996 veio a público na Itália um grupo de jovens intitulado Bambini di Satana – Meninos de Satanás. Tem sede em Bolonha. O respectivo chefe Marco Dimitri, fundou tal seita em 1982; foi preso, porém, em data recente, sob a acusação de ter violentado uma jovem de dezesseis anos durante uma “Missa Negra”. Os fatos noticiados pela revista Famiglia Cristiana de 21/02/1996,p. 30-32, nos dão ocasião de abordar a temática do culto a Satanás.
1. O FUNDADOR E A SEITA
Marco Dimitri nasceu em Bolonha. Adolescente, já era irrequieto, a tal ponto que foi expulso da Escola por molestar os seus colegas. Queria ser chamado Bestia (Besta). Os pais o levaram a um mago para que fosse exorcizado – o que só contribuiu para agravar a situação. Dimitri começou a ler “textos sagrados” do satanismo; entrou numa seita para-satânica, que ele depois abandonou, acabando por fundar sua seita própria: os Bambini di Satana.
O grupo se reúne em igrejas execradas ou profanadas e em antigos currais abandonados na região rural de Bolonha. Deixa seus sinais nas paredes dos respectivos templos, às vezes cobrindo símbolos do SS. Sacramento e altares; entre esses sinais estão as palavras de um hino, que assim reza: “Se queres conhecer-me, mata os teus semelhantes. A morte é a alma e a lei é Satanás; com ele hás de matar”. As letras podem aparecer em vermelho, cor de sangue, lembrando o que acontece nas cerimônias do culto satânico.
No princípio de 1996 Dimitri foi preso com dois de seus assessores mais próximos, acusados de ter violentado uma jovem de dezesseis anos. Não é a primeira vez que Marco cai sob os tentáculos da polícia; todavia sempre se livrou de qualquer penalidade, saindo com a “folha corrida limpa”. Isto lhe suscitou publicidade, coisa que ele sempre procurou avidamente, encontrando geralmente algum meio de comunicação que lhe desse cobertura.
Os seguidores de Dimitri recrutam adeptos entre os alunos menores de idade de escolas médias italianas através de emboscadas; Dimitri os reunia em seu escritório, no centro de Bolonha, onde lia cartas pintadas e recebia seus clientes, embora pareça pouco entender de ocultismo. Chegam às suas mãos centenas de cartas de meninas prontas a dar tudo por uma carícia. Esses contatos diversos levaram muito dinheiro à seita de Dimitri, o qual vendia por cinco milhões de liras italianas os cursos para os aspirantes ao sacerdócio satânico; somente no fim do curso era permitido ao candidato participar de um dos ritos satânicos de fundo sexual.
Os seguidores da seita, aparentemente bonachões, habituados à imprensa e à televisão, revelaram-se indivíduos perigosos, dados a todo tipo de perversão. A polícia encontrou nos arquivos do grupo fichas de matrícula assinadas com o sangue das pessoas matriculadas; cerca de cinqüenta destas eram menores de idade, alguns de doze anos, mas todos “consagrados” ao demônio. Encontraram-se também fotografias pornográficas e várias outros elementos congêneres.
Aliás, a pederastia, o sadismo e outras perversões sexuais são correntes entre os cultores de Satanás. Sexo, dinheiro e poder são os três objetivos do pacto com Satanás. Quanto a outras práticas da seita, é difícil conhecê-las, pois os adeptos guardam silêncio a respeito.
2. A PROPAGAÇÃO DO SATANISMO
As pesquisas não convergem entre si quando se trata de avaliar as proporções do fenômeno. Na Itália parece estar presente tanto no Norte como no Sul. Em Nápoles a Prefeitura mandou fechar um Centro Social no qual os rapazeS adoravam um grande bode pregado à cruz. Há quem fale de cinco mil satanistas na Itália. Todavia Silvana Radoani, que se tem dedicado a tale.tudo, afirma serem vinte mil, reunidos em 87 grupos na Itália e 128 grupos no mundo inteiro. Estes números são contestados pelo Prof. Massimo Introvigne, Diretor de um Centro de Investigações em Turim: julga que os autênticos satanistas, com doutrina, liturgia e organização, não são mais do que seiscentos, reunidos em vinte grupos. Em senso lato, podem ser mais numerosos, casos se considerem satanistas aqueles que usam símbolos satânicos ou os magos que evocam Satanás após cobrar alto preço ou ainda os jovens que se reúnem em grupos informais de satanismo “ácido”, mergulhado no mundo dos tóxicos e das drogas. Parece que, na verdade, os que freqüentam certos Centros de Satanismo são uma população flutuante ou também disposta a se dividir e subdividir, chegando alguns a se juntar ao crime organizado.
Todavia é certo que quem entrou num desses grupos, dificilmente consegue sair do mesmo. São poucos os egressos, e, quando ocorrem, geralmente sofrem de graves perturbações mentais.
Torna-se oportuno agora considerar o que seja a “Missa Negra”.
3. A MISSA NEGRA
A Missa Negra é um rito que faz a paródia da Missa católica, oferecendo a Satanás a adoração e o louvor devido a Deus só. Há várias cerimônias de “Missa N.gra”. Os rituais apresentados por Roland Villeneuve em seu livro “L’Univers Diabolique”, Paris 1972, pp. 264-370 datam dos séculos XVI/XVII e fazem eco aos de séculos anteriores; deles são extraídos os tópicos seguintes:
A Missa do Diabo, a partir do século XVI, é exatamente a contraparte do Ofício católico. É a paródia do que Jesus fez na sua última ceia. O que é abençoado, torna-se amaldiçoado; o que é branco, torna-se preto… Por ocasião da elevação da hóstia e do cálice, os sacerdotes-magos exclamam: “Corvo preto! Corvo preto!” para evocar o Maligno. E estes clamores são acompanhados por contorções e saltos. O Demônio, dizem, voa no momento da consagração em torno do cálice. Quando a assembléia viu essa borboleta levanta-se e conjura: “Belzebu! Belzebu!” Não há ato penitencial nem aleluia. Evitam-se os sinos e as sinetas, pois causam horrenda dor ao Demônio (…).
Como o cálice, também a hóstia é preta e, mais, difícil de ser engolida; traz a figura do Demônio, que diz por ocasião da consagração: “Isto é o meu corpo”. Ele levanta a hóstia acima de seus chifres; neste momento toda a assembléia a adora. Cercando o altar em semicírculo, prostram-se por terra. O Demônio faz então um sermão e intima-os a comungar, dando a cada qual um pedacinho da hóstia, a fim de que o possam engolir; entrega a cada qual dois goles de um remédio infernal, e uma bebida de tão mau gosto e odor que, ao engolirem-na, suam e, ao mesmo tempo, ficam gelados em seus corpos, em seus nervos e em suas medulas.
Era “bom costume” roubar o pão eucarístico nas capelas católicas a fim de o profanar no culto satânico. Satanás, dizem, divertia-se atirando as hóstias aos sapos. Estendia sua sanha aos presbíteros da Igreja, fazendo que estes apresentassem as hóstias ao Maligno. Na Alemanha e na Áustria as moças virgens eram incitadas a perfurar as hóstias com três punhaladas; uma certa Maria Renata Saenger percutia-as com alfinetes, em total ódio a Deus.
Em 15/01/1632 o Parlamento de Dole condenou à morte o cidadão Nicola Nicolas, de Anjeux, porque em 1628 levara o SS. Sacramento do altar para um culto satânico, tendo-o misturado com excrementos humanos por ordem do Diabo; as sagradas partículas desapareceram.
As profanações do SS. Sacramento era frequentes no fim da Idade Média e nos dois séculos seguintes: as hóstias eram pisoteadas, conculcadas, transpassadas…; podiam ser torradas no forno.
Entre outros traços, ainda se narra que o Diabo, por meio do seu representante, exortava os seus seguidores a praticar o estupro, o incesto e a sodomia. Os presentes respondiam em uníssono e tão forte quanto possível: “Mestre, ajuda-nos!” O Maligno então apressava-se por aspergi-los com a sua urina como se fosse água benta. O oficiante revestia uma capa preta sem cruz; tomava em mãos o Livro das blasfêmias, que servia de Cânon ou de Oração oficial e central da Missa Negra; continha as mais abjetas blasfêmias contra a SS. Trindade, o SS. Sacramento do altar, os outros sacramentos e ritos da Igreja Católica; estava redigido em língua que o povo ignorava. O sinal da cruz era feito obrigatoriamente com a mão esquerda.
Satã, por seu representante, ridicularizava os dogmas católicos e propunha uma vida nova aos seus fiéis; prometia-lhes não menos do que a vida eterna. No momento do Ofertório, declarava: “Eu sou o verdadeiro Deus; ao menos vocês me vêem, me sentem e me podem tocar. Ao passo que o Outro (…), é melhor não falar dele”. Os discursos de Satanás e sua presença eram tão “reais” e persuasivos que os magos o adoravam no sentido próprio da palavra. Uma certa Maria de Ia Ralde, de 28 anos de idade, afirmava que ela gostava de ir a um culto satânico tanto quanto a uma festa de núpcias; julgava que era muito mais satisfatório e gratificante do que ir a uma Missa convencional, pois o Diabo dava a crer que ele era o verdadeiro Deus, e a alegria dos feiticeiros, naquela ocasião, era o começo de uma glória muito maior.
Era normal recitar ladainhas e orações em honra do Demônio; eram acompanhadas de blasfêmias e expressões de demência.
São estes alguns traços típicos dos cultos satânicos, que culminam na chamada “Missa Negra”, paródia sacrílega da S. Missa. A existência desse ritual em nossos dias significa a capitulação da razão e da sanidade mental diante da imaginação e dos impulsos desregrados da carne. Também a mística precisa dos subsídios da razão. O Demônio existe, mas não pode ser concebido como um deus poderoso, ao qual se deva prestar culto.
APÊNDICE
Após redigir o artigo destas últimas páginas, recebemos outra notícia da Itália, extraída do jornal LA STAMPA, de Turim, edição de 28/02/1996, devida ao repórter Fabio Albanese.
Desta vez, o cenário é a cidade de Catânia na Sicília, onde foram presos em começo de 1996 cinco homens (alguns de certa posição social) acusados de violação de sepulturas, rapto e destruição de cadáveres, incêndios e atos obscenos. Tinham sede na igreja do antigo mosteiro beneditino de S. Nicoló l’Arena, igreja que parece ter sido transformada em templo satânico, onde se realizaram, como se crê, Missas Negras e orgias demoníacas. Tais protagonistas são, para grande surpresa dos habitantes de Catânia e do público em geral: o monge beneditino Michele Musumeci, de 42 anos, antigo Reitor da igreja de S. Nicolô l’Arena; Antonio Germanà, 34 anos, perito do Patrimônio Artístico-cultural de Catânia, encarregado da restauração da mencionada igreja do mosteiro beneditino; Santo Privitara, 37 anos, Conselheiro Comunal de Catânia, e dois animadores da cultura, a saber: Davide Pulvirenti, 20 anos, e Nicoló Elio Ambram, 28 anos.
A história começou quando em 1993 Antonio Germanà e Santo Privitera ofereceram seus préstimos gratuitos à Administração do Patrimônio Histórico de Catânia no intuito de recuperar o monumento igreja que fora abandonado havia decênios; o mosteiro tornara-se Faculdade de Letras. A Prefeitura aceitou a proposta e confiou a tarefa de recuperação a Antonio, que se põs a trabalhar com os quatro companheiros citados e alguns outros voluntários; enquanto as obras corriam, foram promovidas conferências e debates de ordem cultural, assim como uma visita à cripta da igreja, da qual participou o Prefeito. Eis, porém, que no quarteirão se foram espalhando rumores estranhos enquanto furtos e estragos na igreja eram denunciados pelos vigias do monumento. Este fato deu início ao inquérito por ordem da Prefeitura. Durante uma semana, os policiais montaram guarda ao monumento, mas nada foi apurado. Todavia a escuta de conversas telefônicas e as apreensões de correspondência particulares deram motivo ao aprisionamento dos cinco homens: eram acusados de ter violado urnas funerárias, utilizado paramentos litúrgicos da igreja e organizado relacionamento sexual em grupo por ocasião dos seus ritos. Destes parecem ter participado outras pessoas, inclusive menores de idade, que contaram ao magistrado o que viram e ouviram. Foi rescindido o contrato entre Antonio Germanà e a Prefeitura.
Os acusados rejeitam qualquer suspeita de desonestidade, afirmando que se trata de um complô contra eles. Santo Privitera declarou: “Aquilo de que nos acusam, é o contrário do que nós fizemos por aquela igreja. Ocorre uma confusão, fruto de mal-entendidos, que coincidem com a vinda do novo Reitor da igreja, Pe. Ignazio Mirabella”. Apesar das contestações, pesa sobre os cinco homens agrave acusação de ter cometido atos e ritos secretos e obscenos em homenagem ao Diabo na cripta da igreja de S. Nicoló l’Arena.
Eis, pois, mais um caso recente de culto ao Demônio na Itália.Pode-se afirmar tranquilamente que outros países são também sedes de tais orgias.
A propósito:
Roland Villeneuve L ‘Univers Diabolique. Albin Michel, Paris 1972. ,
Bernard Teyssedre, Naissance du Diable de Babylone aux Grottea de II Mer Morte. Paris, Albin Michel 1985.
Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”
D. Estevão Bettencourt, osb.
Nº 410 – Ano 1996 – p. 329

A passagem do Mar Vermelho e do Rio Jordão

mar-vermelho1. A Travessia do Mar Vermelho (Êx 14, 5-31)
O  texto sagrado refere que, após a décima praga, Faraó, aterrorizado, não somente permitiu, mas ordenou que deixassem os israelitas o Egito. Estes, pois, levando mulheres, crianças, gado e demais haveres, se retiraram em caravana na direção do Oriente. Chegando, porém, às margens do mar Vermelho, viram-se em graves apuros, que lhes teriam acarretado a morte, não fora uma intervenção extraordinária de Deus.
Com efeito, após as primeiras etapas dos emigrantes, Faraó, arrependido da concessão, resolveu ir-lhes ao encalço. Alcançou-os perto do Mar, de sorte que a multidão israelita se viu comprimida entre as águas, de um lado, e as tropas inimigas, do outro.
Como escaparia ao perigo iminente?
O  Senhor fez com que a coluna de nuvem que antecedia Israel se colocasse entre este e o exército egípcio, causando opacidade entre os dois acampamentos. A seguir, Moisés, a mandado de Javé, estendeu a mão sobre o mar; um vento impetuoso de leste pôs-se a soprar durante uma noite inteira, de modo a formar no meio das águas um corredor. Era a oportuna válvula de salva­ção…; sem demora, os israelitas por ele enveredaram, passando o mar a pé totalmente enxuto! Quando os soldados de Faraó perce­beram que os fugitivos se haviam lançado na direção do mar, seguiram-lhes as pegadas, entrando no corredor aberto. Eis, po­rém, que, ao despontar o dia, Moisés, por nova ordem do Senhor, mais uma vez estendeu a mão sobre as águas, que então se fecha­ram sobre a tropa de egípcios, fazendo perecer os perseguidores.
Como se há de entender esta narrativa?
Do texto sagrado se poderia inferir que o Senhor, dividindo o Mar Vermelho, realizou um prodígio totalmente insólito ou alheio à natureza dos elementos.
Pergunta-se, porém, se o texto bíblico insinua de fato tão extraordinária intervenção da Onipotência Divina.
A isto respondem competentes estudiosos que não somente o livro sagrado, mas também os vestígios de arqueologia recém-descobertos levam a concluir que a divisão do Mar Vermelho se deve a uma concatenação de causas naturais, só tendo de extraor dinário as circunstâncias (hora, duração…) em que se verificou. Eis como se explicam tais autores:
Nos tempos pré-históricos comunicavam entre si os mares Mediterrâneo e Vermelho, os quais só aos poucos foram sendo separados pelo istmo de Suez. Na época de Moisés (ca. 1240 a.C.), julga-se que o Mar Vermelho se prolongava ainda até os Lagos Amargos e talvez o Lago de Timsah (situados hoje no referido istmo); o porto de Colzum, donde na Idade Média partiam as naves para a Índia, é hoje um acervo de ruínas situadas a dez quilômetros do litoral. Nesta sua extremidade setentrional o mar, que tendia a recuar, não devia ser muito profundo. Há decênios, Bour­don, oficial de marinha francês encarregado durante muitos anos do serviço do canal de Suez, descobriu vestígios de uma estrada que, passando pelo Egito, desembocava num vau ainda hoje exis­tente na parte meridional dos Lagos Amargos, e se prolongava do outro lado das águas; em território egípcio, ou seja, ao pé do Djebel (monte) Abu Hasa, o mesmo explorador encontrou as ruínas de um edifício que, conforme as inscrições, era simultaneamente templo religioso e fortim militar; esta construção, situada nas proximida­des da estrada e do vau referidos, devia servir para proteger a fronteira, impedindo que entrassem na terra do Faraó invasores indesejáveis, e reabastecer as caravanas que do Egito se dirigiam às minas do Monte Sinai.
Tais descobertas levam a admitir que, nos tempos de Moisés, havia uma passagem através das águas que então constituíam o Mar Vermelho, passagem cuja utilização dependia das circunstân­cias de ventos, marés etc. Ora o texto bíblico insinua que o êxodo dos israelitas se fez por um vau. Sim, o fato de que os egípcios se precipitaram águas adentro supõe que não tinham a travessia na conta de coisa impossível; deviam julgar que a passagem se tornara praticável naquela ocasião; e com razão, visto o vento impetuoso que, de leste soprando sobre as águas, era bem capaz de nelas abrir um corredor.13 O que os egípcios ignoravam – incorrendo por isto num erro fatal – era o modo maravilhoso como se tornara transitável o vau: o vento fora suscitado por Deus no momento favorável a Israel, e deixaria de soprar logo que o povo eleito o pudesse dispensar (sabe-se, aliás, que o sirocco da Arábia, o vento  qadim, começa de imprevisto e cessa também repentinamente).
A seguinte observação parece do seu modo insinuar que a travessia se fez pela parte setentrional do mar, parte que atualmente já não existe: o texto bíblico fala de passagem do “Mar dos Juncos”, não do “Mar Vermelho”, em trechos como Js 2, 10; S1 105, 7.9.22; 135, 13. Ora às margens do Mar Vermelho nas se encontra o arbusto do junco; disto se poderá deduzir que se desenvolvia outrora junto às águas que prolonga­vam o hodierno Mar Vermelho e deviam constituir propriamente o Mar dos Juncos.
Não se creia que no desastre hajam perecido todo o exército do Egito e o Faraó. O texto de Êx 14, 7 refere ter-se feito uma seleção de armas e guerreiros para constituírem a tropa persegui­dora; talvez pouco mais de mil carros armados hajam sido tragados pelas águas. Quanto ao monarca, é possível que tenha tomado parte na expedição; o texto bíblico, porém, não o diz (cf. Êx 14, 23.26.28; 15,4).
Um ou outro exegeta tenta de certo modo ilustrar a passagem, recordando o seguinte episódio da história profana:
Nas famosas guerras púnicas entre Roma e Cartago (264-146 a.C.), o chefe romano Cipião dito “o Africano” conseguiu entrar em Cartago por um lado da cidade contíguo a uma laguna; já que as águas pareciam constituir obstáculo natural aos invasores, os cartagineses não se preocu­param com a defesa dessa zona. Ora aconteceu que um vento inesperado removeu as águas e permitiu que quinhentos soldados romanos tivessem acesso a Cartago (cf. Tito Lívio, Historiar. 1.26, 46; Políbio 10, 4s).
O episódio é significativo; contudo não se lhe pode atribuir grande peso na exegese do Êxodo, se se têm em vista os termos muito sóbrios com que os historiadores greco-romanos se referem ao assunto.
2. A passagem do Rio Jordão (Js 3, 7-17)
A Moisés sucedeu Josué no governo do povo de Deus. O novo chefe devia consumar a obra do antecessor, que morrera deixando Israel à entrada da terra de Canaã. Ora, para penetrar na Palestina, era mister atravessar o Jordão. Isto se fez, como narra o hagió­grafo, a pé enxuto, paralelamente ao que se deu na travessia do Mar Vermelho.
A semelhança dos dois fenômenos é de certo modo explicada pelo texto sagrado: conforme Js 3, 7; 4, l4.23, o Senhor, no início da missão de Josué, quis reproduzir o portento realizado no princí­pio da obra de Moisés, a fim de mostrar a Israel que Deus dirigia o novo guia como sempre orientara o anterior.
E como se deu a intervenção divina?
A caravana israelita estacionou à margem esquerda do Jordão, diante da cidade de Jericó, situada no além-rio; a torrente tem aí a largura de 80 m aproximadamente, mas é pouco profunda. Corria então a época da messe (março-abril), época em que o sol da primavera faz derreter as neves do monte Hermon, ocasionando a cheia brusca e impetuosa do rio (cf. Eclo 24, 26 e 1Cr 12, 15). Não se via como a multidão de Israel poderia atravessar. Então o Senhor mandou que dois sacerdotes, carregando a arca da aliança, entrassem no rio; logo que isto se deu, a caudal interrompeu o seu curso, detendo-se perto da cidade de Adom (hoie El-Damieh, a 25 km ao Norte de Jericó); assim o leito da corrente apareceu seco, e os filhos de Israel o transpuseram facilmente; os sacerdotes deten­tores da arca permaneceram imóveis por todo o tempo da traves­sia; terminada esta, retiraram-se e o rio continuou o curso normal.
Que interpretação se há de dar ao texto bíblico?
Nada se pode objetar a quem julgue que as águas do Jordão, contrariamente às leis da natureza, constituíram repentinamente um muro imóvel em Adom.
Não é necessário, porém, admitir tão estupenda intervenção do Criador no episódio. Com efeito, na região de Adom (El- Damieh) as águas do Jordão correm entre bancos de argila, cuja altura atinge 13m, e que facilmente desmoronam; ainda em 1927, por ação de um terremoto, desabaram sobre o leito do rio, obstruindo o fluxo das águas pelo espaço de 21 horas. Além disto, sabe-se que em 1267 o sultão do Egito Melik-Daher-Bibars II desejava mandar construir uma ponte sobre o Jordão na região de El-Damieh; o ímpeto das águas, porém, dificultava grandemente o lançamento das pilastras de base; a corrente chegou a derrubar e arrastar algumas destas depois de implantadas; nessas circunstâncias a própria natureza veio em auxílio aos operários: à meia noite de 7 para 8 de dezembro,
verificaram que o Jordão deixara de correr; então, à luz de tochas, apressaram-se em consolidar os fundamentos da ponte. Contudo, a fim de se certificar da futura estabilidade da obra, quiseram investigar, a causa do fenômeno:  enviaram rio acima exploradores a cavalo, os quais averiguaram que enorme bloco de terra da margem ocidental se havia precipitado  no rio, constituindo uma barreira artificial; as águas, em consequência, se espalhavam pelo vale ao Norte do dique; somente pelas dez horas da manhã, após haver vencido o obstáculo, pôde a torrente retomar o seu curso normal.
Ora, se os fatores naturais na zona do Jordão podem produzir tais fenômenos, é plausível afirmar que Deus se tenha servido de semelhantes meios para possibilitar aos israelitas a passagem do rio.

Grandes Heresias

heresiasDesde o princípio da Cristandade, a Igreja sempre se confrontou e combateu os falsos ensinamentos ou heresias.
Hoje em dia basta darmos uma olhada no catálogo telefônico para encontrarmos em qualquer cidade do mundo, uma denominação religiosa que nos diga exatamente aquilo que queremos ouvir. Algumas ensinam que Jesus não é Deus, ou que Ele é a única pessoa da Trindade, ou que existem muitos deuses (três dos quais são o Pai, o Filho e o Espírito Santo) ou que nós podemos nos tornar “deuses”, ou que uma pessoa uma vez salva, jamais poderá perder sua salvação, ou que não existe inferno, ou que o homossexualismo é apenas mais uma expressão da sexualidade humana, portanto um estilo de vida aceitável para um cristão, ou qualquer outro tipo de ensinamento.
A Bíblia nos advertiu que isso ocorreria. O Apóstolo Paulo avisou ao seu aluno Timóteo: “Porque virá o tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas suas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas”. (2Tim. 4,3-4).
» O que é heresia?
Antes de darmos uma olhada nas grandes heresias da história da Igreja, cumpre-nos dar algumas palavras sobre a natureza da heresia. Isso é muito importante já que o termo em si carrega um forte peso emocional e frequentemente é mal utilizado. Heresia não significa o mesmo que incredulidade, cisma, apostasia ou qualquer outro pecado contra a fé. O Catecismo da Igreja Católica define a heresia do seguinte modo:
“Incredulidade é negligenciar uma verdade revelada ou a voluntária recusa em dar assentimento de fé a uma verdade revelada. Heresia é a negação após o batismo de algumas verdades que devem ser acreditadas com fé divina e Católica, ou igualmente uma obstinada dúvida com relação às mesmas; apostasia é o total repúdio da fé cristã; cisma é o ato de recusar-se a submeter-se ao Romano Pontífice ou à comunhão com os membros da Igreja sujeitos a ele” (CIC  §2089).
Para ser culpado de heresia, uma pessoa deve estar obstinada (incorrigível) no erro. Uma pessoa que está aberta à correção ou que simplesmente não tem consciência de que o que ela está dizendo é contrário ao ensinamento da Igreja, não pode ser considerada como herética.
A dúvida ou negação envolvida na heresia deve ser pós-batismal. Para ser acusado de heresia, uma pessoa deve ser antes de tudo um batizado. Isso significa que aqueles movimentos que surgiram da divisão do Cristianismo ou que foram influenciados por ele, mas que não administram o batismo ou que não batizam validamente, não podem ser considerados heresias mas apenas religiões separadas (exemplos incluem Muçulmanos que não possuem batismos e Testemunhas de Jeová que não batizam validamente).
E, finalmente, a dúvida ou negação envolvidos na heresia devem estar relacionados a uma matéria que deve ser crida com “fé Católica e divina” – em outras palavras, alguma coisa que tenha sido definida solenemente pela Igreja como verdade divinamente revelada (por exemplo, a Santíssima Trindade, a Encarnação, a Presença Real de Cristo na Eucaristia, o Sacrifício da Missa, a Infalibilidade Papal, a Imaculada Conceição e Assunção de Nossa Senhora).
É especialmente importante saber distinguir heresia de cisma e apostasia. No cisma, uma pessoa ou grupo se separa da Igreja Católica sem repudiar nenhuma doutrina definida. Já na apostasia, uma pessoa repudia totalmente a fé cristã e não mais se considera cristã.
É interessante notar como, de uma forma ou outra, a imensa maioria destas heresias permanece…
Esclarecidas as diferenças, vamos dar uma conferida nas maiores heresias da história da Igreja e quando elas começaram:
» Os Judaizantes (Séc. I)
A heresia Judaizante pode ser resumida pelas seguintes palavras dos Atos dos Apóstolos 15,1: “Alguns homens, descendo da Judéia, puseram-se a ensinar aos irmãos o seguinte: ‘Se não vos circuncidais segundo o rito de Moisés, não podeis ser salvos’”.
Muitos dos primeiros Cristãos eram Judeus, e esses trouxeram para a Fé cristã muitas de suas práticas e observâncias judaicas. Eles reconheciam em Jesus Cristo o Messias anunciado pelos profetas e o cumprimento do Antigo Testamento, mas uma vez que a circuncisão era obrigatória no Antigo Testamento para a participação na Aliança com Deus, muitos pensavam que ela era também necessária para a participação na Nova Aliança que Cristo veio inaugurar. Portanto eles acreditavam que era necessário ser circuncidado e guardar os preceitos mosaicos para se tornar um verdadeiro cristão. Em outras palavras, uma pessoa deveria se tornar judeu para poder se tornar cristão.
Uma forma “light” desta heresia é a dos Adventistas de Sétimo Dia e outras seitas sabatistas.
» Gnosticismo (Séc. I e II)
“A matéria é má!” – Esse é o lema dos Gnósticos. Essa foi uma idéia que eles “tomaram emprestado” de alguns filósofos gregos e isso vai contra o ensinamento Católico, não apenas porque contradiz Gênesis 1,31: “Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom”, bem como outras partes da Sagrada Escritura, mas porque nega a própria Encarnação. Se a matéria é má, então Jesus não poderia ser verdadeiro Deus e verdadeiro homem, pois em Cristo não existe nada que seja mau. Assim muitos gnósticos negavam a Encarnação alegando que Cristo apenas “parecia” como homem, mas essa sua humanidade era apenas ilusória.
Alguns Gnósticos, reconhecendo que o Antigo Testamento ensina que Deus criou a matéria, alegavam que o Deus dos Judeus era uma divindade maligna bem diferente do Deus de Jesus Cristo, do Novo Testamento. Eles também propunham a crença em muitos seres divinos, conhecidos como “aeons” que servem de mediadores entre o homem e um inatingível Deus. O mais baixo de todos esses “aeons” que estava em contato direto com os homens teria sido Jesus Cristo.
Esta heresia permanece de maneira quase igual na chamada “Nova Era”. Em outras formas, aliás, ela não deixa de ser a heresia de base de muitas outras, como o protestantismo (com sua negação dos Sacramentos e da Maternidade Divina da Santíssima Virgem, decorrentes de uma visão gnóstica segundo a qual a religião verdadeira é puramente espiritual: Igreja invisível, sem meios visíveis de transmissão de graça etc.).
» Montanismo (final do Séc. II)
Montanus iniciou inocentemente sua carreira pregando um retorno à penitência e ao fervor. Todavia ele alegava que seus ensinamentos estavam acima dos ensinamentos da Igreja porque ele era diretamente inspirado pelo Espírito Santo. Logo, logo ele começou a ensinar sobre uma eminente volta de Cristo em sua cidade natal na Frígia. Seu movimento enfatizava sobretudo a continuidade dos dons extraordinários como falar em línguas e profecias.
Montano afirmava que a Igreja não tinha capacidade de perdoar pecados mortais. Esta heresia, de uma certa forma, está presente em muitas seitas atuais, cuja rigidez de costumes traz esta idéia no fundo. Um exemplo seria a “Assembléia de Deus”, ou até a seita suicida africana.
» Sabelianismo (Princípio do Séc. III)
Os Sabelianistas ensinavam que Jesus Cristo e Deus Pai não eram pessoas distintas, mas simplesmente dois aspectos ou operações de uma única pessoa. De acordo com eles, as três pessoas da Trindade existem apenas em referência ao relacionamento de Deus com o homem, mas não como uma realidade objetiva.
Esta visão também está presente em muitos movimentos “ecumênicos” protestantes atuais, especialmente entre as seitas mais antigas. Nosso Senhor para eles dissolve-se em uma vaga “divindade”.
» Arianismo (Séc. IV)
Uma das maiores heresias que a Igreja teve que confrontar foi o Arianismo. Arius ensinava que Cristo não era Deus e sim uma criatura feita por Deus. Ao disfarçar sua heresia usando uma terminologia ortodoxa ou semi-ortodoxa, ele foi capaz de semear grande confusão na Igreja, conquistando o apoio de muitos Bispos e a rejeição de alguns. O Arianismo foi solenemente condenado no ano 325 pelo Primeiro Concílio de Nicéia, o qual definiu a divindade de Cristo e no ano 381 pelo Primeiro Concílio de Constantinopla, o qual definiu a divindade do Espírito Santo. Esses dois Concílios deram origem ao Credo Niceno que os Católicos recitam nas Missas Dominicais.
Os “Testemunhas de Jeová” têm esta crença, assim como os Unitarianos.
» Pelagianismo (Séc. V)
Pelagius, um monge gaulês deu início a essa heresia que carrega seu nome. Ele negava que nós herdamos o pecado de Adão e alegava que nos tornamos pessoalmente pecadores apenas porque nascemos em solidariedade com uma comunidade pecadora a qual nos dá maus exemplos. Da mesma forma, ele negava que herdamos a santidade ou justiça como resultado da morte de Cristo na cruz e dizia que nos tornamos pessoalmente justos através da instrução e imitação da comunidade cristã, seguindo o exemplo de Cristo.
Pelagius declarava que o homem nasce moralmente neutro e pode chegar ao céu por seus próprios esforços. De acordo com ele, a graça de Deus não é verdadeiramente necessária, mas apenas facilita uma difícil tarefa.
É uma visão que ainda hoje encontramos na Teologia da Libertação, por exemplo: o que importa é o esforço do homem, a graça de Deus é bem vinda mas não é necessária, etc. É por isso que os TL dão tanto valor à “auto-estima”, nome chique para o pecado do Orgulho: para eles é importante amar A SI sobre todas as coisas, pois a salvação (ou a utopia socialista, no caso…) viria apenas através do esforço do homem.
» Nestorianismo (Séc. V)
Essa heresia sobre a pessoa de Cristo foi iniciada por Nestorius, bispo de Constantinopla que negava a Maria o título de Theotokos (literalmente “Mãe de Deus”). Nestorius alegava que Maria deu origem apenas à pessoa humana de Cristo em seu útero e chegou a propor como alternativa o título Christotokos (“Mãe de Cristo”).
Os teólogos Católicos ortodoxos imediatamente reconheceram que a teoria de Nestorius dividia Cristo em duas pessoas distintas (uma humana e outra divina, unidos por uma espécie de “elo perdido”), sendo que apenas uma estava no útero de Maria. A Igreja reagiu no ano 431 com o Concílio de Éfeso, definindo que Maria realmente é Mãe de Deus, não no sentido de que ela seja anterior a Deus ou seja a fonte de Deus, mas no sentido de que a Pessoa que ela carregou em seu útero era de fato o Deus Encarnado.
Creio que todo mundo já identificou o protestantismo pentecostal neste heresia, não? Bom, isso na verdade é, no protestantismo, apenas uma maneira a mais de menosprezar a Encarnação. Note-se que S. João escreveu seu Evangelho em resposta aos gnósticos, e fez questão de comecá-lo pela Encarnação. Isto ocorre porque a base gnóstica do protestantismo (e tbm, de uma certa maneira, do nestorianismo) recusa-se a admitir que Nosso Senhor tenha realmente assumido a nossa natureza. É por isso, por exemplo, que Lutero afirmava que o pecado do homem não é jamais apagado, mas apenas encoberto por Deus. Para ele, Nosso Senhor mentiria, afirmando que o homem não tem pecado, para que ele entre no Céu. É mais fácil para um gnóstico crer em um deus que minta que em um Deus que se faz verdadeiramente homem, com mãe e tudo.
» Monofisismo (Séc. V)
O Monofisismo originou-se como uma reação ao Nestorianismo. Os monofisistas (liderados por um homem chamado Eutyches) ficaram horrorizados pela implicação Nestoriana de que Cristo era duas pessoas com duas diferentes naturezas (divina e humana). Então eles partiram para o outro extremo alegando que Cristo era uma pessoa com uma só natureza (uma fusão de elementos divinos e humanos). Portanto eles passaram a ser reconhecidos como Monofisistas devido à sua alegação de que Cristo possuía apenas uma natureza (Grego: mono= um; physis= natureza).
Os teólogos Católicos ortodoxos imediatamente reconheceram que o Monofisismo era tão pernicioso quanto o Nestorianismo porque esse negava tanto a completa humanidade como a completa divindade de Cristo. Se Cristo não possuia a natureza humana em sua plenitude então Ele não poderia ser verdadeiramente homem e se Ele não possuía a natureza divina em plenitude, então Ele também não era verdadeiramente Deus.
Esta heresia persiste em alguns círculos católicos bem-intencionados, mas errados, que subestimam a importância da natureza humana de Cristo.
» Iconoclastas (Séc. VII e VIII)
Essa heresia surgiu quando um grupo de pessoas conhecidos como iconoclastas (literalmente, destruidores de ícones) apareceu. Esses alegavam que era pecaminoso fazer estátuas ou pinturas de Cristo e dos Santos apesar de exemplos bíblicos que provam que Deus mandou que se fizesse estátuas religiosas (por exemplo, em Ex 25,18-20 e 1Cr 28,18-19), inclusive representações simbólicas de Cristo (Num 21,8-9 e Jo 3,14).
Tem um em cada esquina hoje em dia…
» Catarismo (Séc. XI)
O Catarismo foi uma complicada mistura de religiões não-Católicas trabalhadas com uma terminologia Cristã. O Catarismo se dividia em muitas seitas diferentes que tinham em comum apenas o ensinamento de que o mundo tinha sido criado por uma divindade má (portanto toda matéria é má) e que por isso devemos adorar apenas a divindade do bem.
Os Albigenses formavam uma das maiores seitas Cátaras. Eles ensinavam que o espírito foi criado por Deus e que por isso era bom, enquanto o corpo teria sido criado pelo Mal, portanto o espírito deveria ser libertado do corpo. Ter filhos era considerado pelos albigenses um dos maiores males já que isso era o mesmo que aprisionar um outro “espírito” na carne. Obviamente o casamento era proibido, embora a fornicação fosse permitida. Tremendos jejuns e severas mortificações eram paticadas e seus líderes adotavam uma vida de voluntária pobreza.
Alguns aspectos da gnose cátara hoje são parte integrante da mentalidade geral em nossa sociedade: o horror à concepção, o amor à fornicação (infelizmente há católicos que aderem a esta mentalidade e praticam sem as necessárias razões graves a abstinência periódica de relações conjugais nos dias férteis)…
» Protestantismo (Séc. XVI)
Os grupos Protestantes se dividem em uma ampla variedade de diferentes doutrinas. Todavia, virtualmente todos alegam acreditar no princípio da Sola Scriptura (“apenas a Escritura” – idéia que defende o uso apenas da Bíblia ao formular sua teologia) e Sola Fide (“apenas pela Fé – a idéia de que somos justificados somente pela Fé). Apesar disso, existe pouca concordância sobre o que essas duas doutrinas-chave realmente significam. Por exemplo, Lutero acreditava que a fé salvífica é expressa pelo batismo, pelo qual, segundo ele, uma pessoa renasce e seus pecados são perdoados, ao passo que muitos Fundamentalistas alegam ser essa uma falsa pregação e que o batismo é meramente um símbolo.
A grande diversidade de doutrinas Protestantes advêm da doutrina do julgamento privado, a qual nega a infalível autoridade da Igreja e alega que cada indivíduo pode interpretar a Escritura por si próprio. Essa idéia é rejeitada pela própria Bíblia em 2Ped 1,20, que nos dá a primeira regra para a interpretação bíblica: “Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal”. Uma significante tática dessa heresia é a tentativa de confrontar a Igreja com a Bíblia, negando que o magistério possua qualquer autoridade infalível para ensinar ou interpretar as Escrituras.
A doutrina do julgamento privado resultou em um enorme número de diferentes denominações. De acordo com o The Christian Sourcebook, existiam aproximadamente 21,000 denominações em 1986, com 270 novas se formando a cada ano. Virtualmente todas elas são Protestantes.
» Jansenismo (Séc. XVII)
Jansenius, bispo de Yvres, França deu início a essa heresia num jornal em que ele escreveu sobre Santo Agostinho, no qual ele redefinia a doutrina sobre a graça. Entre outras doutrinas, seus seguidores negavam que Cristo morreu pela salvação de todos os homens, alegando que Ele havia morrido apenas por aqueles que serão finalmente salvos (ou seja, os eleitos). Este e outros erros Jansenistas foram oficialmente condenados pelo Papa Inocêncio X em 1653.
O jansenismo, infelizmente, é hoje encontrado em muitos meios ditos “tradicionalistas”. Este debate é frequentemente provocado pelas objeções que muitos fazem à má tradução do Cânon Romano, que traz “por todos” (e não “para muitos”) como tradução de “pro multis”. Esta tradução está errada como tradução, mas não é teologicamente errada, pois afirma ser o Sacrifício de Cristo suficiente para todos. Os neo-jansenistas, porém, afirmam que teologicamente também está errada.
» Modernismo (Séc. XX)
Os modernistas ensinam, essencialmente, que o homem é incapaz de compreender a realidade e que as “verdades” são meramente idéias relativas. Para o modernista não existem verdades absolutas. As doutrinas que foram infalivelmente definidas pela Igreja podem portanto serem mudadas com os tempos, ou rejeitadas ou reinterpretadas para se adaptarem às modernas preferências.
O Modernismo está entre as mais sérias heresias porque permite a uma pessoa rejeitar qualquer doutrina que foi definida, inclusive aquelas mais cêntricas como a divindade e ressurreição de Cristo. Essa heresia permite a reintrodução de todos os erros das heresias anteriores, bem como novos ensinamentos falsos que os antigos heréticos jamais imaginaram.
O Modernismo é especialmente grave porque ele frequentemente advoga suas crenças usando uma terminologia aproximadamente ortodoxa. O erro é frequentemente expresso através de uma nova interpretação simbólica, por exemplo: Cristo não ressuscitou fisicamente dos mortos, mas a história de sua ressurreição produz uma importante verdade. Uma das táticas mais comuns usadas pela maioria dos modernistas é insistir na premissa de que eles estão dando a interpretação ortodoxa das verdades do Catolicismo.
Da última vez que estive lá, o ninho desta espécie ficava na lista “católicos” da Summer.
As heresias sempre nos acompanharam desde o início da Igreja até os nossos tempos atuais. Geralmente elas sempre tiveram início por membros da hierarquia da Igreja, mas eram combatidas e corrigidas pelos Concílios e Papas. Felizmente temos a promessa de Cristo de que as heresias jamais prevalecerão contra a Igreja: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mat 16,18), pois a Igreja é verdadeiramente, nas palavras do Apóstolo Paulo, “coluna e sustentáculo da verdade” (1Tim 3,15).

Crato e Juazeiro do Norte festejam suas padroeiras

Este ano, uma das grandes preocupações tem sido relacionada à segurança dos fiéis do Padre Cícero
Crato. Um dia dedicado aos festejos das padroeiras de Crato e Juazeiro do Norte. As alvoradas festivas nos municípios anunciam o começo de uma das maiores festas do Nordeste, com a festa Romeira de Nossa Senhora das Dores, na terra do Padre Cícero, e o encerramento, com a Festa de Nossa Senhora da Penha.

Fiéis acompanham a chegada de Nossa Senhora da Penha, na Catedral. Alvoradas são programadas ainda para homenagear a padroeira e também à Nossa Senhora das Dores. FOTO: ANTONIO VICELMO

A estimativa dos organizadores, na Sé Catedral, na cidade cratense, é que cerca de 70 mil pessoas participem da procissão, que inicia às 17 horas de amanhã, com cortejo percorrendo ruas do centro da cidade.

Na manhã deste domingo, uma carreata conduzindo a imagem da "Mãe das Dores´ sairá da Basílica, com a bênção dos veículos presentes, a partir das 11h30. No final da tarde, com a participação de peregrinos, haverá procissão com a imagem e a bandeira da santa.

A abertura solene ocorre às 19 horas, após hasteamento das bandeiras do Nordeste e de Nossa Senhora das Dores, que permanecerá até o dia 15 de setembro, dia da grande procissão. A estimativa da igreja, é que mais de 400 mil pessoas estejam participando dos noitários e caminhadas com a imagem da padroeira.

Comércio
Este ano, Juazeiro do Norte, passa a contar com uma organização maior dos barraqueiros, que estão sendo destinados a ocuparem boxes no Centro de Apoio aos Romeiros. A Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Públicos (Semasp) já começou a entregar os crachás para comerciantes e ambulantes inscritos para trabalhar durante o período de Romaria. A entrega será realizada na sede da Secretaria localizada no parque ecológico das Timbaúbas.

Segundo o secretário Ivan Bezerra, não serão permitidas as instalações de barracas ao longo das ruas e avenidas de Juazeiro do Norte, principalmente nas proximidades das igrejas da Matriz, Socorro, São Miguel e Salesianos, principais centros de visitação de romeiros oriundos de várias regiões.

Desta forma, cada comerciante cadastrado receberá um crachá, cujo uso é obrigatório durante todo o período da romaria.

A Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Públicos lembra ainda que os cadastramentos de novas vagas vão prosseguir até o final de semana.

Os interessados devem se dirigir ao no Centro de Apoio ao Romeiro, munidos de CPF, cédula de identidade e comprovante de endereço. O horário de atendimento é de 8 às 17 horas.

Romeiros

A secretária de Cultura e Romarias, Marly Bezerra, confirmou para as 8 horas da próxima terça-feira, dia 3, no Círculo Operário São José, a última reunião da Operação Romeiro. O encontro vai analisar os detalhes finais relacionados ao acolhimento do romeiro que participará da festa.

A chegada dos peregrinos só deve acontecer a partir do dia 10 de setembro, quando começa a primeira grande romaria do ano, abrindo o calendário do ciclo romeiro na cidade.

Este ano, uma das grandes preocupações da Igreja tem sido relacionada à segurança dos fiéis do Padre Cícero. Por isso, o pároco da Basílica, Joaquim Cláudio, solicitou uma atenção maior do poder público nesse sentido, e uma reunião chegou a ser realizada no Ministério Público do município.

A promotora de Justiça, Alessandra Monteiro, destacou que algumas melhorias podem ser notadas em relação à romaria, mas é necessário ser realizado esse acompanhamento no sentido de proporcionar uma boa acolhida ao visitantes.

A secretária Marly Bezerra diz que a atenção maior também estará voltada à devolução dos espaços aos peregrinos nas avenidas, ruas e praças. Outras questões a serem avaliadas têm relações diretas com os setores da saúde, limpeza pública, organização do trânsito e segurança.

O Comando do 2º BPM já anunciou sobre o reforço em Juazeiro, além da disponibilização de 70 Guardas Municipais e 75 agentes do Demutran em motos e viaturas pela Secretaria de Segurança do município. Já a saúde fará funcionar postos no Horto, Matriz e Capela do Socorro, além de ambulâncias à disposição dos romeiros.

Procissão

A caminhada de Nossa Senhora da Penha, em Crato, sairá da Praça da Sé, seguindo pelas ruas Dom Quintino, Coronel Luiz Teixeira, Nossa Senhora de Fátima, 21 de Junho, Coronel Secundo, Avenida José Alves de Figueiredo, Araripe, Pedro II, Nelson Alencar, Bárbara de Alencar e Miguel Limaverde, retornando à Matriz, para o encerramento, com a bênção do santíssimo.

A festa foi aberta no último dia 22, com uma carreata envolvendo cerca de três mil veículos. Este ano, comemora-se 245 anos de paróquia e 99 como Catedral da Sé. O tema da festa é "Com a Mãe da Penha seguimos Jesus, nossa luz".

Segundo o padre Edmilson Neves, pároco da Catedral de Crato, a preparação para os festejos à Nossa Senhora da Penha foi iniciada há vários meses. Ele explica que este ano o evento será realizado de forma diferente, com a pré-festa, durante nove dias, como forma de dar maior visibilidade na área da paróquia.

A devoção à Nossa Senhora da Penha começou a partir do momento em que os frades capuchinhos chegaram ao Cariri, no período da colonização, há mais de 300 anos. A primeira imagem veio para o município do Crato, da Basílica de Nossa Senhora da Penha, em Olinda/PE, e ainda existe preservada na paróquia. A justificativa para que viesse ao Crato é que imagem ficou pequena no altar construído na Basílica daquela localidade.

A imagem foi adquirida na França. O padre Edmilson Neves ressalta a devoção à Nossa Senhora da Penha na Região e no Brasil, a exemplo das cidades de Campos Sales, no Cariri, e paróquias da Penha em São Paulo e Rio de Janeiro. A santa é também padroeira da Diocese.

Manifestações chegam ao Interior do Estado

Em Juazeiro, motoristas de ônibus e servidores do INSS cruzaram os braços. Iguatu também teve protestos
As manifestações do Dia Nacional de Paralisações também atingiram o Interior do Estado. Em Juazeiro do Norte, o transporte público passou a ser uma das pautas de protestos. Ontem, os motoristas cruzaram os braços nas garagens e muitas pessoas ficaram sem entender, nos pontos de ônibus, por que o transporte não chegava. Alguns ônibus foram esvaziados e outros veículos usados como barreiras.

Em Iguatu, servidores da Agência da Previdência Social distribuíram pizzas para quem passava em frente ao prédio do INSS Foto: Honório Barbosa
Pela primeira vez, a categoria decidiu reivindicar não apenas melhores salários, mas manutenção dos transportes e infraestrutura nas ruas da cidade, em virtude da grande quantidade de buracos, além do cumprimento da lei da acessibilidade. Funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) também decidiram paralisar suas atividades.

Os ônibus de linhas intermunicipais, que circulam entre as cidades de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha, realizadas pela empresa Via Metro, além do suporte das topiques, não chegaram a parar. Já na terra de Padre Cícero, os ônibus da empresa Lobo e a São Francisco não circularam entre os bairros e Centro.

As principais ruas do Centro da cidade tiveram o fluxo interrompido, principalmente na São Pedro, causando congestionamento. Participaram da manifestação, portando faixas, cerca de 100 pessoas. Há possibilidade de greve da categoria, a ser definida até a próxima terça-feira.

Reivindicações

No INSS, os profissionais de saúde destacaram, nos protestos, melhoria das condições de atendimento à população e a realização de um concurso público com maior quantidade de vagas. Os professores de Juazeiro do Norte também se juntaram aos manifestantes.

Em Iguatu, servidores da Agência da Previdência Social aderiram ao movimento. Ontem, não houve atendimento ao público na agência. Em protesto, os funcionários distribuíram pizzas para quem passava em frente ao prédio do INSS.

A paralisação de um dia tem por objetivo chamar a atenção da sociedade e das autoridades sobre as reivindicações apresentadas pela categoria. A pauta inclui recuperação da perda de percentual de insalubridade, incorporação de gratificações ao salário, realização de concurso público para ampliar o número de servidores e reduzir o tempo de espera no atendimento.

A Agência da Previdência Social atende, além de Iguatu, sete cidades - Cariús, Cedro, Jucás, Quixelô, Saboeiro, Tarrafas e Várzea Alegre. A média de atendimento diário é de 250 pessoas.

Nove servidores que trabalham na agência de Iguatu serão removidos para unidades que serão inauguradas em breve nas cidades de Cedro e Lavras da Mangabeira.

Barbosa lamenta decisão da Câmara

Segundo ele, o caso pode não ter influência no julgamento do mensalão, em que haverá igual debate
Brasília. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, lamentou ontem a decisão do Câmara dos Deputados em manter o mandato de Natan Donadon (sem partido-RO). Ele afirmou haver um "impasse constitucional".

O ministro disse ser favorável à mudança na Constituição para que a perda do mandato seja automática em caso de condenação criminal FOTO: DIVULGAÇÃO

"Lamentamos estar nesse impasse constitucional. O Congresso é soberano, mas terá que conviver com isso", disse o ministro no Rio, onde recebeu um prêmio na Associação Comercial.

Barbosa disse que o caso pode não ter influência no julgamento do mensalão, em que haverá o mesmo debate.

"Ainda há pouco o próprio Supremo decidiu que cabia ao Congresso (a decisão). A não ser que algum dos membros do STF resolva mudar de opinião", disse, em referência ao julgamento do senador Ivo Cassol.

Ele disse ser favorável a mudança na Constituição para que a perda do mandato seja automática em caso de condenação criminal. Barbosa lembrou que defendeu a tese durante o julgamento de Cassol, mas foi voto vencido. Afirmou que a cassação automática pode ser melhor do que a instituição do voto aberto.

Defesa

O advogado de Donadon, Gilson Stefanes, disse que o ato de Henrique Alves de impedir que o deputado reassuma suas prerrogativas é ilegal e que irá reforçar a ação no STF em que contesta a suspensão do pagamento de salário a Donadon. "Ele é um medroso. É um ato de medo. Medo da imprensa, da opinião pública", disse Gilson Stefanes.

O advogado disse que o seu cliente aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para reaver benefícios de parlamentar, como salário, verba de gabinete, cota de auxílio para a atividade parlamentar e apartamento funcional. Ato da Mesa Diretora da Casa em julho havia suspendido essas prerrogativas de Donadon, mas a defesa do deputado entrou com mandado de segurança no STF contestando a decisão.

"Aguardamos o mandado de segurança. A Câmara prestou informações ontem, que o Supremo havia solicitado. Acredito que o Supremo já esteja pronto para analisar a liminar", disse Stefanes.

Salários

Barbosa defendeu o reajuste do salário dos ministros do STF, que pode elevar vencimentos a mais de R$ 30 mil. Ele não respondeu diretamente ao questionamento de jornalistas sobre o caso, mas lembrou uma história que ouviu.

"Em um Congresso na Alemanha, um advogado de Cingapura disse que os ministros da Corte Suprema ganhavam US$ 1,5 milhão por ano. Ele justificava dizendo que o juiz deveria receber um salário de mercado. Recebi no início desse ano o ministro da Justiça de Cingapura e perguntei se era verdade. Ele disse que não, que era maior. O presidente ganha US$ 2 milhões", disse ele.

Câmara revê ritos de cassações
Brasília. Após preservarem o mandato do deputado Natan Donadon (ex-PMDB-RO), preso há dois meses por desvio de dinheiro público e formação de quadrilha, congressistas ressuscitaram ontem a defesa de uma "agenda positiva" para tentar diminuir o desgaste causado pelo episódio.

O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) acusou Calheiros de ter atrasado várias vezes a apreciação da medida que tornava o voto aberto FOTO: AGÊNCIA SENADO

Palavras como "vergonha", "insensatez" e "desrespeito" pontuaram as falas públicas dos parlamentares, apesar de só 45% deles terem apoiado a cassação.

A manifestação dos congressistas começou cedo com o anúncio de votações de projetos que, até então, estavam estacionados. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que o Congresso não sofrerá desgaste porque dará uma resposta "pronta, célere e muito eficaz".

Disse que o Senado votará a emenda que determina a perda imediata do mandato de congressistas condenados por determinados crimes. O projeto deverá ser aprovado só em setembro.

Autor da proposta, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) acusou Renan de ter atrasado a votação da medida várias vezes e se disse descrente de que a Câmara vá ratificar a proposta. "O Congresso faz o possível para cavar sua própria cova".

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), declarou que só haverá votações de cassação após aprovação da emenda do voto aberto.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Reflexão do Evangelho de hoje – Mateus 25, 1-13 – “faltou óleo, e agora?”

Mais uma vez Jesus nos convida à vigilância e nos dá como exemplo a parábola das virgens previdentes e imprevidentes. Adaptando essa história à nossa existência nós podemos refletir acerca da nossa trajetória aqui na terra enquanto estamos nos preparando para um dia ir ao encontro do “noivo”. O noivo é Jesus e a noiva é a nossa alma que tem sede de encontrá-Lo. O tempo em que vivemos aqui na terra é a  oportunidade que nós temos para, também como as jovens previdentes,   providenciarmos o “óleo” que mantém a lâmpada da nossa alma acesa. E o óleo que conserva acesa a chama do amor de Deus no nosso coração, é a fé que provêm da oração, é o consolo que nos dá o Espírito Santo, é a alegria de uma vida voltada para Deus. Todos nós sabemos que a nossa vida é breve e que um dia nós faremos a viagem em busca do reino que nos foi prometido por Deus. Quando vivemos entregues somente às coisas que o mundo nos acena e temos o coração ligado às coisas passageiras nos esquecemos de alimentar a nossa alma e, com certeza, nos faltará luz para atravessar o vale escuro no caminho que nos levará para outro estágio da nossa vida. As jovens imprudentes, talvez vivessem uma vida despreocupada de Deus, achando que buscando somente as coisas do mundo, na hora da necessidade, Deus traria o óleo para suas lâmpadas. Muitas vezes nós também ficamos como que meio adormecidos (as), anestesiados (as) pelas preocupações com trabalho, com sobrevivência, amealhando dinheiro, confiantes de que ainda temos muito tempo de vida para só depois pensarmos nas coisas de Deus. Jesus, porém nos diz: “ficai vigiando, pois não sabeis qual será o dia nem a hora”. O caminho que nós precisamos atravessar é escuro e haverá um momento em que a porta se fechará. Por isso, precisamos nos preparar! Enquanto é tempo toda hora é hora para adquirirmos o que manterá a nossa lâmpada acesa. É na intimidade com a Palavra de Deus que nós vigiamos à espera do noivo que virá um dia nos levar para a morada que Ele mesmo nos preparou. - Onde você está buscando o óleo para conservar a sua lâmpada acesa? – Qual será o óleo que está faltando para que você esteja com a sua lâmpada acesa? - Você vive fraternalmente com as pessoas? – Como você tem tratado as pessoas na sua casa? – O que você faz quando não simpatiza com alguém?

Evangelho de hoje - Mt 25,1-13

Evangelho - Mt 25,1-13
O noivo está chegando. Ide ao seu encontro.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 25,1-13
Naquele tempo,disse Jesus, a seus discípulos, esta parábola:1'O Reino dos Céus é como a história das dez jovensque pegaram suas lâmpadas de óleoe saíram ao encontro do noivo.2Cinco delas eram imprevidentes,e as outras cinco eram previdentes.3As imprevidentes pegaram as suas lâmpadas,mas não levaram óleo consigo.4As previdentes, porém, levaram vasilhas com óleojunto com as lâmpadas.5O noivo estava demorandoe todas elas acabaram cochilando e dormindo.6No meio da noite, ouviu-se um grito:`O noivo está chegando. Ide ao seu encontro!'7Então as dez jovens se levantarame prepararam as lâmpadas.8As imprevidentes disseram às previdentes:`Dai-nos um pouco de óleo,porque nossas lâmpadas estão se apagando.'9As previdentes responderam:`De modo nenhum,porque o óleo pode ser insuficientepara nós e para vós.É melhor irdes comprar aos vendedores'.10Enquanto elas foram comprar óleo, o noivo chegou,e as que estavam preparadasentraram com ele para a festa de casamento.E a porta se fechou.11Por fim, chegaram também as outras jovens e disseram:`Senhor! Senhor! Abre-nos a porta!'12Ele, porém, respondeu:`Em verdade eu vos digo: Não vos conheço!'13Portanto, ficai vigiando,pois não sabeis qual será o dia, nem a hora.Palavra da Salvação.

Qual é a diferença entre Padre da Igreja e Doutor da Igreja?

O termo Doutor da Igreja, que se associa muitas vezes ao de Padre, não é um simples sinônimo. Indica um grau a mais, pois nem todos os Padres são Doutores.
Estes têm que ter as mesmas condições exigidas para os Padres, menos para a antiguidade, pois os Doutores pertencem a todas as idades da Igreja.
Originariamente, a palavra Padre designava, de um modo geral, todos aqueles que estudava a mensagem de Cristo.
Pouco a pouco passou a ser reservada a alguns grandes espíritos, cuja ciência eminente, rigorosa ortodoxia e exemplar santidade lhes conferiam uma autoridade admitida por todos.
A Igreja reconheceu e designou como doutores um pequeno número de homens bem selecionados. A Igreja bizantina venera três Doutores: São Basílio, São Gregório Nazianzeno e São João Crisóstomo.
Roma acrescenta um quarto oriental – São Atanásio. E também quatro ocidentais: São Ambrósio, São Jerônimo, Santo Agostinho e São Gregório Magno. São estes os oito “Grandes doutores da Igreja”.
O simples qualitativo de Doutores Eclesiae foi também oficialmente concedido pela Igreja a ocidentais como São Hilário de Poitiers, São Leão Magno e São Isidoro de Sevilha. E a orientais como São Atanásio, São Efrém e São João Crisóstomo. Mais tarde também a escritores da Época Medieval e Moderna como São Alberto Magno, São Tomás de Aquino, Santo Antônio de Pádua e mais recentemente a Santa Teresinha do Menino Jesus.

Os Doutores da Igreja – EB

Santo-AtanasioEm síntese: Doutor da Igreja é aquele cristão ou aquela cristã que se distinguiu por notório saber teológico em qualquer época da história. O conceito de Doutor da Igreja difere do de Padre da Igreja, pois Padre da Igreja é somente aquele que contribuiu para a reta formulação dos artigos da fé até o século VII no Ocidente e até o século VIII no Oriente. Há  Padres da Igreja que são Doutores. Assim os quatro maiores Padres latinos (S. Ambrósio, S. Agostinho, S. Jerônimo e S. Gregório Magno) e os quatro maiores Padres gregos (S. Atanásio, S. Basílio, S. Gregório de Nazianzo e S. João Crisóstomo).
A inscrição de Sta. Teresinha de Lisieux entre os Doutores da Igreja despertou a atenção do público para o conceito de tal título. Que significa ser “Doutor(a) da Igreja”? – Eis o que as paginas subsequentes procura­rão dizer.
1. Doutores da Igreja: quem são?
Os Doutores da Igreja são homens e mulheres ilustres que, pela sua santidade, pela ortodoxia de sua fé, e principalmente pelo eminente sa­ber teológico, atestado por escritos vários, foram honrados com tal título por desígnio da Igreja.
Os Doutores se assemelham aos Padres da Igreja, dos quais tam­bém diferem, corno se vera a seguir.
Padres da Igreja são aqueles cristãos (Bispos, presbíteros, diáconos ou leigos) que contribuíram eficazmente para a reta formulação das ver­dades da fé (SS. Trindade, Encarnação do Verbo, Igreja, Sacramentos. ..) nos tempos dos grandes debates e heresias. O seu período se encerra em 604 (com a morte de S. Gregório Magno) no Ocidente e em 749 (com a morte de S. João Damasceno) no Oriente.
Para que alguém seja considerado Padre da Igreja, requer-se antigüidade (até os séculos VII/VIII), ao passo que isto não ocorre com um  Doutor.
Para os Padres da Igreja, basta o reconhecimento concreto, não explicitado, da Igreja, ao passo que para os Doutores se requer uma proclamação explicita feita por um Papa ou por um Concílio.
Para os Padres, não se requer um saber extraordinário, ao passo que para um Doutor se exige um saber de grande vulto.
Por conseguinte, o que caracteriza um Padre da Igreja é princi­palmente a sua antiguidade; ao contrário, o Doutor se identifica precípuamente pelo seu saber notório. Isto, porém, não impede que haja Padres da Igreja que também são Doutores, como se verifica, por exemplo, no caso dos maiores Padres do Ocidente (S. Ambrósio, S. Agostinho, S. Jerônimo, S. Gregório Magno) e no dos quatro majo­res Padres do Oriente (S. Atanásio, S. Basílio, S. Gregório de Nazianzo e S. João Crisóstomo). São os oito grandes Doutores da Igreja.
Esta terminologia, precisa como é, não era usual na antigüidade, pois a palavra doutor tinha o sentido de doctor, docente, mestre, de modo que eram doutores antigamente aqueles que conheciam bem os artigos da fé e os sabiam explanar com clareza. São Paulo parece aludir a este sentido amplo de mestre, quando diz que o Senhor “cons­tituiu apóstolos, profetas, evangelistas, pastores em sua Igreja” (cf. Ef 4,11; ver 2Cor 12,28; At 13,1).
Com o tempo, o titulo de Doutor foi-se tornando mais especifico; a princípio era atribuído somente a Padres da Igreja, isto é, aqueles Padres que sobressaíram por seu brilho doutrinário.
Interessante é notar que nenhum mártir foi proclamado doutor da Igreja (tal poderia ter sido o caso de S. Cipriano de Cartago, vigoroso defensor da unidade da Igreja),… e não o foi porque o martírio é con­siderado o maior título de glória, que não necessita de algum comple­mento para enaltecer a figura do cristão. No século XVI a Igreja abriu mão da nota da antigüidade e pas­sou a designar como Doutores figuras de épocas mais recentes. A primeira proclamação neste sentido foi feita pelo Papa S. Pio V, aos 11/4/1567, em favor de S. Tomas de Aquino (+ 1274). Outras procla­mações ocorreram posteriormente, como se depreende da lista publicada a seguir.
Além dos Doutores reconhecidos na Igreja inteira, há os que possuem tal título apenas em determinado país ou ambiente. Tal é o caso de S. Leandro de Sevilha (+ 604), doutor na Espanha, e S. Próspero da Aquitânia (+ após 455), Doutor entre os Cônegos Regulares do Latrão.
2. Os Doutores da Igreja
NOMES           FUNÇÃO               DATA             PAÍS NATAL              OBRAS PRINCIPAIS NA IGREJA          MORTE
Hilano de Poitiers   Bispo  367 França – A Trindade Comentário aos Salmos Comentário a S. Mateus
Atanásio Bispo 373 Egito – A Encarnação do Verbo Apologia contra os Arianos
Efrém Diácono  378  Síria – Comentários a Bíblia Poemas de Nísibe.
Basílio Bispo 379 Turquia – Tratado do Espírito Santo
Cirílio de Bispo 386 Palestina – Catequeses Jerusalém Gregório Nazianzeno  Bispo 390  Turquia – Homilias. Cartas.Versos.
Ambrósio Bispo  397 Itália Comentário do Evangelho  e Lucas Tratado da Virgindade.
João Crisóstomo Bispo 407 Turquia 0 Sacerdócio. Homilias. Cartas.
Jerônimo, Monge 419 lugoslávia Vulgata (Tradução Latina da Bíblia)
Agostinho Bispo 430 Argélia  Confissões. Cidade de Deus. A Trindade. Cartas.
Cirilo de Alexandria, Bispo 444 Egito Comentário de S. João. Contra Nestório.
Pedro Crisólogo, Bispo 450 Itália – Homilias.
Leão Magno, Papa  461 Itália – Homilias. Cartas.
Gregório Magno, Papa 604 Itália Moral. Diálogos.
Isidoro de Sevila Bispo 636 Espanha – Etimologias
Beda Venerável, O Monge 735 Inglaterra – História Eclesiástica dos Anglos.
João Damasceno, Monge 749 Síria Contra os Iconoclastas.
Pedro Damião, Cardeal 1072 Itália O Livro de Sodoma. Vida de S. Romualdo. Sermões.
Anselmo, Bispo 1109  Inglaterra Monologion. Proslogion. A Verdade. Cartas.
Bernardo,  Abade 1153 França A Graça. Para Eugênio III Sermões sobre o Cântico dos Cânticos.
Antônio de Pádua, Frade 1231 Portugal. Sermões
Tomás de Aquino, Frade 1274 Itália.
Suma Teológica.
Contra Gentiles.Com. de Pedro Lombardo.
Boaventura, Cardeal 1274 Itália.  Apologia dos pobres. Itinerário do Espírito a Deus.
Alberto Magno, Bispo 1280 Alemanha. 38 volumes sobre ciência, teologia, filosofia, Bíblia.
Catarina de Sena, Religiosa 1380 Itália. Diálogo. Cartas.
Teresa de Ávila, Monja 1582 Espanha Autobiografia. Caminho Da Perfeição. Castelo Interior ou As Moradas
João da Cruz, Frade 1591 Espanha. Cântico Espiritual Subida da Carmelo Noite Obscura.
Pedro Canísio, Padre 1597 Alemanha Catecismo.
Lourenço de Brindisi Frade  1619  Itália Comentário do Gênesis. Sermões.
Roberto Belarmino Cardeal 1621Itália. Controvérsias.
Francisco De Sales, Bispo 1622 França. Introdução à vida devota. Tratado do amor de Deus
Afonso de Bispo 1787 Itália Teologia Moral.Glórias de Maria
Ligório Maria.Prática de amar a Jesus Cristo. A oração. S. Teresa de Monja 1897 França Autobiografia. (Lisieux)
Alguns Doutores receberam um aposto que caracteriza sua perso­nalidade. Assim:
S. Anselmo de Cantuária, Doutor Mariano (devoto de Maria SS.)
S. Bernardo de Claraval, Doutor Melífluo (dotado de palavra doce como o mel)
S. Antônio de Pádua, Doutor Evangélico (exímio pregador do Evan­gelho)
S. Tomás de Aquino, Doutor Angélico, Comum
S. Boaventura, Doutor Seráfico
S. Alberto Magno, Doutor Universal (grande erudito também nas ciências naturais de sua época)
S. Afonso Maria de Ligório, Doutor Zelosíssimo (sábio moralista)
Santa Teresinha se distinguiu no campo da Espiritualidade ou da Ascética e Mística. Desenvolveu as palavras do Senhor Jesus que convi­dam os fiéis a se tornar crianças espiritualmente (cf. Mt 18,3s) vivendo como filhos bem-amados na presença de Deus. A monja carmelita dedu­ziu profundas conclusões dos dizeres do Senhor, que ela explanou com simplicidade na sua autobiografia intitulada “História de uma Alma” e em escritos paralelos, inclusive poesias. Essas obras fizeram enorme bem à Igreja, o que justifica plenamente o título de Doutora que lhe foi conferido pelo Papa João Paulo II aos 19/10/97.

Natividade de S. João Batista

386_2355-s-joaoSão João Batista era filho de Zacarias e de Isabel, ambos de estirpe sacerdotal. Sabemos pelas palavras do Anjo Gabriel, que João (cujo nome significa “Deus é propício”) foi concebido aos dois cônjuges em idade avançada. Já vaticinado na Escritura como o percussor do Messias, João tinha o caráter forte de Elias. A sua missão de fato será semelhante “no espírito e no poder” aquela do profeta Elias, enviado para preparar5 “um povo perfeito” para o advento do Messias. A criança que vai nascer percebe a presença de Jesus “estremecendo de alegria” no ventre materno por ocasião da visita de Maria à prima Isabel. Enviado por Deus para “endireitar os caminhos do Senhor”, foi santificado pela graça divina antes mesmo que seus olhos se abrissem à luz. “Eis – diz Isabel repleta do Espírito Santo, a Maria – quando tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre”. Conforme a cronologia sugerida pelo Anjo Gabriel (este é o sexto mês para Isabel), o nascimento do precursor foi fixado pela Igreja latina três meses após a Anunciação e seis meses antes do Natal. A celebração da Natividade do Batista é, com a do nascimento de Jesus e de Maria, a única festa litúrgica que a Igreja dedica ao nascimento de um santo. São João Batista é o primeiro santo venerado na Igreja universal com festa litúrgica particular, em data antiquíssima. Santo Agostinho nos diz que o santo era comemorado a 24 de junho na Igreja africana. A história da redenção de São João Batista está entre as personalidades mais singulares: é o último profeta e o primeiro apóstolo, enquanto precede o Messias e lhe dá testemunho. “É mais que profeta – disse ainda Jesus. É dele que está escrito: eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele preparará o teu caminho diante de ti”. Castigador da hipocrisia e da imoralidade pagou com o martírio o rigor moral que ele pregava. A 29 de agosto, a Igreja lembra protótipo do monge e do missionário. Outros Santos do mesmo dia: São Simplicio, São Bartolomeu, Santos Eros e irmãos, São Rumoldo e Beato Ivã.