Bom dia!
Qual seria a maior “decepção” do jovem rico após a conversa com Jesus? Será que alguém que seguia os mandamentos desde criança teria realmente dificuldade em vender tudo e seguir Jesus? Será que conseguimos imaginar que de repente o problema não era o quanto de riquezas possuia?
Mateus tinha uma percepção diferente de Lucas, pois pertenceu a uma classe mais rica e poderosa. É justamente Mateus o apóstolo que narra a parábola do tesouro encontrado, que provavelmente chamou sua atenção por ser aquilo que viveu na pele: Um rico que encontrou o tesouro e vendeu tudo para segui-lo.
O evangelista dessa vez empenha-se em narrar um rapaz, que como ele, encontra O tesouro, no entanto tem uma postura bem diferente do autor desse evangelho. “(…) Quando o moço ouviu isso, foi embora triste”.
Na verdade, aos meus olhos, o problema não era o dinheiro e sim o apego a ele. De fato existem outros apegos que nos fazem voltar a trás e também desistir do tesouro.
Alguns se apegam a elogios, “tapinhas nas costas”, reconhecimento; outros a posições de destaque, cargos, chefias; outros, porém, a coisas que de fato não possuem valor algum. Quanta gente aproveita esse ensejo político para lograr êxito através de “favores” nada legais e muitas vezes imorais, tentando “arrebanhar” gente, mas no dia-a-dia cristão não tem a mesma dedicação?
Não se engane! Deus conhece bem esses frutos!
“(…) Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinhos e figos dos abrolhos? Toda árvore boa dá bons frutos; toda árvore má dá maus frutos. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má, bons frutos”. (Mateus 7, 16-18)
Sim, é deprimente o que fazemos para ascender de status: Mentimos, dissimulamos, omitimos,…
O engajamento político se faz necessário para tirarmos das esferas de decisão os maus representantes, mas é duro de admitir que muitas vezes somos nós mesmos “cristãos” que os colocamos naquele lugar e mais duro ainda de admitir que tudo porque não me desapeguei das coisas menores.
A parábola do jovem rico é muito atual, pois ela esta batendo em nossa porta todos os dias.
É preciso sim eleger pessoas com compromissos de fato com as pessoas, sejam eles católicos, evangélicos, mulçumanos, (…) e não pessoas que conhecemos que não se desapegam da riqueza, do poder, das facilidades.
Se qualquer um de nós precisar trabalhar numa campanha política coloquemos Deus à frente e não SEU SANTO NOME EM VÃO, pois todo cristão é por si só modelo para outros que o seguirão. Preciso jogar limpo com as pessoas e falar o que de fato quero e não ficar “engabelando” as pessoas com promessas ou tijolos, telhas, janelas, (…).
Neste instante se faz prudente recordar o triste fato noticiado nacionalmente onde três assessores “evangélicos” que após um desfalque, uma fraude, rezavam a “deus” agradecendo pelo “sucesso” (hunf!). Isso é apego: DIZER SER DE DEUS, MAS NÃO SE DESAPEGAR DO QUE É INCORRETO!
Talvez a reflexão tenha sido dura, mas creio também em duas coisas:
Somente voltará triste quem esta vivendo isso e não tem força para se desapegar ou;
Torceram a boca, fecham os ouvidos e tentarão calar a voz do profeta, mas quanto a esse último, creio profundamente que as pedras gritarão.
“(…) Do meio da multidão, alguns dos fariseus interpelaram Jesus: ‘Mestre, repreende teus discípulos’! Ele, porém, respondeu: ‘Eu vos digo: se eles se calarem, as pedras gritarão’”. (Lucas 19, 39-40)
Um imenso abraço fraterno.
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