Neste Evangelho, Jesus continua dizendo a verdade para os mestres da Lei e os fariseus. E Jesus repete a mesma frase: "Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas!" Jesus acusa os líderes judaicos de distorcerem a Lei de Moisés, acrescentando itens que lhes proporcionava o enriquecimento ilícito, explorando o povo inocente, acusam-nos também de impedir que as demais pessoas entrasse no Reino dos Céus. Ou seja, nem eles entrariam no Reino dos Céus nem deixavam os demais entrarem! Por isso Jesus os chamou de hipócritas, e de merecedores do inferno. Jesus os chamou ainda de guias cegos. Ora, como pode um guia que não tem visão, que não enxerga, mostrar o caminho a outras pessoas? Como pode alguém que não sabe ensinar alguma coisa?
Você já reparou na satisfação de uma pessoa quando nós lhe perguntamos onde fica um certa rua da cidade? Se a pessoa conhece bem a cidade, ele vibra, fica toda entusiasmada em lhe explicar nos mínimos detalhes como você deve fazer para chegar até aquela referida rua... Porém, ao contrário, quando não sabemos dar uma informação a alguém que nos pede ajuda, ficamos enrolados, sem jeito e parecidos com um cego que não pode guiar outros.
Essa crítica feita por Jesus aos mestres da Lei e fariseus, serve para nós hoje. Como pode alguém que não estudou ou que não lê, se por diante de uma platéia para explicar alguma coisa? No caso do catequista, alguém poderia dizer: Não precisa estudar não! Pois o Espírito Santo vai colocar na nossa mente e na nossa boca, as palavras que deveremos dizer na homilia. Na verdade não é bem assim que funciona. O Espírito Santo nos lembra o que Jesus nos ensinou, nos lembra o que nós estudamos. Portanto, se eu não sei o que Jesus disse, se eu nunca estudei nada, como posso ser lembrado de algo a que desconheço, de algo a respeito disso tudo?
Além disso, nós pensamos em frases. Quanto mais frases eu coloco em minha mente através da leitura, quanto maior é a facilidade que terei de encontrar as palavras ou as frases certas, na hora certa de anunciar o Reino de Deus, na hora de comentar ou explicar os textos bíblicos.
Para não ser um guia cego, o segredo é: Ouvir, estudar, praticar para depois ensinar. Jesus criticou os fariseus por eles acharem que bastava seguir ao pé da letra a Lei modificada pelos mestres da Lei, para merecer a salvação eterna. Eles deixavam de lado toda e qualquer prática da caridade.
Para não ser um cego que pretende guiar outras pessoas, também é importante o testemunho de vida. Não basta decorar a Bíblia como muitos o fazem, não basta ter um conhecimento profundo e puramente intelectual da Sagrada Escritura, se não pomos esta sabedoria em prática. E é importante lembrar que até uma criança percebe quando alguém que está evangelizando, não vive o que ensina. Em cada gesto seu, ele deixa transparecer o seu interior. Não dá para enganar.
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