Dom Orani é o décimo cardeal brasileiro na Cúria Romana. Com ele, foram escolhidos 16 novos nomes
Cidade do Vaticano
O arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, de 63 anos, foi
nomeado, ontem, cardeal pelo papa Francisco no Vaticano. Dom Orani é o
único brasileiro na lista de 16 novos cardeais da Cúria Romana.
Religioso
disse acreditar que o seu convívio de sete dias com o papa Francisco,
durante a JMJ, pode ter sido decisivo para sua nomeação Foto: reuters
Segundo
a Arquidiocese do Rio, ele recebeu a notícia após celebrar missa no
início da manhã. "Em minha indignidade, tenho certeza que a graça de
Deus não me faltará para poder bem servir à Igreja nessa dimensão
universal que é a dimensão do cardinalato", disse o arcebispo.
O
religioso disse acreditar que o seu convívio de sete dias com o papa
Francisco em julho de 2013, durante a Jornada Mundial da Juventude
(JMJ), pode ter sido decisivo para sua nomeação a cardeal.
"Nos
conhecemos e conversamos por uma semana. Isso não obriga o papa a
nomear. Mas, ao fazê-lo, creio que ele teve em consideração o fato de
saber mais sobre mim", afirmou.
A assembleia na qual os novos
cardeais serão consagrados está marcada para 22 de fevereiro, na
Basílica de São Pedro, no Vaticano. Os cardeais têm a função de auxiliar
o papa no desenvolvimento de seu ministério e trabalhar pela
preservação dos fundamentos da fé católica. Agrupados no Colégio dos
Cardeais, eles também participam do Conclave, reunião de escolha de um
novo Papa.
Além de dom Orani, o Brasil tem atualmente outros nove
cardeais, sendo o último a ser nomeado o ex-arcebispo de Brasília João
Braz de Aviz, em 2012, pelo papa Bento 16, que também havia elevado o
presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom
Raymundo Damasceno Assis, em 2010, e o arcebispo de São Paulo, dom Odilo
Pedro Scherer, em 2007. Cinco dos atuais cardeais do país foram
indicados pelo papa João Paulo II, entre 1988 e 2003, e o mais velho
deles, o ex-arcebispo de São Paulo dom Paulo Evaristo Arns, 92, foi
nomeado pelo papa Paulo VI, em 1973. De acordo com a Arquidiciose do Rio
de Janeiro, o Brasil teve 20 cardeais o primeiro deles, dom Joaquim
Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, nomeado em 1905, também era
arcebispo do Rio.
A presidente Dilma Rousseff comentou, ontem, a
nomeação em sua conta no Twitter. "Recebi com alegria a notícia que Dom
Orani Tempesta, arcebispo do Rio, foi tornado cardeal pelo papa",
escreveu a presidente.
Para o padre Omar Raposo, reitor do
santuário do Cristo Redentor, o sucesso da Jornada Mundial da Juventude,
presidida por dom Orani em 2013, fez crescer o prestígio do arcebispo
do Rio junto à Cúria Romana.
Perfil
Arcebispo
do Rio desde fevereiro de 2009, Dom Orani Tempesta é paulista de São
José do Rio Pardo, cursou filosofia no mosteiro de São Bento e teologia
no Instituto Pio 11, ambos em São Paulo. Em 1974, foi ordenado
presbítero de sua cidade natal.
Foi eleito bispo em 1997 para a
diocese de São José do Rio Preto (SP). Em 2013, ocupou a presidência do
comitê organizador local da Jornada Mundial da Juventude.
Outras nomeações
O
papa Francisco anunciou também nomeações de outros quatro
latino-americanos, de Argentina, Chile, Haiti e Nicarágua, quatro
italianos, dois europeus (um alemão e um britânico), um canadense, dois
africanos (Costa do Marfim e Burkina Faso) e dois asiáticos (Coreia do
Sul e Filipinas).
Com eles, o número total de membros votantes do
Colégio Cardinalício, o órgão mais importante da Igreja Católica,
passará a ser de 122.
Francisco nomeou ainda três cardeais eméritos, sem poder de voto em caso de conclave para eleger um novo pontífice.
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