segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

No Vaticano Arcebispo do Rio é nomeado cardeal

Dom Orani é o décimo cardeal brasileiro na Cúria Romana. Com ele, foram escolhidos 16 novos nomes
Cidade do Vaticano O arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, de 63 anos, foi nomeado, ontem, cardeal pelo papa Francisco no Vaticano. Dom Orani é o único brasileiro na lista de 16 novos cardeais da Cúria Romana.

Religioso disse acreditar que o seu convívio de sete dias com o papa Francisco, durante a JMJ, pode ter sido decisivo para sua nomeação Foto: reuters

Segundo a Arquidiocese do Rio, ele recebeu a notícia após celebrar missa no início da manhã. "Em minha indignidade, tenho certeza que a graça de Deus não me faltará para poder bem servir à Igreja nessa dimensão universal que é a dimensão do cardinalato", disse o arcebispo.

O religioso disse acreditar que o seu convívio de sete dias com o papa Francisco em julho de 2013, durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), pode ter sido decisivo para sua nomeação a cardeal.

"Nos conhecemos e conversamos por uma semana. Isso não obriga o papa a nomear. Mas, ao fazê-lo, creio que ele teve em consideração o fato de saber mais sobre mim", afirmou.

A assembleia na qual os novos cardeais serão consagrados está marcada para 22 de fevereiro, na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Os cardeais têm a função de auxiliar o papa no desenvolvimento de seu ministério e trabalhar pela preservação dos fundamentos da fé católica. Agrupados no Colégio dos Cardeais, eles também participam do Conclave, reunião de escolha de um novo Papa.

Além de dom Orani, o Brasil tem atualmente outros nove cardeais, sendo o último a ser nomeado o ex-arcebispo de Brasília João Braz de Aviz, em 2012, pelo papa Bento 16, que também havia elevado o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Raymundo Damasceno Assis, em 2010, e o arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, em 2007. Cinco dos atuais cardeais do país foram indicados pelo papa João Paulo II, entre 1988 e 2003, e o mais velho deles, o ex-arcebispo de São Paulo dom Paulo Evaristo Arns, 92, foi nomeado pelo papa Paulo VI, em 1973. De acordo com a Arquidiciose do Rio de Janeiro, o Brasil teve 20 cardeais o primeiro deles, dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, nomeado em 1905, também era arcebispo do Rio.

A presidente Dilma Rousseff comentou, ontem, a nomeação em sua conta no Twitter. "Recebi com alegria a notícia que Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio, foi tornado cardeal pelo papa", escreveu a presidente.

Para o padre Omar Raposo, reitor do santuário do Cristo Redentor, o sucesso da Jornada Mundial da Juventude, presidida por dom Orani em 2013, fez crescer o prestígio do arcebispo do Rio junto à Cúria Romana.

Perfil
Arcebispo do Rio desde fevereiro de 2009, Dom Orani Tempesta é paulista de São José do Rio Pardo, cursou filosofia no mosteiro de São Bento e teologia no Instituto Pio 11, ambos em São Paulo. Em 1974, foi ordenado presbítero de sua cidade natal.

Foi eleito bispo em 1997 para a diocese de São José do Rio Preto (SP). Em 2013, ocupou a presidência do comitê organizador local da Jornada Mundial da Juventude.

Outras nomeações
O papa Francisco anunciou também nomeações de outros quatro latino-americanos, de Argentina, Chile, Haiti e Nicarágua, quatro italianos, dois europeus (um alemão e um britânico), um canadense, dois africanos (Costa do Marfim e Burkina Faso) e dois asiáticos (Coreia do Sul e Filipinas).

Com eles, o número total de membros votantes do Colégio Cardinalício, o órgão mais importante da Igreja Católica, passará a ser de 122.

Francisco nomeou ainda três cardeais eméritos, sem poder de voto em caso de conclave para eleger um novo pontífice.

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