Embora em queda livre, é no Estado do Ceará que a presidente tem o seu maior índice de aprovação
Brasília.
A popularidade da presidente Dilma Rousseff caiu de 55% para 31%,
apontou a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do
Ibope divulgada na tarde de ontem. Segundo as entidades, a queda em
relação à sondagem anterior, feita em junho, reflete o aumento de preços
e as recentes
manifestações que tomaram as ruas do País.
Apesar
do baixo índice alcançado, 28% dos pesquisados consideraram bom o
desempenho do governo da presidente Dilma Rousseff na área de habitação,
o melhor avaliado entre as pessoas que foram ouvidas FOTO: AGÊNCIA
CÂMARA
A queda de 24 pontos percentuais coincidiu com o
aumento de quem considera o governo Dilma ruim ou péssimo, categoria que
subiu de 13% para 31%. Ao todo, 37% dos entrevistados consideram o
governo da presidente regular.
A perda de popularidade da
presidente Dilma também apareceu na comparação com o governo anterior,
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pela primeira vez no atual
governo, o percentual de pessoas que considera a gestão Dilma pior do
que a de Lula foi a mais escolhida entre as opções apresentadas. Entre
os entrevistados, 46% afirmaram de consideram a gestão Dilma pior do que
a de Lula, ante 25% em junho.
A avaliação do governo Dilma por
área de atuação mostrou que a saúde é quem tem o pior desempenho, de
acordo com o levantamento. A área foi assinalada por 71% dos
entrevistados. Segurança pública aparece em segundo lugar, com 40%,
seguida por educação, com 37%.
Habitação é a área em que o
governo apresenta melhor desempenho, com 28%. A segunda área é fome e
miséria, com 23%,. A CNI informou que a pesquisa foi feita entre 9 e 12
de julho, com 7.686 pessoas com mais de 16 anos de idade, em 434
municípios. A margem de erro é de dois pontos porcentuais.
A
pesquisa CNI/Ibope registrou que a popularidade da presidente Dilma
Rousseff é maior nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte do País. No
Nordeste, ela registra 43% dos entrevistados que consideram seu governo
bom ou ótimo e, no Norte e Centro-Oeste, 35%. A região Sudeste do País
foi a que Dilma teve o pior resultado: 24% dos entrevistados afirmaram
que a gestão é boa ou ótima. No Sul, o indicador, também abaixo da média
nacional, é de 28%.
Uma curiosidade é que, entre os 11 estados
pesquisados, Dilma obteve no Ceará o melhor indicador de aprovação da
sua maneira de governar e da confiança na forma de gerir. A Câmara dos
Deputados e o Senado Federal foram as instituições mais mal avaliadas na
tentativa de reagir aos protestos das ruas. A pesquisa apontou que pelo
menos 37% dos entrevistados desaprovaram a resposta dada pelo
Parlamento às demandas das ruas. Em relação à Câmara, a desaprovação
total foi de 39%. No Senado, este índice alcançou 37%.
89% aprovam manifestações
A
maior parte da população brasileira é favorável às manifestações que
ocorreram em todo o País a partir de junho. Segundo dados apresentados
pela pesquisa CNI-Ibope, 89% das pessoas entrevistadas disseram ser
favoráveis aos protestos.
O número pode ser dividido em dois
grupos: 50% disseram ser simplesmente a favor e 39% disseram ser a
favor, desde que sem violência ou vandalismo. O gerente de pesquisa da
Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca, explicou
que o segundo grupo apareceu espontaneamente, e não foi provocado a dar
essa resposta. "Significa que os outros 50% são a favor de quebra-quebra
e vandalismo? Não. Apenas uma parte dos entrevistados, que se disseram a
favor, decidiram manifestar a ressalva e nós achamos que a percepção
deveria ser apresentada", esclareceu.
Apesar do expressivo
percentual de pessoas favoráveis às manifestações, 84% dos entrevistados
não participaram dos protestos, nem ninguém do seu domicílio. Apenas 6%
disseram ter participado e 6% disseram que alguém da sua casa
participou. Em 3% dos casos, o entrevistado disse ter participado junto
de mais alguém do seu domicílio. A avaliação das pessoas sobre as
respostas dadas pelos poderes Executivo e Legislativo foi negativa. As
medidas tomadas pela presidenta Dilma Rousseff foram totalmente
desaprovadas por 31% dos entrevistados.
No caso dos governos
estaduais e municipais, a desaprovação total foi de 32% e 31%
respectivamente. Quando questionados sobre o principal motivo que os
faria participar de novas manifestações, 43% disseram que iriam às ruas
por mais investimentos em saúde.
Nenhum comentário:
Postar um comentário