Até a definição das alianças e postulantes, no próximo ano, a política cearense vai sentir outras animações
A pesquisa do Ibope, conhecida na última semana, sobre a sucessão no Ceará, mesmo com uma relativa distância do pleito, a acontecer em outubro de 2014, agradou deveras a tucanos e peemedebistas em razão das posições alcançadas por Tasso Jereissati e Eunício Oliveira. O primeiro, preferido dos eleitores tanto para a eleição de governador quanto a de senador, e o segundo , líder na disputa pelo Governo do Estado, o seu principal projeto, quando confrontado com Domingos Filho, o vice-governador do Estado, Leônidas Cristino, ministro da Secretaria dos Portos, e Mauro Filho, secretário estadual da Fazenda.
Ex-senador Luiz Pontes, presidente estadual do PSDB, vai conversar sobre alianças para a chapa majoritária com o PMDB e o PSB FOTO: MARÍLIA CAMELO
O levantamento agora feito por aquele especializado Instituto, diferentemente dos que são efetuados nos cursos das campanhas eleitorais, pela falta da definição de candidatos e da incerteza do quadro nacional, influenciador da montagem das alianças, não passa de um elemento animador dos atores da política, e de instrumento para manter lembrados os nomes das lideranças partidárias. O PMDB, patrocinador da pesquisa, sabe muito bem qual o seu peso na conjuntura atual e sob como poderá render para o seu projeto.
O senador Eunício Oliveira, cuja candidatura à sucessão estadual é anunciada em todos os pontos do Ceará por seus correligionários - ele próprio evita tratar a questão de público -, fora do Brasil, no momento da publicação da pesquisa, talvez até por estratégia, quando voltar ao Interior, no próximo mês, nos encontros partidários por ele promovidos, com frequência, no decorrer deste ano, certamente terá auditórios mais repletos e plateias entusiasmadas a estimulá-lo a assumir, de já, a candidatura por ele almejada.
No PSDB, os números da pesquisa deram mais força aos tucanos envolvidos no processo de fazer ressurgir o partido, hoje realmente fragilizado em razão dos resultados das últimas eleições, para sensibilizar o ex-senador Tasso Jereissati a disputar novamente uma vaga no Senado. Até o senador Aécio Neves, provável candidato do partido à Presidência da República, está imbuído desse propósito, e sobre isso já tratou com o próprio Tasso, segundo correligionários de ambos, sem contudo ter alcançado êxito.
Otimismo
O ex-senador Luiz Pontes, hoje presidente do PSDB no Ceará, um dos tucanos locais mais próximo de Tasso, fala com otimismo sobre uma postulação do seu líder dentro de uma composição representada por um forte candidato ao Governo do Estado.
O partido dele está convencido de ter apenas um nome para a disputa majoritária, portanto descarta a possibilidade de apresentar um postulante apenas para fazer-se representar, como aconteceu em 2010, no Estado, e em 2012, na eleição municipal de Fortaleza.
Pontes, quer conversar sobre aliança com lideranças de outros partidos, a começar com o próprio Eunício Oliveira, presidente estadual do PMDB, embora os acertos com este ou qualquer outro grêmio tenham como barreira, de difícil transposição, a sucessão presidencial. Luiz Pontes entende, também, ser imprescindível a participação de Tasso como candidato para o projeto do partido de eleger uma bancada de pelo menos quatro deputados estaduais e dois federais.
Pretensa
Os tucanos ainda incluem, embora com certo ceticismo, os seus três atuais deputados estaduais: Fernando Hugo, João Jaime e Téo Menezes, na pretensa chapa a ser apresentada para a disputa de vagas no Legislativo estadual. De fato, eles já não estão mais no PSDB, os dois primeiros negociam suas novas filiações, e o terceiro, forçado a permanecer onde está, não tem mais uma intensa vida partidária, e tudo indica não postulará reeleição.
O quadro sucessório estadual, animado pela pesquisa em questão, ainda experimentará vários outros momentos, embora sua concretização só venha a acontecer no início do próximo ano, tanto em relação a escolha de candidatos quanto de alianças partidárias, tudo condicionado ao processo da disputa presidencial, também até nebuloso, embora com a existência de um potencial candidato à reeleição, a presidente Dilma.
Nota
A deputada Eliane Novais, citada em comentário neste espaço, domingo passado, sem contestar os dados apontados sobre sua aposentadoria como servidora da Secretaria da Infraestrutura do Estado, com uma gratificação de 257% sobre o salário base de R$ 4.432,25 como economista daquela Pasta, segundo a publicação oficial, antecedendo a análise do Tribunal de Contas.
Segundo ela: "julguei ser necessário prestar esclarecimentos aos leitores do Diário do Nordeste, a fim de que não pairassem dúvidas sobre minha conduta como servidora pública estadual". O informe da deputada extrapola, em muito, o espaço em que sua aposentadoria foi tratada. Ele vai publicado, na íntegra, no Blog de Política deste jornal.
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